terça-feira, janeiro 31, 2006

Vale por uma sondagem...



Apanhei esta “pérola” na nossa caixa de comentários:

“…Não te esqueças que o António Moreira não é militante do partido, nem tão pouco vota PS, por isso a opinião dele vale o que vale…”



Ficamos assim a saber uma de duas coisas:

Para o nosso “ilustre” comentador a minha opinião vale tanto como uma sondagem (com a vantagem de ser de graça), ou então, valerá menos que a sua apenas pelo facto de ele ser militante do partido e votar PS, o que, reconhecidamente, não é o meu caso.

De qualquer forma é de agradecer a certidão (apesar da sua proveniência)

Pois é, “há dias de manhã…”
António Moreira

segunda-feira, janeiro 30, 2006

A super cidade

Paulo Rangel e Rio Fernandes continuam na saga por um novo desenho do Porto. Agora lançaram um repto.

Eu subscrevo a discussão!

sábado, janeiro 28, 2006

A apologia da Carne Assada

Pelos vistos no PSD a luta das directas já vai na comida e nos Jantares.
Na verdade o Marco António Costa antecipou as eleições e sabe do que fala, simplesmente foi redutor no Menu. Eu próprio, habitue de alguns repastos direi que está também muito em moda o arroz à valenciana; o arroz de Pato; Rojões sem ser à moda do Minho. Nas entradas rissóis rançosos, croquetes que eventualmente tem mais carne que pão, e aqui e ali um creme de legumes com bastante água. De sobremesa vem aqueles maravilhosos bolos de chantilly e de quando em vez somente uns eclaires para comer à mãozinha. Finalmente o sempre presente café, de saco, aguadito, qual carioca, às vezes sem o pacotito de açúcar.

Em geral estes jantares são pagos com 5 euros, ou então à borla com consequências negativas no menu.

Falta dizer que a seguir ao jantar podem encontrar qualquer um dos políticos nos seguintes restaurantes, a comer a sério, que eles são parvos às vezes, mas não são burros:

Galiza; Convívio; GambaMar e Capa Negra, de vez em quando na Cufra



sexta-feira, janeiro 27, 2006

Olha, Olha (Agora explicado) !!!!!

Olha, Olha, os passarões
A zombar com o petiz
Não sabem eles que à Sorte
A trica nada lhe diz
(Esta quadra foi escrita ainda em Lisboa, junto à torre de Belém. Preparava-se o Gama para a grande epopeia, na azafama própria das grandes empreitadas, e os velhos, dali, do Restelo, em amena cavaqueira e zombaria, numa maledicência desmotivante, de tricas e intrigas. Deplorável, deplorável!)
A Sorte, ou melhor, a Fortuna
Destino, fado, dinheiro
Embora de olhos fechados
Chega lá sempre primeiro

(Os interesses materiais estão sempre presentes nestas coisas. E tendem a tomar a dianteira, numa cruzada cega para o lucro. É certo que não é bonito, nem engrandece, mas há quem diga que dai vem o progresso...)
É só ver os resultados
Das eleições principais
Quem tem Fortuna tem sorte
Quem não tem não ganha mais
(Este foi o momento mais difícil para o Gama, o das escolhas já ao largo das Canárias. Ou bem que tomaria o caminho das especiarias e da fortuna do reino, ou levaria a cabo a difícil missão que El Rei D. João lhe confiara. Hoje sabemos que fez a opção certa.)

E se isto é verdade agora
Mais verdade é no futuro
Quem desafia o destino
Boa sorte não lhe auguro
(Quanto mais para sul mais difícil seria flectir as caravelas para ocidente. Infeliz o Gama que desdenhou a glória e escolheu a riqueza)
E aqui prós brincalhões
Que brincam com “lucifer”
A tradição é presente
E o passado ninguém quer
(São sempre “mais as vozes que as nozes”. Assim o eram também os ventos do cabo. As caravelas passaram e ninguém mais olhou para trás. Ninguém não, o poeta (que pecado!?!?) vive sempre com a nostalgia do tempo passado, a SAUDADE, em português)
Pintam quadros a preceito
Fazem juízos apressados
Depois não fiquem tristonhos
Ao olhar os resultados
(Pois quem julgava que ao primeiro sopro tudo se desvaneceria, enganou-se. A confiança do reino era grande e assim o era também nas caravelas, já por mares mais serenos)
Se a escrita é uma arte
E o pensamento, elevação
Olhem que das coisas mais sérias
É um aperto de mão
(Tudo se esvazia no momento exacto do encontro entre os povos. É inútil procurar transmitir a incrível sensação da descoberta.)
Quem passou pela cidade
Do vinho, da torre e da Sé
Sabe o que há a fazer
Para mostrar como é que é
(E tanto que havia para ensinar aqueles povos de além mar, perdidos da alma e da fé. Tantas trocas para fazer, para as contas saldar.)
Todos juntos de uma vez
Num grande aglomerado
Vai deixar o novo Rei
Completamente pasmado
(Sabíamos quanto tínhamos defraudado as expectativas de El Rei de Portugal, o príncipe D. João. Mas não deixávamos de nos convencer que a duração da viagem superaria a vida do grande Rei e que um novo apreciaria o feito alcançado, não deixando de felicitar o Gama.)
De três em três, a mulher
Lá se alinha se convém
Mas queremos ainda mais
Queremos o que ninguém tem
(Não foi nada de que nos possamos hoje orgulhar, aquela passagem pela ilha dos encantos. Tomados pelo diabo, queríamos tudo, sempre mais.)
Queremos juntar os mais velhos
Com os novos a dialogar
Abrir a porta ao futuro
Para que aqui possa entrar
(Já o Gama não sabia o que fazer, perante tamanha perdição. Resolveu integrar o poeta na sua resolução. Resolveu também substituir os velhos imediatos por jovens capitães)

Queremos dizer aos amigos
Do discurso incoerente
Que aqui não há tabus
Cada um diz o que sente

(E o que contar na chegada a Lisboa? Que há mais mar para além do mar? Ou que há terra para habitar? Promessas de um futuro da gloria, ou das tormentas a história?)
Com humor ou perspicácia
Mesmo os duros como o aço
Sim, os mais inflexíveis
Tem aqui o seu espaço
(Perante o relato de tais façanhas, que cada um teve para contar, eis que El Rei D. Manuel, o reino mandou unificar. Glorificou o Gama e nem mesmo os mais contrariados se atreveram a contestar.)
Por mais que a espera se alongue
Mais do que o coração alcança
Não se iludam, não se enganem
Ninguém nos tira esta dança

(No fundo, no fundo, sabemos que a história nos reserva um lugar entre os valorosos povos do mundo. Sabemos que depois da tempestade das grandes travessias chegará a primavera de todas as esperanças.)

Apanhado...


Meus queridos comentadores
Finalmente se fez luz
Quem a viu foi o Miguel
Quando me acenou com a cruz

Como de pé me mantive
O sacrista logo topou
Aqui há mão do tinhoso
Nem sequer se ajoelhou!!!

Já te topei Mafarrico
Andas feito com o Sonso
Roubaste o carro do Noddy
Esse é que é um grande tonto

Querias a Teresa e a Dina
Mas o Faísca também
E até mesmo os xadrezitos
Decerto sabiam bem

Digo-te eu, o Senhor Lei
Vade Retro Satanáz
À cidade dos Brinquedos
É que não mais voltarás.


António Moreira

Sobre Porto-Gaia

Sobre Porto-Gaia, vou deixar umas notas muito simples:
1. Não se devia falar em Porto-Gaia, mas sim no desenho territorial de uma nova cidade. Sandim tem muito menos sentido que Matosinhos, São Mamede de Infesta, ou rio Tinto.

2. A cidade real do Porto já não é o Porto. O Mapa turístico do Porto não existe sem Gaia e já depende bastante de Matosinhos.

3. A vida quotidiana já não se faz sem interligar as cidades, repararam que a linha do Metro do Porto começou em Matosinhos. Alguém disse que não era o Metro do Porto, mas sim o de Matosinhos, Maia ou Gaia?

4. Como sabem, sou favorável a um novo desenho da cidade, pois acho que a área metropolitana não existe se não possuir uma cidade forte. Mas ela existe, só que chamam-lhe nomes diferentes e tem mais que um autarca a mandar.

