quarta-feira, agosto 31, 2005
a questão da idade...
Quem está velho não é Soares, mas sim os que agora acorrem a rodeá-lo sem perceber a seriedade dos motivos que o levaram à candidatura.
Mas atenção, esta será a melhor batalha dos ultimos anos e permitirá uma grande reflexão sobre política actual.
Aos 81 anos disse assim este candidato presidencial
Solicitações instantes, vindas de toda a parte, acumulando-se há mais de um ano à minha volta, com entusiasmo crescente, destruíram em mim as hesitações que de começo formulara.
Carecia, na realidade, de convencer me de que nenhum mal podia advir, com a minha Candidatura, à Pátria que estremeço e que pelo contrário dela algum bem podia resultar.
Este convencimento existe hoje, depois que pude auscultar a opinião democrática e liberal do País, e depois que a sua unidade de vistas a meu respeito se tornou um facto, suficientemente atestado pela qualidade, número e distribuição territorial dos cidadãos que apoiaram e subscreveram, honrando-me sobremaneira, as listas da minha apresentação.
Nestas listas ficam representados, sem dúvida, credos políticos e religiosos diversos, podendo ir a diversidade até à oposição, como nelas figuram individualidades das mais distintas em saber, ao lado de trabalhadores bem modestos. O quadro não pode ser mais expressivo, nem mais perfeita pode ser a fusão em volta de um ideal político de emergência que, de momento, se impõe à consciência da Nação: Ideal desvinculado de todo o partidarismo, alheio a todo o espírito sectário e com autêntico cunho nacional.
Quais são, segundo os compreendo, os pontos de vista e propósitos comuns do povo português, materializados nesta apresentação de candidatura?
Vou enumerá-los com a maior concisão possível e nas minhas palavras nada haverá que possa ofender ou irritar, pois que no povo a que pertenço só vejo vontade de harmonia, de respeito mútuo e de vida pacífica.
I - Cansado de divergências internas, o povo português deseja que todos os habitantes de Portugal sejam acima de tudo portugueses; que a tolerância e o respeito pela pessoa humana os ligue a todos e permitam a cada um viver a sua vida sem o terror desmoralizante da incerteza.
II - Hoje mais do que nunca quer Portugal marcar o lugar a que tem direito no mundo, engrandecer-se e prestigiar-se, manter ciosamente as suas independência e soberania fundamentais e cooperar internacionalmente para a consolidação da paz universal, servindo-se para tanto do seu espírito empreendedor, do seu génio colonizador e da sua bondade natural que só injustiças e violências podem alterar.
Lisboa, Julho de 1948.
NORTON DE MATOS »
Aí está.
30 Anos de Poesia
Algo tinha que escrever sobre o "tema" do dia
Mas, este triste episódio, não me merece mais do que reproduzir o que escrevi numa caixa de comentários do Blasfémias.
Talvez alguém, aqui, queira discutir este tema "à esquerda"
___________________________________________________
Eu tinha avisado:
".....Não pensem que o Alegre favorece a "direita" que isso é uma treta.
Mas se pensam mesmo que isso é um facto então calem-se que o homem pode ouvir, julgar que é verdade e então já não concorre...."
O mal é o Alegre ler o Blasfémias.
Acreditou que ia dividir o PS (como se daí viesse algum mal ao mundo)
Acreditou que ia dividir "a esquerda" (como se daí viesse algum mal ao mundo)
Acreditou que a sua candidatura ia favorecer o Cavaco, o que é o maior dos disparates.
Decidiu não concorrer, prestou um grande serviço a Cavaco, à "direita" e ao "aparelho do PS".
Ainda bem que não se candidatou, pois a sequência dos seus comportamentos, culminando com a suprema manifestação de incoerência de ontem, tem demonstrado (a quem ainda tivesse dúvidas) que, ao pé dele (e ao pé do Cavaco) afinal o Mário Soares é um jovem, de raciocínio lúcido.
