sexta-feira, abril 29, 2005

Reabilitação

Por razões que não interessa aqui explorar, a arquitectura e mais especificamente o urbanismo mantêm com a política uma ligação estreita desde os primórdios da humanidade.
Olhando para trás, para um passado relativamente recente verificamos que aquilo que se designou chamar “Movimento Moderno” tem uma correspondência muito mais do que temporal com o advento dos socialismos no mundo. É certo que também com o fascismo e em estreita relação com Mussolini, embora de curta duração.
Grosso Modo, existe uma correspondência directa entre a esquerda tal como foi vivida ao longo do Sec. XX e o Movimento Moderno, para o bem e para o mal.
Não é aliás coisa de estranhar, não só pela correspondência temporal, como também pela partilha de valores, e até por se tratarem, não poucas vezes dos mesmos intérpretes.
A grande generalidade dos Arquitectos e Urbanistas do Sec. XX foram homens de esquerda, muitos com posições destacadas nos respectivos partidos.
A expressão “Mudar o Mundo” talvez seja a que melhor sintetize o espírito que orientou e informou toda esta correspondência. À vontade politica que conhecemos de criar uma nova Sociedade sem classes, nas suas várias nuances e expressões (atenuar as diferenças de classes pode ser uma delas) correspondeu todo um movimento cultural e artístico, com especial relevância na arquitectura e urbanismo que, partilhando o ideal, pretendia criar uma nova arquitectura e uma nova paisagem para a nova sociedade não burguesa que estaria a surgir.

Da mesma forma que podemos considerar o comunismo soviético como uma das expressões mais radicais dos movimentos sociais do Sec. XX, também a famosa Carta de Atenas foi a expressão mais radical do Movimento Moderno na arquitectura e urbanismo. Os modelos propostos por Le Corbusier, por vezes muito distantes da sua própria pratica profissional, chegavam mesmo a limites hoje considerados criminosos. A construção de novas cidades europeias no lugar das medievas cidades burguesas. A destruição dos seus centros históricos, para dar lugar à nova cidade, feita com novas regras, destinada a novas formas de fruir a vida e à utilização intensa do automóvel.



Na arquitectura, no urbanismo, enfim, nas cidades, como no resto, em princípio, cabe à esquerda propor rupturas e à direita, conservadora, manter sistemas.


Não é pois por acaso que surgem recentemente em Portugal as SRU’s, e no caso do Porto, com a dimensão absolutamente despropositada que assume. Esta ideia de reabilitação em massa da cidade tradicional não pode ser vista isolada da vaga conservadora que ascendeu aos poderes e às mentalidades nos últimos anos.
Por um lado porque não se trata de reabilitar a memória de um passado que se nos revela nostálgico, e que se materializaria na recuperação selectiva de alguns bairros mais representativos; a memória nostálgica da cidade pré-industrial que invariavelmente nos seduz, mas que sabemos todos perdida nos atropelos do nosso tempo.
Não se trata também de propor nada de novo para velhos espaços, a necessitar de maior ou menor cuidado colectivo. Não!

O que POR AQUI se trata é de fazer nova a velha cidade, a cidade de outrora. Do que se trata é de fomentar um modelo urbano retrógrado por aproveitamento de uma certa retracção das mentalidades, própria de momentos de menor euforia social.


Sendo certo que as expressões mais radicais quer dos movimentos sociais quer do Movimento Moderno foram fracassando ao longo do Sec. XX, isso não significa, de forma alguma, a renuncia a alguns dos valores progressistas que informaram e conformaram tanto a cidade quanto a sociedade. A descontinuidade do avanço não o invalida e não restam duvidas que vivemos hoje numa sociedade mais justa e mais igualitária do que a resultante da revolução industrial. Ou, se se preferir, do que aquela que muitos de nós ainda recordam do Portugal pré 25 de Abril.

Pela mesma ordem de ideias, a verificação da falência de um modelo urbano não significa que deixemos de procurar novas formas para novos espaços que correspondam melhor às expectativas e principalmente, à vida, das pessoas. Significa, isso sim, que foi possível ir mais além, e que, entretanto, algumas coisas ficaram resolvidas.

É precisamente o caso dos bairros sociais na cidade do Porto, que vistos à luz dos nossos dias e com os olhos de algumas mentes bem pensantes, adeptas fervorosas dos novos liberalismos e de formas individualistas de viver em sociedade, se revelam monstruosidades sociais, tal a quantidade de problemas que acarretam e tal a forma como atentam à dignidade do cidadão. Pensam ser preferível nunca ter enveredado por tais caminhos urbanísticos que na sua ideia servem apenas para limitar as liberdades e capacidades de cada um se afirmar, esquecendo-se de que aquilo que HOJE observam é a falência de um modelo, própria do seu esgotamento temporal. Esquecendo-se mesmo do estado das coisas anterior ao aparecimento desse modelo/solução, nomeadamente dos problemas que, entretanto, ele ajudou a resolver. Esquecendo até o mais importante, que a cidade “maravilhosa” do tempo dos nossos avós era só para alguns desses avós. Os restantes, todos sabemos como viviam.


Procurar, no despertar do Sec. XXI, reabilitar a cidade oitocentista (que em Portugal não tem directa correspondência temporal, pelas razões por todos identificadas) poderia significar a abertura de uma janela para o futuro. No entanto, os sinais que tem sido possível interpretar não o confirmam. Bem pelo contrário, indiciam a vontade, ora explicita ora camuflada, de caminhar em marcha-atrás para uma tradição modernizada. No fundo, e porque se trata do plano da vontade, e portanto genuinamente politico, a acção, embora revestida de modernidade, é do mais conservador e retrógrado que é possivel conceber.

No caso do Porto, o Presidente da Câmara vai mesmo mais longe e, consistindo a Porto Vivo o seu único, repito, único legado pretende ainda concluir o mandato com as corridas de tão boa, mui nobre e antiga memória. Qual cereja no cimo do bolo a servir de corolário a toda uma ideia bafienta da vida em sociedade e da sua materialização física.

A história, como todos sabemos, tem-se revelado cíclica, pelo que se espera, a breve prazo, uma nova inversão das mentalidades e uma nova AMBIÇÃO.
Portugal e o Porto, como é natural, não serão imunes e correm o risco até de se encontrar numa situação de certa forma pioneira.
Os protagonistas dessa nova ambição, que poderão muito bem ter já saído do novo ciclo político agora iniciado e que se reafirmará brevemente, terão que ter em conta novos parâmetros e sempre mais elevados graus de exigência. Mas não poderão abdicar da procura, sempre renovada, de novos modelos urbanísticos adequados aos novos tempos, que coloquem as nossas cidades, e principalmente o Porto, definitivamente na contemporaneidade.

quinta-feira, abril 28, 2005

Cada cavadela, uma minhoca

Cada cavadela, uma minhoca

Pedro Baptista

O Ministro da Saúde acaba de denunciar mais uma da completa incompetência do Dr. Rui Rio, garantindo que não dará nem mais um tostão para a negociata operada entre o presidente da Câmara do Porto e o ex-Governo PSD, que se cifrou em boicotar a construção do Centro Materno-Infantil junto à Maternidade Júlio Dinis, passá-la para uma ampliação do Hospital de S. João em condições técnicas desfavoráveis, e utilizar o terreno anteriormente previsto, que o Governo de Guterres tinha pago por 3 milhões, para fazer mais um bairro social, conseguindo ainda por cima, que o governo que dizia querer gastar menos dinheiro com a opção S. João, lhe financiasse cerca de metade do projecto, para que o Dr. Rui Rio pudesse granjear umas dezenas de votos.

É uma negociata que configura a pior promiscuidade entre a Câmara e o Governo da mesma cor, à custa da assistência materno-infantil do Norte que, por acção do lóbi comandado por Rio, foi adiada mais uma vez. Ao contrário, sinal positivo para a acção do Ministro da Saúde. O caminho não pode ser fechar os olhos à realidade, nem cometer novos erros para encobrir velhos. O Porto e o Norte merecem um Centro Materno-Infantil com todas as condições que se espera vir a concretizar-se no mais curto espaço de tempo.

No entanto a trapalhada arranjada por Rio quanto ao Centro Materno Infantil (e que vai custar uns milhões à Câmara) é a mesma que arranja em tudo o que se mete, mesmo tendo no Executivo uma confortável maioria, vinda da muleta CDU. No Túnel de Ceuta a questão foi (e é) a mesma. Em lugar de fazer a obra conforme o projecto que já tinha corrido todos os trâmites, o Dr. Rio, para se armar em melhor que os anteriores, e como não tem dimensão para o lugar que ocupa, decidiu tudo alterar, como se fosse dono do mundo e da cidade, sem ter em conta a realidade dum estado de direito e dum país que, embora pareça com o Dr. Rio, não é o faroeste da pá e picareta no lugar dos revólveres, nem das arruaças no lugar das leis. Resultado à vista, por causa de quem não sabe pedir autorizações antes de construir, coisa que qualquer cidadão de bom-senso sabe. Prejuízos para os comerciantes da zona, para todos os transeuntes e utentes, para o Museu Nacional Soares dos Reis encoberto por montões de terra e para a Câmara que perderá mais uns milhões que todos nós pagarão, percebendo-se, no entanto, que o buraco que o Dr. Rio tem vindo a aumentar nas finanças municipais, é uma herança que pretende deixar, não para si, mas para o próximo presidente da Câmara. É altura de todos perceberem, mormente os comerciantes da zona, que a culpa de tudo o que está acontecer, e do que advirá, na saída do túnel de Ceuta, é unicamente da desastrosa gestão do Dr. Rio e da sua personalidade autista, despótica e incompetente

Ao lançar guerras contra o Ministério da Cultura e contra o Ministério da Saúde de um governo legítima e legalmente constituído, o Dr. Rui Rio vai por mau caminho e arrasta o Porto para prejuízos incalculáveis. Ele que, venerador e genuflexo, nunca bateu um pé ao poder central quando era preciso, e nunca foi mais, aliás, do que um ponta de lança de alguns pretensos bem-pensantes da corte lisboeta , para fazer guerra a tudo o que no Porto afirmasse a personalidade da cidade e do Norte.

O total disparate que é o Metro à superfície, na frente do Hospital de S. João, tem também o apoio do Dr. Rio que, em lugar de defender os interesses da população, dos utentes do hospital e dos responsáveis, procurando uma solução enterrada, pôs-se a defender, contra tudo e contra todos, os interesses (?) do Conselho de Administração da Metro em defesa de mais uma das suas decisões irresponsáveis tomadas com base em pseudo-“estudos” ridículos e sem qualquer fundamento sério. Mais uns milhões de prejuízo e uns meses de atraso.

A mesma cena que ocorrerá com as obras no Castelo do Queijo e Boavista: não só a Câmara nunca receberá os tais 6 milhões que Rio combinou com a Metro vir a receber, para estes lhes pagarem o piso das corridas do reumático, (caso contrário estes ficariam em maus lençóis, pois nunca o governo aprovará a disparatada Linha da Boavista), como terão de pagar aos STCP os carris levantados e destruídos pela Câmara no viaduto do Edifício Transparente. Edifício que, aliás, por incúria e incompetência da Câmara, mantém-se como um mamarracho inútil, quando podia estar rendabilizado há muito, sabendo-se que Rio o quer assim, vazio, só para lhe servir de apoio nas corridas da ferrugem que considera a grande obra do mandato e o grande trunfo eleitoral.

