Manuel Maria Carrilho, lançou um livro onde, segundo o Correio da Manhâ, por exemplo, o autor e deputado do PS:
« não se escusou a revelar o nome de cada um dos órgãos de CS que, defende, formaram um “polvo”, num enredo de “mentiras” em torno da sua candidatura autárquica e das eleições de que saiu derrotado, em Outubro:
“Em órgãos da Comunicação Social como o ‘Público’ ou o ‘Jornal de Notícias’, o ‘Expresso’ ou o ‘Tal & Qual’, o ‘24 Horas’ ou o ‘Diário de Notícias’, a SIC ou a TVI, a Renascença ou a TSF”.
E sobre o ataque concertado que tais órgãos lhe dirigiram, Carrilho escreve no livro, publicado pela Dom Quixote, que “isso significa que o polvo entrou em acção: o polvo dos interesses instalados, que há muito se fazia sentir na acção concertada de muito sectarismo jornalístico e de tantos comentadores ventríloquos”.
Eu sei que a figura não é simpática a muitos, nomeadamente a alguns dos nossos habituais comentadores, os quais, vá-se lá saber porquê, não perdoam a mais pequena falha ao que foi, também em minha opinião, o único Ministro da Cultura que já exerceu em Portugal.
Não esqueço que fui um dos muitos que criticaram violentamente o seu comportamento durante a campanha eleitoral para as autárquicas, em Lisboa, e continuo a atribuir a esses factos a maior parcela de responsabilidade pela sua desastrada derrota nessas eleições (não esquecendo, talvez injustamente, a atribuição de uma parte fundamental dessa responsabilidade a uma certa influência familiar).
Mas
Haverá talvez mais a saber sobre a realidade do que o que é apenas escrito pelos invejosos e irresponsáveis do costume.
Via Formiga Bargante, tive acesso ao que José Saramago achou por bem escrever a propósito:
«É um cansado lugar comum dizer que a história a fazem os vencedores, que seria bem diferente, e mais autêntica, se tivessem sido os vencidos a escrevê-la.
Dessa maneira, pelo menos, ficaríamos informados sobre as omissões e tergiversações da história oficial, quando não mesmo de algum obscuro processo e de algum tortuoso caminho sobre os quais, em geral, a vitória faz cair um púdico véu.Este livro de Manuel Maria Carrilho é o depoimento objectivo e fundamentado de alguém que travou uma batalha e a perdeu.
Dá-nos a saber como, porquê e por quem foi vencido.
E com tal rigor e precisão o faz, que bem poderia levar como título "os factos e os nomes".
Disso se trata.
Os factos.
E também os nomes.
Todos e cada um.
Eu sei que a figura não é simpática a muitos, nomeadamente a alguns dos nossos habituais comentadores, os quais, vá-se lá saber porquê, não perdoam a mais pequena falha ao que foi, também em minha opinião, o único Ministro da Cultura que já exerceu em Portugal.
Não esqueço que fui um dos muitos que criticaram violentamente o seu comportamento durante a campanha eleitoral para as autárquicas, em Lisboa, e continuo a atribuir a esses factos a maior parcela de responsabilidade pela sua desastrada derrota nessas eleições (não esquecendo, talvez injustamente, a atribuição de uma parte fundamental dessa responsabilidade a uma certa influência familiar).
Mas
Haverá talvez mais a saber sobre a realidade do que o que é apenas escrito pelos invejosos e irresponsáveis do costume.
Via Formiga Bargante, tive acesso ao que José Saramago achou por bem escrever a propósito:
«É um cansado lugar comum dizer que a história a fazem os vencedores, que seria bem diferente, e mais autêntica, se tivessem sido os vencidos a escrevê-la.
Dessa maneira, pelo menos, ficaríamos informados sobre as omissões e tergiversações da história oficial, quando não mesmo de algum obscuro processo e de algum tortuoso caminho sobre os quais, em geral, a vitória faz cair um púdico véu.Este livro de Manuel Maria Carrilho é o depoimento objectivo e fundamentado de alguém que travou uma batalha e a perdeu.
Dá-nos a saber como, porquê e por quem foi vencido.
E com tal rigor e precisão o faz, que bem poderia levar como título "os factos e os nomes".
Disso se trata.
Os factos.
E também os nomes.
Todos e cada um.
José Saramago»
Não vou deixar de ler o livro.
António Moreira
7 comentários:
Carrilho, essa personalidade deveras contraditória e assaz controversa do PS, distante de muitos usos da política nacional, peca pela análise excessivamente emotiva, perdendo a lucidez necessária para o credibilizar objectivo da sua obra, que constrói sob o signo da "sua" verdade.
No entanto, justiça lhe seja feita, o seu desassombro tem o grande mérito de abalar o politicamente correcto. Só por isso e porque estamos em democracia bem haja pelo seu testemunho.
A ler.
O livro do Carrilho suscita dois temas. Um é o próprio Carrilho e outro é a Comunicação Social
No Carrilho incomoda-me a má criação, o uso do Diniz Maria, segundo as conveniências, uma certa arrogância. Mas nada disto me impediria de votar nele. Agora o mau carácter visível quer no episódio com o Guterres, quer num outro com o arq. Manuel Salgado levar-me-iam, se vivesse em Lisboa, a votar em branco.
