segunda-feira, maio 25, 2009

Populismo miserável

 

Este fim de semana, durante as iniciativas de campanha do Partido Socialista, não podiam deixar se soar nas nossas cabeças os ecos das palavras de Paulo Rangel; Espanha, Espanha, Espanha! Disse ele que a colagem do PS a Espanha nos arrastou para a crise.

Felizmente Vital Moreira foi suficientemente lúcido e rápido a reagir e conseguiu pronunciar, sem espinhas, aquilo que, com certeza, ia na alma de muitos de nós; que foi uma triste cedência ao populismo mais barato aquilo que aconteceu no PSD. O PSD que desde os anos oitenta sempre, connosco partilhou a veia europeia de Portugal.

Paulo Rangel, perante os comícios conjuntos de Sócrates e Zapatero, cedeu ao que de mais baixo a politica pode ter; a falsidade descarada num argumentário que mais não serve do que produzir um soundbyte. Mas as mazelas ficam.

Paulo Rangel foi de um oportunismo mentiroso, querendo colar ao PS a desgraça das politicas praticadas pela sua família politica, apelando a um anti-espanholismo primário, porventura ainda persistente nalguns sectores da sociedade portuguesa (o que eu duvido).

Mas então não foi Durão Barroso que iniciou esta parceria ibérica com Aznar? então não foram as politicas neoliberais que deram origem a esta crise? Não era a Espanha de Aznar o eldorado neoliberal que fazia as delicias da direita portuguesa, ao ponto de amaldiçoarem Afonso Henriques em tudo que foi colóquio e debate durante aqueles anos? Não queriam todos ser espanhóis e Irlandeses?

Nós já sabíamos que o PSD está sem programa, sem ideias e sem projecto. Sabíamos mesmo que ia ser difícil aguentar uma campanha eleitoral com tal vazio programático, porque há sempre momentos em que não basta dizer mal. O que não sabíamos é que era possível descer assim tão baixo, no discurso que dá jeito.

Como alguém ironicamente disse há dias, mais vale uma coligação CDS-CDU do que este PSD no poder.

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