5. A teoria da área metropolitana eleita é forte porque é a mesma ideia da grande cidade só que aumentada, mais na tradição das cidades americanas, herança do planeamento norte-americano do inicio do século XX. Frank Lloyd desenha a Broadacre city e escreve sobre a cidade do amanhã a pensar assim. A tradição europeia ( e eu gosto das tradições, porque elas são actuais, senão eram história e não tradição) é a das cidades, como sabem fruto da influencia das cidades estado.

6. Acho mesmo importante discutir o assunto, inclusive existirem eventos inter-partidários, porque não há duvida que é preciso fazer qualquer coisa e em breve. Para tal é sempre necessário uma comunhão de esforços à laia “Pacto de Regime”. Se tal se conseguisse era um feito e o inicio de um nova era na região.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Hoje, no PUBLICO

A noticia da candidatura do nosso Avelino Oliveira à concelhia do PS Porto.
Abertura à Sociedade e ao debate em oposição à logica aparelhistica estrita;
Incentivo à adesão de novos militantes;
Reorganização de algumas das estruturas de base;
Reflexão profunda sobre o território e a cidade;
Respeito e apreciação sistemática da história do partido na transmissão de valores às novas gerações;
Promoção das estruturas partidárias como local privilegiado, mas não exclusivo, da realização do debate e do trabalho politico;
Contribuição permanente para a efectiva paridade de sexos na actividade politica;
Promover o PS Porto como um lugar de inclusão e de futuro;
e ainda mais, são compromissos do nosso amigo.

Quanto Porto é bom para o Porto

Estive ontem presente no Café Majestic para assistir ao debate, organizado pela Juventude Popular, sob o tema “Quanto Porto é bom para o Porto”.

Que bom foi estar novamente numa “tertúlia” de discussão com Rui Moreira, Rio Fernandes e Rogério Gomes, e que falta vão fazendo mais iniciativas do género.

Fundamentalmente em discussão estava a ideia (peregrina?), retomada recentemente por Paulo Rangel, nas conferências da Católica, de avançar com a fusão entre os municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia.

Confesso que não é tema que me provocasse grandes entusiasmos, não que entendesse que daí viesse um maior mal ao mundo, mas também por me parecer pouco provável que alguma panaceia milagrosa pudesse germinar de tal casamento.

Sempre considerei que uma sociedade medíocre, dirigida por uma “elite” de medíocres dirigentes partidários, que vão penando na província apenas por não terem conseguido assegurar um qualquer cargo “nacional” (donde, necessariamente, na capital), e sufragada, bovinamente, por uma sociedade local amorfa, não se regenera e levanta pujante de energia por mera acção de uma putativa união que lhe confira estatura e dimensão metropolitana.

Basicamente, Rui Moreira defendia a ideia que a forma era importante, ou seja de que ao avançar com um casamento de papel passado entre o Porto e Gaia, talvez também com Matosinhos, se ia o (novo) município apresentar “à sociedade” com uma força que não teria sem essa formalização.
A excelente capacidade de argumentação de Rui Moreira convenceu-me das vantagens deste modelo.

Já Rio Fernandes defendia que, mais importante do que a forma era a função, ou seja que mesmo não havendo qualquer fusão era já possível e desejável que se implementasse uma cooperação intermunicipal adequada, em diversos domínios específicos, com transferência de competências e meios dos municípios para eventuais “autoridades pluri-municipais” a criar, por acordo, para o efeito.
Ou seja, em lugar de um "casamento, de papel passado e tudo" defendia o conceito das “uniões de facto” alargadas também a Gondomar, Maia e Valongo.
A, também excelente, capacidade de argumentação de Rio Fernandes, convenceu-me, também, das vantagens do modelo por si apresentado.

Ou seja, conclui que ambos tinham razão e que as ideias que defendiam podiam, sem grandes dramas, ser harmonizadas.
Da mesma forma que é possível (e desejável (?)) experimentar em “união de facto” antes de avançar para a formalização de um casamento.

No entanto, após uma boa noite de sono, continuo, como antes, convencido que a coisa não tem pés para andar.

As pessoas, pois o problema está nas pessoas, não são diferentes se o seu território estiver FORMALMENTE organizado desta ou daquela maneira.

As pessoas, pois o problema está nas pessoas, se não viram o interesse ou não foram capazes de se organizar em “união de facto” até aqui, porque raio é que vão ver esse interesse agora ou passar agora a ser capazes de assumir um compromisso de partilha?

Porque esta é a altura propícia, dado virem aí três anos sem eleições, foi um dos argumentos ouvidos.
E daí?

Será que os dirigentes locais dos partidos vão, por isso, passar a pensar pelas suas cabeças sem antes perguntar às direcções partidárias o que devem pensar?

Será que as direcções partidárias vão analisar o problema e as possíveis soluções à luz dos interesses do país, das cidades e das populações ou à luz dos seus interesses partidários?

Será que as direcções partidárias vão analisar o problema “de per si” ou será que as suas posições vão ser condicionadas pelas posições dos outros (assim como foi com a Regionalização) tipo se o PS for a favor, o PSD e o CDS tem que ser contra e vice-versa?

Enfim, será que com os actuais presidentes das câmaras do Porto e de Gaia, alguém acredita que isto sequer se discuta? (deixo aos leitores com mais imaginação as fantasias quanto ao tipo de discussões que isso iria dar..).

Em resumo e acima de tudo:

O importante é que se vá discutindo
O importante é que pessoas de boa vontade se vão juntando para analisar e procurar soluções para os problemas que são de todos.

Desta vez foi iniciativa da JP e quase não vi lá ninguém (tirando uns dois ou três) que não estivesse ligado ao CDS/PP.

Poderiam e deveriam (ao menos para isso sirvam os tais três anos sem eleições) realizar-se debates e tertúlias regulares, com organização conjunta dos diversos partidos (mas sem claques) ou por iniciativa de algum jornal (ou da ACP) mas convidados de todos os partidos (e não só) para se começarem a debater seriamente os assuntos da cidade e da política em geral.

Ou se calhar

Nem vale a pena.

António Moreira

e-visitas

Ás vezes gosto de "e-visitar" cidades, esta é bem portuguesa, e já me tinham avisado que era um excelente exemplo.

É-vora

the next one

Dizem, com alguma graça que o PS já escolheu o próximo candidato presidencial:



quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sabia que o voto desta "senhora"...


Vale tanto como o seu?
Como me parece que a Incoerente terá sido a única (dos que se deram ao trabalho de comentar) que terá percebido o meu “post”, a imagem de hoje obedece à sua sugestão.
Depois de ter já assente grande parte da poeira causada pela generalidade dos comentadores ao meu comentário intitulado “Por mais voltas que queiram dar... “ é tempo de pedir aos leitores (interessados, claro) uma releitura de alguns dos meus anteriores comentários, a saber:

19/01/06 – As Sondagens e as eleições
12/12/05 – Mas…, Quem escolhe é este, Ou mesmo este; Este…;Quem sabe se este…;Também pode ser este; Este homem pode ser o próximo presidente da república
e, principalmente:
05/12/05 – Demolimos?

Aliás, deste último, gostaria de recuperar algumas questões, que ninguém achou interessante aflorar:

Pois então
Se, na realidade, se pretende discutir sociedade e estado.
Se todos(?) temos consciência de que algo (muito?) não está bem.
Se todos(?) temos consciência de que é necessário “inventar” um novo modelo.….
Porque teimamos em manter tantos dogmas?
Porque não pomos TUDO em causa?
Porque nos recusamos a discutir algumas “verdades”
Ó arquitectos (sedentos e não só)
Para projectar a forma de urbanização ideal de uma dada área já urbanizada, não será importante primeiro, analisar o que lá está e ver o que se deve manter e o que deve ser demolido?
Então digam-me lá.(por hoje começamos com algumas simples)
Porque é que se tem que votar tudo num só dia (das 08 ás 19)?
Porque é que se tem que votar exactamente naquele local?
Não se pode votar no Multibanco, na Internet, ou nas máquinas da “Santa Casa”?
Porque é que não se pode conhecer a evolução da votação?
Porque é que a Assembleia da República não pode contratar uma empresa privada (nacional ou não) para assegurar o governo da nação?
E, já agora, porque é que a Assembleia Municipal não pode contratar uma empresa privada (nacional ou não) para assegurar a gestão da câmara municipal?
Porque é que é preciso um Presidente da República?
Não servia o Presidente da Assembleia da República?
E esta para os “liberais”

Qual é a diferença entre o estado e um condomínio?
E entre o estado e a família?
E entre família e condomínio?
Porque é que o princípio de “um homem um voto” é tão cegamente aceite?
Então, no caso de um referendo à IVG, o voto da mãe da Joana (ou do pai da Vanessa) vale tanto como o meu e o seu?
E, no mesmo referendo, os padres (católicos e castos) devem também votar?
E, já agora, os homens?
E, em todos os casos, o voto do “emplastro”, é igual ao do Avelino?
E, já agora, num referendo à regionalização, o voto dos “lisboetas” deve contar?