Tal como os transtornos em Faria Guimarães, em S. Bento, no Carregal, um pouco por toda a parte, Rio e a Metro abrem buracos, a população que aguente acordada, empoeirada e obrigada a contorná-los. Não há a mínima preocupação em minimizar os transtornos, em escolher as melhores horas, em colocar pontões de travessia. É o despotismo da incompetência numa cidade cada vez mais decadente onde os últimos quatro anos de Rio foi o pior que lhe poderia ter acontecido e numa gestão de vistas curtas, igual a do PSD/PP no Governo, que não fez do que agravar em muito o buraco da dívida municipal.

E com isto tudo, como se não bastassem as “coisas” inacreditáveis que o Vereador Paulo Morais debita, aparece-nos agora uma vereadora Matilde Alves a dizer que a Câmara do Porto é o maior senhorio da Europa, com 50 000 inquilinos… Sendo verdade que tem, percentualmente, inquilinos a mais, a senhora faz alguma ideia do que está a dizer? Do que é ser “maior” ou do que são “50 mil”? Não é pois de estranhar que a política da equipa de Rio para os bairros sociais não passe de cosmética. Hão-de aliás dizer o que farão da tinta dos 35 000 inquilinos que não existem. E das 14 000 em que não fazem nada, nem sequer cosméticas inúteis com fins eleitorais...

o "Tino" do Jamor

Isaltino, conhecido na Suiça e em Oeiras por "o tino", veio apresentar a sua candidatura independente à respectiva Câmara. Diz ele que tem uma sondagem arrasadora.
Eu acho que está aberta a épocas das candidaturas "dinossauricas", que consta por aí pode atingir elevados contornos e cenas picantes em Gondomar e (esperamos bem que não) em Matosinhos.
É que a moda está a pegar, com Ferreira Torres (um dos sedentos obriga a que omita o primeiro nome do homem) em Amarante e Isaltino em Oeiras, Valentim ameaça Gondomar, falta saber se o PS também sofre da mesma doença.

O Tabú Silva

Cavaco Silva continua a alimentar tabú. Se algum dia fôr presidente terá o cognome de:
"O Tabú Silva".
Deliciou-nos ontem nos Jornais a dizer que tem dúvidas, ou melhor que continua com dúvidas. Longe vão os tempos em que não as tinha, agora esta hesitação ao bom estilo Guterrista é uma aproximação ao eleitorado socialista - dizemos nós.


Núticias

Assis acaba com hipotese de coligações e bloco diz que nunca quis uniões de facto

Novas Fronteiras agarra na Regionalização

JS Porto a votos

A JS Porto foi ontem a votos na concelhia. Grande adesão e grande vitalidade dos jovens que estão de parabéns. Dois candidatos que pela primeira vez se propuseram, tendo ganho o mais experiente – Pedro Couto sobre o estreante Paulo Sousa – num resultado expressivo.
Aqui no blogue enviamos os votos de bom trabalho ao Pedro e á sua equipa, e os parabéns a todos porque foi um processo democrático e exemplar para o partido. Oxalá seja o início de uma “new wave” na concelhia socialista e na cidade do Porto.


O “Novas Fronteiras” autárquico

Temos que reconhecer que o Novas Fronteiras nacional resultou para José Sócrates. Não resultou tanto como os Estados Gerais de Guterres, mas resultou. Ás vezes é melhor assim, pois os Estados Gerias acabaram interrompidos após a chegada do PS ao governo e o “Novas Fronteiras” tem condições para continuar.
Agora chegou o tempo de aplicar a receita às autárquicas. Acho sinceramente difícil e questionável esta receita.
Primeiro porque parece que há Novas Fronteiras nacionais e depois na segunda divisão, as locais.
Segundo, porque os Novas Fronteiras nacionais deviam ter servido como base para as autárquicas.
Terceiro, porque julgo que será mais gente a pôr-se em bicos de pés.
Quarto porque já é tempo dos independentes darem a cara nas situações difíceis, ou seja, em vez de estarem disponíveis para uns colóquios avulsos demonstrarem disponibilidade para integrar órgãos autárquicos – tipo assembleias municipais e de Freguesia, e nalguns casos vereações, nem que sejam de oposição – senão correm o risco de serem classificados de sanguessugas maiores do que aquelas que já temos nos partidos.
Depois a mim incomoda-me ver nas celebrações das vitórias aqueles que nunca estão nos momentos das derrotas (e não creio que fossem menos independentes por isso, ou que as suas convicções ideológicas se alterassem profundamente), o que significa que na maioria dos casos, esta participação será mais uma atitude de índole profissional do que cívica.
Quero aqui dizer também que aprecio muito os independentes e acho-os necessários à integração do partido na sociedade, resistindo aos tiques de corporativismo monocolor que ás vezes surge (ou mais do que às vezes), mas isto tem que ser regrado. Por exemplo, já seria bom tempo de formalizar uma ideia antiga que consiste em promover a noção de simpatizante dos partidos – um meio caminho entre a militância e a independência dependente – com ou sem cartão, que seria um processo mais claro de colocar as coisas.
Quanto ao Novas Fronteiras autárquico, tenho a impressão que irá ser mais do mesmo, ou seja, as personagens que já vi em campanhas do Gomes, actualizadas com um ou outro novo personagem. Já é tempo de dar a volta a isto. Essencialmente porque o escalão da maioria dos convidados é geracionalmente elevado (ou seja são sempre os mesmo velhotes) e não representam a o pensamento do Porto. Merece reflexão, porque todos dizem o mesmo em voz baixa, mas na hora da verdade faz-se sempre a mesma tralha.
Curioso, e dando razão a isto, é que o maior problema actual dos partidos é que também a média de idades dos seus militantes é elevadíssima, no entanto, ninguém parece preocupado com isso. Nomeadamente nestas alturas. Por isso, ou mesmo que não seja por isso, faço aqui no blogue a sugestão de me enviarem os contactos a todos os que queiram participar no Novas Fronteiras que eu comprometo-me a entrega-los ao Assis, e, já agora, aproveitem para aceitar este convite (nem que seja só para ver como param as modas) e façam o favor de comparecer amanhã na Alfândega no inicio do Novas Fronteira aqui no Porto, às 21.00h, com O jorge Coelho, que como sabem é o coordenador das autárquicas.

quarta-feira, abril 27, 2005

Movimentações



É de mim ou Macau está a dar cartas nas nomeações políticas?

terça-feira, abril 26, 2005

Ikea em Matosinhos


Narciso Miranda veio hoje apresentar a implantação desta multinacional no seu Concelho. Para os pobres que querem mobiliário barato é uma boa noticia, para os que se queixam da invasão das grandes superfícies - não!
Por mim acho que a Moviflor precisa de concorrência. E o design é porreiro.
No entanto aproveito para lembrar que há 2 anos o Presidente da Câmara do Porto não deixou o Corte Inglês instalar-se na Baixa Portuense, com claros benefícios que hoje estão à vista de todos.
Eu acho que o Narciso Miranda merece o crédito de conseguir a implantação de 1.500 postos de trabalho (embora se ele for a Alfragide vê que são maioritariamente precários) e dar um exemplo da necessidade de existir uma área metropolitana à séria para organizar estes investimentos. Matosinhos está ao rubro! Espero que a herança socialista seja preservada, porque o bom trabalho de todos merece.

O que pensa o PR

Confesso que não entendo o PR. No seu habitual discurso de 25 de Abril envia os habituais recados ao governo e aos partidos. Eu sinceramente prefiro um PR que fale claro e directo, que diga o que entende sobre as questões estruturais do País e que seja incisivo sobre os assuntos prementes - foi para isso que foi eleito.
Os recados ou insinuações só provêm da sua formação de causídico que, a mal de uma política em que os homens assumissem claramente as suas opiniões, tem criado sofismas em torno de cargos de poder.
Vamos lá ver:
-O que pensa o presidente do referendo do Aborto? Se concorda com a sua realização - quando acha legitimo realizá-lo?
- O PR acha que se devem sobrepor os referendos com outras eleições ou não? Se sim, com quais, se não, como resolver a abstenção nas propostas referendárias.
- O PR acha que o pacto de estabilidade é para manter e portanto exorta o governo a cumprir o défice, ou não, acha que é uma questão económica e a coesão social está à frente, nomeadamente no que toca ao emprego e ao investimento.

Desculpem-me os camaradas que por tuta-e-meia gostam de elogiar o PR (atitude fácil), mas eu não compreendo na maior parte dos casos o que ele quer e não me identifico com gente que só diz metade do que pensa.


segunda-feira, abril 25, 2005

Um outro e Sempre 25 de Abril


-Na vossa terra, é a revolução! .....
Irena viu lágrimas de emoção nos olhos de Sylvie, que se inclinou para ela e lhe apertou a mão:- Vai ser o teu grande regresso. - E de novo:- O teu grande regresso.
Repetidas, as palavras ganham uma tal força que, no seu foro íntimo, Irena as vê escritas em maiúsculas: Grande Regresso. Deixou de se debater: ficou sob o encanto de imagens que de súbito emergiram de antigas leituras, de filmes, da sua própria memória e talvez da dos seus antepassados: o filho perdido que volta a encontrar a sua velha mãe; o homem que regressa para junto da bem- amada à qual outrora a ferocidade da sorte o arrancou; a casa natal que cada um de nós traz dentro de si; o carreiro redescoberto onde ficaram gravados os passos perdidos da infância; Ulisses que torna a ver a sua ilha ao fim de anos errantes; o regresso, o regresso, o regresso, a grande magia do regresso.
A IGNORÂNCIA- Kundera

Aos meus sempre Serucas

Raquel

25 de Abril

Viva o 25 de Abril!

E o fim de 48 anos de ditadura da Direita!

domingo, abril 24, 2005

SONHO

Alguém dizia, há uns tempos, que tudo começou entre os penedos, quando o “Grito do Povo” chegava e, sombras, esgueiravam-se para os recôncavos dos gnaisses, com uma lanterna sob a aba do casaco, a “ler, discutir, divulgar”.

Depois dos sussurros se cruzarem como beijos, seguiam, disciplinados, a direcção dos dedos que, trémules, corriam nas sublinhas as palavras impressas, lucernas de liberdade no breu das masmorras do quotidiano e, por vezes, retesavam-se sobre as palmas como se empunhassem os punhais gizados pela raiva. Era então que as águas conduziam a mensagem e as armas de penedia em penedia, de Matosinhos a Leça, de Vila do Conde a Viana, de Espinho ao Furadouro, de Aveiro a Setúbal, ora sulcando sobre as ondículas, ora navegando pelos canais secretos dos fundos, apenas conhecidos pelos congros, pelas moreias e por aqueles aquém Neptuno, largando por um momento o tridente e cariciando-lhes o dorso, invejoso do Sol, decidiu facilitar as cartas de marear.

