terça-feira, junho 16, 2009

Caminhar sobre vidros partidos

 

Assim vai o PSD! Todos excessivamente atentos a todos, como demonstram as reacções às declarações de Rangel sobre possíveis coligações com o CDS.

A Rangel não lhe bastou ser o grão de areia na engrenagem dos vices e ainda quer palpitar. Pois, percebe-se que queira, mas talvez já seja demais. E logo com indicações de estratégia, que por tradição estão reservadas aos grandes… estrategas. Não, não pode ser. Para os vices isso não pode ser. Mas também não podia ser vencer as eleições e afinal foi o que se viu.

Para nós, que nada temos a ver com isso para além da mera opinião, há todavia um curso natural das coisas que nada tem que ver com prestações de ultima hora deste ou daquele. Uma espécie de determinismo politico.

Para nós, Paulo Rangel só fez disparates nesta campanha, comprometendo inclusive a sua imagem de politico credível, ao propor medidas ridículas e danosas como o ERASMUS EMPREGO ou demagógicas como PAGAR A CRISE COM OS FUNDOS ESTRUTURAIS (em ambos os casos já explicamos aqui porquê); e no entanto ganhou as eleições. Independentemente da também fraca prestação dos candidatos a deputados europeus que o PS apresentou, a questão que se põe é se o PSD não teria ganho igualmente as eleições sem Paulo Rangel. Estamos em crer que sim.

Mas nestas coisas há um elã que se cria, e depois da vitória, passou a contar mais uma opinião de Paulo Rangel, por disparatada que seja (e esta é, já que o PSD não tem nenhuma vantagem em falar já de coligações), do que a sensatez morna das lideranças de gabinete.

Também por isso o PS vai ganhar as próximas legislativas. Porque se é verdade que o poder corrói, no caso do PSD até a própria miragem do poder já corrói.

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