No Prós & Contras ontem esteve em debate a saúde. Sob o pretexto da Gripe A (ou suína, ou H1N1) falou-se muito de saúde, do Serviço Nacional de Saúde, do fecho dos SAP’s, das Unidades de Saúde Familiar, e dos cuidados de saúde primários em geral.
Foi muito bom ver a oposição reconhecer que o programa das USF’s (Unidades de Saúde Familiar) é um bom programa, que pode resolver muitos dos problemas crónicos com que se debate o SNS e voltar agora as criticas para a escassa implementação do programa no terreno. É preciso recordar que quando este governo chegou, os cuidados de saúde primários estavam implementados, organizados em centros e extensões de saúde, num modelo que atravessou diversos governos, debatendo-se de forma crónica com o problema da falta de médicos e dos portugueses sem médico de família. Esta forma de organização existia e continua, por ora, a coexistir com as novas USF’s que, de forma sistemática se vão implementando. A reforma consiste nisso mesmo, na implementação de novos modelos organizacionais, de acordo com as vontades e iniciativa dos profissionais e o interesse dos utentes. Os resultados até agora obtidos são muito bons, principalmente na Região Norte onde, como já vai sendo hábito, o SNS é pioneiro.
O interessante é ver agora a oposição a reclamar uma maior celeridade no processo e uma maior urgência de cobertura do território nacional. E porquê, porque esta mesma oposição não é nem foi nunca capaz de apresentar soluções, pelo contrário, foi responsável (a direita) pelos maiores problemas conforme se pôde ontem constatar, e vem, a reboque, protestar contra o que ainda não foi feito. É claro que cada português “a descoberto” é mau, muito mau. Mas, mais uma vez, pior era não ter feito nada e continuar com o desígnio cavaquista de escassez de médicos de família. É certo que a reforma não vai resolver todos os problemas do SNS, até porque os maiores problemas não residem nos cuidados de saúde primários e sim no binómio custo/beneficio cujos desequilíbrios se manifestam noutras instâncias. Mas de qualquer forma, conseguir no espaço temporal de uma legislatura os níveis de cobertura que se estão a conseguir, com os níveis de assistência aos utentes e respectiva satisfação que se estão a realizar é um passo muito importante.
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