Como era nas horas mais difíceis que os sussurros jorravam mais roucos das gargantas apertadas, tonitruavam em silêncio, misturando-se com os ventos e as torrentes marinhas, e, ora tocados pelo Oeste ora, rio acima, na preia-mar, alcandoravam-se às terras altas, donde o pegureiro era autóctone, antes de se fazer marítimo e se fazer ao mundo numa história de génios, loucos e canalhas.

Fazer o mundo.

Era assim o sonho, força da natura.

Como a tempestade.

Indómita

Real.

Por isso se fez em relâmpagos e trovões, gritos de dor, de parto e de revolta, sangue brotando da secura da sílica, entre as águas e os céus. Não quando cada um quis, mas como foi, não fosse a natureza o querer por si, tanto (ou mais) como todos nós.

A tempestade amainou e os homens cansados, sossegaram.

Afinal, se enfrentam, intrépidos, as vergastas da noite e da secura, é por necessidade, não porque seja a sua natureza de guerreiros. Quando o sorriso se alargava praticamente por todos os rostos e se reproduzia em flores de Maio nos lábios dos novos seres feitos para celebrar Abril, começaram a relampir e, confiantes nas coisas do futuro, adormeceram.

Quando, muito tempo depois, acordaram, perceberam que tudo não passara de um sonhos pois tinham esquecido –parece que era Valéry que dizia, ou terá sido Pascal? – que quem quer realizar os seus sonhos tem de manter-se permanentemente acordado.

Pedro Baptista
(in “Gazeta Literária, órgão da Assoiação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, nº especial de 25 de Abril de 2004)

há mesmo muitos!

Grandola, Vila Morena

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

CDS/PP meeting - vruuuuum

A sucessão do Paulinho

O Congresso do CDS – PP revelou-se como um espectáculo televisivo porreiro. Depois do Marques Mendes ter sido eleito na reunião mais enfadonha que há memória, vem os conservadores mostrar que afinal, mesmo num pequeno partido é possível fazer uma cena à “la Cavaco Silva” (só que a revisão em vez de ser do carro vais ser do avião). Só faltava a Julia Pinheiro a fazer o suspense da nomeação.
Depois de dois meses em que todos empurravam o partido de uns para outros, assisimos, noite dentro, ao emergir da sucessão do Paulinho das feiras, também conhecido como o direitinho da defesa!
Então o Ribeiro e Castro desce por ali a abaixo, com uma moção no sovaco, negoceia com o Nobre Guedes e tcham, tcham! LÍDER.
Só faltou aquele aperto de mão triunfal, como o Portas gosta de Fazer.
Pensavamos nós que a direita estava entorpida e que até o Papa tinha uma eleição anteriormente combinada e afinal tivemos surpresa. Foi um show!
Podemos ter percebido mal mas, alguém me sabe dizer qual a diferença entre a moção de um e a as duas moções do outro? E alguém acha mesmo que se o Ribeiro e Castro fizesse um discurso daqueles, num congresso de um grande partido mesmo, a malta se inflamaria?
Já agora, deixem-nos dizer o quanto gostamos daquele rapaz com a tez morena da suite de 3.000 contos, vir explicar que afinal não concordava com a saída de Durão para a Europa (pelos vistos estava de acordo com o Louça) e que a culpa de tudo foi afinal do Santana.
É mais um que vai andar por aí!



Por detrás das coligações!

Acabou-se a ideia de coligações à esquerda. Na verdade o PS fez as necessárias demárches” para efectuar uma força democrática de esquerda, que pudesse ter a estabilidade necessária para enfrentar as candidaturas de Rui Rio e Carmona Rodrigues (além de Sintra, Gondomar, Maia e por aí fora).
Na verdade, Jerónimo de Sousa está afinal a revelar-se o adepto da mais ortodoxa e antiquada linha dura comunista, levando provavelmente o PCP a uma derrocada eleitoral em Outubro.
E o BE, agora com o PCP fora, irá dizer o quê? Gostamos de estar sozinhos? Ou a verdade, verdadinha: NÃO QUEREMOS SER PODER – gostamos mesmo é de dizer mal!

O aparelho e os chapéus!

Finalmente existiu a tão ansiada reunião entre o candidato à câmara, e os órgãos executivos da concelhia do Porto. Nuno Cardoso liderou uma reunião que servia essencialmente para definir a acção política no porto. Em vez disso, alguns transformaram o encontro numa (des)necessária catarse.
Engraçado, foi mesmo a pouco habitual intervenção de Orlando Gaspar, que não costuma intervir nestas reuniões, avisando o ingénuo Francisco do perigo das suas actuais companhias, para os que não souberem deixo-vos a pista que a referência é a um dos sedentos. Ora, segundo ele, o PS Porto é um exército e todos tem que lutar disciplinadamente na guerra que se avizinha – não podemos concordar mais (embora provavelmente pelas razões opostas às dele).
Por outro lado , não seria justo deixar passar em claro a risada do fim-de-semana, que até envolve o referido sedento, a propósito de pessoas que apareceriam com mais destaque nas iniciativas de Assis que o próprio Assis,; disse a certa altura o actual Presidente da Junta de S.Nicolau (re-candidato ao lugar) : “Chapéus há muitos!”.
Segundo o visado, falta saber quem é o palerma!


sexta-feira, abril 22, 2005

Fora da Baixa

Sem desprimor para a importância da baixa do Porto, julgo que se tem passado a um segundo plano as urbanizações periféricas do Porto. Nomeadamente os bairros socias!
E as questões que ali se colocam são sempre as mesmas e muito, muito dificeis: Demolir ou renovar? A população não quer mudar, mas quer tudo novo. O dinheiro vale o mesmo e gasta-se mais a recuperar do que a fazer de novo.
Na maior parte dos casos dá a ideia de que todas as intervenções recentemente feitas são um sorvedouro de dinheiro porque os problemas são estruturais. As áreas são exiguas, as infraestruturas estão deterioradas, os edifícios tem estruturas em mau estado e as patologias são impossiveis de corrigir. Não existem isolamentos térmicos e os acabamentos são como finas folhas de papel sobre paredes de tijolo que humedece no inverno e aquece brutalmente no verão. As caixilharias não funcionam ou quando o fazem é porque os inquilinos as actiualizaram com os seus aluminios feios mas seguros. As infiltrações vem de todo o lado - não há impermeabilizações e para as haver há que escavacar tudo.
Bom é infindavel a enumeração de questões técnicas, mas não só, a densidade e organização espacial, onde os espaços publicos não tem controlo dos utentes, acaba por reflectir-se nos parcos equipamentos que se deterioram rapidamente.
Considerando que o municipio do Porto é o maior senhorio do país, poder-se-ia dizer que o melhor seria alienar algum deste património. Ora bem, tirando o bairro de francos todas as tentativas não tem sucesso e não é preciso visita-los a todos para saber que mais de 2/3 dos seus habitantes nem de borla querem ficar com a propriedade! Nem de borla, nem dado. Porquê? Perdiam a oportunidade de reclamar? Não, porque sabem que são estruturas desajustadas e de difícil redirecionamento.
Então sabemos que as visitas políticas que promentem soluções e acentam as queixas, anotam os berros e dizem que é preciso dinheiro do estado, estão simplesmente no cume da demagogia.
O que é preciso é ser sério e corajoso, cuidadoso nos métodos e perpicaz na busca de soluções, pois nos bairros sociais, no futuro próximo poder-se-ia desenhar uma cidade dentro da nossa cidade.
Por isso defendo uma SRB - sociedade de reabilitação dos Bairros e um Plano director Social (não preciso de lhe chamar "masterbairros") que desenvolve-se um estudo muito importante envolvendo obviamente o investimento público e , mais importante, o investimento privado.


Primeiras medidas do Plano Tecnológico


Foi dado hoje um impulso a um dos projectos emblemáticos do programa do governo da legislatura de José Sócrates. Para tal foi criada uma nova comissão de acompanhamento e de coordenação entre os vários Ministérios que vão colaborar para executar com rigor e verdadeira inovação este Plano Tecnológico – Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico (UCPT). Para isso, o Ministério da Economia terá avaliação internacional, tal como já se verifica no Ministério da Ciência e Ensino Superior. Copiar o que foi muito bem feito durante o Governo de Guterres pelo Ministro Mariano Gago, é um ponto positivo. Publicitar que foram endereçados convites a alguns prémios Nobel da Economia e investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts para garantir a qualidade da avaliação, é que me parece “desnecessário”. Quanto ao programa INOV Internacional..... Esperemos para ver o que vai dar. Será que 75 jovens licenciados portugueses em Xangai (300 em 4 anos) vão ser capazes de abrir as portas do Oriente às empresas Portuguesas? Veremos!

É crucial agora perceber quais as regras do jogo para aceder a estas medidas do Plano, que tipo de empresas vão ser elegíveis, se estas têm ou não de ter ou criar núcleos de ID, e em caso afirmativo que tipo de quadros os vão integrar. Esta pode ser uma boa medida para aumentar o emprego científico.

Vamos dar tempo ao tempo….

Raquel Seruca

quinta-feira, abril 21, 2005

Plano tecnológico

Arrancou hoja a maior "bandeira" eleitoral do Governo Socialista o "Choque tecnológico", agora chamado de plano tecnológico.
De imediato esta decisão traz "...a reposição dos benefícios fiscais às empresas que invistam em Investigação e Desenvolvimento (I&D). ..."
Está bem, vamos a vêr agora o resto!


O candidato surpresa

Afinal havia outro! Mendes escolhe Carmona para Lisboa. Ora pela mesma lógica vamos ter o Paulo Morais a candidato ao Porto. O Morais devia fazer como o Ratzinger: site de fans, pins, t-shirts, bonés e cobrança de favores.
Depois era só dar uma entrevista e empurrar o gajo que o lá pôs. Isto é que era fraternidade!E mais, assim em Lisboa o Carrilho vai ter muito mais dificuldades .....Portanto arrumadores do Porto e arredores preparem-se pois o candidato Morais, desta vez, vai mesmo extinguir-vos (até dizem que o seu guru é o Arnold).

Assis ao Porto!

Francisco Assis, já vai fazendo sentir a influência de uma voz forte no Norte. O caso do Metro no S.João é o retrato disso mesmo. Um ministro que já mexe no assunto de forma séria, sem fazer brincadeiras de corridinhas ou amizades como no PSD.
NA verdade é necessária uma gestão do futuro da cidade, com ponderação mas sem abdicar de firmeza e fazendo as rupturas necessárias com esta gestão autista.
È que muitos tem que se desenganar , a candidatura do Assis não é só uma candidatura de um Partido é a vontade dos socialistas concatenarem as diferentes visões sobre a cidade sem prejuízo de quem gosta do Porto.
Assim transversalmente há que recolher a voz de todos e sem gaguejar!
É que os tempos são de união e não de diversão ou ciúme. Há muitos políticos que preferem perder do que verem a vitória dos seus correligionários de partido. Muitas vezes valem mais as coisas do que as causas e assim não adianta trazerem moralismos bacocos:
Quem não estiver com o Rio tem que acreditar no Assis e se vier é para ajudar! Todos são poucos, mas para atrapalharem ou agourar mais vale ficar em casa que já ajudam!
Já agora uma deixa:
Será que a oposição do PS na câmara e na concelhia não podia ter feito muito mais do que o que fez?