Por isso, porque ninguém ainda respondeu ou mostrou ter interesse em sequer discutir estas questões, também não admito que me venham com alusões a “mau perder”.
Se a vitória de Cavaco foi, para mim, uma derrota?
Claro que sim, acho até que foi uma derrota para todos os portugueses.
Mas as minhas posições são as mesmas que seriam se fosse um qualquer outro candidato a ganhar.
A pessoa que retratei é apenas um português como qualquer outro, no que a eleições diz respeito, tem tantos direitos como qualquer outro e o seu voto vale o mesmo que o seu ou o meu.
Ou seja, limitei-me a relatar o óbvio, como, antes, tinha já previsto o mais que óbvio.
Então, porque é que o óbvio, a verdade factual, gera tanta agitação, tanta raiva, reacções tão violentas?
Eu tenho a minha opinião, claro.
Mas, por agora, gostaria de ouvir outras.
Porque gosto de lançar temas para a discussão.
Porque acho que é importante discutir, debater, pôr em causa, questionar.
Acima de tudo porque é importante pensar.
Pense... se quiser.
António Moreira

terça-feira, janeiro 24, 2006

Agita-se o PS Porto

N”A Baixa do Porto”


Está anunciado o debate «Quanto Porto é bom para o Porto?»

“O debate terá como oradores Dr. Rui Moreira e Professor José Rio Fernandes, sendo moderador o Dr. Rogério Gomes.Após o debate inicial haverá um período de tempo destinado à participação do público, para o qual foram convidadas várias personalidades da vida da cidade e da região, entre políticos e demais intervenientes da sociedade civil.”

Penso que o assunto a debate terá interesse para muitos dos que aqui escrevem ou nos visitam.

A organização é da responsabilidade da direcção distrital da Juventude Popular.

Parece-me uma iniciativa muito interessante e um excelente exemplo do que os partidos devem fazer se pretendem criar laços mais profundos com a “sociedade civil” e, realmente, ouvir o que pensam os “de fora”.

A candidatura de Francisco Assis, à Câmara do Porto, deu alguns passos (tímidos) nesta direcção, garantindo que era para continuar, mas, depois das eleições, nada.

Teremos que esperar por uma nova direcção distrital ou concelhia do PS para assistir a essa mudança?

Eu tenciono estar presente neste debate, mais alguém aparece?

António Moreira

segunda-feira, janeiro 23, 2006

SOBRE A NOVA CIRCUNVALAÇÃO

No Porto, não há concursos públicos de ideias decentes. Corrijo, no País não há concursos públicos de ideias decentes. Ou seja, todos gostam de falar das ideias dos arquitectos, mas nunca as põe à prova. Temos os melhores arquitectos do mundo e uma das melhores escolas, mas nunca pomos isso à prova.
Vem isto a propósito da noticia em que 3 arquitectos são convidados para desenhar a circunvalação. Com base em que critério é que se substitui um concurso por um encargo directo? Vivemos num lugar que às vezes nem parece europeu! Então um projecto desta dimensão não ganhava com a enorme divulgação e interesse que um concurso lhe dava? Então as publicações e os jornais não fariam uma discussão bem mais profícua? Então a receita não resultou bem na Expo 98? Fizeram-se primeiro concurso de ideias, seleccionaram-se os trabalhos que o Jurí achou melhor e só depois vieram os planos de pormenor.
Aqui não: gastam uns cobres a pagar um projecto enorme a uma equipa e depois é que se vai discutir, provavelmente embargar – enfim, o que se sabe e o que se espera.

POR ISSO, CREIO QUE O TEMA MERECE PASSAR A SER UMA MICRO OU MACRO-CAUSA PORTUENSE:

SOBRE O NOVO DESENHO URBANA DA ESTRADA NACIONAL Nº 9, PODEM, POR FAVOR, DIVULGAR COMO SE JUSTIFICA A AUSÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO NUM PROJECTO DESTA DIMENSÃO?

Com que base jurídica se defende uma decisão destas? O que pensa a Secção Regional da Ordem dos Arquitectos?

re-post

Escrevi isto a 16 de Dezembro do ano passado, sob o título "não há derrotas neste quartel!":

"O interesse pela política começa a aumentar. Tenho-me deparado cada vez mais com conversas cruzadas de café e discussões de corredor, entre jovens e velhos, velhos e jovens, jovens e jovens e nem tão jovens nem tão velhos. Na verdade esta eleição presidencial tem servido para demonstrar de que forma a cidadania passa também pelo interesse nas questões de estado. Isto porque o populismo mais baratucho tem andado arredio, não que não haja laivos da coisa em quase todos os candidatos, mas o pormenor não se tem sobreposto ao essencial. Assim o murro no braço do Soares, o carro do parlamento que o Alegre usa em campanha, ou o chega para lá ao Marques Mendes que lhe deu Cavaco, não tem sido suficiente para alimentar as capas sensacionalistas.
Creio que os tempos que virão serão de uma muito maior participação pública e por inerência nos partidos. É que se esgotaram as figuras que possam com a sua liderança disfarçar a necessidade de apresentar novos projectos, da direita à esquerda, onde tanto Ribeiro e Castro como Jerónimo são lideres sem chama, passando pelo apagado Mendes e pelo já muito desgastado Louçã.
Sócrates não tem adversários ao seu nível, nem tanto pelo patamar de elevação política que atingiu, mas sim pelo desfazamento existente nos outros partidos. É por essa razão quem nem sequer perdeu as autárquicas e seja qual for o resultado não perderá as presidenciais."
Hoje, parece-me actual

Por mais voltas que queiram dar...

A verdade é que

Este (e os seus iguais)












Escolheu este




E o resto é conversa.
António Moreira

(RE)TRATAMENTO




Trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar!!!

domingo, janeiro 22, 2006

Pirro

No ano de 279-AC, o rei Pirro, de Épiro (na atual Albânia), reuniu seus oficiais no campo de batalha de Asculum, perto de Roma, para saudar a vitória parcial das suas tropas contra o poderoso exército romano. Diante das enormes perdas de oficiais e soldados, porém, ele constatou que "com mais uma vitória como esta" o seu reino estaria perdido. Daí o termo "vitória de Pirro", que expressa uma conquista em que as perdas do vencedor são tão grandes quanto as do perdedor.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Pensem bem

Soares demonstrou que a idade não é um argumento a desprezar! Apesar dos seus oitentas pode muito bem aguentar uma campanha nacional e demonstrar ser o mais lúcido de todos .
Cavaco poderia estar um ano a percorrer o País que não convence, a não ser os incautos, que tem perfil para o lugar. Não se lhe ouviu nada de verdadeiramente interessante.
Alegre foi oportunista, disse o que não pensa e fez de conta que nunca foi fundador, dirigente e político de um partido durante os últimos 30 anos.

Soares merece o meu voto, e merece que vos peça para votar nele!

A escolha da Constança


N"O Espectro"

A não perder, este "naco" de prosa.

"....Cavaco Silva é o homem certo para o lugar certo – exactamente porque não é um político. Educado no esforço e na disciplina, Cavaco Silva representa o mérito, o sucesso e a ascensão a que qualquer português pode aspirar na vida.
Cavaco Silva é o português novo que fazia parte da mitologia do cavaquismo.
O português que quer vencer e que não se resigna.
O português que todos querem ser, trinta anos depois do 25 de Abril..."

(ler o resto)

Como escrevi na sua caixa de comentários:

"António Ferro não diria melhor, aliás, provavelmente terá dito algo muito semelhante mas referindo-se a um outro, não Aníbal mas, como eu, António."

António Moreira

quinta-feira, janeiro 19, 2006

As sondagens e as eleições


Ou

Os politicos e as políticas


Com o aproximar inexorável do momento da VERDADE, sim do momento em que, verdadeiramente, os eleitores que o pretendam irão, nas urnas reais, depositar os seus votos válidos para a eleição do próximo presidente da república, começam a vir ao de cima alguns tiques de maior nervosismo e algumas máscaras, formalmente, democráticas começam a resvalar.

