quarta-feira, agosto 31, 2005

a questão da idade...

As glosadas brincadeiras que Soares nos brindou com o seu espirito, devem fazer vêr ao partido que ele fundou, que este foi o ultimo momento para alertar o definhamento de recursos e quadros que o PS urgentemente devia inverter. Faltam novos protagonismos e os mais antigos esbarraram no seu total esgotamento.
Quem está velho não é Soares, mas sim os que agora acorrem a rodeá-lo sem perceber a seriedade dos motivos que o levaram à candidatura.
Mas atenção, esta será a melhor batalha dos ultimos anos e permitirá uma grande reflexão sobre política actual.

Aos 81 anos disse assim este candidato presidencial

« Portugueses de aquém e de além mar! A todos me dirijo no momento de ter sido entregue, segundo os preceitos legais, ao Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, a apresentação da minha Candidatura à Presidência da República.
Solicitações instantes, vindas de toda a parte, acumulando-se há mais de um ano à minha volta, com entusiasmo crescente, destruíram em mim as hesitações que de começo formulara.
Carecia, na realidade, de convencer me de que nenhum mal podia advir, com a minha Candidatura, à Pátria que estremeço e que pelo contrário dela algum bem podia resultar.
Este convencimento existe hoje, depois que pude auscultar a opinião democrática e liberal do País, e depois que a sua unidade de vistas a meu respeito se tornou um facto, suficientemente atestado pela qualidade, número e distribuição territorial dos cidadãos que apoiaram e subscreveram, honrando-me sobremaneira, as listas da minha apresentação.
Nestas listas ficam representados, sem dúvida, credos políticos e religiosos diversos, podendo ir a diversidade até à oposição, como nelas figuram individualidades das mais distintas em saber, ao lado de trabalhadores bem modestos. O quadro não pode ser mais expressivo, nem mais perfeita pode ser a fusão em volta de um ideal político de emergência que, de momento, se impõe à consciência da Nação: Ideal desvinculado de todo o partidarismo, alheio a todo o espírito sectário e com autêntico cunho nacional.
(...)
Quais são, segundo os compreendo, os pontos de vista e propósitos comuns do povo português, materializados nesta apresentação de candidatura?
Vou enumerá-los com a maior concisão possível e nas minhas palavras nada haverá que possa ofender ou irritar, pois que no povo a que pertenço só vejo vontade de harmonia, de respeito mútuo e de vida pacífica.
I - Cansado de divergências internas, o povo português deseja que todos os habitantes de Portugal sejam acima de tudo portugueses; que a tolerância e o respeito pela pessoa humana os ligue a todos e permitam a cada um viver a sua vida sem o terror desmoralizante da incerteza.
II - Hoje mais do que nunca quer Portugal marcar o lugar a que tem direito no mundo, engrandecer-se e prestigiar-se, manter ciosamente as suas independência e soberania fundamentais e cooperar internacionalmente para a consolidação da paz universal, servindo-se para tanto do seu espírito empreendedor, do seu génio colonizador e da sua bondade natural que só injustiças e violências podem alterar.
(...)
Lisboa, Julho de 1948.
NORTON DE MATOS »

Aí está.

Com um belo discurso apresentou-se o candidato Mário Soares. A mim falta-me limar uma aresta....



30 Anos de Poesia


Algo tinha que escrever sobre o "tema" do dia

Mas, este triste episódio, não me merece mais do que reproduzir o que escrevi numa caixa de comentários do Blasfémias.

Talvez alguém, aqui, queira discutir este tema "à esquerda"
___________________________________________________

Eu tinha avisado:

".....Não pensem que o Alegre favorece a "direita" que isso é uma treta.
Mas se pensam mesmo que isso é um facto então calem-se que o homem pode ouvir, julgar que é verdade e então já não concorre...."

O mal é o Alegre ler o Blasfémias.

Acreditou que ia dividir o PS (como se daí viesse algum mal ao mundo)
Acreditou que ia dividir "a esquerda" (como se daí viesse algum mal ao mundo)
Acreditou que a sua candidatura ia favorecer o Cavaco, o que é o maior dos disparates.

Decidiu não concorrer, prestou um grande serviço a Cavaco, à "direita" e ao "aparelho do PS".

Ainda bem que não se candidatou, pois a sequência dos seus comportamentos, culminando com a suprema manifestação de incoerência de ontem, tem demonstrado (a quem ainda tivesse dúvidas) que, ao pé dele (e ao pé do Cavaco) afinal o Mário Soares é um jovem, de raciocínio lúcido.

Triste país, tristes partidos e triste "democracia"

António Moreira

terça-feira, agosto 30, 2005

anti-spam


Os blogs tem sido objecto de discussão, nomeadamente por obterem um crescimento constante. Como é evidente também sofrem as consequências disso. Ultimamente aparece por aqui uns comentários, feitos na lingua dos bifes, que a gente até vai dominando bem, que irritam um santo e impedem a construção divertida e bem sucedida que às vezes temos conseguido nos comentários. Nós no SEDE damos especial importância aos comentários, em primeiro porque permitem um espécie de "atalho epistemológico" (com a segunda porta de entrada no sitio), em segundo porque animam a interactividade entre quem escreve e quem lê, e, finalmente porque impede que os textos sejam respostas a textos e respostas a respostas. Se repararem bem os blogues mais atractivos são os que evitam o ping pong dos seus autores, providenciando sempre assuntos diferentes e opiniões mais individualizadas e menos pedaços de uma discussão em constante continuidade. Acaba-se a discussão, quando se acabam os comentários, morre de cansaço, ou de sentido, ou de outra coisa qualquer.

Por isso preocupamo-nos em incentivar a iniciativa e os comentários no nosso blogue. Quando nos enviam textos via emaile (clicando no nosso nome), só por raros casos, de falta de interesse e/ou sentido do texto, não publicamos. Infelizmente temos recebidos poucos contributos, mas creio que isso pode mudar.

Deste modo a partir de agora quem fizer comentários tem que passar pelo argumento de segurança do blogger, escrevendo uma palavra que aparece no ecrã para que o comentário seja aceite. Dizem que evita estes textos a dizer em inglês que o blogue é o máximo, por isso compra viagra, ou visita o site da Linda.

Esperamos a vossa compreensão, e especialmente que esta iniciativa não diminua a participação habitual.

Sobre futebol

É nesta espécie de inicio de ano que os fãs do desporto chutado mais se perdem com as iniciativas dos seus clubes, as façanhas dos novatos, as mudanças dos planteis e os comentários da malta. Os desportivos vendem mais, os comentadores em geral são sempre os mesmos.
Os apoiantes do FCP geralmente animavam particularmente as hostes, revelando o afã estilo portuense, defendendo com garra o seu clube e atacando com frontalidade as insinuações nunca provadas que a troupe lisboeta gosta de incidir sobre os Dragões, ou Andrades como eles dizem, que a mim não me chateia nada. Melhor ser chamado de Andrade que de Mouro, pelo menos sempre fico na duvida se esse Andrade não era o nome que vinha antes de Henriques, em vez de ser o de um ex-presidente do clube. Mais a mais, nestes tempo de AlQaeda se o mundo topa a alcunha portuguesa dos sulistas ainda desenvolve uma investigação especial.
Vem isto a propósito dos programas de comentários nas televisões sobre futebol. Um dos grandes supostos representantes do meu clube é o Guilherme de Aguiar. Pois bem, fico entediado com as suas análises, nem esboço sorriso com as suas graçolas soft e muito menos suporto a sua infindável paciência para ouvir a discussão entre os outros dois. É o tipo que está ali a mais, o terceiro membro, o aspirante a consensual.
Bem sei que a SIC faz de propósito, porque não interessa promover um portista de jeito e aquele assim é que está bem, mas o mal é que ninguém denuncia que o objectivo deste profissional do Desporto e da política está mal naquele papel. Muito menos servirá para presidente da Liga ou da Federação (objectivos que devem guiar-lhe a postura). Ainda por cima não parece do Norte.


...!

segunda-feira, agosto 29, 2005

Desánimo portugués

Hace tiempo que los portugueses andan desanimados. El ver arder, por tercer verano consecutivo, sus bosques ha reforzado estos días una introspección interna en un país profundamente deprimido y que no parece poder salir de su malestar. Se le amontonan los problemas y carece, cuando más lo necesitaría, de proyecto de país. La separación entre la clase política y la ciudadanía alimenta este pesimismo.
Los incendios, afortundamente apagados -en parte gracias a una ejemplar colaboración europea-, han puesto de forma desgraciada el foco sobre un campo abandonado por los jóvenes, sobre la desintegración acelerada del mundo rural, y sobre la falta de ordenamiento territorial. Portugal ha cambiado profundamente, para bien, aunque en el camino se olvidó de ese mundo rural. Pero el proceso de modernización y de crecimiento económico con la democratización y la entrada en la hoy Unión Europea ha sido a todas luces positivo, como en España.
Desde hace un quinquenio, ha entrado en una senda en la que no acaba de encontrarse. La economía, a la baja desde 2000, entró en recesión a finales de 2002, y desde entonces no remonta. Ante el encarecimiento del precio del petróleo, ni siquiera se podrá cumplir la tímida previsión del Banco de Portugal de un crecimiento del 0,5% del PIB este año. Mientras, crece el desempleo, del 4,1% en 2001 al 7,2% en la actualidad. Las recetas que han aplicado los diversos Gobiernos no han hecho sino engordar el Estado -hasta un 6,8% del PIB, casi el doble de lo permitido por la pertenencia al euro-, y los impuestos a los ciudadanos.
La depresión tiende a devorar a sus dirigentes, y la crisis de gobernabilidad la alimenta. Antonio Guterres tiró la toalla. Durao Barroso se marchó a Bruselas, y su sucesor, Pedro Santana Lopes, cayó en el caos administrativo. La victoria de José Sócrates ha despertado esperanzas, pero también el joven socialista ha sufrido en carne propia los últimos acontecimientos y, previsiblemente, pagará un precio, aumentado en las zonas devastadas por el fuego, en las municipales de octubre. Tan profunda parece la crisis política, que Mario Soares, a sus 80 años, que lo ha sido todo en Portugal, se ha propugnado como candidato a las elecciones presidenciales de enero, y la derecha mira a Anibal Cavaco Silva como posible contrincante. Son símbolos del pasado, y su candidatura es reflejo de que la nueva generación no ha llenado plenamente el hueco.
Portugal, sin embargo, se recuperará. Si hace unos años logró ponerse en forma para entrar en el euro, puede hacerlo de nuevo y afrontar los nuevos desafíos con el esfuerzo de todos y mediando un gran consenso nacional. Aunque los niveles de confianza de los agentes económicos tienden a empeorar, las empresas están haciendo grandes pasos en su reestructuración. La sociedad civil comienza a despertar y a movilizarse. Es de esperar que logre provocar un cambio en la forma de gobernar y un empuje para las inaplazables, y duras, reformas estructurales que Portugal no puede demorar más. Pero, ante todo, lo que los portugueses deben recuperar, y hay motivos para ello, es ilusión.