Barroso e os cruzeiros

A imprensa europeia continua a atacar Barroso porque ele não admitiu o erro que foi as suas fériazitas numa barcarola de luxo.
Se o acaso o levar a admitir o erro, pode ser que também alguém se lembre de lhe arrancar um pedido de desculpas por ter lixado a economia portuguesa, por ter estourado com o deficit, o emprego e ainda por cima deixar-nos aqui o Santana Lopes.
Sinceramente, nós muito mais que o resto da Europa, temos razões de queixa, mas vá lá eles sempre berram!

Valongo decidido

O PS, em Valongo, apresenta uma candidata para a câmara, só não é a Manuela de Melo mas sim a Maria José Azevedo, antiga vereadora da Câmara do Porto.
Confirmam-se os prognósticos do Sede que disse em tempos que não seria a deputada, ex-vereadora da cultura, mas seria também uma mulher.
Esperemos que seja suficiente para derrotar o Fernando Melo!
Agora já só falta Gondomar e Matosinhos (em ambos os casos já ouvimos tantos nomes que é melhor nem arriscar, na verdade não beneficia o PS Porto esta incerteza).

quarta-feira, abril 20, 2005

Organismos Geneticamente Modificados

A propósito de uma manifestação à porta da Gulbenkian CONTRA os organismos geneticamente modificados.

Vale a pena conhecer alguns prós e contra e procurar saber mais e ter espírito aberto!

Ciclo de Conferências Fórum Gulbenkian de Saúde - 8º Ciclo
10h00
Qualidade e segurança alimentar: os organismos geneticamente modificados, os protestos pelo direito à saúde e os contaminantes dos alimentos

Preparamos este pequeno resumo apenas para “Abrir o apetite”.

Os Prós e Contras dos Organismos “geneticamente modificados”

O que é um organismo geneticamente modificado?

É um organismo obtido após introdução de material genético de outra espécie, ou após modificação da sua linhagem genética por manipulação do seu próprio material genético, de uma forma que não acontece naturalmente.

Prós:

· Sector agro-alimentar: Melhor rendimento. Melhor adaptabilidade às condições climáticas (frio intenso, calor extremo), ao terreno (pobreza de água ou de sais minerais). Maior resistência aos agentes infestantes. Tendo em conta, que se espera em 2020 mais de 800 milhões de pessoas de Países do Terceiro Mundo estarão em condições de extrema pobreza e irremediavelmente com fome, espera-se que medidas como estas se BEM conduzidas levem a que haja uma modificação CLARA deste processo.

· Ambiental: Ao criar plantas mais resistentes a infestações e com maior adaptabilidade às condições ambientais isto leve à redução da utilização de pesticidas e fertilizantes durante a sua cultura.

· Saúde: Anteriormente a insulina era isolada de extracto porcino. Este processo podia ser veiculo de transmissão de infecções. Quem não se lembra do problema da BSE com as vacas loucas? Agora a insulina é produzida por métodos de engenharia genética. A insulina humana é produzida por bactérias onde foi introduzido o gene da insulina humana produzindo assim as proteínas que posteriormente são extraídas e purificadas. Estes derivados evitam transmissão de infecções para além da melhor rentabilidade económica. Isto passa-se não só com a insulina mas com outras proteínas que podem ser deficitárias em muitas doenças.

Contras:

· Diminuição da variabilidade genética. Os organismos modificados são todos descendentes de um organismo único. Isto é um problema que se pode reflectir numa menor capacidade de adaptação a novas condições naturais ainda desconhecidas.

· Resistências a antibióticos. No processo de modificação genética utiliza-se sempre DNA estranho que contém genes de resistência a antibióticos. Este processo pode indirectamente causar um aumento de resistência aos mesmos antibióticos em particular quando estes são usados ao nível veterinário.

· Alergias e toxicidade que as plantas geneticamente modificadas podem exercer no contacto com a Fauna.

Caso queira pesquisar agora este é um bom site:

O Masterplan

Vale a pena lêr a opinião do Tiago Azevedo Fernandes sobre o Masterplan da Sru. Além de concordar com muitos dos aspectos citados, julgo que é importante sublinhar que afinal muitos dos pressupostos políticos colocados para acabar com o Cruarb e impulsionar a SRU estão postos em causa! Na verdade vemos agora que pouco ou nemhum investimento público se prevê e ainda por cima parece ser um estudo bem realizado, mas bastante dificil de pôr em prática. É que o urbnanismo no Porto, ou memso nas cidade europeias em geral tem-nos ensinado que é dificil obrigar os investidores a fazerem o que quer que se faça.

A decisão!

Parece que a feira da vandoma vai para a Cordoaria! Viva, parece que afinal a câmara consegue tomar decisões e encontrar alternativas. Não deve ter sido fácil, queimar tantos neurónio e com tão poucas praças por aí cheiinhas na cidade. Mas deve haver mais, até porque já se ouviram uns zunzzuns onde a antiga Praça de Lisboa estava a ser preparada para qualquer coisa que não se sabe bem o que é. Pelo menos nós não sabemos mas que cheira a negócio cheira! Deve estar na fila de espera para ser cocluido depois da pousada no Palácio do Freixo.

A CDU é plasticina

No dia em que sabe do falecimento de um comunista renovador vitima de doença prolongada - Edgar Correia, continuamos a aturar as traquinices da CDU mais ortodoxa.
Com o seu pézinho ligeiro o Jerónimo de Sousa apresenta um candidato a Lisboa, o Ruben de Carvalho, enquanto o Sá do Porto vai dizendo que quer fazer coligação com o PS. Mas isto é de manhã, porque à noite abstem-se nas contas da câmara do Rio, apesar da contabilidade criativa que dizem por lá andar, e se calhar hoje irá visitarr um bairro social.
É caso para dizer que a esquerda velha e ortodoxa parece plasticina e realmente parece dificil confiar nesta gente para um acordo político sério! E dizem por aí que o Assis cada dia que passa está mais convencido disso.

terça-feira, abril 19, 2005

As blasfémias sobre o novo Papa

Ora aí está a direita no seu estado mais puro, ortodoxo e conservador. Dizem os nossos colegas da outra banda que blasfemam contra a bovinidade!
Mas entretanto dizem coisas divertidissimas como as de : "Uma boa solução. O Espírito Santo livrou-nos de um Papa de Esquerda." ou ainda "Grande derrota para o Bloco de Esquerda e para a glória da pátria. ", ou mais extensamente e reflectindo, "A Igreja é, por definição, dogmática e conservadora: em relação a si, à sociedade e aos valores que defende para uns e para outros. Tem de o ser. Se o não fosse, não teria dois mil anos de existência."
O cardeal de Munique, defensor da ortodoxia e pelos vistos "cacique" de Cardeais tem apoiantes ferverosos na blogosfera, e ainda por cima a bovinidade está em nós pobres ateus!





Por outro lado no BE não há papa sem Marx!

Telemissa

E ninguém diz nada sobre o espectáculo grotesco de exibição, com total aceitação dos media, de uma instituição absolutamente gerocrata, situando-se nos antípodas da república, da democracia e do respeito pela cidadania!
Qual o papel de cada padre no meio de toda esta telemissa? Qual o papel de cada crente ( Oh homo credulus, ainda por aí andas?)? Qual o papel de cada mulher e de cada homem, inserido para efeitos estatísticos como cristão e mesmo católico apostólico romano ( Porto for ever!)?
A metáfora do pastor e do rebanho, é afinal mais directa do que se imagina, redundando na (elementar, meu caro) permanente parábola do guia alumiado e da carneirada acéfala?
Qua a tolerância absoluta não nos tolde o direito e dever absolutos à crítica. Em nome do homo sapiens.

O seu a seu dono!



Ratzinger!

Com todo o respeito pelos católicos, julgo que o novo PAPA é afinal o chefe do Vaticano dos ultimos anos, ou seja não foi bem uma eleição, mas antes uma sujeição.
Julgo que a quebra da tradição, quem entra candidato sai cardeal, demonstra que a Igreja católica sofrerá muitas criticas nos tempos que se avizinham, pois esperava-se mais, muito mais abertura.

Um homem tambem chora...

...perdão, tambem se engana!

Parece que, desde as 16:50 h, temos PAPA.

E como Barroso ajuda o NÃO!

Já se sabia do cancelamento da viagem do "José Manuel" a França para evitar uma subida ainda maior do Não ao referendo da Constituição Europeia. Agora veio um parlamentar inglês reclamar que o Presidente da EU não devia aproveitar viagens de luxo de amigos multimilionários, em iates porreiros. Vejam já agora como eles avaliam as fériazitas em 20.000 euros. Basicamente é a imprensa francesa a atacar ao bom estilo Norte Americano.
O único Português a fazer viagens de iate e a borrifar-se na imprensa é o Mourinho!
Não há duvida que ninguém gosta das férias dos políticos portugueses, ou é o ministro a fazer mergulho, ou o ex-ministro da defesa no Dubai, agora o Presidente Barroso de andar de iate, como antes era o Soares a andar em cima de tartarugas, ou um ou outro por usar um helicóptero ou um Falcon, enfim!

Rio arranca campanha

O Autarca do Porto lança o inovador????? Masterplan Porto Vivo.
Lembram-se quando o mesmo Rio gozava o Gomes quando este falava em "Project Finance" para os eléctricos? Agora apresenta-se uma "coisa" chamada "Masterplan", também com certo jeito parolo, e pior do que isso, como se a malta achasse mesmo que o Rio vai fazer isto:

"Recuperar a Baixa do Porto custará mais de 1695 milhões de euros (quase 340 milhões de contos). O Masterplan da Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana, que será apresentado hoje à tarde no átrio da Câmara portuense, delimita 36 áreas de intervenção, prevendo-se a renovação de 5785 edifícios. Contas feitas, a acção mais barata será na envolvente da Rua do Mirante, com um custo de 4,22 milhões de euros, enquanto o eixo Aliados/Liberdade obrigará a dispender 128,1 milhões para recuperar 116 imóveis." in JN hoje

Quer dizer que os 3 anos e meio foram só para aquecer os motores? A blogosfera já está em cima do assunto, esperam-se os próximos episódios, pois a campanha já começou!

Vale a pena ver, sentir e discutir de uma forma informal antes de escolher.

“São tantas as opções que temos hoje, que nos perdemos!”
Esta é uma frase habitual quando se tem que escolher o que se quer estudar. A Universidade do Porto vai realizar nos próximos dias 21-24 de Abril no Pavilhão Rosa Mota das 10 às 23 horas (sem hora de almoço) uma Mostra das várias instituições ligadas à Universidade do Porto. Em muitos pavilhões vão poder discutir com colegas, professores e investigadores as várias opções, os principais objectivos da licenciatura, a investigação que se faz em cada centro, etc. Vão mesmo poder experimentar e sentir o gozo de fazer ciência em alguns pavilhões. Não há desculpas a entrada é livre e o horário é alargado. Apareçam!

Raquel Seruca

http://www.up.pt/Mostra_2005

E.T. phone home...



...perdão, a eleição do novo Papa!

