Coincidência, com certeza, estes tempos de relativo entorpecimento do SEDE serem também tempos mornos pela blogosfera em geral. O que não deixa de ter graça, porque lá fora, onde a chuva cai dura e o vento até fere, muito tem acontecido de política partidária, capaz de, noutros tempos, levantar multidões e despertar fortes paixões.
O CDS parece que vai a congresso. Bizarria suprema. Líder eleito em directas procura reforço de legitimação nos velhos instrumentos, dos quais todos parecem querer libertar-se. E depois do congresso? Directas outra vez?
O PSD lá aprovou as directas. E depois das directas? Congresso outra vez?
O que está aqui em causa é a representatividade. O que está aqui em questão é o politicamente correcto da maior transparência contra os velhos vícios dos sistemas representativos. Em teoria parece estar tudo de acordo que existem inúmeras vantagens em tornar mais directa a escolha. Na pratica parece que ainda ninguém sabe muito bem como lidar com isto.
Poderão estruturas pensadas para um determinado tipo de funcionamento (representativo) manter a validade para funcionamentos mais directos? Especificando; não será necessário introduzir alterações à orgânica partidária para que o processo de eleições directas seja implementado?
Aparentemente não. No PS as coisas tem funcionado assim, pacificamente. Assis foi eleito em directas, assim como todos os presidentes das Federações. Ferro Rodrigues foi eleito em directas, Socrates foi eleito em directas.
O grande problema das directas é que relega para segundo plano a discussão política “directa”. A discussão entre militantes, dos programas e das ideias políticas perde a sua importância, sendo substituída pela discussão mediatica. Formar a opinião é hoje um processo mais individual, e mais pobre, certamente. Embora o acesso à informação seja maior, com o que ouvimos pela rádio, pela net, pela televisão e pelos jornais, as vantagens do confronto de opiniões perdem-se.
Qualquer dos partidos elege hoje um líder sem que esse mesmo personagem tenha tido que se bater pelas suas ideias e projectos em confronto directo com ideias contraditórias (caminho sempre árduo). E até com grandes percentagens de votação.
O incremento de legitimidade tem um preço que aparentemente vale a pena pagar, mas para isso é preciso que a discussão sobre os métodos eleitorais internos seja feita. O que ainda não aconteceu.
O CDS parece que vai a congresso. Bizarria suprema. Líder eleito em directas procura reforço de legitimação nos velhos instrumentos, dos quais todos parecem querer libertar-se. E depois do congresso? Directas outra vez?
O PSD lá aprovou as directas. E depois das directas? Congresso outra vez?
O que está aqui em causa é a representatividade. O que está aqui em questão é o politicamente correcto da maior transparência contra os velhos vícios dos sistemas representativos. Em teoria parece estar tudo de acordo que existem inúmeras vantagens em tornar mais directa a escolha. Na pratica parece que ainda ninguém sabe muito bem como lidar com isto.
Poderão estruturas pensadas para um determinado tipo de funcionamento (representativo) manter a validade para funcionamentos mais directos? Especificando; não será necessário introduzir alterações à orgânica partidária para que o processo de eleições directas seja implementado?
Aparentemente não. No PS as coisas tem funcionado assim, pacificamente. Assis foi eleito em directas, assim como todos os presidentes das Federações. Ferro Rodrigues foi eleito em directas, Socrates foi eleito em directas.
O grande problema das directas é que relega para segundo plano a discussão política “directa”. A discussão entre militantes, dos programas e das ideias políticas perde a sua importância, sendo substituída pela discussão mediatica. Formar a opinião é hoje um processo mais individual, e mais pobre, certamente. Embora o acesso à informação seja maior, com o que ouvimos pela rádio, pela net, pela televisão e pelos jornais, as vantagens do confronto de opiniões perdem-se.
Qualquer dos partidos elege hoje um líder sem que esse mesmo personagem tenha tido que se bater pelas suas ideias e projectos em confronto directo com ideias contraditórias (caminho sempre árduo). E até com grandes percentagens de votação.
O incremento de legitimidade tem um preço que aparentemente vale a pena pagar, mas para isso é preciso que a discussão sobre os métodos eleitorais internos seja feita. O que ainda não aconteceu.
8 comentários:
Ou eu não sei o que são directas, ou então há alguns equívocos no post.
O Ribeiro e Castro foi eleito em directas? Eu julgava que num congresso, ele tinha feito um discurso arrebatador, que os senhores congressistas aplaudiram freneticamente e, não contentes com isto, continuaram a aplaudir na urna do voto.
O Ferro Rodrigues foi eleito em directas? Quando? Então o Guterres não saiu, para usar um eufemismo,confundindo autárquicas com legislativas, o que se compreende, porque estava exausto e apresentou-se o Jaime Gama, que em dois dias descobriu que tinha um problema que o impossibilitava para o cargo e, lá veio o Ferro Rodrigues, confirmado em Congresso feito à pressa, porque a pátria não podia estar eternamente em Governo de Gestão e tínhamos que votar?