in EL PAÍS - Opinión - 28-08-2005

Lucian Freud em alta

Interior in Paddington (1951) do neto de Sigmund Freud

o combate que vale a pena vêr

Todos sabem (pelo menos os que aqui se vão dando ao trabalho de me lerem) que nunca apreciei o(s) mandato(s) presidencial de Sampaio. Acho até que a acidez que às vezes me chega às teclas poderia ser fruto de uma antipatia congénita ou assim, pelo que deveria retemperá-la.
Na verdade, lembro-me disto a propósito da discussão entre Helena Matos e Maria João Seixas no Público, onde a primeira critica a condecoração de Bono, com Sampaio em ar de ir jogar golfe, enquanto depois dá um raspanete aos privados porque descobriu ao final de 10 anos de mandatos que não se limpam as matas. E que a malta tá cheia de dinheiro para pagar a um tarefeiro a 10 € hora para limpar a caruma da terrenagem. A outra indigna-se e insinua um passado fachista.
Depois leio que Soares ficou chateado com o facto de ele chamar Cavaco para ficar bem com todos. Depois soube que criticam as férias do Sócrates mas as do Presidente népias.
Enfim, julgo que Bono merece respeito pelo discurso, mas dispensa ajudar à imagem “cool” de um presidente de um pequeno País europeu. E se o assunto merecesse mais relevância, então que não fosse feito no intervalo da viagem entre o Aeroporto e Alvalade 21, com o Sampaio a seguir atrás com a comitiva para o camarote.
Ainda por cima não esqueço a história das datas da 2001, a falta na inauguração do Dragão, a falta de respeito ao FCP, que pelos vistos é muito menos do que a Catarina Furtado, a Ana Malhoa e outro que tais.

E finalmente acho que sempre vou tendo razão, pois um presidente que vive na "espuma dos dias" (expressão que alguns sedentos tem aplicado a outras situções), criticando a actualidade politica, sem lançar uma reflexão social profunda quando o país precisa dela, não merece melhor critica, do que a má critica. A feroz critica.
Fico feliz, por outro lado, pois acho que as próximas presidenciais vão ser a batalha politica mais interessante dos últimos 10 anos. Será o embate entre o paleio de economista e a visão da politica como encontro de ideias. O confronto sempre vantajoso dos números sobre a fogosidade dos argumentos, a luta da racionalidade contra a emoção e estratégia.
Será o debate da idade contra a juventude, e vice versa. Será a discussão entre as principais personagens do espectro politico do ultimo quarto de século.
Os outros, incluindo Guterres, Barroso, Lopes, Freitas, Sampaio, Constâncio, Marcelo, concorrem aos óscar de actores secundários, pois não marcaram a sua época, apesar dos mais altos cargos que almejem.

Já agora, leiam a entrevista da Fátima Bonifácio, habitual colunista que vem defendendo a crise de regime. Diz ela que deviam acabar as juventudes partidárias, que os círculos uninominais devem ser mesclados com outros a bem da protecção ao caciquismo habitual e que as maiorias, ainda que absolutas baseadas em mentiras não tem a força politica que poderia (deveria) ter. Merece reflexão, pois os 2 últimos governos a isso nos forma habituando.

É uma causa nossa essa a do Soares

Vital Moreira, no muito falado causa nossa, faz, de forma lapidar e serena uma abordagem à posição de Alegre com a qual concordo.
Se por um lado é verdade que as candidaturas presidenciais são um acto civico de uma individualidade(s), não deixa de ser significativo que eles devem por razão de bom senso aceitar as decisões dos partidos que os promovem. Alegre foi na politica o que o PS construiu e não o ceontrário, ou seja, não lhe é devido especial favor pela construção do partido. Dizer que ajudou a democracia é pouco, pois vive disso há 30 anos sem nenhum lugar executivo.


domingo, agosto 28, 2005

Retorno

Acabaram-se-me as férias! Na verdade foi o primeiro ano em que senti a responsabilidade de deixar o blog num quase silêncio, nomeadamente quando muito havia por dizer. Valha-nos a diversidade (Antonio Moreira), porque os outros sedentos também coincidiram no Agosto de lazer. Sinceramente, para os pobres desgraçados (ou corrigindo, para os felizes e realizados) que todo o ano trabalham, acho indispensável os 15 dias de total abstinência e descanso. Logo eu que nem sequer faço uso dos natais na neve e das páscoas nas brandoas muradas da sul-américa (mas respeito quem o faz!).
No entanto mantive a minha mania de compulsivamente lêr os vários jornais e o acompanhamento da actualidade fi-lo por aí. Digo-o assim porque tirando as futeboladas não consegui digerir as horas de televisão sobre incêndios – já deitava fumo e não fiquei mais informado. Li por exemplo no Publico um estudo sobre incendiários onde a procura de caracterização do seu perfil, ou pelo menos da sistematização de comportamentos, não se conseguia fazer a não ser num denominador comum – a televisão – essa atracção pelo acto e pelo voyeurismo da sua prossecução. Dizia até que nalguns países as imagens estavam proibidas (ou pelo menos desaconselhadas. Havia até um depoimento de um vulgar cidadão que viu neste anos o incêndio da sua mata do ano passado a passar com outro rodapé, referindo-o como um incêndio de hoje, enfim, a blogosfera segundo sei, tem tratado bem o tema.
Aproveito a boleia do éter para referir no mesmo jornal o texto de Vital Moreira sobre a importância dos blogues, já referida noutro post, onde assinala a potencialidade de nos transformarmos no 5º poder. Ora bem, que a blogosfera caminha para algum lado é evidente, mas nã tenho a certeza que o caminho seja o indicado pelo VM, na verdade fascina a transformação agora operada com esta história dos telefones através da internet. Só falta a net absorver a televisão....
Cá por casa sobra o Paulo Morais, o Bolhão, as férias do Rio enquanto Assis manteve a campanha, a tal sondagem secreta que indica uma muito forte recuperação, as confusões das listas, o Soares, Cavaco e as tricas internas dos partidos. Começo pelas ultimas para dizer que não valem muitas palavras, um dia destesno rescaldo das autarquicas vamos vêr as coisas a alterarem-se e os vorazes a altivarem os seus habituais esquemas.
Sobre o resto sei menos do que a maioria que nos lê. O JN no Algarve não tem noticias do norte, a sua secção de política é má. O Publico lá traz qualquer coisita, a conta-gotas, nomeadamente com a propensão de uma ou outro jornalistas de ajudarem o Rui Sá. O Local Norte resume-se a uma coluna, misturada com assaltos em Algés e tiros em Sacavém, etc... O Dn é o que se sabe, bom, mas pouco regional e sobrou a Visão, numa semana o Miguel Carvalho fala sobre a biografia do Rio e na seguinte a esperada bomba de Morais.
Morais tem razão em boa parte do que diz. Branquinho não deve ser por acaso que se importunou, e, só faltou falarem de um ou outro assessore(s) que, “dizem” angariar amizades nos citados por Morais.
O que Morais não disse é porque é que só veio dizer o que disse depois de ser afastado das listas. Ou então se ficasse nas listas, se acha que isso era suficiente para guardar a cidade desses ladrões que ele não denunciou! Ou melhor ainda, como queria ser candidato por um partido como o que ele descreve. Ou por exemplo, tudo o que se insinuou sobre Cardoso, vai-se a vêr e cabe que nem uma luva à malta do PSD! Por isso os mamarrachos que eles aprovaram na Galiza, Na Foz velha com o Gil e o Soares da Costa, no Bom Sucesso, no Central Parque, na Boavista, etc.,etc.. E na altura nem sequer havia parque da cidade.
É que exemplos daqueles ( malta a engendrar esquemas de fazer pela vida), encontram-se em todos os partidos, facilmente nos da direita, e mais dissimulados nos da esquerda, como foi o caso da 2001. No meio, no bloco central, encontra-se de tudo, e se cada um não fizer o esforço de pôr isso acima da partidarite, então, qualquer dia talvez haja mesmo um escândalo monstruoso irreparavelmente estrutural, como o do Brasil.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Os Bitaites


Correndo o risco de nos* acusarem de manter um insuportável silêncio, o Sede terá sido um dos poucos “Blogs” que resistiu a “mandar uns bitaites” a propósito dos “bitaites mandados” por Paulo Morais, via Visão.
Recusamos entrar pela via da acusação generalizada, metendo todos no mesmo saco, com excepção (a que preço?) de um único impoluto cavaleiro.
Não vemos qualquer nobreza em quem, qual Castafiore, escolhe morrer jurando amor eterno a quem acabou de lhe cravar o “cuchillo en las espaldas”
Mas, de igual forma, recusamos alinhar no coro dos que, só agora, exigem, denúncias, provas, nomes e datas.
Não, quanto a este assunto, até agora, a nossa posição tinha sido de discreta expectativa, de atenta observação, mas também (e sobretudo) de gozo alarve….