Não me parece que a coisa vá ser tão rápida quanto dizem. É que, goste-se ou não, a fasquia foi colocada bem alto por João Paulo II. Depois do Papa peregrino, não vai ser fácil encontrar sucessor. Porém, na maravilhosa Capela Sistina e com a ajuda de intervenção divina, quem sabe!?!?

segunda-feira, abril 18, 2005

O fosso

Já estou um pouco farto de ouvir esse tema da falta de fosso de orquestra na Casa da Musica, que como a maior parte sabe não se justifica pois uma sala de musica não pode ter fosso.
Fosso, fosso é o de poder no CDS/PP. Alguém percebe o que se lá passa? Afinal ainda vai ganhar aquele fulano com nome de ex-corredor de formula 1 por falta de candidatos!
Enquanto isso o Portas (filho, porque o Pai voltou a estar de amores com o PS, "noblesse oblige"), voltou do Dubai bronzeado, de jeans e sapatilhas puma, onde os reltos não referem que tenha cantado o hino!
Depois da Foto devolvida do Freitas, consta que não vai ser esse o acto mais hilariante do ano político da direita.
No Blasfémias dizem que vai ser mais fácil o conclave do Vaticano do que encontrar um candidato ao pequeno partido de direita. Não deixam de ter razão.

O Tino de Rans

A propósito desta polémica da limitação de mandatos veio-nos à memória o Tino de Rans. É que ele foi o primeiro a contestar em termos nacionais o excesso que os partidos fazem na gestão dos seus deputados.


Na altura dizia que eram sempre os mesmos e que não tinham a aprovação do povo porque iam a reboque dos candidatos a primeiro. Vendia livros à porta dos Congressos a dizer isto mesmo. Vendia-os a gajos que nem os liam!
Claro que isto dito pelo Tino, entremeado com a trágico-cómica história das batatas cozida com bacalhau, feitas pela mãezinha, e a visita à campa do irmão tinha o valor que tem. No entanto o Tino dizia isto porrque tinha um objectivo! Queria ser deputado.
Hoje o Francisco Assis veio a reboque do Mário de Almeida e o Comércio, e bem (digo eu), pespegou-lhe logo com uma foto ladeado pelo autarca de Vila do Conde e de Matosinhos. Não percebo como se pode defender primárias e paridade no partido e depois dizer ser contra a limitação de mandatos, é que o principio que origina esta revisão é o mesmo, credibilizar a politica após 30 anos dos mesmos gajos.
Numa coisa o autarca de Vila do Conde tem razão, quando fala de deputados e do seu day after! Mas isso é neste mandato, porque aqui à uns anos atrás haveriam de lhe lembrar outras coisas.

domingo, abril 17, 2005

Será isto subir a parada ou somente fazer-se difícil?

"À margem da apresentação da candidatura de Ilda Figueiredo a Gaia, o secretário-geral do PCP admitiu que, não obstante as intenções manifestadas por Francisco Assis, "quem decide são as direcções nacionais". E o assunto nem sequer foi aflorado na reunião, que na passada semana juntou as cúpulas socialista e comunista e que apenas debateu a questão de Lisboa e, neste contexto, Jerónimo de Sousa admitiu "dificuldades". "

in Comércio do Porto

Na volta, na reunião no Rato eles suspenderam a meio a discussão, não fosse o homem ficar afónico (é que como sabem isso dá-lhe votos!) , assim houve assuntos que é melhor falar mais tarde porque custam a engolir!

O Burmester



Tenho a ideia que esta "cena" caricata de um Presidente vir na inauguração de um grande evento, dizer que um fulano qualquer merecia voltar a ser o que foi, embora tenha sido saneado políticamente e o Presidente nada tenha dito na altura, estava melhor na capital da bananolândia.

No Porto parece haver muita gente esquecida da estória das datas da 2001 (abertura da capital europeia da cultura), da falta à inauguração do Dragão, e do respeito devido a instituições da cidade que ganham prémios em vez de ficarem em segundos. Enfim..., que o mandato acabe bem.
Já agora gostava de o vêr comentar o desrespeito a uma instituição nacional como é o IPPAR.
E que nunca lhe doa a voz!

AO

As limitações

Queria falar um pouco sobre as limitações, mas quase só me ocorrem lugares comuns e coisas que já foram ditas. É que sobra por aí uma hipocrisia generalizada dos partidos sobre o tema.
O PSD agora é contra a retroactividade! Quer dizer, altera-se a Lei porque se tem consciência que há coisas que não funcionam bem, mas no entanto diz-se que isto não tem nada a vêr com o que está para trás. É perfeitamente normal o Alberto João, e outros que tais, aspirarem a mais 3 mandatozitos.
Eu por mim, era para toda a gente, nomeadamente para deputados, que é o lugar mais bem pago na escala de Euros / produtividade.
E aqui incluo a necessidade de muitos autarcas socialistas darem lugar a novos protagonismos. Ou será que só ali eles podem fazer política?
Esta é aliás uma questão base do socialismo democrático, o desprendimento do poder!
E já agora, noto que a opinião do Mário de Almeida está nas antipodas do que eu penso, e julgo que no caso dele é desnecessária, pois poderia afastar-se da imagem de barão autárquico e aproximar-se de um novo papel a desempenhar no distrito.

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A feira

Quem não se lembra de umas noites bem madrugadoras na Feira da Vadoma? Pois é, acabou!
Pelo menos a Câmara não sabe resolver o problema. É assim numa cidade que anda desatenta com as questões e sempre com a mania de as discutir tarde demais.!
Ora uma feira tradicional, descrita tantas vezes como parte de um património cultural portuense, não pode simplesmente ser tratada como uma feira ilegal. Tem que haver soluções, e mais ainda quando agora dizem que há que arranjar um espaço, com os stands e pagar as taxazitas e tal.... Isso não é a Vandoma e não é aquilo que a malta nova quer quando negoceia com os Papás vender quinquilharia para o interail, ou para as férias com a namorada.
Assim se vai alienando coisas que são mesmo nossas como se não fosse nada e o Porto morre por dentro. Qualquer dia acabam por vêr no S.joão uma festa ilegal. Já nada nos leva à baixa, ao centro.

sábado, abril 16, 2005

Sócrates, Justiça e Educação


Acho que é importante não deixar passar em branco a entrevista de José Sócrates dada a Judite de Sousa na RTP1. Vi um primeiro-ministro preparado para falar dos temas que neste momento estão na ordem do dia (excepto da educação por lapso ou falta de tempo da entrevistadora). Vi um político determinado e com um projecto que ele próprio leva a sério, sendo que arrisca a tornar claro os seus objectivos mesmo que assim a posterior avaliação dos resultados se torne mais óbvia e mais contundente. Quanto ao caminho em si acho que ouvimos algumas coisas importantes relativamente a algumas questões que considero determinantes. Ao falar do défice do estado Sócrates foi claro: a obsessão do défice foi substituída por uma consciência de um problema real que tem de ser resolvido. Mais importante é o caminho proposto para a sua solução: combater a despesa mas não deixar de tentar aumentar a receita combatendo a fraude e evasão fiscal. Eu sei que isto é mau para alguns mas acreditem que se as medidas tiverem resultados reais será muito positivo para a maioria dos portugueses. É já longa a espera de ver restaurada a equidade fiscal para aqueles que trabalham por conta de outrem e vêem os seus impostos automaticamente retidos na fonte não se revoltem constantemente com as empresas que apresentam prejuízos constantes, apesar da aparente saúde financeira dos seus quadros superiores. Dos profissionais liberais que apesar de sinais exteriores de riqueza apresentam uma receita mensal de 350 euros. Este é um problema, que a sebastianica Manuela Ferreira Leite, tanto tentou iludir chegando mesmo a dizer que esse não era fundamental pois não resolveria automaticamente o problema do défice – relegando para segundo plano a questão moral e social.
Neste momento considero que a questão fiscal, a problemática da justiça e a educação formam um triângulo fundamental de desenvolvimento social português. Temos de nos afastar definitivamente dos muitos vícios de várias décadas de ditadura e entrar numa era de civilização, onde o estado de direito, uma economia saudável e uma sociedade qualificada conseguem trazer uma aproximação dos níveis de desenvolvimento da Europa.

sexta-feira, abril 15, 2005

Limitação de mandatos...

...para todos os cargos públicos, JÁ!
Nada de efeitos retroactivos nem de exclusão de cargos e lugares não executivos.
idem, idem, aspas, aspas para as nomeações.
Em todos os casos, três mandatos é um bom número, mas principalmente doze anos é um excelente periodo.
Três mandatos ou um máximo de doze anos.

quinta-feira, abril 14, 2005

Da Casa da Música ao Circuito da Ferrugem

O texto com este título será publicado amanhã, dia 15 de Abril de 2005, em "o Comércio do Porto"
Da Casa da Música ao Circuito da Ferrugem

Pedro Baptista

A Casa da Música que hoje se inaugura será, ao lado da setecentista Torre dos Clérigos, o grande ex-libris arquitectónico da cidade do Porto, marcando o arranque portuense e europeu do Século XXI.

Se no início muitos olhavam com suspeição o objecto estrambótico que o holandês ali estava a plantar, a verdade é que o “objecto” cedo se impôs e hoje são muito mais as vozes que se erguem contra as construções que possam ofuscar o edifício, do que os que torcem o nariz ao “modernismo”.

Vozes que se preocupam com a envolvência do edifício com toda a razão. Não se trata de se ver ou não se ver o mar do edifício como alguns têm caricaturado, mas de ver ou não ver devidamente aquele diamante arquitectónico lapidado pela vasta equipa de trabalhadores liderados por Koolhaas que é a Casa da Música e que, lado a lado com Serralves - e por que não com o Estádio do Dragão - coloca o Porto num lugar de destaque da criação arquitectónica do roteiro cultural de toda a Europa.

Infelizmente na Câmara do Porto ninguém percebe isto. Rio e confrades olharam sempre a Casa da Música como uma inutilidade inventada pelos socialistas que só servia para gastar dinheiro, uma bizantinice que não passava dum sorvedoiro dos recursos, um fardo a suportar com grande sofrimento, uma chatice para a gestão e sobretudo uma perturbação para a sua vida mental. Não é de espantar, pois é a ideia de Rio para com toda e qualquer expressão da cultura. Não tira a pistola ao ouvir falar de cultura como o Outro, mas considera-a uma inutilidade frívola. Por isso a forma como a Câmara do Porto encarou e continua a encarar a Casa da Música, nomeadamente em relação à envolvência paisagística, como de resto encara toda a cultura portuense cujo apoio camarário recuou trinta anos, nos últimos quatro.

Só há uma vertente que interessou (e interessa) Rui Rio e confrades “laranjas” na Casa da Música: a dos lugares de gestão. Aí trataram do assunto na malha fina! E até temos um presidente do Conselho de Administração que clama para que não se politizem os lugares de gestão da CM! Nem Omo, nem Tide, nem sequer líxivia, um espanto de limpeza da consciência! Como se ele, e maior parte dos que foram nomeados, não o tivessem sido exactamente por exclusivos critérios político-partidários!

De outra forma não se compreenderia como pululam pelos edifício “contabilistas” videirinhos da política “laranja” totalmente desqualificados, e a Casa da Música não surge identificada com o rosto e com o nome de um dos que foi a sua “alma parens”: Pedro Burmester.