Triste país, tristes partidos e triste "democracia"
António Moreira
terça-feira, agosto 30, 2005
anti-spam
Os blogs tem sido objecto de discussão, nomeadamente por obterem um crescimento constante. Como é evidente também sofrem as consequências disso. Ultimamente aparece por aqui uns comentários, feitos na lingua dos bifes, que a gente até vai dominando bem, que irritam um santo e impedem a construção divertida e bem sucedida que às vezes temos conseguido nos comentários. Nós no SEDE damos especial importância aos comentários, em primeiro porque permitem um espécie de "atalho epistemológico" (com a segunda porta de entrada no sitio), em segundo porque animam a interactividade entre quem escreve e quem lê, e, finalmente porque impede que os textos sejam respostas a textos e respostas a respostas. Se repararem bem os blogues mais atractivos são os que evitam o ping pong dos seus autores, providenciando sempre assuntos diferentes e opiniões mais individualizadas e menos pedaços de uma discussão em constante continuidade. Acaba-se a discussão, quando se acabam os comentários, morre de cansaço, ou de sentido, ou de outra coisa qualquer.
Por isso preocupamo-nos em incentivar a iniciativa e os comentários no nosso blogue. Quando nos enviam textos via emaile (clicando no nosso nome), só por raros casos, de falta de interesse e/ou sentido do texto, não publicamos. Infelizmente temos recebidos poucos contributos, mas creio que isso pode mudar.
Deste modo a partir de agora quem fizer comentários tem que passar pelo argumento de segurança do blogger, escrevendo uma palavra que aparece no ecrã para que o comentário seja aceite. Dizem que evita estes textos a dizer em inglês que o blogue é o máximo, por isso compra viagra, ou visita o site da Linda.
Esperamos a vossa compreensão, e especialmente que esta iniciativa não diminua a participação habitual.
Sobre futebol
Os apoiantes do FCP geralmente animavam particularmente as hostes, revelando o afã estilo portuense, defendendo com garra o seu clube e atacando com frontalidade as insinuações nunca provadas que a troupe lisboeta gosta de incidir sobre os Dragões, ou Andrades como eles dizem, que a mim não me chateia nada. Melhor ser chamado de Andrade que de Mouro, pelo menos sempre fico na duvida se esse Andrade não era o nome que vinha antes de Henriques, em vez de ser o de um ex-presidente do clube. Mais a mais, nestes tempo de AlQaeda se o mundo topa a alcunha portuguesa dos sulistas ainda desenvolve uma investigação especial.
Vem isto a propósito dos programas de comentários nas televisões sobre futebol. Um dos grandes supostos representantes do meu clube é o Guilherme de Aguiar. Pois bem, fico entediado com as suas análises, nem esboço sorriso com as suas graçolas soft e muito menos suporto a sua infindável paciência para ouvir a discussão entre os outros dois. É o tipo que está ali a mais, o terceiro membro, o aspirante a consensual.
Bem sei que a SIC faz de propósito, porque não interessa promover um portista de jeito e aquele assim é que está bem, mas o mal é que ninguém denuncia que o objectivo deste profissional do Desporto e da política está mal naquele papel. Muito menos servirá para presidente da Liga ou da Federação (objectivos que devem guiar-lhe a postura). Ainda por cima não parece do Norte.
segunda-feira, agosto 29, 2005
Desánimo portugués
Los incendios, afortundamente apagados -en parte gracias a una ejemplar colaboración europea-, han puesto de forma desgraciada el foco sobre un campo abandonado por los jóvenes, sobre la desintegración acelerada del mundo rural, y sobre la falta de ordenamiento territorial. Portugal ha cambiado profundamente, para bien, aunque en el camino se olvidó de ese mundo rural. Pero el proceso de modernización y de crecimiento económico con la democratización y la entrada en la hoy Unión Europea ha sido a todas luces positivo, como en España.
Desde hace un quinquenio, ha entrado en una senda en la que no acaba de encontrarse. La economía, a la baja desde 2000, entró en recesión a finales de 2002, y desde entonces no remonta. Ante el encarecimiento del precio del petróleo, ni siquiera se podrá cumplir la tímida previsión del Banco de Portugal de un crecimiento del 0,5% del PIB este año. Mientras, crece el desempleo, del 4,1% en 2001 al 7,2% en la actualidad. Las recetas que han aplicado los diversos Gobiernos no han hecho sino engordar el Estado -hasta un 6,8% del PIB, casi el doble de lo permitido por la pertenencia al euro-, y los impuestos a los ciudadanos.
