domingo, março 26, 2006

Charlatão

A semana que passou foi fértil na publicitação das primeiras observações aos resultados do novo código da estrada. Conforme era de prever, os resultados são nulos. O maior rigor, as multas escabrosas, o reforço da autoridade, etc. não servirão absolutamente para nada e os índices de sinistralidade continuam rigorosamente os mesmos. Mas é claro que nem tudo ficou na mesma, Portugal tem agora um novo código, completamente desadequado à realidade do país que, sendo apenas e só um instrumento de propaganda política, penaliza e muito o dia a dia dos cidadãos.
Já lá vão quase dois anos desde que o charlatão foi embora, mas os efeitos das suas medidas, tiradas ora do joelho direito ora do esquerdo, continuam a fazer-se sentir.
E vão passar-se muitos mais. Mas nunca serão os suficientes para que todos nos esqueçamos do que dois anos de Durão Barroso trouxeram. Ficaremos sempre alguns para lhe chamar na cara aquilo que ele devia ter ouvido de todos mal se candidatou: CHARLATÃO.

4 comentários:

maloud disse...

O excesso de velocidade em França, nas auto-estradas, só dói atingidos os 190 Km. São 3.000€ e apreensão imediate de carta, mesmo para os estrangeiros. Até aí nada que sejam incomportável. E nós somos já uns especialistas.

maloud disse...

Gostava que se questionassem os médicos, que declaram aptos para a condução, pessoas que à vista desarmada já estão a cair da tripeça.

AM disse...

Caro Atento:

"...É caso para perguntar, e mais do que vir lamentar os "charlatões" do passado, o que está o PS à espera para imprimir uma nova filosofia rodoviária, virada fundamentalmente para a prevenção e não para a repressão. E estará disponível para rever o escandaloso valor das multas? Senão lá vamos continuar na charlatice do costume ... "

Não podia estar mais de acordo.

AM

Anónimo disse...

Bem, eu tambem partilho do ponto de vista. Tambem estou de acordo. Acontece porem que estas coisas em Portugal duram, duram. Primeiro que agora alguem lhe mexa vai ser um deus me livre. Provavelmente só veremos as multas em valores razoaveis daqui a uns anos com a evolução da economia e a inercia dos governantes. O problema não está em corrigir, porque ai eu sou mais compreensivo; é impossivel corrigir tudo em duas penadas, sequer em duas legislaturas. O problema está no primeiro passo, que é normalmente dado em cima do joelho e sem medir puto as consequencias. E atenção, digo e roforço isto para aquilo que Durão Barroso fez, porque foram umas atrás das outras durante dois anos e tal. Mas tambem é verdade para outros casos, como por exemplo o das escutas telefónicas, que até foi iniciativa (de má memoria) do PS. Num status quo de manutenção do status quo as consequencias tem que ser mais ponderadas. Num cenario de mudança tudo poderia ser diferente.