Mas, talvez como reconhecimento desta nossa atitude responsável, mão amiga (?) se bem que anónima, fez chegar, à nossa caixa do correio (electrónica), talvez a peça que faltava para se deslindar as causas e os porquês deste “escândalo” de verão.

Por não termos vocação para polícias ou investigadores, não iremos adiantar qualquer leitura ou tentativa de interpretação, não sabemos se é real ou montagem, não reconhecemos as personagens, não sabemos os nomes, os locais, as circunstâncias nem as datas.

Assim, tudo o que se possa sobre isto adiantar.

SÃO SÓ BITAITES

António Moreira
* o "nós" é majestático, claro que sou só eu ;-)

AKIAGATO


Felizmente alguns nascem bem

Li um dia destes que, todos os dias, nascem e morrem, sei lá quantos blogues.
Um dia destes cria-se um obituário para blogues, convidam-se os amigos para o baptizado dos blogues mais católicos e, naturalmente, vai continuar a cantar-se os parabéns aos que fazem anos.

Isto vem a propósito de ter nascido mais um blogue que vale a pena (e nem são assim tantos) e eu só hoje é que notei.

Então as boas vindas ao Teófilo M. que de comentador passou a “bloguer” e fez muito bem.

Com a devida vénia, transcrevo parte de duas “pérolas” do novíssimo AKIAGATO, os leitores farão o favor de ler o resto:

24 Agosto, 2005
Presidenciais I

Muito já se escreveu sobre a candidatura de Soares, a de Cavaco, a do Alegre, a do Jerónimo só agora começa a ser falada, e muitas outras tem sido ventiladas, umas com mais intensidade do que outras.
Parece que muita gente ainda não entendeu que o Alegre, fruto das suas posições políticas públicas - quem não se lembra de Souselas, das tropas para o Iraque, do linchamento na praça pública do PGR, na recusa ao referendo sob o aborto preferindo que a AR legisle sobre o assunto, do seu apoio a Alzira Santos para presidente do PS depois de ter garantido o seu apoio a Almeida Santos, do que disse de Sócrates nas eleições para o secretariado nacional ainda há poucos meses, do seu eterno piscar de olhos ao PC e BE - nunca poderia ser o candidato do PS, nem tampouco de muita esquerda que não se revê em romantismos poéticos na hora de acção, preferindo lê-los calmamente em horas de descanso?
E que dizer, de outros homens e mulheres de esquerda não-comunista, que não têm nenhum candidato em que se revejam minimamente, porque parece que todos têm medo de afrontar Cavaco Silva, o providencial homem de Boliqueime, que não lê jornais e que raramente se engana!.........”

Continuar a ler

23 Agosto, 2005

Os cegos também votam

Estava a ler um artigo de opinião de
João Cotim Oliveira e veio-me de imediata à ideia o título deste 'post'.
Diz o cronista a certo ponto:
"A sua continuidade e da sua equipa é necessária para que o projecto iniciado em 2001 e duramente realizado ao longo deste mandato não seja posto em causa.",
e mais adiante:
"Todas as obras inacabadas, da zona oriental à zona ocidental da Cidade, que na debandada dos festejos do “Porto, Capital da Cultura 2001”, a anterior Câmara deixou por concluir o actual Executivo Camarário terminou.".
Se isto não é apenas exemplo de maledicência, o que será?
Será que o João Cotim pretendia que a anterior Câmara acabasse as obras da Porto 2001 antes de a Porto 2001 ter acabado, uma vez que as eleições decorreram antes do final daquele evento?!
E depois segue:......”

Aqui

Bem vindo

António Moreira

quinta-feira, agosto 25, 2005

N”A Baixa do Porto”


Com a devida vénia a David Afonso e “À Baixa do Porto

É justo chamar a atenção para o texto “Porto: cidade anti-turismo”,






Para abrir o apetite:

“0. Li no «Público» que este ano houve uma quebra muito forte no número de turistas que visitam a nossa cidade. Não os censuro.
Passei uma tarde com um grupo de amigos que vieram conhecer o Porto e descobri porque motivo não voltam cá os turistas.
1. A caminho da Ribeira passei por um restaurante que ostentava duas placas: uma dizia «Welcome» e a outra «Encerrado para férias».
Estamos em pleno centro histórico e pelas ruas passeiam-se ao sol alguns turistas.
Vieram conhecer um país que não está para os aturar.

…….. (ler o resto aqui)”

Estou convencido que Francisco Assis irá ler este texto e, do mesmo, retirar matéria para alguma reflexão.

Seria também interessante que Rui Rio (e já agora Rui Sá) também o lesse.
Interessante mas não útil dado que ou não terá tempo ou, mesmo que o tenha, já demonstrou não lhe interessar.

Obrigado ao David Afonso.

António Moreira

segunda-feira, agosto 22, 2005

Os comedores de Fogo



Mais uma vez se cumpriu o ritual de verão

Mais uma vez se repetem as mesmas imagens na televisão
Mais uma vez se repetem os mesmos pedidos de declarações de calamidade pública
Mais uma vez se repetem as mesmas acusações quanto a responsabilidades e irresponsabilidades
Mais uma vez se repetem as mesmas receitas estafadas.
O país está a arder......
Como sempre, em Agosto


Entretanto, Agosto, chegará ao fim…
O campeonato da bola já começou.
Os políticos estão quase a regressar de férias
A campanha para as autárquicas vai entrar em “full steam”
A pré-campanha presidencial está quase a arrancar.
Ainda temos o arranque das aulas e o preço dos livros de estudo para animar a “pré-época”….
Com sorte, teremos mais um qualquer crime chocante (se possível com crianças)...
As televisões vão inventar novas novelas e novas imbecilidades para “nos” entreter…

Com mais ou menos ajuda dos bombeiros, os incêndios lá hão-de acabar por se apagar …
E, daqui a quinze dias, ninguém torna a falar dos incêndios, até ao próximo ano…

Ou seja, tudo como dantes neste belo rincão à beira-mar.

Tudo como dantes????

Não
Este ano viu-se algo de diferente.
Bem, não exageremos, vimos nós (e vocês) que "andamos" pelos Blogs.

E o que temos então de novo este ano?
Temos um governo que já não é da coligação PSD/PP e uma “direita profunda” (seja lá o que isso for, mas eles gostam que se diga “liberais”) que descobriu a “blogosfera” e, por via desta, a ilusão de que existe.

E assim, surpreendentemente, temos esses paladinos do mercado e da iniciativa privada a ocupar páginas e páginas de “Blogs” e respectivas caixas de comentários a debater o que “o Estado” (e não os privados) devia ter ou não ter feito para prevenir ou evitar este ano, esta tragédia.
A discutir a forma como “o Estado” (e não os privados) devia ter coordenado o combate aos fogos.
A discutir a forma como “o Estado” (e não os privados) deveria ter negociado o aluguer ou aquisição dos meios ou equipamentos de combate aos fogos, etc.
Enfim, assiste-se, na “blogosfera da direita”, a uma interessantíssima forma de analisar esta peculiar forma portuguesa de celebrar o verão (o incêndio das bouças) para uma catarse de “mal dizer do governo”, mas afinal, defendendo exactamente o contrário daquilo que, no resto do ano, dizem ser essencial garantir.

Entretanto:
Aqueles que realmente, e na prática, criam as condições para o desenvolvimento da sua actividade económica, sem precisarem do aval do Estado, lá vão ateando os incêndios ou pagando a quem o faça por eles.
Aqueles que se poderiam então designar, verdadeiramente, por “arautos do ideal liberal”, lá vão fazendo os seus negócios, milionários ou nem por isso, à volta dos incêndios:
Seja por via da venda ou aluguer dos meios de combate aos incêndios e outros equipamentos.
Seja por via da comercialização da madeira queimada ou seja lá qual for o tipo de interesses que se desenvolvam em torno das áreas e materiais queimados.
Seja por via do controlo das direcções das associações de bombeiros, ligas e corporações e, assim, de todas as negociatas inerentes.
Seja, finalmente, aproveitando aquilo que na forma de subsídios ou outras benesses, o "Estado", no final, venha a disponibilizar para o apoio aos verdadeiramente afectados (assim a modos de “baixas colaterais”) mas que, ano após ano, vamos sabendo que raramente chega ao seu destino.

Qual a conclusão a tirar, se alguma houver:

Os incêndios da floresta em Portugal não são afinal, para todos, uma tragédia.
Serão uma tragédia para as suas vítimas directas, que perdem vidas, ou bens.
Serão uma tragédia para aqueles que, na primeira linha do combate, perdem o seu tempo, a sua saúde e, quantas vezes a sua vida, para ajudar os seus concidadãos.
Serão uma tragédia (mitigada é certo) para todos os contribuintes que, afinal, tem que pagar o elevadíssimo custo, para a sociedade, deste ritual de Agosto.

Para aqueles que, desta actividade, fazem o seu “ganha-pão” (e aqui “pão” deve entender-se no sentido mais lato) não passa disso mesmo, duma fase de um processo económico, de criação de riqueza, da qual, como afinal deve ser, são os “mais aptos” que retiram os maiores benefícios, e a grande massa dos menos competentes que, naturalmente, tem que suportar os custos.

Mas, é assim mesmo o mercado, ou, na sua versão mais “humanista” (coff, coff) ...

É a Vida

António Moreira

sábado, agosto 20, 2005

Confesso que não percebi


(ou confusões de um sábado de Agosto)

Então não é que agora anda tudo indignado por o campeonato da bola ir ser patrocinado pelo Betadine?

Que é que queriam?

Então não sabem que aquele senhor que é presidente lá da liga dos clubes, e que ao mesmo tempo é presidente da câmara de Gondomar, presidente da junta metropolitana do Porto e presidente do conselho de administração do metro do porto também é presidente da associação das farmácias?


O quê?

Para estar caladinho?

Estou a baralhar tudo?

Ai afinal não é Betadine?

Ai o homem não é presidente disso lá das farmácias? (até admira)


Mau, agora é que os anónimos não me vão largar a caixa dos comentários…

António Moreira

Vá-lá, Juizinho


Muito me diverte ver o ar compungido, quase de sacristia, com que os opinadores da direita fazem suas as dores de Manuel Alegre.