La depresión tiende a devorar a sus dirigentes, y la crisis de gobernabilidad la alimenta. Antonio Guterres tiró la toalla. Durao Barroso se marchó a Bruselas, y su sucesor, Pedro Santana Lopes, cayó en el caos administrativo. La victoria de José Sócrates ha despertado esperanzas, pero también el joven socialista ha sufrido en carne propia los últimos acontecimientos y, previsiblemente, pagará un precio, aumentado en las zonas devastadas por el fuego, en las municipales de octubre. Tan profunda parece la crisis política, que Mario Soares, a sus 80 años, que lo ha sido todo en Portugal, se ha propugnado como candidato a las elecciones presidenciales de enero, y la derecha mira a Anibal Cavaco Silva como posible contrincante. Son símbolos del pasado, y su candidatura es reflejo de que la nueva generación no ha llenado plenamente el hueco.
Portugal, sin embargo, se recuperará. Si hace unos años logró ponerse en forma para entrar en el euro, puede hacerlo de nuevo y afrontar los nuevos desafíos con el esfuerzo de todos y mediando un gran consenso nacional. Aunque los niveles de confianza de los agentes económicos tienden a empeorar, las empresas están haciendo grandes pasos en su reestructuración. La sociedad civil comienza a despertar y a movilizarse. Es de esperar que logre provocar un cambio en la forma de gobernar y un empuje para las inaplazables, y duras, reformas estructurales que Portugal no puede demorar más. Pero, ante todo, lo que los portugueses deben recuperar, y hay motivos para ello, es ilusión.
in EL PAÍS - Opinión - 28-08-2005
o combate que vale a pena vêr
Na verdade, lembro-me disto a propósito da discussão entre Helena Matos e Maria João Seixas no Público, onde a primeira critica a condecoração de Bono, com Sampaio em ar de ir jogar golfe, enquanto depois dá um raspanete aos privados porque descobriu ao final de 10 anos de mandatos que não se limpam as matas. E que a malta tá cheia de dinheiro para pagar a um tarefeiro a 10 € hora para limpar a caruma da terrenagem. A outra indigna-se e insinua um passado fachista.
Depois leio que Soares ficou chateado com o facto de ele chamar Cavaco para ficar bem com todos. Depois soube que criticam as férias do Sócrates mas as do Presidente népias.
Enfim, julgo que Bono merece respeito pelo discurso, mas dispensa ajudar à imagem “cool” de um presidente de um pequeno País europeu. E se o assunto merecesse mais relevância, então que não fosse feito no intervalo da viagem entre o Aeroporto e Alvalade 21, com o Sampaio a seguir atrás com a comitiva para o camarote.
Ainda por cima não esqueço a história das datas da 2001, a falta na inauguração do Dragão, a falta de respeito ao FCP, que pelos vistos é muito menos do que a Catarina Furtado, a Ana Malhoa e outro que tais.
E finalmente acho que sempre vou tendo razão, pois um presidente que vive na "espuma dos dias" (expressão que alguns sedentos tem aplicado a outras situções), criticando a actualidade politica, sem lançar uma reflexão social profunda quando o país precisa dela, não merece melhor critica, do que a má critica. A feroz critica.
Fico feliz, por outro lado, pois acho que as próximas presidenciais vão ser a batalha politica mais interessante dos últimos 10 anos. Será o embate entre o paleio de economista e a visão da politica como encontro de ideias. O confronto sempre vantajoso dos números sobre a fogosidade dos argumentos, a luta da racionalidade contra a emoção e estratégia.
Será o debate da idade contra a juventude, e vice versa. Será a discussão entre as principais personagens do espectro politico do ultimo quarto de século.
Os outros, incluindo Guterres, Barroso, Lopes, Freitas, Sampaio, Constâncio, Marcelo, concorrem aos óscar de actores secundários, pois não marcaram a sua época, apesar dos mais altos cargos que almejem.
