sexta-feira, novembro 11, 2005

Sobre a secção Regional da Ordem dos Arquitectos

Soou agora nos blogues a posição iníqua da ordem dos arquitectos sobre o que se passa nas câmaras, nomeadamente na do Porto.
Sou muito faccioso, e longe de ser independente. Como devem saber, ou se não sabem ficam a saber, fui candidato nas duas ultimas eleições à secção regional e perdi. Aliás na última aceitei ir na lista para a direcção da dita, convidado pelo meu amigo e colega, João Carlos Ferreira, que liderava a respectiva tropa.
Ganhou o Serôdio, ou melhor a lista A, apoiada pela Helena Roseta, que, 3 anos antes havia sido eleita pela nossa lista, mas que se esqueceu dos seus apoiantes do norte que perderam por meia dúzia de votos a regional, pois 3 anos volvidos juntou-se aos que a combateram antes.
Desta vez, faz um ano,perdemos 60 – 40, ganhando o Serôdio e os seus.
Por isso meus amigos julgo poder falar do assunto OA, pois estão avisados da minha falta de isenção.

Antes demais não nos podem acusar (aos perdedores) do que quer que seja, mas também não podem deixar de ouvir que aqui no Porto isto continua a ser um problema dos esquemas montados: A FAUP gosta de controlar e a Lusíada aceita tudo desde que não os chateiem. Os arquitectos famosos, como o Álvaro Joaquim e o Eduardo estavam ao lado de quem ganhou a Secção Regional.
Por isso concordo com o que tem escrito o Pedro Aroso e mais ainda com a resposta do Alexandre Burmester. No entanto, nos momentos de debate da Ordem, nós arquitectos, temos estado genericamente ausentes.
A direcção da Ordem que ganhou fê-lo supostamente na continuidade de uma linha (de esquerda) habitual, com pouca interacção com as autarquias, sem interferir nas palhaçadas dos concursos, aceitando a exploração dos recém-licenciados e defendendo a linha cultural – nova sede e o Passos Manuel chique fashion para discutir assuntos.
E o que realmente interessa: nada! Licenciamentos – nada! Profissão – nada! Honorários – nada! Escolas e universidades – nada! Autarquias (arquitectos de fora e de dentro, ou será que os de dentro não pertencem à ordem?) – nada!

Portanto se querem discutir, meus caros leitores do blogue, arquitectos como o Aroso, o Burmester ou o Gino – que apoiaram esta direcção, venham agora, desafiados para o próximo triénio falar da secção regional e da ordem nacional a sério. Eu e o Daniel estivemos lá, fomos chamados de gajos do PP, nós com cartão socialista e tudo, simplesmente porque achamos que a Ordem existe para a profissão dos arquitectos, não para o jornal, nem para as conferências, nem para o bestiais coisas que o Gadanho organiza e muito menos para as festas de fim-de-ano/reveillón!
Simplesmente porque só existe uma reunião por ano, se tanto. Simplesmente porque em todas as discussões difíceisa OA está ausente. Mas costuma aparecer para levantar processos disciplinares, que não dão em nada. E depois?
A mim revolta-me que nos arquitectos haja uma lista que junta na mesma comissão de honra todos os arquitectos com obra pública do norte, encabeçada pelo Siza e tudo – são os gajos fixes, a malta porreira como diria alguns que foram professores de quase todos nós. E depois queixam-se, logo no dia a seguir, ou quase! Que não tem trabalho, que a câmara é uma merda! Que são tratados assim e assado por outros colegas e funcionários e que os vereadores isto e aquilo – sem preparação e sem saberem um boi ou um burro! Pois não precisam! Basta encomendar obra pública ao Souto de Moura, ele depois dá aos outro como fez no Metro, a todos os gabinetes amigos.
Basta pedir ao Siza o desenho da “Boapista” que ninguém pode chatear. E não fosse o governo ter mudado e o Presidente do IPPAR desejar manter o posto, nem sequer tinha havido aquilo no Soares dos Reis sobre Ceuta, organizado pela Ordem! A OA no norte não serve hoje para nada.
Queixam-se de quê afinal? Do que escolheram!
Ou será que estou enganado?

2 comentários:

AM disse...

Eu gosto de vos ver a discutir estes assuntos (gosto mesmo) seja aqui, seja n"A Baixa" mas, não me levem a mal....

A vossa ordem não tem um blog?
Se não tem, se calhar faz falta...

Já agora sabem do problema que afecta os engenheiros que ....

(Não me batam muito)

AMNM

Pedro Aroso disse...

Meu Caro Avelino

Concordo na generalidade com o teu post, mas impõe-se uma correcção:
Eu integrei a lista do Conselho Nacional de Delegados, presidida pela Olga Quintanilha nos seus dois mandatos e, na qualidade de suplente participei, em representação da lista A (Manuel Queirós) nalgumas reuniões do penúltimo triénio, já sob a direcção do João Belo Rodeia e da Helena Roseta.
Nas últimas eleições comecei por apoiar o João Pedro Serôdio, de quem sou amigo, mas acabei por não votar em nenhuma das listas candidatas, por não me rever em nenhuma delas.

Um abraço
Pedro Aroso