sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Copy+Paste do JN

por manuel correia fernandes arquitecto e professor catedrático da faup

Um túnel sinuoso

Olha-se para os desenhos publicados e aquilo parece tudo menos uma solução

"A verdade é que, política e tecnicamente, o que para ali aparentemente se propõe, não faz sentido!"
Porque a vida pública está cada vez mais inquinada com a pequena política, que continua assente muito mais em questiúnculas pessoais do que em ideias e projectos, importa reafirmar algumas das condições básicas para que se possa dizer que em Portugal ainda se vive uma democracia em que os cidadãos exercem, sem constrangimentos nem tutelas, os seus próprios direitos como, por exemplo, o da livre expressão da opinião.
Há, no entanto, outros direitos e outros deveres, tais como o de participar, o de informar e o de ser informado bem como o de recorrer das decisões que considere nocivas para o interesse colectivo que é, igualmente importante, assegurar.
Evidentemente que todos estes direitos e deveres só fazem sentido se lhes corresponder o direito a não ser perseguido nem de qualquer modo condicionado, pessoal, profissional ou politicamente, pelo seu exercício.
Vem tudo isto a propósito - quem diria! - do famigerado "Túnel de Ceuta" e mais precisamente a propósito do desfecho da contenda mediática em que o mesmo se viu envolvido, entre instituições do Estado que tinham outras obrigações!
A questão é que, olhando para a "coisa" que, recentemente, veio publicada na Imprensa como sendo a miraculosa "solução" consensual para uma questão que era simples e, não se sabe bem porquê, foi transformada em questão complicada, fica-se com a sensação de que vivemos em mundos tão diferentes que nem sequer se tocam, ainda que ao de leve.
Sendo um facto que o comum dos cidadãos só conhece o que veio nos jornais, a verdade, porém, é que se olha para os desenhos publicados e "aquilo" parece tudo menos uma "solução"!
De facto, olha-se e quase não se acredita!
Diria mesmo que se me pedissem um catálogo do que, a meu ver - ali ou em qualquer outra situação idêntica -, não devia, nunca, ser feito, teria a maior dificuldade em ir tão longe quanto, aparentemente, ali se vai.
Mas, tão preocupante como a falta de sentido e lógica da dita "solução", são as gélidas palavras de circunstância que "saúdam" o coelho tirado da cartola, ainda que se fique sem se saber de que cartola é que ele saiu!

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A opinião clara e desasombrada de quem sabe do que fala (e de como "elas" se fazem).

António Moreira

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