Muito me diverte ver o ar compungido, quase de sacristia, com que os opinadores da direita fazem suas as dores de Manuel Alegre.
Muito me desgosta ver Manuel Alegre, dar-se, em sacrifício, a essa gente.
Não irei votar nas eleições presidenciais, não porque, mas apesar de, não me agradar qualquer dos putativos candidatos.
Mas isso não me impede de analisar “o jogo” e, sobre ele, opinar, da mesma forma que não podia (mesmo que quisesse) votar em Sócrates ou Alegre, para a liderança do PS, mas isso não me impediu de (então e agora) analisar também esse “jogo” e, sobre o mesmo, formar e emitir a minha opinião.
Para alguns mais desatentos, eu faço questão de esclarecer que sei, mais do que bem, que as minhas opiniões algumas vezes (vezes demais?) são pouco consensuais.
Convinha mais alguns entenderem (pois penso que os “sedentos originais” o entenderam antes de me convidarem) que as outras opiniões que tenho (as consensuais) em geral nem as revelo por entender que nenhuma mais valia acrescenta um “muito bem” ou “estou de acordo”.
Assim, com o objectivo de dinamizar um pouco o debate sobre este tema, irei dizer o que, como “não militante”, me parece esta tragédia de verão sobre os dois irmãos desavindos e de como um atraiçoou o outro, que não se ficou, para gáudio de jornalistas e outros escribas, sem esquecer o daqueles que, do lado da outra personagem da comédia das “eleições presidenciais”, vertem lágrimas de crocodilo pelo “poeta” esperando (parvamente?) tirar dividendos para o seu figurante.
Então as candidaturas presidenciais não são de cidadãos que podem (ou não) ser apoiadas por partidos?
Então, pelo facto de Mário Soares se candidatar, Manuel Alegre está impedido de também apresentar a sua candidatura?
Então as eleições presidenciais não se resolvem por maioria absoluta?
Não será que, a haver mais do que uma candidatura “à esquerda” (como seria desejável que houvesse “à direita”) isso poderá (deverá?) motivar uma maior presença de eleitores “de esquerda”, numa primeira volta?
Não será que tal poderá contribuir para evitar uma vitória “de direita”, na primeira volta, funcionando como uma espécie de “primárias” da “esquerda”?
Não será que o risco de uma vitória "de direita" poderá então mobilizar uma presença massiva de eleitores "de esquerda" numa segunda volta?
Será que este cenário não se verificou já em 1986, quando da primeira eleição de Mário Soares?
Será que, caso Soares (ou Zenha ou Pintassilgo) tivessem concorrido sem oposição “à esquerda”, não teria sido, afinal, Freitas do Amaral o vencedor, logo na primeira volta?
Por isso, meus caros, qual é o problema de se apresentarem ao sufrágio as candidaturas de Mário Soares e de Manuel Alegre?
Ou será que, afinal, o que está em causa é, apenas, o apoio do Partido Socialista a um ou outro dos candidatos?
Apoio político, apoio logístico mas também apoio financeiro (claro e porque não?)
Mas não seria então da mais elementar prudência que estes assuntos fossem, até por uma questão de decoro, resolvidos no interior do partido onde militam os dois senhores?
Que ideia é que os “não militantes”, já para não falar daqueles que (como eu) tem uma opinião muito crítica dessa coisa dos partidos, vão ficar a fazer do Partido Socialista?
É que cada vez se parece mais com um qualquer PSD.
Digam lá aos senhores para terem juízo, que está toda a gente a olhar…..
António Moreira
Será que este cenário não se verificou já em 1986, quando da primeira eleição de Mário Soares?
Será que, caso Soares (ou Zenha ou Pintassilgo) tivessem concorrido sem oposição “à esquerda”, não teria sido, afinal, Freitas do Amaral o vencedor, logo na primeira volta?
Por isso, meus caros, qual é o problema de se apresentarem ao sufrágio as candidaturas de Mário Soares e de Manuel Alegre?
Ou será que, afinal, o que está em causa é, apenas, o apoio do Partido Socialista a um ou outro dos candidatos?
Apoio político, apoio logístico mas também apoio financeiro (claro e porque não?)
Mas não seria então da mais elementar prudência que estes assuntos fossem, até por uma questão de decoro, resolvidos no interior do partido onde militam os dois senhores?
Que ideia é que os “não militantes”, já para não falar daqueles que (como eu) tem uma opinião muito crítica dessa coisa dos partidos, vão ficar a fazer do Partido Socialista?
É que cada vez se parece mais com um qualquer PSD.
Digam lá aos senhores para terem juízo, que está toda a gente a olhar…..
António Moreira
6 comentários:
Caro António Moreira
Acabo de ler um artigo no Diário de Notícias, com o título "Socialistas exigem acertos no Governo", que me parece bastante interessante:
http://dn.sapo.pt/2005/08/20/tema/socialistas_exigem_acertos_governo.html
Pedro Aroso
Obrigado pela dica
AMNM
Interessante de facto....
Os jornais a trabalhar à "blog"
".......a julgar pelos comentários de dirigentes socialistas, sob anonimato...."
Devem ser efeitos dos "anonymous" que andam pelas caixas de comentários dos Blogues....
Muito custa ser jornalista neste país.
AMNM
Muito mais interessante é a campanha socialista em Montalgre
o PSD não aprovou - mas o PS realizou ...
O PSD Não keria Rotunda - Mas o PS fez a Rotunda
etc etce
amanha dou mais novas destas
Kem não vota não tem direito a opinar...
Outro?
(Ou será o mesmo)
Ó Faxavor sr. anónimo, diriga-se a este guichet:
http://provotar.blogspot.com/2005/08/um-conselho-de-amigo.html
AMNM
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