Vem isto a propósito, naturalmente, da forma como alguns candidatos, e, por arrastamento, algumas “entourages” tem reagido à evolução dos resultados das sondagens que vão sendo divulgadas e até, pasme-se, às que estão ainda por divulgar.

Como seria de esperar o nervosismo é mais vincado nas hostes do candidato que, as mesmas ou outras, sondagens, já tinham entronizado como vencedor destacado, Cavaco Silva, que agora começam a recear o ter que se bater numa segunda volta, ou seja partir para a segunda volta com uma derrota à partida, e nas hostes de Manuel Alegre que, apesar de as sondagens continuarem a apresentar como um muito provável segundo colocado, ou seja, como o vencedor das “primárias da esquerda”, parece “adivinhar” outras sondagens que estarão quase a aparecer (amanhã, claro).

Ora este comportamento dos candidatos e dos que os apoiam é sintomático para se perceber o conceito de democracia em que concorrem, em que se apresentam, em que, quiçá, acreditam.

Acreditam então que é tão grande o condicionamento gerado pela divulgação dos resultados de sondagens que poderá fazer variar o sentido do voto de uma parte significativa de eleitores.

Acreditam que é tão grande que poderá, por entusiasmo ou por desânimo, fazer variar significativamente os valores da abstenção e, fundamentalmente, a composição do universo dos eleitores abstencionistas.

Acreditam que é tão grande o condicionamento gerado pela divulgação dos resultados de sondagens que até acreditam piamente que tal influência é superior à que os próprios e as suas equipas conseguem por via da divulgação de programas e projectos, de biografias, de apoios.

Acreditam que mais importante que os debates, que os comícios, que as “arruadas” (quem é que terá inventado esta?), que os tempos de antena, o “porta a porta, as entrevistas e as visitas a mercados, é conseguir, de qualquer forma, que os resultados apresentados nas sondagens sejam aqueles que, em seu entender, melhor consigam condicionar os eleitores, no sentido que lhes pareça mais vantajoso.

Ora, a mensagem que esses candidatos estão a transmitir é a de que entendem que os eleitores são uns papalvos, uns mentecaptos, que, em vez de votar por ideologias, por convicções, por razões ou por simpatias, votam porque são manipuláveis e manipulados, votam de acordo com a vontade de quem for mais hábil, mais competente a condicionar as suas vontades.

Esses candidatos demonstram um gigantesco desprezo pelos cidadãos eleitores, mas, ainda assim, querem o seu voto e são capazes de tudo (desde que ninguém os veja com as calças abaixo dos joelhos), para o conseguir.

Não são capazes, ou não querem, ver que, afinal, quem condiciona é quem manda, quem condiciona é quem publica, quem divulga, quem dá destaque e quem comenta, quem “ajuda” a interpretar, quem guia os “cegos”.

Mas “eles” também não vêem, o seu ego imenso não deixa ver mais nada…

Está a chegar o tempo de em vez de políticos, se pensar em votar políticas.

António Moreira

quarta-feira, janeiro 18, 2006

o franco atirador: Os portugueses (retratos-rob�): Armindo.

o franco atirador: Os portugueses (retratos-robô): Armindo.

Um cheirinho:

"Um metro e setenta, oitenta e três quilos, quarenta e oito anos, bacharelato em económicas, casado, um filho de desanove e uma filha de vinte e quatro anos, apartamento de cinco divisões em Benfica, BMW Série 3, segunda casa perto de Leiria. Armindo é sócio do SLB e frequentador do café “Arabesco”. Há um grupo de amigos no bairro, com quem vai ocasionalmente ao futebol. A mulher é professora primária, os filhos estudam arquitectura e comunicação social.
...."

Vale a pena ler o resto

António Moreira

ALMA

Pois, mas...
A imagem era esta

E eu juro que não conheço a senhora...

António Moreira

terça-feira, janeiro 17, 2006

Novos amigos




Foram acrescentados à lista de links os seguntes "sites" e "blogs":

Nortugal Info (o "blog" passou a "site")

Regionalização ( será que é desta?)

O Espectro (o mui esperado "blog" da Constança Cunha e Sá)

Uma visita a qualquer um deles é sempre uma excelente ideia

(e não, a foto não é de ninguém conhecido...)

Bem vindos
António Moreira

A discussão sobre a cidade

O rol de eleições sucessivas que ainda estamos a viver, primeiro as legislativas, a seguir as autárquicas e finalmente as presidenciais, e a ampla cobertura mediática dedicada, tiveram um mérito paralelo aos acontecimentos em si mesmos: introduzir de forma persistente, embora não muito notória, o debate e a discussão sobre a cidade.
As sucessivas passagens dos candidatos pelo distrito do Porto e as propostas mais ou menos aprofundadas no período das eleições autárquicas, suscitaram uma permanente atenção dos mais variados sectores em relação aos indicadores económicos e sociais e urbanísticos relativos a esta região que, ao que tudo indica se depara com um muito preocupante declino dos níveis de desenvolvimento já antes atingidos.
As conclusões são obvias; o norte e muito especialmente o distrito do Porto perdem sucessivamente peso, importância e poder no panorama nacional, que induz a perda de poder de compra e a consequente degradação da qualidade de vida.
Neste cenário, a tentação é grande no sentido de voltar a introduzir a temática sempiterna da regionalização, mas a percepção de inexequibilidade no curto prazo, o necessário para inverter as actuais tendências, cria uma sensação de bloqueio que conduz à inoperância política efectiva.
É neste quadro de semi-bloqueio que surge, porque as sociedades não são estáticas e procuram sempre os seus caminhos, a discussão sobre a cidade, mais concretamente sobre a sua organização territorial que não pode estar dependente de um processo de regionalização muito incerto. A mais valia de uma nova organização territorial poderia ser, muitos o intuem, o motor, a grande alavanca de uma prosperidade que há muito anda arredada da região do Porto.
A isto não é alheia a consciência manifesta nos mais informados e esclarecidos, das potencialidades da região enquanto polo de atracção para todo o noroeste peninsular e referencia para uma “Europa das Cidades”. Toda uma grande área metropolitana que vê condicionado o seu desenvolvimento no plano interno e nacional, mas que pressente poder afirmar-se no plano europeu.
Esta consciência da necessidade de actuar, e de actuar rapidamente antes que a situação se degrade mais a atinja níveis abaixo do aceitável, tem levado muitas personalidades, das mais diferentes áreas políticas a reflectir e a intervir em fóruns e debates que, de alguma forma tem já produzido os seus efeitos, e que apontam caminhos.
Francisco Assis, Luis Filipe Menezes, Nuno Cardoso, Paulo Rangel, Rio Fernandes são algumas dessas personalidades que publicamente tem manifestado as suas opiniões e ideias, mas a discussão atinge já outros fóruns, desde o interior dos partidos, como o comprova a anunciada candidatura de Avelino Oliveira ao PS Porto, até às mais variadas tertúlias que ocorrem pela cidade, ou até ainda em publicações académicas conceituadas dedicadas ao assunto.
Alguns caminhos vão também já sendo apontados. Uns entendem dever a reorganização territorial apoiada numa junta metropolitana forte, resultante de uma eleição directa, com poderes próprios para a sua actuação, num primeiro momento delegados pelas autarquias que a compõe e num segundo atribuídos de cima para baixo pelo poder central. Outros entendem que a fusão de municípios (Porto e Gaia parecem ser os mais envolvidos) numa grande cidade seria a melhor forma de avançar prontamente com a reestruturação e conferir assim mais capacidade e atracção do poder decisório e grandes economias de escala nas atribuições e desempenho das instituições. O processo desenvolve-se de forma pausada e reflectida, mas vai acelerando a sua marcha.
Acontece porém que Matosinhos, a cidade, ou melhor, as suas cidades, todo o concelho, as suas personalidades e instituições parecem manter-se estranhamente alheias a tudo isto. Tal não é compreensível, tratando-se como se sabe de um dos mais importantes concelhos da área metropolitana, onde se situam infra-estruturas tão importantes para a região como o Porto de Leixões e o Aeroporto do Porto.
Passadas as eleições presidenciais, será a altura desta cidade promover também a sua própria visão sobre o assunto sob pena de não estar na linha da frente de um processo que pode vir a ser o que de mais importante acontece num largo período de anos.