Já agora, leiam a entrevista da Fátima Bonifácio, habitual colunista que vem defendendo a crise de regime. Diz ela que deviam acabar as juventudes partidárias, que os círculos uninominais devem ser mesclados com outros a bem da protecção ao caciquismo habitual e que as maiorias, ainda que absolutas baseadas em mentiras não tem a força politica que poderia (deveria) ter. Merece reflexão, pois os 2 últimos governos a isso nos forma habituando.
É uma causa nossa essa a do Soares
domingo, agosto 28, 2005
Retorno
No entanto mantive a minha mania de compulsivamente lêr os vários jornais e o acompanhamento da actualidade fi-lo por aí. Digo-o assim porque tirando as futeboladas não consegui digerir as horas de televisão sobre incêndios – já deitava fumo e não fiquei mais informado. Li por exemplo no Publico um estudo sobre incendiários onde a procura de caracterização do seu perfil, ou pelo menos da sistematização de comportamentos, não se conseguia fazer a não ser num denominador comum – a televisão – essa atracção pelo acto e pelo voyeurismo da sua prossecução. Dizia até que nalguns países as imagens estavam proibidas (ou pelo menos desaconselhadas. Havia até um depoimento de um vulgar cidadão que viu neste anos o incêndio da sua mata do ano passado a passar com outro rodapé, referindo-o como um incêndio de hoje, enfim, a blogosfera segundo sei, tem tratado bem o tema.
Aproveito a boleia do éter para referir no mesmo jornal o texto de Vital Moreira sobre a importância dos blogues, já referida noutro post, onde assinala a potencialidade de nos transformarmos no 5º poder. Ora bem, que a blogosfera caminha para algum lado é evidente, mas nã tenho a certeza que o caminho seja o indicado pelo VM, na verdade fascina a transformação agora operada com esta história dos telefones através da internet. Só falta a net absorver a televisão....
Cá por casa sobra o Paulo Morais, o Bolhão, as férias do Rio enquanto Assis manteve a campanha, a tal sondagem secreta que indica uma muito forte recuperação, as confusões das listas, o Soares, Cavaco e as tricas internas dos partidos. Começo pelas ultimas para dizer que não valem muitas palavras, um dia destesno rescaldo das autarquicas vamos vêr as coisas a alterarem-se e os vorazes a altivarem os seus habituais esquemas.
Sobre o resto sei menos do que a maioria que nos lê. O JN no Algarve não tem noticias do norte, a sua secção de política é má. O Publico lá traz qualquer coisita, a conta-gotas, nomeadamente com a propensão de uma ou outro jornalistas de ajudarem o Rui Sá. O Local Norte resume-se a uma coluna, misturada com assaltos em Algés e tiros em Sacavém, etc... O Dn é o que se sabe, bom, mas pouco regional e sobrou a Visão, numa semana o Miguel Carvalho fala sobre a biografia do Rio e na seguinte a esperada bomba de Morais.
Morais tem razão em boa parte do que diz. Branquinho não deve ser por acaso que se importunou, e, só faltou falarem de um ou outro assessore(s) que, “dizem” angariar amizades nos citados por Morais.
O que Morais não disse é porque é que só veio dizer o que disse depois de ser afastado das listas. Ou então se ficasse nas listas, se acha que isso era suficiente para guardar a cidade desses ladrões que ele não denunciou! Ou melhor ainda, como queria ser candidato por um partido como o que ele descreve. Ou por exemplo, tudo o que se insinuou sobre Cardoso, vai-se a vêr e cabe que nem uma luva à malta do PSD! Por isso os mamarrachos que eles aprovaram na Galiza, Na Foz velha com o Gil e o Soares da Costa, no Bom Sucesso, no Central Parque, na Boavista, etc.,etc.. E na altura nem sequer havia parque da cidade.
