Hoje fui, como costumo ir, fazer algumas compras ao hiper-mega-rifixe supermercado cá da minha terra. Aparentemente, por aqui (Leça da Palmeira) não existe crise. Gente sem fim, carrinhos cheios, filas a perder de vista. Tudo igualzinho ao antes da crise-sobre-a-crise. Igualzinho mesmo, porque as filas não são novidade, é sempre assim. Exactamente como em todas estas médias e grandes superfícies, o pessoal é escasso para o fluxo de clientes; muito escasso.
Há uns vinte anos atrás, mais ou menos, aquela clientela toda teria que se aviar aí numas dez ou vinte mercearias, dois talhos, uma drogaria, três peixeiras (ou peixarias se fosse na finíssima capital), duas retrosarias, duas ou três padarias e ainda uma tasca de petiscos. Negócios próprios, rendimento certo médio-burguês e alguns empregados de balcão.
Hoje, dos respectivos filhos, muitos licenciados, trabalham uns poucos por conta de outrem (um grande grupo económico) lá no supermercado, a recibos verdes, ou com contrato a prazo, mas todos pelo salário mínimo.
Os restantes “perderam-se na vida em busca de aventura” (isto é, vivem à custa dos pais).
Antes, as lojecas eram feias e os donos antipáticos; mas os produtos eram “frescos".
Hoje, o supermercado é super-xpto-mega-rifixe, só que os produtos são liofilizados e pré-cozinhados na china e embalados no leste.
Antes, a distribuição de géneros a uma comunidade, servia de sustento a muitas famílias com padrões de classe média. Hoje, a mesma actividade paga os alimentos do dia (só dá para isso) a meia dúzia de pessoas em situação precária, que nem o orgulho de desempenharem bem a sua função podem sentir; as caixas estão sempre cheias e com filas intermináveis.
Conclusão: A competitividade empresarial gera injustiça social
Há uns vinte anos atrás, mais ou menos, aquela clientela toda teria que se aviar aí numas dez ou vinte mercearias, dois talhos, uma drogaria, três peixeiras (ou peixarias se fosse na finíssima capital), duas retrosarias, duas ou três padarias e ainda uma tasca de petiscos. Negócios próprios, rendimento certo médio-burguês e alguns empregados de balcão.
Hoje, dos respectivos filhos, muitos licenciados, trabalham uns poucos por conta de outrem (um grande grupo económico) lá no supermercado, a recibos verdes, ou com contrato a prazo, mas todos pelo salário mínimo.
Os restantes “perderam-se na vida em busca de aventura” (isto é, vivem à custa dos pais).
Antes, as lojecas eram feias e os donos antipáticos; mas os produtos eram “frescos".
Hoje, o supermercado é super-xpto-mega-rifixe, só que os produtos são liofilizados e pré-cozinhados na china e embalados no leste.
Antes, a distribuição de géneros a uma comunidade, servia de sustento a muitas famílias com padrões de classe média. Hoje, a mesma actividade paga os alimentos do dia (só dá para isso) a meia dúzia de pessoas em situação precária, que nem o orgulho de desempenharem bem a sua função podem sentir; as caixas estão sempre cheias e com filas intermináveis.
Conclusão: A competitividade empresarial gera injustiça social
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