segunda-feira, janeiro 09, 2006

As musicas da Casa - parte II

Pela internet, via PNED e já espalhado em vários "emailes", corre este texto:
"O BPN comprou um terreno na Boavista e quis construir um prédio, mas valerosa gestão urbanística da Câmara "esqueceu-se" de coordenar este projecto com o da Casa da Música e eis que para se manterem os horizontes à música se torna necessário esburacar o BPN. Para indemnizar o banco, a CMP convence a Direcção Regional de Educação do Norte a vender ao BPN um terreno que a DREN possuía no local. Terreno esse que a C.M.P. havia cedido à DREN para que aí se construísse o novo conservatório; isto porque a CMP entetanto vendera o actual edifício do conservatório à depauperada Associação Nacional de Farmácias e tinha necessidade de encontrar novo poiso para os músicos. O tal edifício agora na posse das farmácias havia sido doado à CMP pela família proprietária com a salvaguarda que ali funcionasse o Conservatório (a Câmara esqueceu-se...). A DREN concorda em vender o seu terreno ao BPN e em simultâneo, e por pura e casta coincidência, o então director da DREN diz que na realidade o terreno nem dava para o conservatório por ser muito estreito (chamada vista absoluta...como o ouvido) e que o ideal era encontrar outro local. Fala-se no liceu Carolina Michaelis aparentemente às moscas mas apenas com o dobro dos alunos para os quais fora inicialmente previsto... mas também não: aparentemente o externato Ribadouro gerido pela esposa do tal director da DREN tinha-se mostrado interessado em adquirir o Carolina (um edificiozeco com um terrenito mal arejado ali na Ramada Alta), evitando assim a sua eminente ruína por falta de uso...O tal director da DREN é licenciado em história e pela leitura da estreiteza do terreno do BPN, um especialista em urbanismo à vista desarmada. O tal director da DREN é hoje, imagine-se, vereador do urbanismo. Aposte-se quanto tempo demorará o tal Liceu a mudar de mãos...(e até lá caberão os músicos com um pouco de sorte). E depois não se esqueçam de ir aos bancos da Suiça ou aos das ilhas Caiman ver se algo de novo apareceu por lá...pertença de familiares de empreiteiros ou de políticos."
Por sinal votei a decisão final do prédio BPN (porque o próprio Rem Koolhaas a subscreveu, apesar de eu, como arquitecto não gostar, mas não era nessa condição que lá estava) e tal como o Rui Sá questionei na altura o Presidente da Câmara sobre o destino do Conservatório e o que haveria de concreto relativamente ao Carolina Micaelis.
A resposta foi a de sempre - silêncio! Não sou, portanto, protagonista deste filme, mas sim figurante e confesso a minha preocupação em vêr estes textos, e embora a situação apresente factos coerentes, julgo que não estão adquiridas as provas substanciais para confirmar a tese apresentada.
De resto não há duvidas que aquele processo, como muitas vezes acontece em Portugal está enxameado de situações cuja transparência evitaria estas coisas.
nota: Como é evidente este é o assunto a que o António Moreira se referia no post anterior.

1 comentário:

AM disse...

O meu muito obrigado e o meu voto de respeito pela coragem que o Avelino demonstrou em expor publicamente este assunto.

Eu, como todos os membros do grupo de discussão “PNED” recebi o e-mail com o texto aqui reproduzido pelo Avelino.

Pela minha parte limitei-me a colocar, a este propósito a seguinte mensagem

“ Caros amigos
Também gostaria imenso de saber o que disto corresponde à verdade.
Poderá, ou não, ser acaso de Polícia, agora, caso se confirme, é decerto
assunto de interesse para a comunicação social.
E será que a comunicação social não tem meios (nem interesse) em apurar a
verdade?
António Moreira”

Desde os tempos do “Actualidades” (ainda no tempo da “outra senhora”) e, já em democracia, os “Tal e Qual”, “Diabo” e “Independente” (para só citar alguns), me fazia uma grande impressão ver como, até em letras garrafais, eram, publicados nos jornais, títulos e notícias em que se “denunciavam” crimes ou, pelo menos, situações de ética mais que duvidosa e, o tempo passava mas nada acontecia.
Nem os denunciados eram incomodados pelas autoridades para eventualmente responderem pelas suas malfeitorias, nem os denunciantes eram incomodados pelas autoridades para eventualmente responderem pelo facto de terem caluniado e difamado.
Ou seja, não se passava nada, vendiam-se os jornais, havia muita conversa nos cafés, alguns dos “denunciados” sentiam-se na obrigação de sair de cena para não dar má imagem à família ou ao partido (ou eram convencidos a tal) volta e meia lá havia um processo a um jornal ou a um jornalista (quase sempre resolvidos com um simples pedido de desculpas) e prontos.
Ficava para o futuro a certeza que o político A ou B negociava em armas, em drogas ou em diamantes ou que recebia luvas de empreiteiros, ou banqueiros, ou vendedores de helicópteros ou submarinos ou então era pedófilo, homossexual ou putanheiro, mas sempre com muito dinheiro…

Com o advento da Internet começam a aparecer, por e-mail, em “blogs” ou noutros meios este tipo de denúncias.

Mas, quando se coloca a questão de ser ou não verdade, nunca aparece ninguém para dizer que sim nem que não.

Os factos relatados neste texto parecem-me de fácil verificação, seja por parte de membros da Assembleia Municipal, seja por parte de Vereadores, seja, preferencialmente, pelo próprio a título pessoal ou oficial.

Os órgãos de comunicação social estão também decerto ao corrente destas acusações anónimas, tem também decerto meios de verificar a sua verdade ou não, tem, do meu ponto de vista, a obrigação de averiguar a verdade e noticiá-la.
De que estão à espera para cumprir essa obrigação.?????

Afinal em que sociedade é que vivemos????

Pode-se roubar, mentir, usar de tráfico de influências impunemente?

Ou pode-se caluniar e difamar impunemente?

Lamentavelmente receio que a resposta a estas duas questões irá, mais uma vez, ficar sem resposta….

António Moreira