É que exemplos daqueles ( malta a engendrar esquemas de fazer pela vida), encontram-se em todos os partidos, facilmente nos da direita, e mais dissimulados nos da esquerda, como foi o caso da 2001. No meio, no bloco central, encontra-se de tudo, e se cada um não fizer o esforço de pôr isso acima da partidarite, então, qualquer dia talvez haja mesmo um escândalo monstruoso irreparavelmente estrutural, como o do Brasil.
sexta-feira, agosto 26, 2005
Os Bitaites
Recusamos entrar pela via da acusação generalizada, metendo todos no mesmo saco, com excepção (a que preço?) de um único impoluto cavaleiro.
Não vemos qualquer nobreza em quem, qual Castafiore, escolhe morrer jurando amor eterno a quem acabou de lhe cravar o “cuchillo en las espaldas”
Mas, de igual forma, recusamos alinhar no coro dos que, só agora, exigem, denúncias, provas, nomes e datas.
Não, quanto a este assunto, até agora, a nossa posição tinha sido de discreta expectativa, de atenta observação, mas também (e sobretudo) de gozo alarve….
Mas, talvez como reconhecimento desta nossa atitude responsável, mão amiga (?) se bem que anónima, fez chegar, à nossa caixa do correio (electrónica), talvez a peça que faltava para se deslindar as causas e os porquês deste “escândalo” de verão.
Por não termos vocação para polícias ou investigadores, não iremos adiantar qualquer leitura ou tentativa de interpretação, não sabemos se é real ou montagem, não reconhecemos as personagens, não sabemos os nomes, os locais, as circunstâncias nem as datas.
Assim, tudo o que se possa sobre isto adiantar.
SÃO SÓ BITAITES
António Moreira
AKIAGATO
Li um dia destes que, todos os dias, nascem e morrem, sei lá quantos blogues.
Um dia destes cria-se um obituário para blogues, convidam-se os amigos para o baptizado dos blogues mais católicos e, naturalmente, vai continuar a cantar-se os parabéns aos que fazem anos.
Isto vem a propósito de ter nascido mais um blogue que vale a pena (e nem são assim tantos) e eu só hoje é que notei.
Então as boas vindas ao Teófilo M. que de comentador passou a “bloguer” e fez muito bem.
Com a devida vénia, transcrevo parte de duas “pérolas” do novíssimo AKIAGATO, os leitores farão o favor de ler o resto:
Muito já se escreveu sobre a candidatura de Soares, a de Cavaco, a do Alegre, a do Jerónimo só agora começa a ser falada, e muitas outras tem sido ventiladas, umas com mais intensidade do que outras.
Continuar a ler
“23 Agosto, 2005
Estava a ler um artigo de opinião de João Cotim Oliveira e veio-me de imediata à ideia o título deste 'post'.
António Moreira
quinta-feira, agosto 25, 2005
N”A Baixa do Porto”
Com a devida vénia a David Afonso e “À Baixa do Porto”
É justo chamar a atenção para o texto “Porto: cidade anti-turismo”,
Para abrir o apetite:
“0. Li no «Público» que este ano houve uma quebra muito forte no número de turistas que visitam a nossa cidade. Não os censuro.
Passei uma tarde com um grupo de amigos que vieram conhecer o Porto e descobri porque motivo não voltam cá os turistas.
1. A caminho da Ribeira passei por um restaurante que ostentava duas placas: uma dizia «Welcome» e a outra «Encerrado para férias».
Estamos em pleno centro histórico e pelas ruas passeiam-se ao sol alguns turistas.
Vieram conhecer um país que não está para os aturar.
…….. (ler o resto aqui)”
Estou convencido que Francisco Assis irá ler este texto e, do mesmo, retirar matéria para alguma reflexão.
Seria também interessante que Rui Rio (e já agora Rui Sá) também o lesse.
Interessante mas não útil dado que ou não terá tempo ou, mesmo que o tenha, já demonstrou não lhe interessar.
Obrigado ao David Afonso.
António Moreira
segunda-feira, agosto 22, 2005
Os comedores de Fogo
Mais uma vez se cumpriu o ritual de verão
Mais uma vez se repetem as mesmas imagens na televisão
Mais uma vez se repetem os mesmos pedidos de declarações de calamidade pública
Mais uma vez se repetem as mesmas acusações quanto a responsabilidades e irresponsabilidades
Mais uma vez se repetem as mesmas receitas estafadas.