As primeiras directas de que me lembro foram as que opuseram o Sócrates, o Alegre e o Soares, o filho. Ou houve algumas directas no PS, mais ou menos clandestinas?
Se estiver enganada, e no que estiver enganada agradeço que me informem.
Ora muito vembindos amigos socialista, votem ai um post sobre a agricultura, o sr ministro esta a exagerar, mais uma vez esta a medir todos pela mesma bitola, mais uma vez esta a xamar ao povo trafulhento e nem todo o agricultor é trafulhento.
Em nome dos bons jantares a agricultura tem ke ser apoiada, temos ke banir a picanha e apoiar a carne barrosã...
kando no Porto se virem mais agricultores ke pensadores , o sr. ministro vai arrepender-se...
era o ministro deste aparelho ke eu mais tinha em conta, afinal é um grande traidor ... mas ke é isto, kem é ke este senhor ker enganar, piscinas onde?!
só ser for nos buracos do orçamento de estado, à agua ke eles metem...
Cara Maloud
Sim, o Ribeiro e Castro foi eleito em congresso e confirmado em directas. Sim, o Ferro Rodrigues foi eleito em directas. O que aconteceu foi que Ferro foi indicado para Secretário-geral logo após a demissão de Guterres, mas não se contentou e quis ver a sua posição legitimada em congresso. Assim, como os lideres do PS são eleitos em directas, antes do congresso houve eleições directas para Secretário-geral e simultaneamente eleições para delegados ao congresso onde foi legitimado e onde, honra lhe seja feita, introduziu importantissimas alterações aos estatutos do partido e até à declaração de principios, trabalho do actual ministro A. Santos Silva. A comunicação social menoriza esse primeiro passo porque Ferro não teve oposição, e o que passa é que as primeiras directas foram as do Socrates, o que não é verdade. Mesmo os dirigentes distritais do PS foram antes disso eleitos em directas. Francisco Assis ganhou a distrital em directas e perdeu o congresso a seguir, contra Narciso Miranda. Tudo leva a crer que se não fossem as directas, Assis nunca teria sido eleito, porque o voto dos delegados é sempre um voto constrangido às posições assumidas anteriormente e às posições nas listas para os orgãos dos partidos. Como vê, existe já alguma tradição de directas no PS. No entanto, o que se sente é que as estruturas, de todos os partidos, ainda não estão muito à vontade com as directas. Por muito conhecimento e controlo que se exerça, nas eleições directas, universais e por voto secreto, existe sempre a possibilidade de alguma surpresa realmente surpreendente.
Podemos verificar isso nas eleições concelhias do Porto, que opuseram o nosso Avelino ao filho Orlando S. Gaspar. apesar da nossa candidatura ter saido derrotada, 30% contra 70%, os resultados foram deveras surpreendentes para ambos os lados, tendo caido alguns mitos e inclusive tendo havido penetração nos bastiões do "orlandismo".
Curiosamente, escrevi este post no mesmo dia em que David Pontes abordou a tematica no seu editorial no JN. Obviamente que só vi o texto ao fim do dia e que até teria sido interessante ver antes porque ele escreve de uma forma bastante esclarecida. Mas a essencia é esta; não restam dúvidas, acho eu, de que a legitimação dos eleitos por via das directas é muito maior. Mas que consequencias é que isso trará ao debate politico? Qualquewr destes dias poderemos dispensar os organizações, com a aajuda do voto electrónico. Será que queremos isso?
Julgo que queremos as directas, sim. Temos é ainda que nos adaptar.
«Avelino ao filho Orlando S. Gaspar. apesar da nossa candidatura ter saido derrotada, 30% contra 70%, os resultados foram deveras surpreendentes para ambos os lados, tendo caido alguns mitos e inclusive tendo havido penetração nos bastiões do "orlandismo". »
a ideia é ke foi supreendente e a coragem um grande investimento, axo «ate» ke depois da v. candidatura a oposição pode vir a melhorar ... enfim , ja viram nos blogs locais titulos como : ps- oportunidade perdida e outros, algo vai mudar mesmo.
o contributo p/ mudança foi optimo, agora toca a trabalhar , a missão foi bem cumprida, resta aguardar.
mesmo ke se possa fazer uma analise para avaliar as falhas da candidatura de Avelino Oliveira , não as há, ou não são dignas de registo - esta perda só comprova a força dos aparelhos , contra isso é preciso uma mudança nacional, ke pode bem nascer aki na urbe.
mas não houveram falhas acho eu, não havia era hipotese de erradicar as gaivotas na primeira tentativa
Caro Fortuna,
Desconhecia que tivesse havido directas no CDS. Também já não me recordava das directas para o Ferro Rodrigues. Obrigada pelos seus esclarecimentos.
confima-se a teoria é preciso é directas , directas à baliza e a taça é nossa .... a cidade do Porto ainda assim vai bem representada , amanha já não acordamos cinzentos, amanha a chuva é azul como nos filmes... amanha vai ser uma grande dia.
e depois de amanha é sexta feira, vai ser um grande fim de semana no Porto... todos felizes porke a cidade ficou bem representada, todos unidos numa vitoria representativa!
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