Daniel Fortuna do Couto, Arq.
n' "O Primeiro de Janeiro"

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Blondi


Eu sei que muitos ficam incomodados com as imagens que, tantas vezes, me ocorrem para ilustrar alguns comentários à actuação do (em triste dia) reeleito presidente da câmara do Porto.
No entanto, mesmo esses, convirão que uma visita, com certa atenção, ao site da Câmara Municipal do Porto, (lembro que se trata de espaço pago com o dinheiro dos contribuintes e que se destinaria, em princípio, a servir as necessidades dos municipes e não a propaganda do presidente da cãmara) é, por demais elucidativa.

Apesar de o puder ser para alguns, a mim parece-me tudo menos normal que no referido site, entre 7 de Novembro de 2005 e 12 de Janeiro de 2006, tenham sido publicadas nove peças a comentar (da forma que deverão ir verificar) notícias publicadas no Jornal de Notícias sobre a actuação da câmara municipal do Porto.

Sabemos que o Jornal de Notícias tem um estofo que, infelizmente, não tinha o Comércio do Porto.

No entanto estamos ainda lembrados da campanha que contra esse jornal e a sua direcção foi lançada pelo mesmo Rui Rio e os seus apoiantes (nomeadamente Valentim Loureiro) e o facto é que "O Comércio do Porto" já não se publica e não se vislumbra qualquer solução até porque, estranhamente, o proprietário do título, ao que soubemos, nem sequer dá resposta às propostas de compra que lhe vão chegando...

O JN será, sem dúvida, um osso mais duro de roer, mas quem sabe o que se consegue com disciplina e persistência.

Mas nada como uma viagem pelo site da CMP:

JN: Peça por medida-2006-01-12

JN ataca Vereador do Urbanismo com base em deturpações-2006-01-02

JN baixa ao nível da intrigalhada-2005-12-26

JN incrimina a Câmara do Porto-2005-12-20

JN: Câmara volta a estar debaixo de fogo-2005-12-14

JN retoma ataque à Câmara do Porto-2005-12-13

Leite Pereira critica site da Câmara-2005-11-11
(acredito que o título desta notícia «Kim IL Sung à moda do Porto» (tão certeiro) tenha tirado o "homem do sério")

JN: Câmara do Porto debaixo de fogo-2005-11-09

Jornal de Notícias volta a atacar Rui Rio-2005-11-07

Estaremos atentos aos futuros episódios

António Moreira

Todos diferentes ?



Podem por favor os candidatos presidenciais,
TODOS,
disponibilizar publicamente a listagem dos contribuintes para as respectivas campanhas e os montantes disponibilizados por cada um?


Verifico, com agrado, que o NORTUGAL.INFO aderiu a esta causa, tendo colocado um “banner” vertical no seu site.

Nós bem gostaríamos que eles (os candidatos) nos (sedentos, blogueiros, portugueses) prestassem alguma atenção.

Mas a verdade é que, se nem nós nos prestamos qualquer atenção, como poderíamos esperar que pessoas tão ocupadas, como devem ser os candidatos a uma eleição presidencial, perdessem um segundo que fosse a olhar para as nossas pretensões?

Se, afinal, nem os grandes arautos das transparências e dos rigores, quer na “blogosfera” quer na comunicação social, estão minimamente interessados em saber QUEM PAGA O CIRCO, porque raio é que os candidatos, qualquer um dos candidatos se iria dar ao trabalho de o revelar?

É evidente que podia ser por uma questão de ÉTICA (REPUBLICANA), por entenderem que os eleitores tem direito a conhecer essa informação ANTES das eleições.
Por entenderem que o facto de os eleitores conhecerem a identidade (e os montantes) dos financiadores das campanhas eleitorais seria, sem dúvida, um factor importante para a tomada de decisão pelos eleitores.

Mas surpreende que nem sequer por uma questão de estratégia eleitoral qualquer dos candidatos tenha resolvido (até agora) lançar o desafio:


Está aqui a listagem dos contribuintes para a minha campanha e os montantes disponibilizados por cada um!
Podem os restantes candidatos mostrar as suas?


Assim, por muito que todos se esforcem por se afirmar diferentes, é difícil que eu não os veja como:

TODOS IGUAIS

António Moreira

domingo, janeiro 15, 2006

Ora ai está!

O perfil de um vencedor!


quinta-feira, janeiro 12, 2006

Ciência Hoje a todo o vapor

O Ciência Hoje é um site de divulgação de ciência amigável, actual, sério. Constitui uma referência para todos os cientistas, estudantes e interessados em ciência. O Jorge Massada arriscou,teve audácia e persistência. O Jorge demonstrou que a inovação não passa só pela tecnologia, passa pela manutenção de uma grande ideia.
O Ciência Hoje deu hoje um grande passo em frente- Criou um Conselho Cientifico. Um conselho de gente empenhada em colaborar com o Jorge Massada e tornar esta sua iniciativa, num grande projecto de divulgação de ciência na Net.
www.cienciahoje.pt
Parabéns Jorge Massada.

Finalmente as primeiras reacções...


(Um muito obrigado ao Arrebenta)

António Moreira

AFINAL


Ninguém quer saber...
Embalado pelo proliferar de “micro-causas” lançadas a torto e a direito por esta blogosfera, e, após ter sido revelado pela Comunicação Social, que os diversos candidatos à presidência da república tinham apresentado os seus orçamentos de campanha, os quais contemplavam gastos milionários em cartazes, sacos de plástico, bandeirinhas, aventais, caldo-verdes, bolinhos de bacalhau e croquetes, assim como as receitas de valor equivalente, que iriam suportar tão faustosos custos, achei que era opurtuno que os eleitores fossem informados, ANTES DAS ELEIÇÕES, de real proveniência de tanto dinheirinho.


Assim propus esta "macro-causa":

Podem por favor os candidatos presidenciais, TODOS, disponibilizar publicamente a listagem dos contribuintes para as respectivas campanhas e os montantes disponibilizados por cada um?



Apenas o
“FrancoAtirador” e o “Akiagato”, que eu saiba, divulgaram esta “macro-causa”.

Não posso dizer que me surpreenda este ignorar, este “assobiar para o ar” por parte de tantos (nomeadamente “blogues”) que tanto gostam de se apresentar como arautos da transparência das instituições e das decisões.
Que tanto exigem a divulgação dos actos da CMP, como dos pareceres do IPPAR, como dos estudos que justifiquem Otas E TGVs, que chegam até ao ridículo de escrever cartas abertas a exigir referendos à decisão de executar obras públicas, a pretexto que possam comprometer o nosso futuro, o nosso desenvolvimento e, afinal, não queiram saber QUEM PAGA àqueles que se candidatam a ter o poder de nomear e dissolver a Assembleia da República, promulgar ou vetar as leis do país, ser o comandante supremo das forças armadas, etc. etc.
Não queiram saber a quem é que o próximo presidente da república vai ficar a dever, vai ficar obrigado !!!!

Será que, para esses senhores, é indiferente que, para custear a sua campanha, o futuro presidente receba imensos modestos donativos de uma multidão de habituais de Fátima, ou que, afinal, seja um qualquer Amorim, Belmiro, Balsemão, Berardo (sozinhos ou em “fundação”) que, afinal, cubra o grosso das despesas (faltarão formas de “dar a volta” aos limites?).
E se, em vez de os donativos terem origem em “muitos crentes” ou uns poucos “empresários”, mas ainda assim portugueses, a origem dos dinheiritos tiver outras proveniências, vier das Áfricas ou de mais longe?

Também não interessa?

Ninguém quer saber?

Alguns três meses depois das eleições, se alguém ainda estiver interessado, pode ser que alguma fuga de informação venha a revelar alguns nomes…


"Esclarecimento.

Esta actividade pode também ser financiada por donativos de pessoas singulares, embora estejam sujeitos ao limite de 60 salários e obrigatoriamente titulados por cheque ou por outro meio bancário que permita a identificação do montante e origem."


Se Soares, Sousa, Louçã e Pereira declaram que uma percentagem significativa das suas receitas são provenientes dos partidos que suportam as suas candidaturas e se é compreensível que Alegre, não possa contar nas suas receitas com qualquer montante proveniente do seu partido, o PS, já é por demais estranho que Silva se sinta à vontade para nos vir dizer que, do rol das suas receitas de campanha não consta o contributo de qualquer dos dois partidos que apoiam a sua candidatura.

Ora eu tenho as maiores reservas relativamente a um conjunto significativo de competências deste candidato, mas, ainda assim, considero que, no que respeita a continhas, principalmente se lhe disserem directamente respeito, o senhor, que até andou a estudar economia, não é homem para ficar a perder.