Muito me desgosta ver Manuel Alegre, dar-se, em sacrifício, a essa gente.

Não irei votar nas eleições presidenciais, não porque, mas apesar de, não me agradar qualquer dos putativos candidatos.

Mas isso não me impede de analisar “o jogo” e, sobre ele, opinar, da mesma forma que não podia (mesmo que quisesse) votar em Sócrates ou Alegre, para a liderança do PS, mas isso não me impediu de (então e agora) analisar também esse “jogo” e, sobre o mesmo, formar e emitir a minha opinião.

Para alguns mais desatentos, eu faço questão de esclarecer que sei, mais do que bem, que as minhas opiniões algumas vezes (vezes demais?) são pouco consensuais.

Convinha mais alguns entenderem (pois penso que os “sedentos originais” o entenderam antes de me convidarem) que as outras opiniões que tenho (as consensuais) em geral nem as revelo por entender que nenhuma mais valia acrescenta um “muito bem” ou “estou de acordo”.

Assim, com o objectivo de dinamizar um pouco o debate sobre este tema, irei dizer o que, como “não militante”, me parece esta tragédia de verão sobre os dois irmãos desavindos e de como um atraiçoou o outro, que não se ficou, para gáudio de jornalistas e outros escribas, sem esquecer o daqueles que, do lado da outra personagem da comédia das “eleições presidenciais”, vertem lágrimas de crocodilo pelo “poeta” esperando (parvamente?) tirar dividendos para o seu figurante.

Então as candidaturas presidenciais não são de cidadãos que podem (ou não) ser apoiadas por partidos?

Então, pelo facto de Mário Soares se candidatar, Manuel Alegre está impedido de também apresentar a sua candidatura?

Então as eleições presidenciais não se resolvem por maioria absoluta?
Não será que, a haver mais do que uma candidatura “à esquerda” (como seria desejável que houvesse “à direita”) isso poderá (deverá?) motivar uma maior presença de eleitores “de esquerda”, numa primeira volta?
Não será que tal poderá contribuir para evitar uma vitória “de direita”, na primeira volta, funcionando como uma espécie de “primárias” da “esquerda”?
Não será que o risco de uma vitória "de direita" poderá então mobilizar uma presença massiva de eleitores "de esquerda" numa segunda volta?

Será que este cenário não se verificou já em 1986, quando da primeira eleição de Mário Soares?

Será que, caso Soares (ou Zenha ou Pintassilgo) tivessem concorrido sem oposição “à esquerda”, não teria sido, afinal, Freitas do Amaral o vencedor, logo na primeira volta?

Por isso, meus caros, qual é o problema de se apresentarem ao sufrágio as candidaturas de Mário Soares e de Manuel Alegre?

Ou será que, afinal, o que está em causa é, apenas, o apoio do Partido Socialista a um ou outro dos candidatos?
Apoio político, apoio logístico mas também apoio financeiro (claro e porque não?)

Mas não seria então da mais elementar prudência que estes assuntos fossem, até por uma questão de decoro, resolvidos no interior do partido onde militam os dois senhores?

Que ideia é que os “não militantes”, já para não falar daqueles que (como eu) tem uma opinião muito crítica dessa coisa dos partidos, vão ficar a fazer do Partido Socialista?

É que cada vez se parece mais com um qualquer PSD.

Digam lá aos senhores para terem juízo, que está toda a gente a olhar…..

António Moreira

sexta-feira, agosto 19, 2005

Jogos e jogatanas

Eu não gosto de jogos a dinheiro. Não aprecio o bingo, não compro cautelas e só jogo no euromilhões por displante comigo próprio, do tipo, "se ganhasses o bem que dirias disto", mas só o faço uma, duas, no máximo 3 vezes por ano... e nunca gastando mais do que o minimo (as probabilidades são iguais).
Lia hoje nos vetustos desportivos que os futebois agora vão ser patrocinados pelo betandwin, só o nome já diz tudo, faz lembrar o Mourinho a gozar com a ralé a dizer-me para ganhar como ele.
Mas o que mais me impressionou nesta história foi a Santa Casa, reclamando um decreto-lei de não sei quantos, que diz que apostas a dinheiro só com as suas excelências.
Além de me fazer impressão parece-me (eu que sou um leigo das leis dos tribunais, porque a dos homens vou percebendo bem) uma inconstitucionalidade.
Por outro lado só um Valentão para fazer um contrato destes - misturando futebol e jogatana -mas não me parece mais descarado do que o a da gasolina super da galp, que sempre a subir tive que gramar o ano passado quando vi o meu Porto.
Para o ano devemos exigir o patrocinio de casas de alterne, com imagens nas camisolas e nos reclames.
Como diria o António (primeiro sedento substituto, ou em exercício):
CHISSSAA!

Gaspar e Catarino

No PS em tempo de campanha alguns acertam agulhas para o "day after" - leia-se after 9 de Outubro. No Porto está longe da paz a convivência das diferentes forças. Hoje no JN lê-se isso mesmo.
Na verdade acho que isto advêm somente das listas, eu sempre defendi o principio democrático no interior dos partidos, odeio cheques em branco, listas feitas ao telefone e num qualquer gabinete, critérios de secções que não existem.
O que todos não sabem é que às vezes nos partidos há pessoas que querem acumular todos os cargos possiveis, assim de certeza que nalgum deles ganham.
Um partido como o PS precisa de uma profunda reflexão geracional! Ainda que seja geracional nas ideias e nos principios. A média de idades, ideias e actitudes é velha demais. Aqueles que defendem o património de 30 anos de militância não entendem que desbaratam essa memória ao arrastarem-se envelhecidamente no poder.
É preciso realmente novas energia.

E já agora - Oligarquias não!

Crónicas dos Algarves

Reconhecendo o perigo de deixar este blogue na pena do AM, mas reconhecendo-lhe o magnifico trabalho, cá venho eu num nublado dia aturar a fila no netcafé.
Curiosamente o PS este ano esteve particularmente animado em Agosto. Com a entrega das sempre dificeis listas superou-se o marasmo habitual da inactividade política no oitavo mês do ano.
As listas são o que são e esta aí. Sem grandes protagonismos, nem sequer a percepção de que será por elas que se salva a cidade. No entanto Assis cumpriu a promessa e avançou com várias figuras independentes.
Hoje aproveitei para lêr mais uma das entrevistas de Rui Rio - desta vez à Visão. Sinceramente não li nada de novo, aquele modelo de entrevista tão do agrado dele já chateia. Outra vez a prenda da constructora, outra vez as rupturas com o futebol, outra vez a comunicação social, outra vez a honestidade.
Sobre o Porto nada de relevante, nenhum indicador económico da evolução da região, nenhum projecto agregador da população.
Enfim, afinal tudo na mesma à espera da campanha.

quinta-feira, agosto 18, 2005

INSISTO

Repetindo-me:
"Esta “requalificação” da “Av. dos Aliados” é necessária, com esta dimensão e desta forma, por causa de uma entrada para uma estação do Metro (que, se calhar, nem devia existir)?
Afinal o Ministro (Mário Lino) tinha ou não razão em dizer o que disse?
Vai ou não acabar-se com a forma escandalosa como tem vindo a ser gerido o processo “Metro do Porto” ?
  • Sr. Primeiro Ministro
  • Sr. Ministro das Obras Públicas
  • Caro Dr. Francisco Assis
  • Meus caros amigos militantes do PS

Isto é assim?

Isto pode ser assim?

Vocês vão permitir que isto seja assim?

Muito mais importante que "uma mão cheia" de votos, ganhos ou perdidos, na região do Porto.
Muito mais importante do que analisar o que esta ou aquela forma de actuação pode afectar, positiva ou negativamente, a candidatura à CMP ou a outras câmaras da região, é :
A defesa da Cidade do Porto e da sua, emblemática Av. dos Aliados.
É a defesa da Seriedade, da Ética e da Legalidade, em suma:
A defesa dos fundamentos da DEMOCRACIA

António Moreira

Elega-se o presidente do METRO e não da CMP

*
Desculpem mas continuo indignado!

Não é que, aproveitando as férias de tantos, aquela gente da administração do Metro do Porto, vai mesmo adjudicar (por 4.8 milhos de euros, para começar) a obra de "requalificação" da Av. dos Aliados, quer nós queiramos quer não!
E, para além de uns poucos "ambientalistas", mais ninguém se indigna?
Meu caro Dr. Francisco Assis, qual é a posição da sua candidatura quanto a este ESCÂNDALO ?
O que tenciona fazer para o evitar?
Afinal que adianta eleger um presidente de câmara e uma vereação se quem decide e manda fazer, na NOSSA CIDADE é a empresa do METRO ?
Afinal para que queremos uma AMP eleita se já temos uma administração do METRO ?

PORRA !
NINGUÉM FAZ NADA ?

António Moreira


* in Estátuas e Fontes (no Site de Turismo da Câmara Municipal do Porto), via Aliados

quarta-feira, agosto 17, 2005

Cabo Raso


Ou a excelência na escrita

É sempre para mim um prazer ler os excelentes textos de LFV* no "Cabo Raso"

Para abrir o apetite, cá vai um bocadinho dos 3 últimos:

"A Voltinha

Um russo qualquer, de nome esquisito e 23 anos de idade, acaba de ganhar a Voltinha a Portugal em bicicleta.
Uma prova curta, disputada em meia dúzia de etapas de pequena extensão, com um dia de descanso pelo meio, organizada pelo senhor João Lagos.
Que também organiza torneios de ténis para jovens avós, partidas de rallies para os países da África central, provas de motonáutica, concursos de fados para amadores e provas de vinhos para bebedores de águas minerais.
Diz ele, que sabe, que a prova dura poucos dias e em cada um deles se pedala pouco para reduzir as probabilidades de dopping.
Coisa que aparece todos os dias nas longas etapas da Volta à França .........."
(Continuar a ler, pois vale a pena)


"Fátima, ontem!