Quanto à Comunicação Social é preocupante a promiscuidade com os mais variados interesses económicos, a falta de transparência dos jornalistas que nâo têm o salutar hábito de fazer a declaração de interesses e a impreparação cultural {eufemismo}da maioria dos reporteres e jornalistas. Num país com uma população maioritariamente inculta e com altos níveis de iliteracia, torna-se preocupante.
Cara Maloud
Antes de lêr o livro de Carrilho, também eu tinha uma visão muito negativa do episódio Manuel Salgado.
Depois de lêr o livro, e de lêr as afirmações "preto no branco" que Carrilho faz sobre o que se passou com Manuel Salgado, espero com curiosidade para vêr o que o arquitecto responde, se é que responde.
Se me permite um conselho, leia o livro. Depois decida.
Nota: Não aprecio o estilo Carrilho. Tenho mesmo muitas reservas. Mas não aceito o comportamento da classe jornalistica face às denúncias brutais, e devidamente documentadas, de Carrilho. E para mim é muito, mas mesmo muito mais importante o que está a acontecer à comunicação social e a ligação das agências de comunicação com os mass média, do que a personalidade de Carrilho.
Cumprimentos
Caro AM:
Uma coisa é o senhor carrilho, ministro da cultura.
Outra coisa são as "carrilhadas" de campanha eleitoral.
A campanha eleitoral dele devia ser estudada como um manual de "como não fazer uma campanha eleitoral".
Desde que me lembro de eleições que foi a campanha eleitoral em que um político mais a tinha ganha, muitos meses antes de começar e apenas fez uma campanha eleitoral que o fez conseguir perde-la e tudo isto contra um dos piores (pior no sentido de mau) adversários que se poderia ter como oponente.
Carrilho abriu o livro dos erros e cometeu-os todos. Quando o livro dos erros estava no fim ,ele inventou novos erros para cometer alargando assim o numero mundial de erros a cometer em campanha politica.
E o PS ajudou a festa não se importando nada que carrilho perdesse.
Daqui a 3 anos, o PS sai do governo ou em alternativa fica lá a morrer lentamente, e caso saia ,fica no vazio: sem camaras importantes, sem governo,sem influencia,sem candidatos de jeito ou possibilidade de a reconquistar a médio prazo.
Quanto a carrilho, mesmo tendo muita razão nas acusações que faz em relação à imprensa, devia comprar também um espelho e olhar-se.
Só cometeu erros, mas não assume nenhum. Deixou que a mulher dele fosse arrastada para a campanha quando não deveria ter feito isso; mas como é um vaidoso de merda - e a expressão que se aplica a carrilho é mesmo esta- o vaidoso supremo gostou de ser visto a a passear com a enorme febra ao lado e jogou com o lado sexual da mulher em campanha para conseguir votos e as pessoas perceberam isso.
Perceberam e não gostaram nada...
Entre muitas outras coisas que perceberam.
E quando foram votar explodiram com ele.
Carrilho, aqui era visto como uma fraude. E depois o filmezinho da criança,as referencias constantes ao filho...que tristeza.
Agora surge como um "anjo vingador" que vai "repor" a ordem e a justiça. E defender os fracos e oprimidos, ou seja ele próprio.
Existem bandas desenhadas melhores.
O ps(se tiver juixo) não precisa destes heróis.
O jogo que ele está a fazer o jogo de se alcandorar de novo à posição de heroí. Para isso precisa de criar um vilão.
Cara Formiga Bargante
Já afirmei em vários blogs, na minha actividade de troll, que não leria o livro do Carrilho. Mas nisto, como em tudo, procuro não ter uma posição fechada. Ora ontem, quando visitei a GLQL, vi o seu comentário e saltei logo para o seu blog, porque, como a tenho lido várias vezes, interessava-me a sua opinião. Depois destas "passeatas" que acabaram aqui, vou comprar para as férias, até porque julgo que não perderá o interesse em três meses. Só não o lerei imediatamente, porque ando a conhecer todo o Philip Roth, que a minha filha mais velha tem e me aconselhou.
Cimprimentos
Atento
A presença da Bárbara Guimarães em campanha ao lado do marido, nunca me incomodou. Ela é maior e vacinada e julgo que não foi coagida a participar. Só que foi um "pau de dois bicos". Participou, porque era mediática, simpática e lindíssima. No país do esteriótipo da "loura burra" e da inveja, o grande problema foi a beleza dela. Se fosse feia e mal-feitona não era um "caso". Já quanto ao Diniz Maria, achei de um mau gosto imenso, ter aparecido, e tanto me faz que a aparição seja de um segundo como de uma hora. Trata-se de um bebé que deve ser protegido da exposição mediática. Aliás anteriormente o Carrilho tinha tido um caso com um fotógrafo, à porta de casa, exactamente, porque o não queria expôr. Como é? De repente, tinha mudado de atitude, porque, julgava ele, lhe convinha?
Atento
A seguir vou ao Canhoto. Quanto ao Público deixei de o comprar à quinta-feira. Feitios!
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