Ainda por cima decerto estará lembrado daquilo que o seu partido terá feito a Freitas do Amaral, quando este foi o candidato apoiado pelo PSD e o CDS e Silva era presidente do PSD, não estando assim na disposição de passar uma quantidade de anos a pagar dívidas de campanha, quando se sabe até, que os seus pareceres são algo mais “económicos” que os de Freitas do Amaral.

Não será assim de esperar que qualquer um minimamente atento aceite como válida a explicação de que os DOIS MILHÕES DE EUROS (QUATROCENTOS MIL CONTOS) declarados por Silva, como doações privadas, venham a ter origem no tal :
Ou nas
(O que já sabemos não ser correcto)
Mas:
“Cavaco deixou claro que deu instruções precisas ao seu mandatário financeiro, José Ponte Zeferino, para que tudo estivesse dentro da lei, salientando que há "recibos" de todos os contributos.”

Claro que Silva é só um dos seis,mas, por ser o mais provável, é, por isso, o de maior risco.

Mas ainda assim eu queria era saber a proveniência do dinheiro que paga as campanhas de TODOS os candidatos.

Eu queria saber a quem é que o próximo presidente da república vai ficar a dever, a quem é que vai ficar obrigado.

E queria saber ANTES das eleições.

Pelos vistos há muito poucos que queiram saber.


É pena (acho eu)

António Moreira

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Um Pajero passa sempre...



A reforçar ainda mais o mito do REI TT, ai está a Mitsubishi destacada na liderança do Dakar.
Este facto é especialmente significativo porque os Pajero, depois de há uns anos terem conseguido a proeza de ter cinco carros nos cinco primeiros lugares, já tiveram que aguentar os ataques da BMW e mais recentemente da Volkswagem.
A Volkswagem concorreu com nada mais nada menos que dez equipas de fabrica. E para já, nada!

ainda mais do mesmo...

Relativamente à OTA e ao TGV as perguntas para as quais importa saber a resposta relativamente à despesa publica são as seguintes, separadamente para cada um dos investimentos:

- Qual o prazo para realização do programa? O previsto (optimista) e o provável (não será difícil de obter calculando a média dos atrasos em obras publicas de grande envergadura);

- Qual o investimento total previsto? E qual o provável? (não será igualmente difícil de obter ponderando programas tão semelhantes quanto possível);

- Quais as fontes de financiamento? Quanto cabe ao Estado, quanto são as ajudas comunitárias?

- Quanto vão investir os privados? Quais os montantes formalmente privados mas com origem publica?

- Quais as contrapartidas para o financiamento privado?

- Quanto representa o investimento publico, directo e indirecto, sem a comparticipação comunitária, no total;

- Qual é a distribuição do investimento ao longo dos anos de cada um dos programas?

- Que percentagem do PIB representa esse investimento, anualmente e previsivelmente, em cenário de estagnação e de crescimento?

- Que percentagem do Orçamento de Estado representa esse investimento, anualmente e previsivelmente, em cenário de estagnação e de crescimento?

- Que percentagem do PIDDAC representa esse investimento, anualmente e previsivelmente, em cenário de estagnação e de crescimento?

- Que percentagem do investimento em novas infra-estruturas representa esse investimento, anualmente e previsivelmente, em cenário de estagnação e de crescimento? (porque o PIDDAC compreende muitos investimentos que não se traduzem em infra-estruturas, como por exemplo as compensações)


Depois deverá ser devidamente avaliado o retorno financeiro a todos os níveis, relacionado com a realização destes programas.
Uma vez na posse destas informações, será então possível para aqueles que se preocupam de facto com a despesa publica emitirem opiniões válidas sobre o peso real destes investimentos.
Insisto, para aqueles que se preocupam de facto com a despesa publica.
Para uma correcta avaliação da decisão política ainda falta aqui muita, muita coisa.

Os referendos!

Entendo esta vontade de referendar assuntos como a OTA ou o TGV. É mais ou menos o assumir da falta de força política nortenha no devido equilibrio das vontades centralistas. É fazer-lhes com isto o que nos fizeram com a regionalização.
Todos sabemos que um assunto referendado é um assunto fragilzado, e se nem sequer no aborto, onde existe uma reconhecia maioia de pessoas a reconhecer que o que se passa está mal, conseguimos discutir sem DEMAGOGIA.
Portanto, digo, NÃO CONCORDO COM A OTA E NÃO CONCORDO COM O TRAÇADO DO TGV, aliás NÃO CONCORDO COM O TGV "ITSELF".
Como não concordei que a Expo se fizesse alí em vez de em Setubal, por exemplo. Ou então que se fizesse o 2004 desbaratando tantos estádios, alguns agora ao serviço da 2ª divisão nacional (caso de Faro, Aveiro e possivelmente para o ano Guimarães).
No entanto este caminho de pedir referendos, não resolve, mas ajuda! Por isso o blasfémias está de parabens. Finalmente alguém usa a demagogia contra os interesses instalados, sem se chamar Louçã.
Finalmente devo dizer que, como é evidente, não concodo com o referendo, nem sequer gosto do texto, e menos ainda acho que o Paulo Morais tem legitimidade para falar o que quer que seja. Logo ele que se acobardou em Lisboa nas acusações e que durante o periodo em que esteve na Câmara não deu nenhum contributo para a promoção do Porto e da sua região.
Digo isto mas reafirmo que entendo a vontade de alguns em fazer este papel!

terça-feira, janeiro 10, 2006

Blasfémias!!!!



Os blasfemos do Blasfémias resolveram lançar uma movimentação através da net.
Nada menos nada mais do que uma subscrição para um referendo OTA e ao TGV.
Independentemente do enorme respeito que me merecem os primeiros subscritores, eu cá não subscrevo.
Porque concordo com o TGV (o traçado é outra história);
Porque não são temáticas próprias para um referendo;
Porque são actos governativos legitimados por uma maioria absoluta e todo um percurso politico do partido promotor que não deixa grande margem a falta de legitimidade;
Porque apesar de alguns aspectos pertinentes do texto fundamentador, muitos outros são apenas conversa de diversão que retiram seriedade à proposta;
Porque a proposta é demasiado inconsequente nos resultados directos para que seja inconsequente nos indirectos. Isto é, ajuda a diminuir a generalidade das iniciativas que possam ter origem na sociedade civil, contribuindo ainda mais para a sua inacção;
E finalmente, porque o texto que acompanha a petição se encontra carregado de segundos sentidos, que dão como adquiridas opiniões que eu igualmente não subscrevo.
Ainda assim, para aqueles que se interessarem pelo assunto, aqui fica o link.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Sobre a Fusão Porto-Gaia

Tem sido constante a discussão em torno da fusão do Porto e Gaia. Muitos recordar-se-ão do almoço entre Menezes e Gomes que levantou essa questão. E do pequeno almoço de Nuno Cardoso com o mesmo Menezes que levou o tema mais a sério.
Agora são outros a dize-lo!
Fiz a coordenação editorial de uma revista académica que se dedicou ao tema : “ a obra nasce” – nº 2 , da Universidade Fernando Pessoa. Creio que vale a pena passar por lá os olhos.

Nem todos concordaram sobre a respectiva fusão, e existiram opiniões desde Manuel Correia Fernandes, António Babo, Rio Fernandes, entre outros mais.

Numa coisa houve unanimidade, a fusão a existir não pode obedecer às simples fronteiras dos dois concelhos. O que interessaria ao Porto a Freguesia de Sandim? Ou então se vale a pena unir com Gaia, porque não Areosa, Rio Tinto, S. Mamede e Matosinhos (Freguesia), e quem sabe até Leça da Palmeira?

Por mim concordo na fusão, o que devemos é trata-la de forma séria, sem sequer deixar que se riam do assunto. Ou se faz ou então nem se discuta. Se é para fazer, vamos então fazer bem! Coisa que não acredito possível com a gestão RUI RIO.

