sexta-feira, dezembro 09, 2005

Muito bem dito!

Não podia estar mais de acordo com este texto no blasfémias. Ainda por cima eu tenho contacto com muitos dos intervenientes nesta confusão gerada pela Ordem dos Arquitectos, desde estagiários não-remunerados da Lusiada, Faup, Árvore, etc. Como dos principais contestatários deste estado de coisas, ou seja licenciados pelo ministério da educação vedados de entrar na OA . O famoso parecer do Provedor de Justiça é, por sinal, uma resposta a um ex-aluno meu, que por acaso é casado com uma advogada, por isso avançou.
Isto é das coisas que mais envergonham os arquitectos, e não há textura de madeira, tipo de pedra, ou detalhe construtivo que me apague da memória homens como Keil do Amaral, que sempre lutaram pela classe e não se borrifaram nos outros, que por admirarem o mediatismo dos Sizas e Mouras quiseram-lhes seguir as pisadas. Defender a classe é defender a arquitectura portuguesa. Defender a classe é não aceitar este corporativismo bacoco. Defender a classe é aceitar o numero dos seus profissionais e tratar a todos como iguais. Defender a classe não é hierarquizar, porque se temos arquitectos tão bons, tão bons, que precisam de 70 jovens arquitectos no escritório a trabalhar, ao menos que dêem a cara por aqueles que os ajudam a pôr o plafond no cartão de crédito.
Isto vem de telenovelas e de jornais. Putos que querem ser arquitectos como o modelo/actor lisboeta ou americano da Tv. Desenhadores que sonharam a vida toda ser arquitectos. Engenheiros que decidem ser finalmente arquitectos (porque o paizinho quando ele tinha 18, lhe disse que as belas artes era para malucos e maricôncios, - mas agora já é bem diferente). E todos moeram o corpo em 5 ou 6 longos anos de faculdade. Todos fizeram directas e de certeza quase todos compraram os mesmos livros, usaram os mesmos programas de computador, usaram o Kline para as mesmas maquetas, visitaram as mesmas obras, ouviram e disseram as mesmas coisas, ora modernas, ora pós-modernas, exemplificaram com os nomes de sempre. Agora que são muitos há que fechar a porta, como nas discotecas cheias (desculpe mas temos a lotação completa).
Haja mas é vergonha!

1 comentário:

Pedro Aroso disse...

Caro Avelino

Consultei o Blasfémias (em diagonal) e não encontrei nenhum artigo relacionado com esta temática. Será que me podes dar uma dica para eu poder encaixar as peças do "puzzle"?

Abraço
Pedro Aroso