Vale tanto como o seu?
Como me parece que a Incoerente terá sido a única (dos que se deram ao trabalho de comentar) que terá percebido o meu “post”, a imagem de hoje obedece à sua sugestão.
Depois de ter já assente grande parte da poeira causada pela generalidade dos comentadores ao meu comentário intitulado “Por mais voltas que queiram dar... “ é tempo de pedir aos leitores (interessados, claro) uma releitura de alguns dos meus anteriores comentários, a saber:
19/01/06 – As Sondagens e as eleições
12/12/05 – Mas…, Quem escolhe é este, Ou mesmo este; Este…;Quem sabe se este…;Também pode ser este; Este homem pode ser o próximo presidente da república
e, principalmente:
05/12/05 – Demolimos?
Aliás, deste último, gostaria de recuperar algumas questões, que ninguém achou interessante aflorar:
Pois então
Se, na realidade, se pretende discutir sociedade e estado.
Se todos(?) temos consciência de que algo (muito?) não está bem.
Se todos(?) temos consciência de que é necessário “inventar” um novo modelo.….
Porque teimamos em manter tantos dogmas?
Porque não pomos TUDO em causa?
Porque nos recusamos a discutir algumas “verdades”
Ó arquitectos (sedentos e não só)
Para projectar a forma de urbanização ideal de uma dada área já urbanizada, não será importante primeiro, analisar o que lá está e ver o que se deve manter e o que deve ser demolido?
Então digam-me lá.(por hoje começamos com algumas simples)
Porque é que se tem que votar tudo num só dia (das 08 ás 19)?
Porque é que se tem que votar exactamente naquele local?
Não se pode votar no Multibanco, na Internet, ou nas máquinas da “Santa Casa”?
Porque é que não se pode conhecer a evolução da votação?
Porque é que a Assembleia da República não pode contratar uma empresa privada (nacional ou não) para assegurar o governo da nação?
E, já agora, porque é que a Assembleia Municipal não pode contratar uma empresa privada (nacional ou não) para assegurar a gestão da câmara municipal?
Porque é que é preciso um Presidente da República?
Não servia o Presidente da Assembleia da República?
E esta para os “liberais”
Qual é a diferença entre o estado e um condomínio?
E entre o estado e a família?
E entre família e condomínio?
Porque é que o princípio de “um homem um voto” é tão cegamente aceite?
Então, no caso de um referendo à IVG, o voto da mãe da Joana (ou do pai da Vanessa) vale tanto como o meu e o seu?
E, no mesmo referendo, os padres (católicos e castos) devem também votar?
E, já agora, os homens?
E, em todos os casos, o voto do “emplastro”, é igual ao do Avelino?
E, já agora, num referendo à regionalização, o voto dos “lisboetas” deve contar?
Por isso, porque ninguém ainda respondeu ou mostrou ter interesse em sequer discutir estas questões, também não admito que me venham com alusões a “mau perder”.
Se a vitória de Cavaco foi, para mim, uma derrota?
Claro que sim, acho até que foi uma derrota para todos os portugueses.
Mas as minhas posições são as mesmas que seriam se fosse um qualquer outro candidato a ganhar.
A pessoa que retratei é apenas um português como qualquer outro, no que a eleições diz respeito, tem tantos direitos como qualquer outro e o seu voto vale o mesmo que o seu ou o meu.
Ou seja, limitei-me a relatar o óbvio, como, antes, tinha já previsto o mais que óbvio.
Então, porque é que o óbvio, a verdade factual, gera tanta agitação, tanta raiva, reacções tão violentas?
Eu tenho a minha opinião, claro.
Mas, por agora, gostaria de ouvir outras.
Porque gosto de lançar temas para a discussão.
Porque acho que é importante discutir, debater, pôr em causa, questionar.
Acima de tudo porque é importante pensar.
Pense... se quiser.
António Moreira