As musicas da Casa - parte II

Pela internet, via PNED e já espalhado em vários "emailes", corre este texto:
"O BPN comprou um terreno na Boavista e quis construir um prédio, mas valerosa gestão urbanística da Câmara "esqueceu-se" de coordenar este projecto com o da Casa da Música e eis que para se manterem os horizontes à música se torna necessário esburacar o BPN. Para indemnizar o banco, a CMP convence a Direcção Regional de Educação do Norte a vender ao BPN um terreno que a DREN possuía no local. Terreno esse que a C.M.P. havia cedido à DREN para que aí se construísse o novo conservatório; isto porque a CMP entetanto vendera o actual edifício do conservatório à depauperada Associação Nacional de Farmácias e tinha necessidade de encontrar novo poiso para os músicos. O tal edifício agora na posse das farmácias havia sido doado à CMP pela família proprietária com a salvaguarda que ali funcionasse o Conservatório (a Câmara esqueceu-se...). A DREN concorda em vender o seu terreno ao BPN e em simultâneo, e por pura e casta coincidência, o então director da DREN diz que na realidade o terreno nem dava para o conservatório por ser muito estreito (chamada vista absoluta...como o ouvido) e que o ideal era encontrar outro local. Fala-se no liceu Carolina Michaelis aparentemente às moscas mas apenas com o dobro dos alunos para os quais fora inicialmente previsto... mas também não: aparentemente o externato Ribadouro gerido pela esposa do tal director da DREN tinha-se mostrado interessado em adquirir o Carolina (um edificiozeco com um terrenito mal arejado ali na Ramada Alta), evitando assim a sua eminente ruína por falta de uso...O tal director da DREN é licenciado em história e pela leitura da estreiteza do terreno do BPN, um especialista em urbanismo à vista desarmada. O tal director da DREN é hoje, imagine-se, vereador do urbanismo. Aposte-se quanto tempo demorará o tal Liceu a mudar de mãos...(e até lá caberão os músicos com um pouco de sorte). E depois não se esqueçam de ir aos bancos da Suiça ou aos das ilhas Caiman ver se algo de novo apareceu por lá...pertença de familiares de empreiteiros ou de políticos."
Por sinal votei a decisão final do prédio BPN (porque o próprio Rem Koolhaas a subscreveu, apesar de eu, como arquitecto não gostar, mas não era nessa condição que lá estava) e tal como o Rui Sá questionei na altura o Presidente da Câmara sobre o destino do Conservatório e o que haveria de concreto relativamente ao Carolina Micaelis.
A resposta foi a de sempre - silêncio! Não sou, portanto, protagonista deste filme, mas sim figurante e confesso a minha preocupação em vêr estes textos, e embora a situação apresente factos coerentes, julgo que não estão adquiridas as provas substanciais para confirmar a tese apresentada.
De resto não há duvidas que aquele processo, como muitas vezes acontece em Portugal está enxameado de situações cuja transparência evitaria estas coisas.
nota: Como é evidente este é o assunto a que o António Moreira se referia no post anterior.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Custa-me a acreditar!

A sondagem de amanhã já saiu hoje

Gato escondido …


Afinal, a fazer fé nas declarações de Rui Sá ao PJ de hoje, parece confirmar-se aquilo que, desde o início, suspeitei.

O romance criado por Rui Rio e sua “equipa” à volta do “subsídio nocturno” dos funcionários afectos à recolha do lixo, mais não será afinal que a parte visível de uma campanha orquestrada com o objectivo de, tão cedo quanto possível, adjudicar esse serviço a empresas privadas.

É mais do que evidente que poderá ser discutida à exaustão a razoabilidade ou não duma medida desse teor, assim como as reais intenções por trás dessas decisões, e a quem elas aproveitam.

Agora o que não pode haver dúvidas é que os fins não justificam os meios (mesmo admitindo a bondade desses fins) e que fazer passar os funcionários, que não tem a mais pequena responsabilidade pelos disparates ou ilegalidades cometidas pelos incompetentes que, sucessivamente, tem dirigido os destinos desta cidade, pelas dificuldades que, fatalmente, a redução de cerca de 20% da retribuição devida pelo seu trabalho acarreta, ainda por cima fazendo esta situação coincidir com o período de Natal, revela o carácter do principal responsável por esta demonstração de “pouca-vergonha” o Sr. Dr. Rui Rio.

Além do que escrevi sobre este assunto, no “post” “O LIXO DO PORTO”, que, naturalmente, não recebeu qualquer comentário, ficamos agora a saber, pela leitura desta opinião de Rui Sá que, afinal, o tal relatório do IGAT até admite a possibilidade de:
“…Entendemos ainda assim que, à luz dos princípios estruturantes do Estado de Direito Democrático, em especial, dos princípios da justiça, da confiança, da proporcionalidade, da boa-fé, do suum cuique tribuere, da protecção da estabilidade das relações jurídico sociais e da paz social, devem ser atribuídos efeitos jurídicos à situação de facto gerada (pagamento da quantia a título de “Prémio Nocturno”), aceitando-se tal pagamento, não obstante a sua ilegalidade…”
o referido prémio continuar a ser pago, pelo que todas as afirmações noutro sentido feitas pelo presidente da CMP e outros responsáveis não são mais do que o mesmo do costume, ou seja MENTIRAS.
MAIS:
Como muitos dos que me leem, recebi um e-mail, via lista de divulgação do PNED, contendo um texto com um relato que, a ser verdade, me parece de uma gravidade extrema.
Penso que o assunto em questão poderá ser facilmente comprovado ou desmentido por diversas pessoas que, como eu, receberam essas informações, refiro-me a vereadores da CMP, membros da Assembleia Municipal da CMP, profissionais de órgãos da comunicação social, para não falar de elementos da Procuradoria Geral da República ou da Polícia Judiciária que, eventualmente tenham tido acesso ao mesmo texto.
Parece-me extremamente importante que as afirmações constantes desse texto possam ser rapidamente desmentidas (via lista do PNED) pelo visado ou por quem tenha informação suficiente para tal.
Caso tais afirmações não sejam rapidamente desmentidas estaremos perante algo de muito muito grave e que deverá ser publicamente denunciado.
António Moreira

Opinião # 26- Avenida dos Aliados

Mais um Copy+Paste, desta vez integral, desta vez dos ALIADOS

Acho que a Manuela D.L. Ramos e os outros Aliados não vão levar a mal:



"Posição assumida pelo Deputado Luís Braga da Cruz

«Depois de ler com cuidado todos os elementos que foram produzidos sobre a audição das ONG’s do Porto, na Comissão Parlamentar de Educação e Cultura da Assembleia da República, relativa à intervenção perpetrada na Avenida dos Aliados pela empresa Metro do Porto, a pedido da Câmara Municipal do Porto, assumo a posição seguinte:
1. Na resposta da Câmara é assumido que a responsabilidade é da Câmara e não do Metro, o que é positivo.
2. Porém, também fica claro que as indicações que podem ser consideradas como orientação, ou programa dado aos arquitectos, são de tipo formal e meramente técnicas.
3. O que é grave, na minha opinião, é não se identificarem nesta preocupação considerações que possam ser entendidas como opções de natureza política, em relação ao valores de carácter patrimonial.
4. A Praça dos Aliados é o ponto de referência por excelência dos Portuenses. Foi apropriado pelos cidadãos do Porto, como ele é. Não se pode mexer num local que é património e que tem valor simbólico, sem explicar bem porque se faz (não basta dizer que se enviou um desdobrável pelo correio).
5. A maior parte dos portuenses só vão dar conta do estrago físico e moral feito no seu património, quando tudo estiver irreparavelmente perdido.
6. Trata-se de mais uma atitude predadora sobre valores da cidade e perpetrada por quem tem responsabilidades e que actua em atitude de grande falta de respeito pelo que é emblemático na cidade.
7. Os argumentos que são usados garantindo que a intervenção procura conferir coerência a uma série de espaços urbanos que nunca tinham experimentado um esforço de integração, não me parece válido porque a coerência não é um conceito formal, mas sim o que as pessoas construíram na sua memória colectiva.
8. Repare-se que em toda a argumentação se sucedem considerações técnicas que se implicam em sequência, sem se demonstrar que era inevitável a primeira opção, que desencadeia todo o processo – de implantar as bocas do metro nos passeios, quando havia outras soluções para o problema.
9. Fala-se muito em mimetismo, para dizer que não se podia rematar o novo com o padrão anterior, mas no entanto o que resulta é uma obra de intervenção radical e não de uma intervenção pontual ou de uma recuperação.
10. Dói ver destruir património impunemente. Pode ficar formalmente correcto, mas corta-se alma à cidade.
11. O que está em causa não é a qualidade do projecto, mas a legitimidade de um acto de destruição de algo que tinha valor patrimonial… e há sempre um IPPAR disponível para se enrodilhar em explicações incompreensíveis!
12. Estes comentários poderão ser entendidos como desabafos, mas são sentidos e produzidos por alguém que não gosta da forma como se estão a manipular questões muito sérias na cidade do Porto.
Luís Braga da Cruz -(Deputado do Partido Socialista, pelo Distrito do Porto)
23.Novembro.2005 »
"Links" da nossa responsabiliadade.
Ler outras OPINIÕES

posted by manueladlramos "
Obrigado
António Moreira

MACRO CAUSA

Estranhamente (ou não) os arautos habituais da transparência das instituições, sempre tão prontos a lançar as suas “micro causas”, parecem estar distraídos quanto ao assunto das contribuições para as campanhas.