De resto o modelo de gestão e o financiamento apresentado pela Ministra da Cultura parece equilibrado e capaz de propiciar o funcionamento de uma parceria pública/ privada, desde que ambas as partes não se eximam na prática à sua quota da responsabilidade.

O Porto dispõe a partir de hoje de equipamentos de grande nível na rubrica da exibição de espectáculos de médio dimensão, continuando, no entanto, a ter défice de equipamentos culturais noutras rubricas, como nas de apoio aos grupos de produção cultural e na de um grande espaço para espectáculos de grande dimensão, como seria adequado para quem se pretende pólo aglutinador no Noroeste Peninsular.

Infelizmente, outros equipamentos como o Edifício Transparente, pelo motivo político-partidário de a direita poder dizer que foi uma obra inútil, manteve-se ao abandono e á degradação durante quatro anos e o que hoje poderia ser um lugar de animação cultural, recreativa e comercial, é um mamarracho inútil, que Rui Rio assim quer manter, porque não tem competência para o rendabilizar e porque o quer utilizar como apoio para o “circuito da ferrugem” que quer transformar na sua “obra de regime”.

Rico “regime” com paradigmas assim!

Em 59 e 61 as corridas foram o presente e o futuro. Hoje nem são corridas, nem presente, nem futuro, apenas passado, cuja infância ou adolescência gostamos de recordar nas horas de nostalgia, mas de que não vivemos. Nem nós, nem uma cidade como o Porto, podem viver do passado, a não ser para fazer comparações que nos esclareçam...

Por exemplo: comparar o tempo em que se trouxe para o Porto o “Património Mundial” e o Metro, se fez o Parque da Cidade, o teatro da Vilarinha, o Ballet-teatro e o teatro do Campo Alegre, se impôs o S. João e Serralves, se comprou o Rivoli, se recuperou o Coliseu, se trouxe a “2001” no qual se inclui o Carlos Alberto e a Casa da Música, se impôs para o Porto boa parte do “Euro 2004”, com a obra de Rui Rio: discórdia, marasmo, vazio, guerra às instituições da cidade, incompetência, precipitações e, por fim, a grande obra para o que se malbaratam mais de seis milhões de euros, o circuito da ferrugem para a brigada do reumático da Câmara! Ridículo! Depois da destruição das tílias na Boavista, do arranque dos carris e da asfaltação, é a vez da Rua da Vilarinha que nunca teve nada, mas lembraram-se agora de que deve ter asfalto… e dois mesinhos de pá, pó e pica. Só para as Elviras não tremerem no paralelo a deixarem cair os parafusos! As prioridades da Câmara do dr. Rui Rio! Ainda por cima mini-circuito de poluição brutal em torno de um espaço verde!

É chato comparar? Mas não terá de ser?


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Cultura

Quem não se lembra da famosa frase:
"Quando me falam em cultura, meto logo a mão na carteira!". Quem não se lembra também, se não me erra a memória da visita ao bairro das Campinas do actual Presidente da Câmara, acompanhado do então ministro da cultura no âmbito de um protocolo com a rádio Festival. Aquilo é que era cultura como deve ser!
Hoje, 4 anos depois da 2001, inaugura-se a principal obra deste evento. Tarde, tardinha, alvo de chacotas e risotas. Mas lá foi. Daqui a 4 anos acham que (Excepção feita às corridas de carros antigos que terá transmissão directa no canal memória e depois em ininterruptas sessões em diferido serão passados resumos completos)
Na verdade o Porto durante o próximo fim de semana será falado em grande parte dos órgãos de comunicação social internacionais, por boas razões. No próximo verão será visitado por muitos com o intuito de conhecer a casa da música e só não ganhará mais se a marca da cidade não souber aproveitar este efeito.
Todos sabem o efeito Gugenheim em Bilbau, o efeito das olimpiadas em Barcelona e até o efeito da Expo em Lisboa. Para tal é preciso trabalho e competência, é preciso saber e falar olhos nos olhos com quem decide.
Por isso deixo-vos uma pergunta: Sabem o nome do actual vereador da cultura da CMP? (é que a cidade está na berlinda com a sua pérola). Sabem o que é que ele pensa sobre a saída do túnel e o IPPAR? Ou sobre o Neoclassicismo do Santo António e do Museu Soares dos Reis? Saberá ele se o Soares dos Reis era arquitecto, engenheiro, pintor ou escultor?
no Porto é preciso deixar de brincar às autarquias e o Dr. Rui Rio tem de saber que se julga que é o homem mais sério à face da Terra está enganado, prque no mínimo dos mínimos passa um atestado de falta de sinceridade intelectual aos seus e à sua cidade.
PS. - Já agora, as declarações do Rui Veloso são tão hilariantes que nem podem ser levadas a sério. Que pena, ele que toca tão bem ter aqueles cotovelos tão vermelhos de esfregar nos olhos!

Petição sobre o Edifício BPN

Neste blogue podem assinar a petição contra o edifício envolvente "à casa da musíca".

O Metro e o Porto!

Em tempos, sobre o Metro do Porto escrevi assim:

"O Metro do Porto é um transporte de superfície, que circula em canal próprio mas que não se esconde da cidade, nem tampouco esconde a cidade. Pelo contrário, a partir do coração da cidade, desenvolve o seu percurso numa lógica de penetração nas sucessivas zonas, utilizando para isso antigas linhas existentes, ruas subaproveitadas, túneis pontuais, espaços públicos de utilização colectiva, usando a cidade como cenário, que se mantêm sempre presente, da qual temporariamente se aproxima, para deixar ou receber passageiros.
Como que se flutuasse sobre a cidade, sobre a amalgama densa de edifícios, ruas, pessoas e espaços verdes, e, de quando em quando se aproximasse para trocar de passageiros, iniciando nova corrida, nova viagem.
É também para os utilizadores como um carrossel turístico, de onde podem dizer adeus aos conhecidos e usufruir do espaço público de uma forma diferente, percorrendo-o, sem dele se poderem alhear.
Obriga a cidade a entrar-nos pelos olhos. Não a cidade que se quer mostrar, dos monumentos e das praças, mas a cidade como ela é, complexa e variada no seu pulsar quotidiano do qual podemos ver quase tudo, desde a briga entre duas crianças à roupa a secar à janela num qualquer bairro da periferia.
Por outro lado, o conforto sonolento e ritmado das carruagens modernas, cria aquela barreira que nos impede de fazer parte da cidade, que nos coloca na posição de espectador silencioso e ausente de um teatro real.
A grande diferença deste percurso obrigatório, é que, como em qualquer metropolitano de qualquer cidade, somos transportados em massa, de forma indiscriminada pela cidade, mas no Metro do Porto podemos contempla-la."

Hoje, continua a ser assim que penso o Metro no Porto, seja a linha da boavista ou a do S. João ou mesmo a do aeroporto. O grande encanto do Metro do Porto é a forma como percorre a cidade, ora à superficie ora enterrado, conforme a cidade permite. É tambem à luz desta experiencia (andar de metro) e pelos olhos de quem efectivamente anda ou passará a andar de metro que devia ser discutido tudo o que tiver a ver com o metro.

As obras

O ritmo de corrida!
Passei hoje 4 vezes pela rua D. Manuel II e pela Avenida dos Aliados e pelo Carregal e no fim tive que ir ao Marquês passando por Gonçalo Cristovão.
É um fartar de pó e obras. enquanto fazia este percurso falava com um amigo que dizia (não sei se muito bem) que se fosse anarca propunha um programa eleitoral para a cidade do Porto do género:
"Connosco, nos próximos 4 anos NÃO HAVERÁ OBRAS" e acrescentava eu " que bela votação havia de ter! Slogans como "não quero Pó e porcaria na minha RUA" ou "Detesto EMPREITEIROS DE OBRAS PÙBLICAS" e ainda "PORTO DESCANSADO É PORTO PARADO".
Depois dei por mim a achar que em Matosinhos, na Maia e por aí (onde anda o Santana) também a coisa pegava!

quarta-feira, abril 13, 2005

Manelito, manelito...

...já te tenho dito,
que não é bonito
andares a brincar!

Então não é que Manuel Serrão acordou numa de euforia épica, qual sebastião cá do burgo e resolve desafiar Rui Rio e a cidade para um confronto "à maneira" com a Sra. Ministra da Cultura. E que no meio da brincadeira ainda se atreveu a mandar a alfinetada ao Francisco Assis. Um castiço, este novo cavaleiro andante.
Aliás, era só mesmo o que faltava, era esta cereja no cimo do bolo, e ele até tem certa vocação para cereja. Pelo menos o seu discurso andante á assim redondinho. Por outro lado, será que está a medir a sua própria popularidade? Será que temos candidato a candidato a vereador? Ou algo mais?
Não haverá por aí alguem que lhe diga que o assunto é sério e que lá porque ele tem apenas uma vaga ideia sobre o assunto, não quer dizer que a cidade não tenha há muito percebido que a questão do túnel é mais uma bizarria do Dr. Rui Rio.
Uma bizarria que aliás demonstra bem como é que a generalidade destas coisas são feitas, isto é, completamente em cima do joelho, e sem nenhum sentido de responsabilidade. Normalmente com uma qualquer motivação politica por trás.
Mas Manuel Serrão vai mais longe, ao ponto de sugerir, embora ao "de leve" uma qualquer opção entre o MNSR e o túnel, expressa na frase "O Museu Soares do Reis valerá o que os portuenses entenderem que vale".
E agora pergunto eu, até quando é que teremos de aturar coisas destas?

Estórias do Cristianismo (2)

A propósito do conclave para eleição do novo Papa...



Conta-se que, em tempos idos, dois amigos viviam dizendo mal da igreja, que padres, bispos e cardeais eram todos uns intriguistas, manipuladores, falsos moralistas, etc. Certo dia porém, um deles tem a oportunidade de viajar até Roma e visitar o Vaticano, onde permanece por longo tempo.
Quando regressa a casa, volta estranhamente religioso, não perdendo sequer a missa de todos os dias.
Perante isto, o amigo pergunta-lhe:
- Ouve lá, que é que se passa contigo, desde que vieste de Roma que vais à missa todos os dias. Então agora és crente? Aquilo afinal não é como julgávamos?
Ao que o outro responde:
- É, pá, é ainda muito pior do que julgávamos. Digo-te pá, é de tal forma que só é possível com intervenção divina. Garanto-te pá, Deus existe mesmo!

terça-feira, abril 12, 2005

O TAF

Tiago Azevedo Fernandes possui o famoso blogue chamado a "Baixa do Porto". Um dos mais interessantes espaços temáticos da net.
Nem sempre estamos de acordo com ele e com quem lá colabora, mas desta vez saliento a nota de Cristina Santos, cuja ironia revela que o seu renovar de imagem já é visto como um design bem mais socialista. Acho bem! Apesar dos avisos de indepêndencias parece-me que o BE vai perder muito do seu bom eleitorado.

As condições

A CDU veio através do Rui Sá colocar as condições para integrar uma coligação de esquerda. Fora a deselegência de o fazer via jornais, parecem propostas faceis de convergir:
- Habitação como aspecto central do programa e regulação das alienações de funções municipais e empresas de serviços e outras.
- è pena é o frete ao Rio no túnel de Ceuta. Vale a pena vêr no local o impacto da obra e observar como a razão não lhe assiste, com aliás o FOrtuna muito bem escreveu.