Ontem de manhã Fátima era um caudal de gente. Escorrendo, lento e viscoso, por todas as ruas sob uma canícula de mais de trinta graus, pouco depois das dez horas.
Todos os peregrinos de misturavam no estranho folclore do regresso para férias, todas as religiões procuravam o mesmo refúgio à sombra das árvores que ladeiam o recinto.
Tudo se vendia e tudo se comprava.
De terços para benzer, de madeira a madrepérola, Senhoras de Fátima de tamanhos e preços variados.
Santos Antónios, de menino ao colo e hábito longo, sem nenhum cordel infame que lhes pudesse ser puxado pelas costas........"
(Continue, que é divino)

E, finalmente:

"Discussão pública

A banhos algures numa praia do sotavento, o ministro Mário Lino, entre um mergulho na maré baixa e uma exposição solar besuntado com bronzeador, parece ter afirmado que nenhum projecto teve a extensão e a profundidade da discussão pública do chamado aeroporto da Ota.
Coisa de que, não sendo Mário Lino nem socialista nem ministro, o Zé povinho se não apercebeu.
Mas, com o devido respeito pelo que restará das ossadas de José Estaline e pelas remotas recordações do sarrafo que usava o homónimo defesa direito do Sporting, Mário Lino trouxe ao velho partido do jovem Mário Soares uma evidente mais valia.
A que decorre do exercício da democracia pela interposta prática da ditadura, uma tendência a que não consegue fugir nenhum político profissional que se preze, por mais liberal ou renovador que se diga.
De qualquer modo, e contrariamente ao que afirmou sobre os custos do Metro do Porto - em que se não verificam nem derrapagens nem desvios! - o ministro tem razão..........
(Imperdivel)

Só é pena que tenhamos mesmo que levar com as arreliodoras "janelas saltitantes" antes de aceder aos textos. (a não ser que usemos o Mozilla) :-)

Um grande abraço de parabéns e obrigado ao LVF.

António Moreira

* LFV será Luís Filipe Vieira ??

terça-feira, agosto 16, 2005

Isto é que é uma Campanha


No “Comercio do Porto
(Com a devida vénia)

"Carta à ministra da Cultura

Senhora Ministra da Cultura


Excelência:

Como é do conhecimento de V.Ex.a, a entidade proprietária do jornal "O Comércio do Porto", Prensa Ibérica, de Espanha, cessou a publicação daquele jornal no fim do mês de Julho passado.
Com 150 anos de publicação contínua, este diário portuense arquiva pedaços importantíssimos da História da Cidade do Porto, do Norte e, até, do País.
Tendo conhecimento da possibilidade de o arquivo do jornal poder, na sequência do processo de extinção, vir a ser desviado para Espanha, .......

.......
Com os melhores cumprimentos,
António Sousa Pereira"
(ler o resto aqui)

Vamos lá a ajudar,
TODOS

António Moreira

Ó ver a lista

*

Afinal vasculhei, vasculhei, e lá descobri onde é que a lista estava escondida….
À cautela, mandei-a logo para os jornais, não fora dar-se o caso de haver ainda alguém que não leia o SEDE.

Nota-se uma grande vontade de mudança, a par com alguns necessários (?) equilíbrios, sendo de salientar a inclusão de uma percentagem significativa de “não militantes” de entre os quais, naturalmente, temos que destacar, com grande orgulho, o nome da “nossa” Raquel, ou “Miguel”, conforme refere o JN, numa alusão clara ao nome usado pela nossa “menina” durante a guerra civil espanhola (Hic)

Mas, já que falamos em Miguel…..

Naquilo que me parece um sinal claro de mudança no sentido da seriedade e competência, devo saudar também a inclusão, no quarto lugar, do, também independente, Miguel von Hafe Pérez, apontado para o pelouro da Cultura, no que será decerto uma surpresa para os que (como eu) achavam que, no PS-Porto, a cultura “já tinha dono”.

Beneficia a cidade, beneficia o PS e, espera-se, virá também a beneficiar o Miguel

“Chapeau” Sr. Assis.

António Moreira

* - Manuel Figueira

sexta-feira, agosto 12, 2005

Então é assim em Agosto?


Foram mesmo todos de ferias?

E eu fico aqui sozinho, a tomar conta da SEDE?

Nem sei onde estão as bebidas…. Será que o frigorífico tem chave?
E as listas? Onde estarão as listas?

Cuidado….

E se vem alguém bater à porta?
Como é que eu sei se é dos “nossos”?
Será que a direita também foi de férias?
E se aparecem por aí os blasfemos (ou a inkoerente e aquele arquitecto meio tótó que agora não me lembro o nome)….?
E se me aparece por aí o JM? Esse nunca pára… (apesar de estar mesmo a precisar de férias….)

Está decidido, vou para a janela…

AMNM

quinta-feira, agosto 11, 2005

Até já!

também eu me vou refestelar ao sol sem nada fazer a não ser aturar as travessuras das minhas meninas.
por isso até já, espero conseguir escrever uma coisa ou outra a partir dos netcenters.
Entretanto se me quiserem encontrar procurem por estas bandas.

quarta-feira, agosto 10, 2005

um estudo

Galicia lidera el compromiso inversor público en creación de nuevas empresas

Las comunidades del norte, incluida la gallega, son las que más esfuerzo en inversión dedican, respecto a su participación en el PIB, a la puesta en marcha de iniciativas emprendedoras. Galicia tiene 100 millones de euros comprometidos en 2005.
Galicia es una de las comunidades autónomas más comprometidas con el desarrollo de iniciativas empresariales a través de capital público. La comunidad gallega tenía previsto dedicar durante este ejercicio un total de 99,3 millones de euros al desarrollo y creación de nuevas empresas. Su ratio, que mide la inversión comprometida en capital riesgo respecto a su participación en el Producto Interior Bruto (PIB), se sitúa en el 18,7%. Todos estos datos aparecen en el informe elaborado por la firma Mobius Corporate Venture Capital, una sociedad gestora de capital riesgo.
La mayoría de las comunidades del Norte de España encabeza la lista de inversiones públicas en nuevas empresas, con una media de 100 millones de euros cada una, fruto de la colaboración entre la gestión de los fondos de capital riesgo y el capital que aportan las Administraciones públicas.
Navarra, Asturias, Aragón, País Vasco y Galicia son, por este orden, los territorios que más esfuerzo económico dedican a las iniciativas emprendedoras respecto a su volumen de riqueza. Y Madrid, La Rioja y las dos Castillas figuran a la cola.
Según un estudio elaborado por Mobius Corporate Venture Capital, Madrid es la autonomía española que menos capital riesgo público invierte, en proporción a su capacidad. Esto se mide a través del ratio que mide el compromiso de inversión pública en capital riesgo de la comunidad autónoma respecto a su contribución al PIB nacional.

Regionalização já

O caso de Isaltino, Valentim e as várias candidaturas independentes que populam por aí (estive em Belmonte e tanto lá como pelo caminho contei 4) demonstram que chegou o tempo de perceber o ridiculo que é não haver regionalização....

as mediáticas:




as abortadas:













e mais algumas:







Soares fará regenerar o PS?




Já se viu que as presidenciais irão dividir o PS. Pessoalmente prefiro, acho que a forma unânime com que todos se colaram a José Sócrates só escondeu os motivos redondos e apolíticos da clientela que um grande partido generalista e ideologicamente mais elástico do que o desejado tende a ter.
Assim provavelmente Carrilho disse o que já ouvi a muitos dirigentes do PS. Na verdade não acho o Soares assim tão velho, nem a sua idade assim tão relevante. Pelo contrário acho deplorável o que o facto político pode provocar - uma indómita vontade de toda a 3ª idade querer voltar/continuar nos cargos políticos e consequentemente na “poule” de lançamento dos lugares de estado.
As listas de deputados tem sido feitas na perspectiva da continuidade, os lugares nas comissões igual e por aí adiante. O peso da idade de militância vale muito, não valendo nada quando depois se recorre inapelavelmente aos de fora para fazer o trabalho politico que devia ter sido feito dentro.
Mas explico melhor, onde está o resultado dos gabinetes de estudo dos partidos? Dos grupos de trabalho? Dos documentos estratégicos?
Do PCP ao PS, continuando pela direita usa-se o mesmo estratagema, dirigentes de longa data, pouca reflexão e depois juntam-se uns figurões e faz-se de conta que é a ligação à sociedade civil.
É uma escabrosa mentira! Ninguém liga a independentes nos períodos que intermedeiam as eleições. Nesses debatem-se lugares internos, depois aplicam-se as estratégias.
Neste sentido é necessário nova política, uma revolução silenciosa, o transformar os partidos em escolas de dignidade, de ética, de debate, e de produção de ideias.
Assim não sendo todos contribuem para o mau estado do País, independentemente de Soares, Alegres ou Cavacos. Na verdade Soares tem escrito mais e discutido mais do que toda a sua geração que lhe seguiu. Mesmo Alegre nunca se propôs a fazer mais do que o que lhe dava jeito. As autarquias são para muitos um espaço menor, eles que fizeram carreira nos corredores de Lisboa.
Em suma, se a campanha de Soares servir para discutir isto, ou seja, a necessidade do PS de renovar e muito, já será bom. É que a cedência ao velho candidato poderá ser o pretexto para o ponto final neste caquéctico estado de coisas.
Este assunto há-de continuar....

...

terça-feira, agosto 09, 2005

Eles ainda não sabem.....nem sonham!

