« Portugueses de aquém e de além mar! A todos me dirijo no momento de ter sido entregue, segundo os preceitos legais, ao Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, a apresentação da minha Candidatura à Presidência da República.
Solicitações instantes, vindas de toda a parte, acumulando-se há mais de um ano à minha volta, com entusiasmo crescente, destruíram em mim as hesitações que de começo formulara.
Carecia, na realidade, de convencer me de que nenhum mal podia advir, com a minha Candidatura, à Pátria que estremeço e que pelo contrário dela algum bem podia resultar.
Este convencimento existe hoje, depois que pude auscultar a opinião democrática e liberal do País, e depois que a sua unidade de vistas a meu respeito se tornou um facto, suficientemente atestado pela qualidade, número e distribuição territorial dos cidadãos que apoiaram e subscreveram, honrando-me sobremaneira, as listas da minha apresentação.
Nestas listas ficam representados, sem dúvida, credos políticos e religiosos diversos, podendo ir a diversidade até à oposição, como nelas figuram individualidades das mais distintas em saber, ao lado de trabalhadores bem modestos. O quadro não pode ser mais expressivo, nem mais perfeita pode ser a fusão em volta de um ideal político de emergência que, de momento, se impõe à consciência da Nação: Ideal desvinculado de todo o partidarismo, alheio a todo o espírito sectário e com autêntico cunho nacional.
Solicitações instantes, vindas de toda a parte, acumulando-se há mais de um ano à minha volta, com entusiasmo crescente, destruíram em mim as hesitações que de começo formulara.
Carecia, na realidade, de convencer me de que nenhum mal podia advir, com a minha Candidatura, à Pátria que estremeço e que pelo contrário dela algum bem podia resultar.
Este convencimento existe hoje, depois que pude auscultar a opinião democrática e liberal do País, e depois que a sua unidade de vistas a meu respeito se tornou um facto, suficientemente atestado pela qualidade, número e distribuição territorial dos cidadãos que apoiaram e subscreveram, honrando-me sobremaneira, as listas da minha apresentação.
Nestas listas ficam representados, sem dúvida, credos políticos e religiosos diversos, podendo ir a diversidade até à oposição, como nelas figuram individualidades das mais distintas em saber, ao lado de trabalhadores bem modestos. O quadro não pode ser mais expressivo, nem mais perfeita pode ser a fusão em volta de um ideal político de emergência que, de momento, se impõe à consciência da Nação: Ideal desvinculado de todo o partidarismo, alheio a todo o espírito sectário e com autêntico cunho nacional.
(...)
Quais são, segundo os compreendo, os pontos de vista e propósitos comuns do povo português, materializados nesta apresentação de candidatura?
Vou enumerá-los com a maior concisão possível e nas minhas palavras nada haverá que possa ofender ou irritar, pois que no povo a que pertenço só vejo vontade de harmonia, de respeito mútuo e de vida pacífica.
I - Cansado de divergências internas, o povo português deseja que todos os habitantes de Portugal sejam acima de tudo portugueses; que a tolerância e o respeito pela pessoa humana os ligue a todos e permitam a cada um viver a sua vida sem o terror desmoralizante da incerteza.
II - Hoje mais do que nunca quer Portugal marcar o lugar a que tem direito no mundo, engrandecer-se e prestigiar-se, manter ciosamente as suas independência e soberania fundamentais e cooperar internacionalmente para a consolidação da paz universal, servindo-se para tanto do seu espírito empreendedor, do seu génio colonizador e da sua bondade natural que só injustiças e violências podem alterar.
Quais são, segundo os compreendo, os pontos de vista e propósitos comuns do povo português, materializados nesta apresentação de candidatura?
Vou enumerá-los com a maior concisão possível e nas minhas palavras nada haverá que possa ofender ou irritar, pois que no povo a que pertenço só vejo vontade de harmonia, de respeito mútuo e de vida pacífica.