Braga (na ordem do dia)

Eduardo Souto Moura não conseguiu, com o seu Estádio Municipal de Braga, vencer o prestigiado prémio Mies van der Rohe. O vencedor foi REM KOOLHASS, autor da Casa da Musica, com este edifício, que é a embaixada da Holanda em Berlim.

No entanto, a cidade de Braga joga em várias frentes e, não se deixando abalar pelo desaire no mundo da arquitectura, aproveitou o fim de semana para se aproximar da liderança da Superliga, onde o Sporting de Braga se constitui como sério candidato ao titulo, tendo deixado para trás Porto e Boavista. Uma pequena equipa do norte a competir com os gigantes lisboetas.
É caso para dizer, sim senhor!

Túnel de Ceuta



Começa a parecer relativamente consensual, na blogosfera e nos restantes meios de comunicação, que a saída do túnel de Ceuta nunca deveria ter saído do Jardim do Carregal. Mais, começa a parecer igualmente consensual que todo este transtorno causado à cidade mais não foi do que um capricho do ainda Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Rui Rio. Com ou sem cedências a Solari Alegro, do HGSA, não restam dúvidas de que se tratou de um capricho.
E não restam dúvidas porque? Porque os argumentos apresentados, que tem tido o condão de desarmar grande parte dos intervenientes, porventura pouco preparados para o embate técnico e até politico, não são argumentos válidos nem aqui nem em nenhum lugar do mundo. Vejamos alguns dos principais.

Inicialmente o problema pôs-se porque o túnel não deveria sair junto à urgência do hospital. Acontece que a saída do túnel nunca esteve prevista junto à urgência do hospital e sim próximo de uma saída da consulta externa. Essa saída é relativamente pouco movimentada, no sentido em que não existem atropelos dos utentes e, para além disso dispõe de espaço suficiente entre o trajecto do túnel e a saída propriamente dita para que fossem tomadas medidas capazes de minimizar o impacto. Aliás, o HGSA é um hospital urbano, como muitos outros por esse mundo fora, e manteve e mantêm, situações muito mais criticas de proximidade entre a via publica e o próprio edifício. Relativamente ao posicionamento da urgência, uma saída do túnel anterior à urgência seria até vantajosa, na medida em que o conceito de hospital urbano que esta implícito no HGSA só beneficiaria de um acesso de ambulâncias mais franco através da cidade. Recorde-se que dos dois grandes hospitais universitários da cidade do Porto, o HGSA serve prioritariamente a cidade e o HSJ serve prioritariamente a região. Dai que o acesso à urgência a partir do lado oriental da cidade devesse ser o mais simples possível.

É credível o argumento das dificuldades inerentes aos desníveis a vencer pelo túnel, tanto em consequência do estacionamento subterrâneo de Carlos Alberto como do cruzamento com o rio subterrâneo, o que já não é credível é que seja o prolongamento do túnel a solução para estes problemas de natureza estritamente técnica. A mesma coisa em relação às pendentes. Porque está bom de ver que o diferencial de pendentes desde o ultimo ponto “completamente enterrado” e o ponto em que já está completamente à superfície não pode ser feito de forma gradual quando se pretende que o espaço “à superfície” seja útil, como é o caso do cruzamento onde circulam veículos. O que quer dizer que o túnel só pode começar verdadeiramente “a subir” na Rua D. Manuel II, sendo todo o espaço que medeia desde o antigo HGSA e o MNSR praticamente inútil, isto é, pouco vencendo das pendentes a vencer. Trata-se apenas de transferir o problema para “um pouco mais à frente”. Gasto desnecessário, túnel desnecessário, portanto. Para além disso, e se a memória visual não me engana, a Rua D. Manuel II, junto ao museu, está a uma cota superior à do Jardim do Carregal.

O argumento dos semáforos é o mais disparatado de todos. Nem é de imaginar que o Dr. Rui Rio não tenha conhecimento dos inúmeros túneis que saem junto a semaforos por essa Europa e por esse mundo fora, mas dando de barato que a memória não o ajudou e que realmente estava preocupado, convêm lembrar que não viria grande mal ao mundo e ao Porto se o túnel saísse próximo de uns semáforos, mas principalmente que existem muitas soluços técnicas para resolver o problema e que, no limite nem precisariam de existir ali semáforos.

Para além do mais, nenhum local nas imediações é mais propicio a receber o impacto ambiental causado por um túnel rodoviário do que o Jardim do Carregal.

Sem querer ser demagogo, até custa a crer que um politico experiente como Rui Rio se deixou cair nesta buraqueira. Porque Rio não tem propriamente o estilo PSL que também se deixou emburacar no túnel do Marques, e depois foi o que se viu.
Não vá por esse caminho Dr. Rui Rio, feche o buraco.

Cabocla

Parece que a novela Cabocla tem mantido elevados shares por aqui por Portugal, à semelhança do que já aconteceu no Brasil. Sendo esta novela um Remake, já vista anteriormente tanto em Portugal como no Brasil, não deixa de ser interessante observar como um enredo relativamente simples, baseado nalguns amores impossiveis e na disputa política entre os personagens se torna mais atrativo para o público em geral do que a generalidade do lixo televisivo a que costumamos assistir.
É tanto mais curioso quanto se sabe, ou supostamente se sabe, que já ninguem acredita em amores impossiveis e que a política afasta as pessoas. Registamos!

segunda-feira, abril 11, 2005

Câmara do Porto

O BE vem hoje tentar uma reaproximação do Partido Socialista para a Câmara do Porto.
Teixeira Lopes frisou que o BE «estará sempre aberto a uma solução que garanta uma vitória à esquerda, desde que ela se construa sobre um projecto comum de combate à corrupção e de ruptura com os poderes instalados». Mais uma vez creio ser importante contar com toda a esquerda para haver uma real força para derrotar Rui Rio nas próximas eleições. Em todo caso parece-me que não deve ser inocua a participação conivente da CDU com o actul executivo, como tal não me chocava nada ver a CDU fora desta coligação no Porto. Vamos ver quais as cenas dos próximos capitulos.

O saco de batatas

O Assis é danado! Quando precisa de aliviar o Stress lá vem ele a desancar no Ferreira Torres. Na verdade aquele gajo que por azar meu é homónimo e celebrizou este lindo nome que tanto trabalho me dá a cuidar, serve de credibilizador do nosso Presidente de Federação. Vamos a vêr se Assis não perde em casa (Amarante) e ganha fora (Porto)! Por mim, a bem da coisa pública, que ganhe nos dois, mas mal por mal ..... (depois acusam-nos de Porto-centristas e com razão)

A herança socialista

O jornal "New York Times" publicou ontem um extenso artigo sobre a Casa da Música, no Porto, descrevendo o edifício como "o mais atraente projecto que o arquitecto Rem Koolhaas alguma vez criou". O crítico de arquitectura Nicolai Ouroussoff escreve que a Casa, a inaugurar quinta-feira, é um espaço com "elegância formal", fruto de diversas influências, desde "a rica tradição modernista do Porto aos centros comerciais que tomaram conta do mundo desde a década de 1970".

O Blogue!

Com apenas um mês e picos de existência, o SEDE tem desempenhado uma função pouco visível para os seus leitores, mas que não deixa de ser importante e de traduzir, de alguma forma, os objectivos da sua criação.
Várias pessoas se têm dirigido a nós, através de e-mail, manifestando a sua vontade de participar activamente na discussão politica na área do Socialismo Democrático. Algumas enviam os seus contributos, outras congratulam-se com o aparecimento do blogue e outras ainda manifestam desejo de abraçar mais iniciativas. Ainda que outros motivos não houvessem (e temos muitos), apenas este já seria factor de enorme satisfação. Prova definitivamente que um espaço de aberta discussão democrática pode ter sempre lugar e que pode sempre ser enriquecido com as experiências múltiplas de todos desde que conte com a dedicação séria e empenhada de alguns. Prova que as ideias e a palavra mantêm ainda o seu valor, até numa sociedade muitas vezes alienada pela voracidade do tempo e pelas imagens de grande impacto.
Mas o mais interessante é verificar que, algumas pessoas se dirigem ao SEDE por verem esgotados os espaços de intervenção politica dentro dos próprios partidos. Pessoas com anos de militância activa e que encontram neste espaço uma maior motivação para estarem atentas e darem o seu contributo.
Pela nossa parte esperamos nunca ficar aquém das expectativas criadas e procuraremos prosseguir com este projecto de forma empenhada com toda a dedicação que nos for possível.

Assis ao Porto!





Francisco Assis fez ontem um périplo pela cidade do Porto, com o objectivo de se inteirar em profundidade de alguns dos principais problemas que tem estado na ordem do dia da invicta. Lançou a pré-campanha numa iniciativa louvável, de contacto directo com os problemas e com as pessoas, em contraponto à forma de estar de Rui Rio, que nunca foi capaz de criar um clima de envolvimento com a cidade. Assis pretende assim fazer evoluir o seu projecto politico, dando desde logo um claro sinal de que conta com todos e que o projecto do PS é suficientemente abrangente e extravasa o próprio partido. O facto de, no mesmo dia, ter incluído iniciativas de cariz diversificado vem realçar precisamente a vontade de levar por diante um projecto inclusivo ao encontro dos problemas das pessoas e da cidade.
Até agora, é de aplaudir. Continuaremos atentos.

Casa da Música!



Quanto mais sei sobre a polémica da Casa da Musica mais fico com a sensação que o colega Rem Koolhaas gostaria de ser ele a projectar o edifício do BPN. As coisas andarão em crise lá pela Holanda?

Aí está ele...



Tal qual conforme haviamos previsto eis que o PSD assegura o seu líder tampão.
E para que seja mesmo, mesmo e apenas isso, nem o deixaram ganhar com uma margem simpática. Lá apareceu o Borges cheiiinho de lugares comuns (perdoa-se, foi a primeira vez) a marcar a cadeira com casaco que é para poder assistir de camarote. À espera da vez, que não deve tardar muito. Os notáveis lá fizeram sentir que tudo bem, mas era só porque a alternativa era o que era, e que portanto sim, mas logo que possivel não. E o outro, o que "ainda agora diz que não disse o que acabou de dizer", lá foi demonstrar porque é que seria sempre um osso muito mais duro de roer para o PS nas próximas autarquicas. Duas ou três jogadas, alguns descontentes, entrou com menos de 30% e saiu com quase 50%.
Tudo está bem quando acaba bem, venha lá então essa moção de censura.