Paulo Gorjão do Bloguitica, disse assim:
"Eles ainda não sabem...Há uma geração inteira de políticos -- geração num sentido político e não etário -- cujas carreiras políticas entraram na sua fase final. Para o bem e para o mal. Por diversos motivos. Muitas das caras que vemos no presente são já caras do passado. Habituem-se."
Rui cerdeira Branco, do Adufe, recomenda, aqui.
Assim como muitos outros, pela blogosfera, e pelos grupos de discussão, incluindo eu próprio.
Eles ainda não sabem, que toda uma forma de estar na política, está a chegar ao fim.
O indicador mais evidente é a idade. A elevada média etária é indisfarçável. Mas não é apenas a idade que é relevante. É toda uma cultura de actuação, que tem a ver com o ciclo longo do tempo, que tem a ver com o esgotamento. São as redes de conhecimentos que perderam já a elasticidade (ou como diz o Avelino, atingiram o momento plástico…), é o tipo de procedimentos e preocupações; são as coisas que se disseram, e que depois se contradisseram, e já não se podem voltar a dizer; são as amarras, os compromissos; são os amores, os ódios, os dissabores (sapos, há quem lhes chame sapos). São as sucessões, os protagonismos, sempre as mesmas negociações.
Eles ainda não sabem, porque só se vêem uns aos outros, pelos jornais, pelas televisões e até pelas elevadas opiniões, que sempre os vamos vendo dar.
Mas também não sonham, porque na sua maioria, já perderam a capacidade de sonhar.
P.S. Enquanto escrevia isto ouvia Marques Mendes a exigir ao governo mais apoios para as vitimas dos incêndios. Este é que é o principal indicador, é que quando abrem a boca já sabemos exactamente o que vão dizer a seguir. Um abraço a todos, que agora vou de férias. Até um destes dias.

Viva

Ps retira apoio político a José Campos. José Campos retira apoio politico à sua lista PS. As juntas ficam na mesma. O candidato fala depois, consta que não fugiu. Fátima retira apoios políticos a todos e apanha o primeiro avião para salvar o partido. Assis faz declarações mas não refere a palavra "sacos" nem "lixo", muito menos "varrer". Inácio Lemos faz uma conferência de imprensa com cara séria mas toda a gente lhe viu a vontade de rir.
A malta em casa conclui. Ora bem, Em Felgueiras a malta do PS achava que mesmo depois de tudo, era capaz de ganhar com este gajo que ninguém conhece, assim o melhor é fazer qualquer coisa para perder. Além do mais estamos a pôr Felgueiras no Mapa. Não pelo vinho, nem pela beleza do concelho, nem pela actividade cultural, ou mesmo pela industria, que ainda vai resistindo segura à crise do País, vamos mas é ao telejornal, e o Inácio faz aquela carantonha e pau!!
Sim, sim era o que faltava o Parada ficar com o protagonismo todo.
Viva Felgueiras, viva o PS!

O mais animado concelho socialista

Rosa do Aleixo

Rosa do Aleixo desiste da sua "candidatura" à Câmara do Porto e pede a todos apoio para derrotar a direita. A comendadora estará ao lado de Francisco Assis. Faz muito bem, aliás já foi vista muitas vezes em iniciativas de campanha. E faz muito bem Francisco Assis em receber com alegria esse apoio pois ele vêm de quem conhece bem as populações.
No entanto, não vale afirmar a independência total da politica, pois sem pôr em causa o meritório trabalho voluntário que existe espalhado pelos bairros da cidade, julgo que estes devaneios politicos descredibilizam o desprendimento com quje se desenvolvem projectos de solidariedade.
Às vezes é assim, às vezes é assado, sendo que os partidos não são a Igreja Maná onde todos vêem procurar qualquer coisa de extraordinário, antes deveriam trazer qualquer coisa de bom, porque um dia destes tocam à porta do outro com a mesma cara. E isso já não está tão bem, pode-se , faz-se, mas já não é tão legitimo.


segunda-feira, agosto 08, 2005

Com a devida vénia

Eu nem queria aflorar este assunto mas já que Teófilo M. se lhe refere desta forma inspirada n"A Baixa do Porto".

(sempre podem discordar à vontade, aqui) :-)

António Moreira

Alta Lisboa

O TGV é um luxo


Tal como as auto-estradas, há duas ou três décadas
Tal como os telemóveis, ou a banda larga
Tal como a televisão a cores (ou mesmo a outra)
Tal como os frigoríficos, ou o ar-condicionado.
Ou até, os vidros eléctricos, ou o fecho central.
E a Internet e a água canalizada, os esgotos ou a TV-Cabo


Assim é o TGV, um luxo.

Tal como é um luxo também, insistir na melhor educação possível, para a minha filha.

Sabendo que um dia, talvez, o dinheiro não me vai chegar para o básico e para os luxos.
Para a saúde, a alimentação, a habitação, o vestuário, os transportes, etc. e, ainda por cima, para garantir à minha filha, SEMPRE:

A melhor educação possível, porque é um luxo.

Mas nunca lhe vai faltar esse luxo, A MELHOR EDUCAÇÂO POSSÍVEL
(e se tiver que pôr mais água na sopa, Fortuna, ponho na minha e não na dela :-) )

E assim é o TGV, um luxo.

António Moreira

O Aeroporto de Lisboa

Algumas perguntas:

  • Alguém acha que Lisboa (cidade e Região) deve ser servida por um aeroporto?
  • A ser assim esse aeroporto deve situar-se na Portela (onde já está) por alguma razão ou conjunto de razões ponderosas ou apenas porque já está lá?
  • Caso não existisse o aeroporto da Portela e fosse necessário um aeroporto para servir Lisboa (cidade e Região) alguém acha que o mesmo devia ser construída na Portela ou talvez um pouco mais longe da cidade?
  • Quanto valeriam os terrenos actualmente ocupados pelo aeroporto da Portela, caso pudessem ser urbanizados segundo um plano que merecesse um consenso maioritário?
  • Será que esse valor seria suficiente para construir, de raiz, um aeroporto equivalente (se não melhor) numa localização mais adequada, ou seja mais afastada da cidade?
  • Caso se optasse por construir um aeroporto numa localização mais adequada, ou seja mais afastada da cidade, qual seria a área de influência do aeroporto, em termos de valorização de terrenos, medida, por exemplo, em quilómetros quadrados?
  • Qual seria então a valorização total que essa área de terrenos iria sofrer com a construção do aeroporto?
  • Será que esse valor seria suficiente para construir, de raiz, um aeroporto equivalente (se não melhor) nessa localização mais adequada, ou seja mais afastada da cidade?

Estas seriam algumas, com certeza as primeiras, perguntas que eu gostaria de ver respondidas nos tais estudos que, ao ritmo do batuque do Pacheco Pereira, tem vindo a ser reclamados insistentemente em tantos “blogs”.

Talvez então se tornasse claro se estamos a esgrimir “partidarices” ou a falar, seriamente, de investimento público.

Eu não tenho respostas para estas (e muitas outras), perguntas.

A única certeza que tenho é que a esmagadora maioria dos que tem montado e alimentado esta campanha anti a “OTA e o TGV” e o “TGV e a OTA” (fazendo lembrar o Mário Soares dos bons tempos com a Vidigueira e o Alvito, o Alvito e a Vidigueira) sabem tanto, ou menos, do que eu (apesar da pompa com que esgrimem números e gráficos).

E, no entanto, é vê-los ufanos e alegres, cheios das suas certezas.

(otários….)

António Moreira

Feitorias

Num país que sempre deseja heróis miticos, rápidos, resplandecentes e fulminantes, vemos o exemplo menos português de todos - uma catraia de Rio Maior ganhar uma medalha.
Lembro-me de que nos ultimos Jogos Olimpicos ela era uma das dirigentes dos atletas, fazia as boas-vindas e o trabalho voluntário que reside no espirito olimpico. Nunca foi dada como a salvadora das missões de atletismo, mas sempre foi capaz. Fez carreira, transmitiu conhecimento, ajudou outros, agradeceu a todos.
É o exemplo para um país que quer receitas rápidas, ainda que dolorosas, para sucesso imediato. É preciso saber esperar, sofrer, aguentar a fantástica fama dos outros para fazer vêr a todos que sempre se vale qualquer coisa mais.




Se calhar…., ou o cheiro das bolachas

Numa rua estreita no centro da cidade, sobrepondo-se aos fumos e ao cheiro dos combustíveis, queimados pelos transportes, públicos e privados, que se comprimiam tentando chegar à estreita ponte, cheirava-se, durante todo o dia, um delicioso aroma a bolachas, a bolachas fresquinhas, acabadas de fazer…

Alguém se lembra?

Hoje, por força do Metro, já não se faz, por essa rua estreita, o trânsito a caminho da outra margem, mas também o tal cheiro a bolachas, permanece apenas na memória dos mais antigos, pois a fábrica de bolachas que lá existiu por tantos anos, há muito que mudou de poiso ….

Não me consigo lembrar do nome da fábrica, ou da marca das bolachas (decerto alguns com melhor memória a identifiquem de imediato), por isso não posso afirmar com certeza que o que segue é realidade ou, apenas, um faz de conta.

Mas, mesmo assim, apetece-me fazer o exercício de tentar adivinhar o que se terá passado:

Então, se calhar….