O país está a arder......
Entretanto, Agosto, chegará ao fim…
O campeonato da bola já começou.
Os políticos estão quase a regressar de férias
A campanha para as autárquicas vai entrar em “full steam”
A pré-campanha presidencial está quase a arrancar.
Ainda temos o arranque das aulas e o preço dos livros de estudo para animar a “pré-época”….
Com sorte, teremos mais um qualquer crime chocante (se possível com crianças)...
As televisões vão inventar novas novelas e novas imbecilidades para “nos” entreter…
Com mais ou menos ajuda dos bombeiros, os incêndios lá hão-de acabar por se apagar …
E, daqui a quinze dias, ninguém torna a falar dos incêndios, até ao próximo ano…
Ou seja, tudo como dantes neste belo rincão à beira-mar.
Tudo como dantes????
Não
Este ano viu-se algo de diferente.
E o que temos então de novo este ano?
E assim, surpreendentemente, temos esses paladinos do mercado e da iniciativa privada a ocupar páginas e páginas de “Blogs” e respectivas caixas de comentários a debater o que “o Estado” (e não os privados) devia ter ou não ter feito para prevenir ou evitar este ano, esta tragédia.
Enfim, assiste-se, na “blogosfera da direita”, a uma interessantíssima forma de analisar esta peculiar forma portuguesa de celebrar o verão (o incêndio das bouças) para uma catarse de “mal dizer do governo”, mas afinal, defendendo exactamente o contrário daquilo que, no resto do ano, dizem ser essencial garantir.
Entretanto:
Aqueles que realmente, e na prática, criam as condições para o desenvolvimento da sua actividade económica, sem precisarem do aval do Estado, lá vão ateando os incêndios ou pagando a quem o faça por eles.
Aqueles que se poderiam então designar, verdadeiramente, por “arautos do ideal liberal”, lá vão fazendo os seus negócios, milionários ou nem por isso, à volta dos incêndios:
Seja por via da venda ou aluguer dos meios de combate aos incêndios e outros equipamentos.
Seja por via da comercialização da madeira queimada ou seja lá qual for o tipo de interesses que se desenvolvam em torno das áreas e materiais queimados.
Seja por via do controlo das direcções das associações de bombeiros, ligas e corporações e, assim, de todas as negociatas inerentes.
Seja, finalmente, aproveitando aquilo que na forma de subsídios ou outras benesses, o "Estado", no final, venha a disponibilizar para o apoio aos verdadeiramente afectados (assim a modos de “baixas colaterais”) mas que, ano após ano, vamos sabendo que raramente chega ao seu destino.
Qual a conclusão a tirar, se alguma houver:
Os incêndios da floresta em Portugal não são afinal, para todos, uma tragédia.
Serão uma tragédia para as suas vítimas directas, que perdem vidas, ou bens.
Serão uma tragédia para aqueles que, na primeira linha do combate, perdem o seu tempo, a sua saúde e, quantas vezes a sua vida, para ajudar os seus concidadãos.
Serão uma tragédia (mitigada é certo) para todos os contribuintes que, afinal, tem que pagar o elevadíssimo custo, para a sociedade, deste ritual de Agosto.
Para aqueles que, desta actividade, fazem o seu “ganha-pão” (e aqui “pão” deve entender-se no sentido mais lato) não passa disso mesmo, duma fase de um processo económico, de criação de riqueza, da qual, como afinal deve ser, são os “mais aptos” que retiram os maiores benefícios, e a grande massa dos menos competentes que, naturalmente, tem que suportar os custos.
Mas, é assim mesmo o mercado, ou, na sua versão mais “humanista” (coff, coff) ...
É a Vida
António Moreira
sábado, agosto 20, 2005
Confesso que não percebi
Então não é que agora anda tudo indignado por o campeonato da bola ir ser patrocinado pelo Betadine?
Que é que queriam?
Então não sabem que aquele senhor que é presidente lá da liga dos clubes, e que ao mesmo tempo é presidente da câmara de Gondomar, presidente da junta metropolitana do Porto e presidente do conselho de administração do metro do porto também é presidente da associação das farmácias?