Moral da estória (do cristianismo 1)

As "estórias do Cristianismo são para continuar, sim. No entanto, pretende-se com elas não só contar uma lenda ou uma pequena história, verdadeira ou pura ficção, mas compreender algum sentido por trás da história. De preferência com alguma utilidade para o nosso debate politico aqui no SEDE.
No caso da lenda de ARDINGA, a filha do emir de lamego, julgo que a reter fica a impossibilidade de alguem estar simultaneamente dos dois lados da barricada. Principalmente quando as posições estão demasiado extremadas. Quase sempre na vida é preciso fazer opções, que evidentemente tem consequencias. A moçoila, ao ser baptizada por amor ao seu principe cristão, saltou para o outro lado. E o pai não esteve com meias medidas, cortou-lhe fora a cabeça.
Isto não vos lembra em nada o PS Matosinhos?

domingo, abril 10, 2005

Ginestal Machado ao Público

"Não tenho culpa que a Câmara do Porto tenho escolhido mal a localização da Casa da Música"
O arquitecto responsável pelo edifício-sede do BPN diz que a contestação ao projecto não lhe roubou uma única hora de sono. Até porque, nota, a solução está próxima daquilo que Koolhaas imaginou para a envolvente da Casa da Música. Mesmo assim, e apesar de considerar que as vistas de mar não passam de um mito, admite alterar o desenho, caso a Adicais receba o terreno destinado ao Conservatório. O que não o impede de avisar que as obras arrancam já, se a Câmara do Porto não acelerar as negociações.

o final feliz

Neste mundo mediatico um casamento a sério, entre pessoas que partilham sentimentos a sério, com a idade que representa uma maturidade de quem pensa no que faz, não tem nem pela metadinha o interesse de outros enlaces em que a princesa seja mais boazona e o principe um galopante viril, capaz de ter enamorado, aos milhares, as belas garotas a bordo do seu iate.
E ainda se diz que o amor é que conta. Conta para quê?
Neste casamento tardio entre o pateta Carlos e a feia Camila fica dada a maior bofetada na aristocracia inglesa (e europeia porque as outras tem andado a imitar a anglosaxónica) de luvas e jaqueta bem aprumada e com discretas vestes de noiva em tom cinza. Arredada a beleza dos intervenientes o romance tem algo de pateticamente enternecedor. Sem laranjeira, sem branco champagne, mas com verdade. As noticias falam dele como uma curiosidade, nomeadamente de uma tal rainha que foi ou não vêr a assinatura dos noivos nos livros do cartório.

O PINCHA!

Luís Marques Mendes deixou hoje o aviso ao Governo de José Sócrates, de que "a partir de segunda- feira, vai sentir que começou a haver oposição" e que o executivo "vai deixar de estar à solta". Que medo! UHHHHHH!

ladra, Ladra!


Até que enfim!

O primeiro-ministro português, José Sócrates, pede a abertura do mercado espanhol às empresas portuguesas, numa entrevista publicada hoje no jornal espanhol El Pais, onde sublinha que as suas três prioridades em política externa são Espanha, Espanha e Espanha.

"Queremos que el mercado español se abra"
J. P. VELÁZQUEZ-GAZTELU / MARGARIDA PINTO

La contundente victoria de José Sócrates en las elecciones de febrero pasado vino acompañada de un regalo envenenado: una economía estancada, sumida en la recesión, con el paro en alza y las cuentas públicas fuera de control.

A minha visão do Congresso PSD

Alguém compreende este PSD? Primeiro é o Choramingas Lopes a queixar-se da vida, a dizer que já sabia que ia ser um mau governante, um mau primeiro ministro mas que no entanto faria tudo outra vez! E o congresso bate palmas.
Depois é o Borges a debutar no Pombal, a seguir já se poderá promiscuir nos meandros da política, mas antes quis ir pelo menos a um congresso como "virgem imaculada", fazendo cara de Calimero e ameaçando avançar na próxima. Nem fez de António Vitorino nem de Paulo Portas, nem de coisa nenhuma, a sua melhor expresão resumiu-se ao dizer que Marques Mendes "não precisa de crescer"!
Alberto João, que ao menos costuma fazer de bobo da corte, nem isso. Disse até que engolia com casca e tudo o candidato presidencial que o partido decidisse apoiar.
Menezes, o populista de serviço, lá foi dizendo aquelas baboseiras costumeiras. Agora vejam bem a sua aritmética: diz ele que o sócrates disse que iria devolver 150 mil postos de trabalho, nas suas contas em outubro já faz 1/9 de mandato, se o governo não tiver arranjado 19 mil empregos, pimba! Moção de Censura. Óh homem então nem dá tempo a correr com os laranjinhas que estão a gerir os centros de emprego e a controlar as percentagens nacionais! Ao menos sejamos sérios nas atordoadas demagógicas que mandamos e façamos como o bábalu e damos aquela risada arranhada no fim da frase.
Finalmente o Mendes, disse que apoiava Cavaco e mais alguém percebeu outra ideia que fosse? Além de baixinho é completamente vazio e tipicamente líder de transição.
E o congresso bate palmas!

sábado, abril 09, 2005

O exemplo de Sócrates


Ainda há pouco tempo todos falávamos da profilática medida tomada pelo então primeiro-ministro indigitado José Sócrates a propósito da formação do governo. Penso que foi um momento de elevação a forma como o governo foi formado fora das páginas dos jornais e das emissões dos diversos canais de televisão. O motivo pelo qual eu chamo este episódio à discussão é, infelizmente, o que considero o mau exemplo das candidaturas de esquerda para a Câmara do Porto. Como um dos muitos portuenses que acalenta a serena esperança de ver o actual presidente derrotado nas próximas eleições devo dizer que me choca ver diariamente noticias e artigos de opinião sobre a falta de entendimento entre o PS, BE e CDU – e menos edificante ainda a infantil troca de acusações entre os intervenientes. Choca-me ver vários colunistas a defender a sua dama com argumentos nem sempre elevados, quase sempre com a veleidade de acharem conhecer o sentimento geral da população. Acho que a memória, principalmente do Partido socialista não deve ser curta; é que eu ainda me lembro muito bem campanha de Fernando Gomes e do que aconteceu. O Porto politico deve afirmar-se pelo exemplo positivo que dá e não pela politica baixa feita de argumentos e estratégias baixas – o que os portuenses querem ver discutido é o projecto para a cidade e não os meandros da candidaturas.
Acho que era tempo de reflectir – todos – sobre quem mais ganha no fim. É que eu imagino Rui Rio, tranquilamente sentado na sua cadeira presidencial, com a sua coligação confortavelmente formada, a esboçar um inevitável sorriso de vitória ao ler os jornais.

Eduardo Gradim

Não me despeço. Vou andar por aí!

Como seria de esperar, no congresso do PSD, Santana Lopes vitimizou-se. Andou mesmo pela lamúria. Até aqui não é de estranhar, já todos estávamos à espera. O que é estranho, é que ele acaba por ter uma certa razão. De facto, levou um nó cego que nem só a estratégia nem só o acaso poderiam dar. Nem só a sua própria personalidade. E no fim ainda foi traído e abandonado por todos quantos puderam. São estes todos que estão reunidos em congresso em Leiria. Por isso é que dali não há nada de bom a espectar.

Estórias do Cristianismo 1

…da lenda…do despenhadeiro alteroso do Castelo de Cabriz que os irmãos D. Rausendo e D. Tedon, oriundos de Entre Douro e Minho, bisnetos do Rei Ramiro II de Leão, fizeram erguer pelos começos do século XI. Ali adiante, Ardinga, filha do Emir de Lamego, apaixonada por Tedon, foi baptizada pelo eremita Gelasio e logo degolada pelo pai, lançado o seu corpo à corrente do Távora. Olhando o rio, vemos as pedras brancas, a que as pessoas do sitio, ainda chamam “roupa da moura”.
A. A. Costa, no J-A, 217, Portugal

sexta-feira, abril 08, 2005

Vamos lá vêr como isto foi

Por ser elucidativo para a discussão à volta do processo da Casa da Musica vamos aproveitar para postar o texto que o nosso amigo, arquitecto António LAundes, nos ofereceu nos comentários:

“vamos lá ver como isto foi”
1. Concurso para construção da casa da música. Plano definido. Terreno para casa da música, arruamentos, terrenos restantes para leiloar e ceder a uma outra estrutura (conservatório). Até aqui tudo bem.
2. Concurso por convite só a arquitectos estrangeiros, ao género de (clube dos portugueses não entram). OK, vamos pensar pela positiva, foi para na eventualidade de um português ganhar lhe poupar a tristeza de ter que encarar toda esta questão.
3. Ganhou o Rem Koolhaas. Por mim altamente, eu gosto! Ao que parece a solução inicial tinha mais vidro que esta, cuidado que andam por aí umas pombas “cagonas” comandadas por um fazedor de opiniões que borram os edifícios de vidro!
4. Mal começou e já estava atrasada. A nossa casa da música passou ao lado da capital europeia da cultura porto 2001. Foi muita pena pois a nossa amiga Raquel Seruca perdeu 5 anos de Jazz. 5. Ainda não ia a meio e o já experiente nestas andanças Pulido Valente, põe um processo em tribunal contra a Casa da Música. Ainda nada foi resolvido. Alerta: "um dia a casa vem abaixo", não me parece, mas seria uma pena, ao contrário do “mau”, "Bom Sucesso". "Ah ganda Valente".
6. Leilão para aquisição do terreno localizado "nas traseiras, ou ao lado, ou na outra frente" da casa da música. Arrebatado pela Adicais. Tudo normal, ou pelo menos parece!
7. Entrada na CMP do projecto, plano de Jose Manuel Soares (arquitecto e assessor de Nuno Cardoso), para sede do BPN elaborado por Ginestal Machado. Tudo normal.
8. Começa o bailarico. Muda a bandeira, sai Nuno entra Rui, muda plano, muda solução, 1, 2, 3 vezes, com janela, sem janela, tira ao conservatório, dá ao conservatório, a proposta do koolhaas, com multa, sem multa. E a Adicais que não anda cá para ver andar os outros, pensava: "deixa-os pousar".
9. Resultado. Foi deferida uma proposta, no meu ponto de vista, a proposta que a CMP quis. Este filme já vimos.
10. Estourou a bomba. O koolhaas, viu e não gostou, ou não lhe apetecia, ou queria para ele. Então alguém lhe disse: "só há estas são para mim".
11. Então há que aproveitar para dar umas cacetadas (e ele bem merece) no "Tal"! Vieram para a praça "cães e porcos" a dar a sua opinião. E foi então que alguém se lembrou de um programa que estava na moda e quis fazer a versão tripeira da coisa. "já sei vou fazer o big brother aqui na camara." Com Rui Rio a desempenhar o papel, a meu ver até melhor, de Teresa Guilherme. As outras personagens deixo para a vossa imaginação...
12. Nada feito. A coisa arrastou-se. O processo da Adicais andou para a frente. A casa da música, devagar, mas lá ia. Entretanto Rio cada vez mais seco daquela força com que começou, inicia a fase dos disparates. Para mim ela começa quando ele chega a Câmara, mas...!
13. Agora: a Adicais vai construir mesmo, a casa da música vai inaugurar(finalmente), mas ilegal! A CMP tá à rasca porque o desfecho é evidente.Estas são algumas das coisa que se passaram nos últimos anos. Nós passávamos lá. Nós vimos. Alguns não gostam, outros gostam.Meus amigos quem é que teria interesse neste levantar de poeira, agora que a câmara tem que fazer aprovar o novo alvará? Imaginem-se numa Rave-party, (cheia de ilegalidades), agora imaginem durante a inauguração termos a casa da música cheia de representantes dos portugueses todos lindinhos a serem empurrados para fora porque o "espectáculo não pode continuar". Era humilhante!Não deixem que volte a acontecer.