I - Cansado de divergências internas, o povo português deseja que todos os habitantes de Portugal sejam acima de tudo portugueses; que a tolerância e o respeito pela pessoa humana os ligue a todos e permitam a cada um viver a sua vida sem o terror desmoralizante da incerteza.
II - Hoje mais do que nunca quer Portugal marcar o lugar a que tem direito no mundo, engrandecer-se e prestigiar-se, manter ciosamente as suas independência e soberania fundamentais e cooperar internacionalmente para a consolidação da paz universal, servindo-se para tanto do seu espírito empreendedor, do seu génio colonizador e da sua bondade natural que só injustiças e violências podem alterar.
(...)
Lisboa, Julho de 1948.
NORTON DE MATOS »
Lisboa, Julho de 1948.
NORTON DE MATOS »
6 comentários:
Caros Sedentos
ke falta de atenção ... onde estão os comentarios ao Dr. Guilherme Pinto e à oposição Social Democrata ???
Já agora onde esta o atestado medico para o V. candidato presidencial , kem é o V. numero dois de peso se Mario Soares não resistir?
Já faltava a coerência por estes lados. ENtão a minha cara não acha que comentar a peixeirada matosinhense na sic noticias terá melhores sitios que o Sede?
Eu vi o debate, mas os outros nem por isso, e ninguém pareceu muito prreocupado. O nivel do debate, a que infelizmente o guilherme aderiu mascarou que o actual vice sabe mais do concelho e talvez mereça bem o voto. Lá em casa farei campanha por ele, porque eu voto no Porto. E a minha cara incoerente vota afinal onde?
Meus caros, sempre tive a esperança que a obrigatória leitura e escrita da password impedisse o retorno da incoerente - enganei-me, ela conseguiu ultrapassar a prova :)
Ó Avelino
Grande antipático
Deixe lá passar a incoerência que só faz realçar a nossa.... (sei lá qualquer coisa, coerência, razão, experiência, sapiência, velhice, arrogância...)
:-)
AMNM
Estamos em campanha eleitoral , a dois meses da decisão e os candidatos de ferias – Mas ferias são ferias é para se gozar, vejam o ke tem dado a entrevista do Vice presidente
afinal o ke é ke o Dr. Paulo Morais disse de novo?
a luta contra a corrupção não era bandeira de campanha?
É obvio ke estamos, mais uma vez, perante uma excelente estratégia social democrata , com tanta polemica ninguém se lembra ke o Dr. Assis existe.
Para alem de ke pode levantar suspeitas sobre o executivo anterior e kando Rui Rio deixar de ser candidato , teremos a versão (supostamente) opositora – de Paulo Morais.
O PSD vai ganhar 3 mandatos seguidos, só com esta estratégia.
Aki no Sede, pelo ke vejo, reina a calma - todos sentadinhos a ouvir a historia da velha democracia, concordantes , a tentar encontrar mais valias nesta candidatura presidencial.
Será ke a escolha de Soares visa salvar a ultima imagem socialista? Kerem salvar as Autarkicas com as presidências?
... não esmoreçam Socialistas, um Presidente da Republica é tipo papa, o ke interessa é a fé.
Voto aki na cidade, este ano devia ir votar a Felgueiras.
Ate em Matosinhos e Gaia os panoramas são mais interessantes ke no Porto.
continuamos com o sidrome da megalomania , os projectos em curso não são tidos em linha de conta, apenas se contempla a sua total alteração – assim não há continuidade – a Cidade esta cheia de megalomanias e projectos inacabados
- continuo desiludida com as propostas , não parecem conscientes, espero o inicio da campanha.
No Correio da Manhã pode ler-se: "Mário Soares justificou ontem a sua candidatura a Presidente da República (PR), depois de várias vezes ter negado essa possibilidade, com o facto de nas "gerações mais novas" não terem surgido "políticos preparados – com apoios sólidos" e com a vontade de "com êxito" protagonizarem um "combate pela Presidência"....
Fiquei sem perceber se o Dr. Mário Soares está mesmo senil ou passou a fazer como o Prof. Cavaco, que diz não ler jornais…
Pedro Aroso
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