Se calhar um dia, os proprietários da tal fábrica de bolachas, olharam à sua volta, olharam para os livros, atenderam aos lamentos de clientes e fornecedores, fartaram-se das pressões, vistorias e multas e entenderam, finalmente, que para fabricar bolachas não era necessário, nem sequer acrescentava valor, estar localizado no centro do Porto.
Se calhar, os proprietários da tal fábrica de bolachas, entenderam enfim que as vantagens que decorriam do facto de a fábrica se situar no centro da cidade tinham, há muito, sido suplantadas pelas desvantagens decorrentes dessa mesma localização.
Se calhar, os proprietários da tal fábrica de bolachas, ouviram a geração mais nova e verificaram que o valor da localização tão central na cidade, da sua fábrica de bolachas, era, afinal, muito superior ao valor necessário para adquirir um terreno adequado, numa localização mais adequada e devidamente infra-estruturada para a actividade industrial e aí montar uma nova fábrica de bolachas equipada com os mais modernos equipamentos e dotada de facilidades logísticas que iriam tornar a vida mais fácil e mais rentável quer a eles quer aos seus fornecedores.
Se calhar então, os proprietários da tal fábrica de bolachas, tomaram a decisão mais adequada do ponto de vista económico.
Se calhar, após muitos estudos e analisadas as diversas opções possíveis, adquiriram, por um preço adequado, um excelente terreno, numa zona suburbana com as características e as infra-estruturas mais adequadas ao seu tipo de actividade, e onde, ainda por cima, verificaram poder tirar partido de atraentes incentivos a este tipo de investimentos.
Se calhar então, construíram uma nova fábrica de bolachas com as características e os equipamentos optimizados para as realidades actuais e para o que se previa seriam as tendências futuras deste sector de actividade.
Se calhar de seguida transferiram a actividade das anteriores para as actuais instalações.
Se calhar, finalmente, venderam as antigas instalações a um promotor imobiliário, ou promoveram, eles próprios o seu aproveitamento imobiliário (de acordo com o que um qualquer PDM em vigor na altura, estabelecia para a localização da antiga fábrica).
Se calhar toda esta operação foi planeada e executada com um eficaz enquadramento financeiro e económico de forma a que, no final, a riqueza dos proprietários da tal fábrica de bolachas era muito superior à anterior.
Se calhar a qualidade das bolachas é agora muito superior, dada a melhoria das instalações e equipamentos destinados ao seu fabrico.
Se calhar agora a rendibilidade do negócio das bolachas é muito superior dada a melhoria na qualidade do produto, mas também nos meios logísticos e outros fundamentais ao desenvolvimento do negócio.
Se calhar agora a vida na zona da cidade onde se situava a antiga fábrica é muito mais agradável para todos dado, em vez de uma unidade industrial, ali se verificar agora o tipo de ocupação que os urbanistas entenderam que era mais adequado e que, fruto desta “deslocalização” foi possível implementar.
Mas afinal, isto vem a que propósito?
Sei lá, será talvez por ser Agosto, será talvez por me parecer estranho todos terem a mesma opinião ao mesmo tempo e assim nem valer a pena as coisas serem discutidas, ou será talvez por me parecer que é mais fácil a alguns chamar logo OTÁrios a outros que discutir seriamente os assuntos.
Sei lá...
António Moreira

domingo, agosto 07, 2005

a esquina

Fico muito preocupado se se confirmar o que está no virar da esquina do Bloguitica.

A evolução americana!

Segundo o NY times:
“Bush Remarks Roil Debate on Teaching of Evolution
President Bush on Monday appeared to endorse the push by many conservatives to give intelligent design equal treatment with the theory of evolution in public schools.”

Na opinião do super inteligente George W. Bush, seria bom ensinar a teoria do criacionismo nas escolas, ao lado da teoria da evolução, ao se falar para os estudantes sobre a origem da vida. Durante uma mesa redonda na segunda-feira com repórteres de cinco jornais texanos, Bush negou-se a expor em detalhes suas opiniões sobre a origem da vida, mas indicou que ambas as teorias devem ser ensinadas."Se me perguntarem se devemos expor as pessoas a diferentes ideias, a resposta então é que sim", disse Bush. A teoria do criacionismo considera que a vida na Terra é demasiado complexa para ter se desenvolvido sem a intervenção de uma inteligência superior.

George W. Bush promoveu mais uma vez a introdução do criacionismo inteligente (intelligent design), nos programas de biologia das escolas públicas americanas, com apoio dos conservadores cristãos.

Segundo o http://renaseveados.weblog.com.pt/, cujo texto transcrevo pela ironia e acerto:

O criacionismo propõe que a origem da vida na Terra se deve ao trabalho árduo (e provavelmente não remunerado) de uma inteligência superior, que criou todos os animaizinhos e plantinhas. Todos! Sem excepção. Mas a divindade trabalhadeira não se ficou por aí: @ pobre coitad@ ainda hoje por aí anda, num verdadeiro frenesim, introduzindo mutações “aleatórias” (qual slot machine) nos genes dos mesmos animaizinhos e plantinhas, para que as espécies possa assim evoluir. Enfim, uma canseira descomunal e... uma grande treta! Este intelligent design, história da carochinha, ou evolução para dummies (como queiram), não é mais do que um disfarce rebuscado do fundamentalismo bíblico, e serve o propósito de introduzir descaradamente a religião no ensino público da biologia.
“No meu tempo” (alto lá, nada de tirar conclusões precipitadas sobre a minha idade) o criacionismo fazia parte do programa de biologia, e imagino que ainda faça. Era referido numa perspectiva histórica, assim como a hipótese da geração espontânea e o Lamarckismo. Nesse contexto, ensinar o criacionismo nas escolas não me choca. É assim como estudar a astronomia de Ptolomeu nas aulas de História. Pronto, confesso que até tinha a sua piada. Porém, Bush defende que igual importância deve ser dada a esta hipótese anedótica do creacionismo inteligente e à teoria da evolução das espécies (Darwinismo ou neo-Darwinismo), com o argumento de que os alunos devem ser expostos as diferentes escolas ideológicas: uma baseada em dados científicos reais; outra fruto da imaginação e sem qualquer fundamento científico. Lá está, seria o mesmo nos dizerem que a hipótese geocêntrica de Ptolomeu é tão verdadeira como a hipótese heliocêntrica de Copérnico.Esta igualdade entre factos e pura ficção sim, é grave.
Para quando o estudo dos efeitos do atrito no trenó do Pai Natal nas aulas de Física?


José Pedro Machado

Li num canto superior do Expresso a noticia do falecimento de José Pedro Machado. Confesso que não fosse isso e a noticia me passaria ao lado, é pena.
Para quem necessita de estudar o valor das palavras conhece bem este grande cultor da Língua Portuguesa.
Também não interessa nada se está ou não connosco, pois os seus dicionários acompanhar-nos-ão por muito mais tempo. No entanto devemos-lhe um tributo merecido, pelo Grande Dicionário da Lingua Portuguesa de António Morais e o incontornavel (e quase unico) nosso Dicionário Etimológico.

sábado, agosto 06, 2005

Isto ainda vai dar bronca!

Parece que António Parada, o tal dos problemas da Lota de Matosinhos que condenaram Narciso Miranda e Manuel Seabra ao afastamento, é o candidato do PS à Junta de Matosinhos. A questão é que a comissão de inquerito aos incidentes da lota foi ainda mais dura com A. Parada do que com os outros dois, se não estou em erro, chegando mesmo a propôr a sua expulsão do Partido.

Isto ele há cada uma...

Ó João Miranda, não me diga que a seca molhou os terrenos a sul. Poderá, se quiser, haver os mesmos incêndios a sul e mais incêndios a norte, onde a área florestal é mais fragmentada. O que dá ao todo mais incêndios. Se há menos área ardida é porque a actuação é mais eficaz, ponto. O que aliás já todos nós sabemos. Desde aquele artista chamado Figueiredo Lopes que sabemos.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Recebi esta informação da Ordem dos Arquitectos

Sem comentários....
Cerimónia de lançamento da primeira pedra05 de Agosto 15H30O Arquitecto Álvaro Siza Vieira apresenta amanhã, dia 5 de Agosto, o projecto do Pavilhão Multiusos de Gondomar. Trata-se de um equipamento sem paralelo na Àrea Metropolitana do Porto. Orçada em 14.842.362,54 €, a obra será lançada de imediato, estando igualmente previsto o lançamento da primeira pedra para amanhã, pelo Presidente da Câmara Municipal de Gondomar. A C.M.G. convida todos os arquitectos e projectistas para assistirem à cerimónia, que decorrerá pelas 15H30, junto da saída para Gondomar do IC29.

Temos plano para salvar Portugal

Para descontrair um bocado do calor:
Passo 1: Trocamos a Madeira pela Galiza, têm que levar o Alberto João.
Passo 2:Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A industria textil portuguesa é revitalizada. A Espanha fica encurralada pelos Bascos e Alberto João.
Passo 3:Desesperados os espanhóis tentam devolver a Madeira (e Alberto João). A malta não aceita.
Passo 4:Oferecem também o Pais Basco. A malta mantem-se firme e não aceita.
Passo 5:A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados os espanhóis oferecem-nos: a Madeira, Pais Basco e Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Alberto João e os Etarras. A malta arma-se em difícil mas aceita.
Passo 6:Dá-se a indepêndencia ao País Basco, a contrapartida é eles ficarem com o Alberto João. A malta da Eta pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Alberto João a Madeira torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo no fundo são mansos).
Passo 7:Afinal a Eta não aguenta com o Alberto João, que entretanto assume o poder. O País Basco pede para se tornar território português. A malta aceita (apesar de estar lá o Alberto João).
Passo 8:No País Basco não há carnaval. O Alberto João emigra para o Brasil...
Passo 9:O Governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o Alberto João para a Madeira.
Passo 10:Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do AlbertoJoão) Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!Alberto João enfraquecido pelos festejos do carnaval na Madeira e Brasil, não aguenta a emoção.
Passo 11:E todos viveram felizes para sempre!

Aliás...

... quanto a presidenciais, a procissão ainda vai no adro.
Não foi Mario Soares que disse em tempos que não deixava cair os amigos? Então...

Ah! Finalmente!

Está quase tudo aqui! Se um aeroporto incentiva muita gente, dois aeroportos incentivam muito mais... E pensava o outro que o deixavam ser presidente da republica assim, sem mais...
O Poder conquista-se, talvez hoje com pouco sangue, mas com muito suor e lagrimas!

Sobre a OTA...

..., como estou quase a ir de férias, vou fazer como os outros, isto é, fazer de conta que não vejo e analisar os "estudos".
Três boas razões para fazer a OTA:
1. A OTA é fixe
2. A OTA é fixe
3. A OTA é fixe
Três boas razões para não fazer a OTA:
1. Mais... Portela
2. Mais... Portela
3. Mais... Portela
Pronto, está visto que é uma decisão politica.
P.S. Neste post não escrevi nada nas linhas, está tudo nas entrelinhas.

Sabem como se come um elefante?

É fácil, um bocadinho de cada vez.

