Pedro Baptista
O que há a dizer é simples. O Porto, todo o Norte, não podem deixar morrer o seu “Comércio”.
Não é pelo título, por ser o decano do continente, por ser o jornal que, todos os fins de tarde, chegava a casa debaixo do braço de meu pai. Essas coisas de um título nascem, vivem e depois morrem quando não têm mais lugar na história, como há-de acontecer a cada um de nós quando nos acabar o tempo.
Não é pelo título, nem pelo saudosismo, é pelo projecto, é pelo futuro! Por ser o jornal que o Porto e Norte precisam para se conhecerem, para fazerem circular entre si a informação, a análise, o estudo e a opinião sobre os problemas concretos e específicos da região, onde se concatenam as vontades e se forja a coesão de uma região na afirmação nacional! Em lugar de serem uma colunazeca marginal dos jornais feitos ou dirigidos pela capital para quem o Porto, e falamos no sentido da grande região, é sempre secundário, é sempre dos “gajos de lá cima”!
É como projecto para o futuro, com o projecto concreto que se iniciou há pouco tempo, que o “Comércio” não pode estar muitos dias fechados. Enquanto o melhor jornal do Porto que já era, de longe, no que diz respeito aos assuntos do Porto, em matéria de informação! Se não vingou, foi porque não teve investidores conscientes das realidades e da necessidade de investirem na promoção, o que teria permitido que o jornal, já hoje, ou dentro de pouquíssimo tempo, fosse rendável e lucrativo. O Porto, a sociedade civil, os empresários, o mundo institucional autárquico, seja quem for, um ou muitos, sozinhos ou associados, têm de mexer-se e tomar a iniciativa de retomar o projecto agora interrompido.
Se não formos capazes de aguentar e promover o “Comércio” seremos capazes de quê? Como poderemos falar de nos afirmarmos? Que mereceremos?
E a Câmara Municipal do Porto, principal responsável por estes quatros de depressão geral do Porto, diz o quê? Deve dizer que está satisfeita, por haver uma voz que ninguém conseguia controlar que se cala. Não é verdade Dr. Rio?
É deste “prenúncio de morte” que temos de sair depressa. Até breve “Comércio”!
sábado, julho 30, 2005
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8 comentários:
A política neste post está nitidamente a mais.
Eu também escrevi sobre o assunto n'A Baixa do Porto aqui e aqui.
O Comércio vai fechar porque não tinha leitores. Era comprado apenas por uns poucos milhares de pessoas. Numa área metropolitana com mais de 1 milhão de pessoas isso é muito pouco, mesmo muito pouco. Culpa das pessoas? Não, culpa do jornal e de quem o fazia e vendia que não o souberam tornar atractivo. Tudo o resto é "estupidez sofisticada".
Quanto ao título: voltará e terá sucesso se encontrar alguém que seja capaz de o tornar num produto atraente para o público.
A falta de leitores do comercio reflete apenas aquilo que o Porto conta na tomada de decisão no país. Pouco muito pouco. Reflete também a falta de interesse pela politica regional. Pouco interesse, muito pouco e mais uma vez porque o Porto pouco conta. Reflete o nosso Porto moribundo em muitos aspectos. Ou as gentes do Porto com uma atitude moribunda. ISTO TEM QUE MUDAR. O comercio do Porto reflete o marasmo da CIDADE, do comercio, do entusiasmo do Porto. Se a CIDADE mudar quem sabe o jornal muda. Mas que tal fazer a experiência ao contrário? Que tal começarem por meter uns jovens talentosos como estagiários, darem-lhes liberdade de acção, não os limitarem, fazê-los circular por uma outra cidade do Porto não tão conhecida mas cheia de entusiasmo e que se a noticia, a entrevista, o apontamento, a critica, a fotografia bem tirada, o sorriso bem apanhado for bem irradiado contagie positivamente a outra CIDADE. O segredo é renovar, apostar em gente sem história, com potencial, sem medo de errar e não formatada. A experiência é importante mas a inexperiência esforçada, atenta e MUITO curiosa, e inventiva é tanto ou mais importante para crescer. Agitem-se, imprimam frenesim, criem competição saudavel e leal. É disso que precisamos na CIDADE, quem sabe é disso que precisam no jornal. Mudem o Porto no jornal quem sabe mudam o numero de leitores e quem sabe contagiam o Porto e contribuem para muda-lo.
A solução é fácil: nacionalize-se!
PVM
Comercio
Façam uma experiência piloto: Passem dois dias no aeroporto do Porto de manhã bem cedinho e a tarde e vejam onde anda a decisão dos homens e mulheres do Porto... Nos aviões a caminho de Lisboa. Cheguem a todos esses notaveis e questionem porque continuam a caminhar com toda a tranquilidade e orgulho até a caminho da capital... Talvez percebam o nosso Porto ainda tão feudal, ajudam a muda-lo. Nós precisamos do Comercio do Porto, mas para isso questionem o Porto, não se limitem a relata-lo.
Havia vários entraves ao Comércio do Porto:
- O nome: A cidade do Porto é maior que o concelho do Porto; O resto da cidade tem os seus jornais: Notícias de Gaia, Matosinhos Hoje, 1ª Mão (Maia), etc;
- O Porto concelho está moribundo; É uma reserva de reformados, habitantes de bairros sociais e velhos ricos decadentes da foz;
- O jornal dizia mal de Rio; Este cortou a publicidade institucional da CMPorto;
- A imprensa está morta, dizem os Murdoch deste mundo; É natural que os jornais fechem !
- Outros projectos surgirão: www.Nortugal.info e www.PortoRTV.com.
Os medias devem dar lucro é certo... mas para mim isso não interessa nada, kando o Porto acaba de perder mais uma fonte de informação, o Comercio se kisesse tinha ganho muito dinheiro a vender entrevista e paginas, como outros jornais fazem
O ke me interessa é ke o Porto já não tem artistas, já não tem escritores, cultura etc
e acaba de perder mais um nucleo de jornalistas, ke assim so tem hipotese em Lisboa
Cento e tal anos ... ok, não se actualizou, não fez melhor e friamente merece fechar?
E será ke no Municipio temos hipotese de fazer melhor, temos publico, temos estruturas, temos hipoteses???
É tão giro dizer aos ke fecham, Oh pá tu não te actualizas
Mas há muitos a fazerem esforços enormes na actualização, no progresso e ao fim de algum tempo vai dar no mesmo, não temos mercado ... tamos mesmo confinados à pobreza e à falta de meios
So se penalizam assim as entidades, kando nunca se teve uma entidade e se deu tudo e se investiu tudo em prol de nada - pois pura incompetencia portuense, já sei . Pode ate ser... não se compreende é como as mesmas empresas deslocalizadas, já dão lucro
Perdemos mais uma voz, longe vai o tempo dos jornais clandestinos, da troca de informação escrita do interesse ... sem interesse o unico negocio ke sobrevive é o da oferta minima e essencial
Temos metade dos recursos e pagamos o mesmo, temos metade das hipoteses e somos tributados pelo mesmo... isto em relação a Lisboa e agora comparemos isto face ao mercado europeu...
acho ke já não temos hipoteses, so mesmo no sector publico
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