quarta-feira, agosto 03, 2005

Cá estou eu

Fui convidado para colaborar, escrevendo, aqui no SEDE.

O facto de alguém ter lido alguns dos meus escritos, em “posts” noutros “blogs”, ou em caixas de comentários aqui ou noutros locais e, ainda assim, entender convidar-me para escrever no seu espaço é de uma amabilidade que, muito francamente, me surpreende.
O facto de esse convite ser feito apesar de serem conhecidas algumas das minhas opiniões, as quais, em tantas áreas, são, não apenas diferentes, mas até conflituantes com as que são defendidas por quem me convida.
O facto de insistirem no convite, após a minha relutância inicial, e de me garantirem total liberdade, apesar de se tratar de um espaço de cariz assumidamente partidário, merece, a minha admiração e reconhecimento.

No entanto, não foi por admiração ou reconhecimento que aceitei, mas sim por interesse.

Aceitei porque me interessa ter um local onde possa escrever com a esperança que alguém leia.
Aceitei porque me interessa ter um local onde possa escrever sem ser sujeito a censura prévia, mas onde quem discorde (ou concorde) o possa fazer em comentário.
Aceitei porque me interessa ter um local onde possa escrever e ter a esperança de influenciar quem “pode fazer a diferença”.

Aceitei enfim porque, apesar de combater o sistema partidário a que tantos insistem em chamar “democracia” representativa, tenho a maturidade suficiente para compreender que (ao menos no meu tempo) vai ser com este sistema que a sociedade vai ser gerida e que, por isso, (conforme já referi em comentário) devo tentar influenciar, aqueles que me pareçam mais capazes de encaminhar a sociedade no sentido que, a mim, pareça mais acertado.
Alguns dos que me interessa influenciar escrevem aqui e outros, possivelmente, lêem o que aqui se escreve, uns comentarão, outros não.
Umas vezes conseguirei influenciar alguém, outras, serei eu o influenciado.

Mas, acima de tudo, aceitei pelo gozo de escrever, de participar, de discutir, de provocar.
Em suma, pode não servir para mais nada, mas, se for agradável para mim e, talvez para uns poucos mais, já vale a pena.

Enquanto for agradável, para mim e para os outros “Sedentos”, cá estarei :-)

Obrigado.
António Moreira

4 comentários:

Pedro disse...

António,
"Aceitei enfim porque, apesar de combater o sistema partidário a que tantos insistem em chamar “democracia” representativa, tenho a maturidade suficiente para compreender que (ao menos no meu tempo) vai ser com este sistema que a sociedade vai ser gerida e que, por isso, (conforme já referi em comentário) devo tentar influenciar, aqueles que me pareçam mais capazes de encaminhar a sociedade no sentido que, a mim, pareça mais acertado."

Temos uma tomada de posição política, depois de tanto dizer que é "apartidário"? :)

AM disse...

“António,

"Aceitei enfim porque, apesar de combater o sistema partidário a que tantos insistem em chamar “democracia” representativa, tenho a maturidade suficiente para compreender que (ao menos no meu tempo) vai ser com este sistema que a sociedade vai ser gerida e que, por isso, (conforme já referi em comentário) devo tentar influenciar, aqueles que me pareçam mais capazes de encaminhar a sociedade no sentido que, a mim, pareça mais acertado."

Temos uma tomada de posição política, depois de tanto dizer que é "apartidário"? :) “

Pedro

(Começando a resposta à “partidário”) :-D
Ainda bem que me coloca essa pergunta (LOL)

Sempre disse ser “apartidário” (no sentido em que não milito, NEM VOTO, em qualquer partido) e, ao mesmo tempo, sempre tenho tomado posições políticas, e nem vejo onde esteja a contradição.

Mas, quando tomo posição, sobre este ou aquele assunto em que há, pelo menos, duas posições conflituantes, estou, em geral, a assumir a posição de uma das “partes”, será que isso faz de mim “partidário”?

A questão Pedro é que, em geral, as pessoas tendem a analisar as questões de uma forma preconceituosa de acordo com as suas “simpatias partidárias” (eu nem sequer sou capaz de entender simpatias “partidárias”, quer dizer, compreendo que se diga “sou do Porto” ou “sou do Benfica”, agora “sou do PS” ou “sou do PSD” , não entra…) ou, pelo menos, com as suas afinidades ideológicas.

Ou seja, mesmo que, honestamente, tentemos analisar cada situação de acordo apenas com os factores objectivos (seja lá o que isso for) importantes à sua compreensão, raramente conseguimos abstrair quem está por detrás de cada um das posições e, assim, em geral, somos levados a incluir mais esse factor que, sem dúvida, perturba a qualidade das conclusões.

Eu procuro ter isso sempre presente e evitar cair nesse logro, mas, provavelmente, nem sempre o consigo.

Muitos, nem sequer se preocupam em analisar as situações e saltam logo para a trincheira onde estão os “seus”.

Outros ainda (em geral os que tem ou aspiram ao poder) relevam, antes de tudo o Interesse Partidário e, sobre isso já escrevi em tempos:

“Cada situação concreta, seja ela "A requalificação da Av. da Boavista"/"Linha Laranja do Metro", seja o "Túnel de Ceuta", seja a "Requalificação da Av. dos Aliados", seja outro qualquer exemplo concreto, para além de ser analisado com base nas suas vertentes de mobilidade, trânsito, ambiental, patrimonial, financeira, arquitectónica, etc., é, ainda, avaliado quanto à forma pela qual as decisões quanto à sua implementação, custeio, "paternidade", "timings", etc. irá afectar, positiva ou negativamente, os interesses das diversas formações partidárias, estejam elas no poder ou na oposição.
Suponho que já se tornou claro, para a maioria de nós, que estas considerações quanto ao INTERESSE PARTIDÁRIO, se sobrepõe, na maioria dos casos, à generalidade dos outros factores em análise, ou seja:
Na maioria das situações as decisões quanto aos projectos e soluções na Nossa Cidade, são tomadas com base, fundamentalmente, no INTERESSE PARTIDÁRIO e não no resultado da conciliação ideal (ou possível) entre os diferentes factores (ou interesses) envolvidos.
Isto tem levado, inclusivamente, a que se continue a assistir ao lamentável espectáculo de projectos inacabados e alterados ou destruídos por um executivo não estar de acordo com as orientações do anterior, com o consequente esbanjamento de recursos, obras que se eternizam, etc.,)
Ora eu entendo que o INTERESSE PARTIDÁRIO é um factor que não deveria, nunca, fazer parte deste tipo de análises (e penso que, neste aspecto, será possível encontrar algum consenso).”

Por isso Pedro, pode ter a certeza que EU:

Continuo “apartidário” e vou continuar a tomar posições políticas:
De acordo com a análise que EU faço e,
O mais imune que, honestamente, eu me possa manter de simpatias “pessoais” e de afinidades ideológicas.

Porque:

Essas foram as condições OFERECIDAS por quem me convidou para escrever aqui.

(E assim se prova que os comentários e respostas a comentários podem ser maiores (e, se calhar, mais interessantes) que os “posts” :-))

Obrigado por ter aparecido.:-)

AMNM

Pedro disse...

que testamento... :D

ok, está explicado, nem que seja por exaustão :D

AM disse...

Hehe :D