Também funciona com dois, mesmo se brancos…

Vamos então navegar em contra corrente, pegando num assunto que já foi aqui aflorado, mas agora para o analisar segundo uma perspectiva que vai ao arrepio de algumas posições já aqui expressas e que, nesta altura, são quase universalmente consensuais na “blogosfera”.

Trata-se então da OTA e do TGV, por tantos já tratados como se fossem as grandes obras do regime ou como se o caixão que alguns já quase encomendaram para este desgraçado país estivesse apenas à espera que lhe fossem pregados estes dois últimos pregos.

É claro que não surpreende ver todos os opositores ao actual governo a bater na mesma tecla, afinal nesta santa terrinha, entende-se que fazer oposição é só isso, estar contra tudo o que faça o poder, nem que se tenha que, alternadamente, defender tudo e o seu contrário.

Nem me surpreende ver esta unanimidade na “blogosfera”, enxameada de opinadores da direita ressabiada (embora alguns gostem de se auto classificar como “liberais”), a qual encontrou nos jornalistas com o “rabo mais pesado” uma conveniente caixa de precursão, numa relação promíscua que tão bem serve as duas partes.

Agora o que me surpreende é ver pessoas cuja opinião eu tanto estimo, aqui e noutros espaços, alinhar pelo mesmo coro de críticas, quando me parece que a análise não será tão directa.

Primeiro que tudo, penso que a análise a estes projectos não deve ser reduzida a uma simples querela partidária nem, muito menos, a uma batalha da, eterna, “guerra” Norte-Sul.

Seguidamente, devemos reconhecer que, quer os tais pretensos “liberais” queiram, quer não, a nossa economia é um pesado comboio que só se move quando puxada pela mesma locomotiva de sempre, o INVESTIMENTO PUBLICO.

Infelizmente, tirando poucas excepções, não existem, em Portugal, empresários dignos desse nome, pelo que, independentemente de quem governa num dado momento ser mais ou menos de direita, mais ou menos “liberal” a receita para, ao menos, manter os portugueses entretidos e haver uma ilusão de que algo a nossa sociedade produz tem sido e vai continuar a ser o INVESTIMENTO PUBLICO.

Ora são as Auto-Estradas, ora são as Capitais Europeias da Cultura, ora são as Expo98, ora são os Euro2004, ora é o Metro do Porto, o que é um facto é que, desde a nossa entrada na então CEE, essas tem sido as locomotivas da nossa economia.

É evidente que sempre se foi conseguindo atrair algum bom investimento externo, como o caso da Auto-Europa (e prometo não falar, por enquanto, daquela famosa plantação de morangos com que íamos invadir a Europa….) mas tal nunca foi suficiente, pelo que o fundamental foi sempre a execução de GRANDES OBRAS PÙBLICAS.

É evidente que podemos e devemos discutir prioridades.
Devemos discutir porque se fazem estas e não aquelas, porque não se constroem então Hospitais, Escolas, sei lá, tanto do que ainda nos falta para sairmos deste vergonhoso estádio de sub-desenvolvimento.

Mas então, agora deu-lhes para a OTA e o TGV, pelo que devemos então tentar fazer uma análise a estes dois investimentos começando já por evitar um primeiro erro:

Enfiar os dois no mesmo saco.

Depois, então, deve-se evitar um segundo erro:

Comparar a valia desses investimentos com outros anteriores.
(nomeadamente se estivermos tentados a pensar no tal “investimento” feito em 10 Estádios de Futebol.)
Os erros anteriores tem que deixar de ser a eterna justificação, para a sua repetição, pelos mesmos ou por outros responsáveis.

Continua…

AMNM

Palavras para que?

Post para reflectir!

Paulo Gorjão, AQui!

Ai que giro...

Nesta história da OTA anda tudo a fazer que não vê, ou a fingir que vê passar os aviões. É como dizia o outro, não penses que lá porque não estou a ver, quer dizer que não estou a ver. Ora, batatinhas...

Fogo

por Fortuna, bloguista a tentar ser independente
Mas o que diabo anda o Primeiro-Ministro a fazer no Quénia com os filhos quando o pais está todo a arder. Ele achará que o Costa chega para substituir o PM e ainda tratar dos fogos?

Fogo

por Fortuna, bloguista cheio de partidarite.
Que engraçado que é ver estes direitolas todos preocupados com os 30 mil hectares ardidos até agora, este ano. Quando Durão Barroso deixou arder quase 500 mil hectares em 2003 estavam todos caladinhos. Até hoje estão esquecidos que só esse ano tem mais responsabilidade na devastação da floresta portuguesa do que os outros todos juntos (contando obviamente com a natural regeneração). Até hoje estão esquecidos da verdadeira ruina que o desleixo de um governo provocou a todos aqueles que tem a floresta como recurso economico e ao proprio país.
Agora não se cansam de dizer que o país está em estado de "emergência".

quinta-feira, agosto 04, 2005

Sobre a discussão pública

Devo dizer que por sugestão de um colega, um dia destes irei estar envolvido num projecto que debate mais aprofundadamente a “discussão pública”, passe o pleonasmo.
Quando me refiro à discussão pública, faço-o relativamente aos grandes projectos – à chamada obra pública.
Na verdade a maioria das vezes, os planos, os PDMs, os loteamentos não tem participação nenhuma, ou se as tem não são propriamente contributos, mas antes usos legais de quem já realiza embates judiciais.
Propostas e intervenção real existe pouca. Por outro lado as assembleias e as vereações vêem a intervenção pública com desdém, até porque, quem conhece esses órgãos apercebe-se facilmente que as relações intra-partidárias são de longe mais fortes que a inter-partidárias.

O papel dos blogs, dos fóruns e do meio associativo tem-se revelado extremamente poderoso. Reconheço que às vezes a tendência neo-conservadora é de fácil instalação, nomeadamente no Porto, onde a população desconfia bastante de grandes projectos.
Lembro-me a propósito, de uma conferência em que Nuno Portas convidou o Galiano (ilustre teórico e director da AV de Madrid), para “descascar na “Casa da Musica” de Koolhaas e mostrar que o projecto era copiado de uma casita. Hoje alguns dos que estavam bem contentes com a iniciativa, são os maiores defensores da Obra, inclusive os seus promotores.
No entanto, ela não teve discussão publica. Os Polis não tem discussão pública e na verdade não há discussão publica nenhuma de jeito.
Talvez fosse tempo dos deputados realizarem uma iniciativa parlamentar.

60 Mil Contos ou 120 mil contos?

Ou, “como poupar umas massas”
(Recupero este "post" que publiquei no Provotar, acho que vem a propósito)
Não foi muito comentada (que eu visse) nem em Blogs nem na comunicação social, a informação, prestada por um interveniente na recente Reunião Pública “Em Defesa dos Aliados”, de que a operação de rodar 180º a estátua do D. Pedro, custaria a módica quantia de 60 Mil Contos!!! (assim mesmo contos à moda antiga)
Parece-me muito dinheiro, pelo que muito gostaria de ver alguém a confirmar ou desmentir esta informação.
No entanto, nem que fossem “apenas” 6 Mil, ainda me parecia caro.
Mas, por enquanto, vamos lá elaborar com base nos tais 60 Mil Contos, pois parece-me que a situação carece de análise, por simbólica.
Começo então por questionar:
Alguém acha que vale a pena gastar 60 Mil Contos para virar a estátua para o Norte?
Alguém acha que é uma prioridade para a Cidade gastar 60 Mil Contos a virar a estátua para o Norte?
Alguém acha que é por causa de permitir um melhor enquadramento ao acesso à estação do Metro que se vai gastar 60 Mil Contos a virar a estátua para o Norte?
Alguém acha que é a altura correcta, dada a necessidade de conter a despesa pública, para gastar 60 Mil Contos a virar a estátua para o Norte?
Mas, admitamos como provável que não serão consideradas as objecções dos “profissionais do contra”, e lá se gastam os tais 60 Mil Contos e se vira a estátua para o Norte.
É provável que, passado algum tempo, apareça alguém que, por considerações históricas ou estéticas, entenda que, afinal, se deve voltar a virar a estátua para o Sul.
Dependendo do seu poder, de persuasão ou outro, pode ser até que a ideia tenha pernas para andar.
E, considerando os antecedentes históricos, até me parece um cenário muito plausível.
Então, seguindo este raciocínio, é provável que, dentro de algum tempo, se esteja a ponderar a despesa de mais 60 Mil Contos (actualizados) para se tornar a virar a estátua para Sul.
Então é provável que, em vez de 60 Mil Contos, estejamos na realidade a falar de um valor previsto de 120 Mil Contos, para virar a estátua para Norte e, passado algum tempo, tornar a virá-la para Sul.
Por isso cá vai a minha proposta:
FAÇA-SE TUDO DE UMA VEZ
Ou seja, aproveitando a presença dos equipamentos e dos operários, se rode a estátua 180º para Norte e, logo de seguida, aproveitando as sinergias, se rode outros 180º, ficando assim, definitivamente a estátua virada para Sul.
Estou convencido que, se bem negociada, esta solução permitiria poupar um valor significativo, à CMP, ao Metro do Porto ou sei lá, a quem vai pagar esta operação, e que, em vez de 120 Mil Contos, se poderia fazer o serviço por apenas 100 Mil Contos ou até menos, com a vantagem de se causar um menor transtorno ao trânsito de viaturas e peões, dada a operação, no seu total, ser realizada de uma só vez.
Obviamente que, apesar de menores, continuaria a haver lugar a honorários de valor significativo, e até, quem sabe, talvez ainda dê para umas prendazinhas, pelo que, nem projectistas nem decisores sairiam muito penalizados.
Esta minha proposta parte do pressuposto que o tal valor de 60 Mil Contos para dar “meia volta” à estátua é o correcto (novamente solicito confirmação ou desmentido) e, tem apenas como objectivo, permitir alguma poupança de recursos ao erário público (?) e de transtornos à população.
Naturalmente admito que possam haver outras ideias que, quem sabe, produzam o mesmo efeito final com custos ainda inferiores.
São sempre bem vindas.

Melhores cumprimentos
António Moreira