É que anda por aí um tal assobiar para o ar…

Será que sou só eu que sempre tive esta curiosidade em saber:


QUEM PAGA A FESTA????????


Assim penso que seria mais que oportuno o lançamento de uma “macro-causa”

Podem por favor os candidatos presidenciais, TODOS, disponibilizar publicamente a listagem dos contribuintes para as respectivas campanhas e os montantes disponibilizados por cada um?

É que esta pode ser a única forma de esvaziar os boatos que já circulam (como este) e os que não tarda nada, usando a teoria dos telhados de vidro, vão começar a aparecer.
Quem (no resto da "blogosfera") alinha?
Estou para ver.
António Moreira

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Na alfandega

Amanhã, 6ª feira, pela noitinha, há jantar e bailarico aqui com o Dr. Mário Soares!

terça-feira, janeiro 03, 2006

E spaña no es D e P ortugal?

A DEVIDA COMÉDIA

E, já que estamos na Visão, com a devida vénia a Miguel Carvalho :

Se Cavaco fosse de direita - direita mesmo - talvez o homem merecesse um pouco mais de atenção. Mas a direita tem dado à pátria coisa pouco digna de respeito, excepto talvez Mário Soares

Vale a pena ler o resto aqui

António Moreira

Carlos Cáceres Monteiro (1948-2006)




Sentida homenagem

António Moreira

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Os meus principais votos para 2006:

- A grande Vitória de Mário Soares na 2ª volta.
- Derrota de Cavaco em qualquer uma das voltas.
- O Grande FCP de novo campeão.
- A cidade e a região do Porto a recuperar o tempo perdido.
- A economia e a auto-confiança portuguesa em retoma.
- O Governo a olhar devidamente para lá do circulo de 40 Kms à volta de Lisboa.
-O PS a governar bem e atingindo as metas de crescimento propostas.
- A Europa com Paz e assumindo os desafios do novo século.
- Muita “saudinha” para todos.

E já agora, se não for pedir muito…

Um PS-Porto verdadeiramente renovado!
nota: a ordem é praticamente aleatória

Feliz ano novo!

E que 2006 não seja um ano com demasiados ésses e ses, mas ism com muito socialismo!


Uma liberdade religiosa inacabada

A Helena Vilaça enviou-nos este artigo, que saiu hoje no JN. Acho que vale a pena publica-lo também aqui!

A vasta polémica que ocupou páginas de jornal, nas últimas semanas, acerca da retirada das escolas dos crucifixos mais não é do que a ponta de um icebergue dum tema delicado e incómodo para vastos sectores da sociedade portuguesa como é o caso da liberdade religiosa e que denota o quanto ainda há para aprender em matéria de democracia e cidadania.
O simples facto de a ministra da Educação, em resposta a diversas queixas acerca da existência de crucifixos em salas de aula, ter mandado averiguar cada situação e, após auscultação da comunidade escolar, ter feito cumprir a lei, originou um conjunto de reacções exacerbadas como se o Estado português pretendesse impor o laicismo enquanto ideologia dominante tendo como protagonista uma ministra jacobina.As diversidades culturais, religiosas, étnicas constituem uma das principais características da actual fase da modernidade.
Portugal, à semelhança de outros países europeus, tem-se confrontado com este novo cenário de pluralidade, o qual coloca novas questões em vários domínios da sociedade, em especial no sistema político.
Claro que este processo, adquiriu uma nova dimensão depois da II Grande Guerra, mas o início do fim do monolitismo religioso encontra as suas raízes bem antes.A tradição cristã começou a ser objecto de crítica filosófica e política, com os primeiros pensadores humanistas, mas principalmente nos séculos XVI e XVII.
Mais importante do que a atitude de pensadores particulares terá sido o próprio curso da estrutura social e da sociedade em geral. O sociólogo Bryan Wilson chama a atenção para duas "forças poderosas" que acabaram por transformar a tradição cristã o processo de secularização e a emergência do Estado laico.
A coesão social deixou, por esta via, de estar associada ao imperativo do consenso religioso. A religião deixou de assumir como função primeira assegurar a manutenção da ordem social. Gradualmente, a identidade nacional deixou de ser confundida com identidade religiosa e foram sendo reconhecidos os direitos das minorias religiosas e mesmo dos não religiosos ou das minorias anti-clericais. Se o reconhecimento dos direitos individuais só recentemente começou a ser alargado, isso explica-se, no essencial, pela natureza corporativa que caracterizava a vida social. Apesar disso, na Europa, só recentemente a legislação começou a contemplar ou a alargar os direitos das minorias religiosas.
A história ocidental revela, nos vários momentos e contextos geográficos, que sempre que foram feitas leis acerca de liberdades religiosas, estas nunca protagonizaram uma iniciativa de mudança, antes têm representado um imperativo de resposta a acontecimentos, alguns dos quais inesperados. Mesmo nos actuais regimes democráticos podem ser identificados casos de marginalização ou subordinação de grupos religiosos. Nas nossas sociedades, as minorias religiosas são, à partida, desprovidas de poder, recursos e oportunidades face aos detidos por igrejas maioritárias. A projecção que as instituições religiosas dominantes dispõem nos meios de comunicação social é bem ilustrativa do facto. Tendo adquirido uma maior liberdade de expressão, as comunidades religiosas minoritárias em Portugal, ao longo do último quartel do século XX, foram apresentando perante os governos e na esfera pública um conjunto de reivindicações sob o argumento de uma maior igualdade para todos os grupos religiosos e tomando como elemento de comparação a Concordata com a Igreja Católica Romana, situação que consideram de privilégio.
Tanto a renegociação da Concordata como a nova Lei da Liberdade Religiosa representaram, nas primeiras décadas pós 25 de Abril, um assunto de extrema delicadeza para o poder político. Só em finais dos anos noventa, a situação da liberdade religiosa em Portugal foi reavaliada e uma nova lei começou a ser elaborada, tendo sido aprovada pela Assembleia da República em Abril de 2001. A permanência da lei marcelista de 1971 representa um facto contraditório aos princípios democráticos constitucionais. Isto porque a Constituição democrática de 1976, apesar de incluir o direito à liberdade religiosa, manteve uma legislação específica nessa matéria obsoleta.Hoje, embora em termos legislativos, se tenha alcançado uma situação mais próxima de um ideal-tipo de pluralismo religioso, na realidade existe o domínio de um discurso produzido pela cultura religiosa dominante que continua a conceber o país em dois mundos os católicos e os anti-católicos.
Ironizando, podemos dizer que para muitos ser português deveria ser sinónimo de ser católico. O que está em causa, não é negar toda a matriz católica romana que forjou, desde os primórdios da nacionalidade, a cultura na sociedade portuguesa, nem toda a sua herança patrimonial e simbólica inscrita no nosso território. A questão é outra. Concretizemos. Do mesmo modo que não faria qualquer sentido um não católico romano (fosse ele protestante, judeu, testemunha de Jeová, ateu, ou muçulmano) internado num hospital católico, exigir a retirada do crucifixo da parede do quarto, ou no caso de ter filhos a frequentar colégios católicos protestar contra o ensino religioso e os símbolos religiosos ali presentes, também é completamente impróprio (leia-se, anti-constitucional) que num hospital ou numa escola públicos de um Estado laico e democrático estejam presentes elementos religiosos que atentam à crença religiosa individual e obstaculizem a integração de todos e de cada um, na diversidade que tal implica, no espaço público segundo regras de comunicação igualitárias.
Só um Estado que defenda o princípio da laicidade, o que é diferente de ideologia laicista, dispõe de instrumentos para gerir a diversidade e proporciona condições para combater a exclusão. Sim, porque a exclusão religiosa é também uma modalidade de exclusão social e a liberdade religiosa é um direito contemplado na Carta dos Direitos Humanos. Por tudo isto, parabéns senhora ministra.