O quê?
Para estar caladinho?
Estou a baralhar tudo?
Ai afinal não é Betadine?
Ai o homem não é presidente disso lá das farmácias? (até admira)
Mau, agora é que os anónimos não me vão largar a caixa dos comentários…
Vá-lá, Juizinho
Muito me diverte ver o ar compungido, quase de sacristia, com que os opinadores da direita fazem suas as dores de Manuel Alegre.
Muito me desgosta ver Manuel Alegre, dar-se, em sacrifício, a essa gente.
Não irei votar nas eleições presidenciais, não porque, mas apesar de, não me agradar qualquer dos putativos candidatos.
Mas isso não me impede de analisar “o jogo” e, sobre ele, opinar, da mesma forma que não podia (mesmo que quisesse) votar em Sócrates ou Alegre, para a liderança do PS, mas isso não me impediu de (então e agora) analisar também esse “jogo” e, sobre o mesmo, formar e emitir a minha opinião.
Para alguns mais desatentos, eu faço questão de esclarecer que sei, mais do que bem, que as minhas opiniões algumas vezes (vezes demais?) são pouco consensuais.
Convinha mais alguns entenderem (pois penso que os “sedentos originais” o entenderam antes de me convidarem) que as outras opiniões que tenho (as consensuais) em geral nem as revelo por entender que nenhuma mais valia acrescenta um “muito bem” ou “estou de acordo”.
Assim, com o objectivo de dinamizar um pouco o debate sobre este tema, irei dizer o que, como “não militante”, me parece esta tragédia de verão sobre os dois irmãos desavindos e de como um atraiçoou o outro, que não se ficou, para gáudio de jornalistas e outros escribas, sem esquecer o daqueles que, do lado da outra personagem da comédia das “eleições presidenciais”, vertem lágrimas de crocodilo pelo “poeta” esperando (parvamente?) tirar dividendos para o seu figurante.
Então as candidaturas presidenciais não são de cidadãos que podem (ou não) ser apoiadas por partidos?
Então, pelo facto de Mário Soares se candidatar, Manuel Alegre está impedido de também apresentar a sua candidatura?
Então as eleições presidenciais não se resolvem por maioria absoluta?
Será que este cenário não se verificou já em 1986, quando da primeira eleição de Mário Soares?
Será que, caso Soares (ou Zenha ou Pintassilgo) tivessem concorrido sem oposição “à esquerda”, não teria sido, afinal, Freitas do Amaral o vencedor, logo na primeira volta?
Por isso, meus caros, qual é o problema de se apresentarem ao sufrágio as candidaturas de Mário Soares e de Manuel Alegre?
Ou será que, afinal, o que está em causa é, apenas, o apoio do Partido Socialista a um ou outro dos candidatos?
Apoio político, apoio logístico mas também apoio financeiro (claro e porque não?)
Mas não seria então da mais elementar prudência que estes assuntos fossem, até por uma questão de decoro, resolvidos no interior do partido onde militam os dois senhores?
Que ideia é que os “não militantes”, já para não falar daqueles que (como eu) tem uma opinião muito crítica dessa coisa dos partidos, vão ficar a fazer do Partido Socialista?
É que cada vez se parece mais com um qualquer PSD.
Digam lá aos senhores para terem juízo, que está toda a gente a olhar…..
António Moreira
sexta-feira, agosto 19, 2005
Jogos e jogatanas
Gaspar e Catarino
Na verdade acho que isto advêm somente das listas, eu sempre defendi o principio democrático no interior dos partidos, odeio cheques em branco, listas feitas ao telefone e num qualquer gabinete, critérios de secções que não existem.
O que todos não sabem é que às vezes nos partidos há pessoas que querem acumular todos os cargos possiveis, assim de certeza que nalgum deles ganham.
Um partido como o PS precisa de uma profunda reflexão geracional! Ainda que seja geracional nas ideias e nos principios. A média de idades, ideias e actitudes é velha demais. Aqueles que defendem o património de 30 anos de militância não entendem que desbaratam essa memória ao arrastarem-se envelhecidamente no poder.
É preciso realmente novas energia.
E já agora - Oligarquias não!
Crónicas dos Algarves
Curiosamente o PS este ano esteve particularmente animado em Agosto. Com a entrega das sempre dificeis listas superou-se o marasmo habitual da inactividade política no oitavo mês do ano.
As listas são o que são e esta aí. Sem grandes protagonismos, nem sequer a percepção de que será por elas que se salva a cidade. No entanto Assis cumpriu a promessa e avançou com várias figuras independentes.
Hoje aproveitei para lêr mais uma das entrevistas de Rui Rio - desta vez à Visão. Sinceramente não li nada de novo, aquele modelo de entrevista tão do agrado dele já chateia. Outra vez a prenda da constructora, outra vez as rupturas com o futebol, outra vez a comunicação social, outra vez a honestidade.
Sobre o Porto nada de relevante, nenhum indicador económico da evolução da região, nenhum projecto agregador da população.
Enfim, afinal tudo na mesma à espera da campanha.
quinta-feira, agosto 18, 2005
INSISTO
- Sr. Primeiro Ministro
- Sr. Ministro das Obras Públicas
- Caro Dr. Francisco Assis
- Meus caros amigos militantes do PS
Isto é assim?
Isto pode ser assim?
Vocês vão permitir que isto seja assim?
António Moreira
Elega-se o presidente do METRO e não da CMP
Desculpem mas continuo indignado!
Não é que, aproveitando as férias de tantos, aquela gente da administração do Metro do Porto, vai mesmo adjudicar (por 4.8 milhos de euros, para começar) a obra de "requalificação" da Av. dos Aliados, quer nós queiramos quer não!
António Moreira
quarta-feira, agosto 17, 2005
Cabo Raso
Ou a excelência na escrita
É sempre para mim um prazer ler os excelentes textos de LFV* no "Cabo Raso"
Para abrir o apetite, cá vai um bocadinho dos 3 últimos:
"A Voltinha
Um russo qualquer, de nome esquisito e 23 anos de idade, acaba de ganhar a Voltinha a Portugal em bicicleta.
Uma prova curta, disputada em meia dúzia de etapas de pequena extensão, com um dia de descanso pelo meio, organizada pelo senhor João Lagos.
Que também organiza torneios de ténis para jovens avós, partidas de rallies para os países da África central, provas de motonáutica, concursos de fados para amadores e provas de vinhos para bebedores de águas minerais.
Diz ele, que sabe, que a prova dura poucos dias e em cada um deles se pedala pouco para reduzir as probabilidades de dopping.
Coisa que aparece todos os dias nas longas etapas da Volta à França .........."
(Continuar a ler, pois vale a pena)
"Fátima, ontem!
Ontem de manhã Fátima era um caudal de gente. Escorrendo, lento e viscoso, por todas as ruas sob uma canícula de mais de trinta graus, pouco depois das dez horas.
Todos os peregrinos de misturavam no estranho folclore do regresso para férias, todas as religiões procuravam o mesmo refúgio à sombra das árvores que ladeiam o recinto.
Tudo se vendia e tudo se comprava.
De terços para benzer, de madeira a madrepérola, Senhoras de Fátima de tamanhos e preços variados.
Santos Antónios, de menino ao colo e hábito longo, sem nenhum cordel infame que lhes pudesse ser puxado pelas costas........"
(Continue, que é divino)
E, finalmente:
"Discussão pública
A banhos algures numa praia do sotavento, o ministro Mário Lino, entre um mergulho na maré baixa e uma exposição solar besuntado com bronzeador, parece ter afirmado que nenhum projecto teve a extensão e a profundidade da discussão pública do chamado aeroporto da Ota.
Coisa de que, não sendo Mário Lino nem socialista nem ministro, o Zé povinho se não apercebeu.
Mas, com o devido respeito pelo que restará das ossadas de José Estaline e pelas remotas recordações do sarrafo que usava o homónimo defesa direito do Sporting, Mário Lino trouxe ao velho partido do jovem Mário Soares uma evidente mais valia.
A que decorre do exercício da democracia pela interposta prática da ditadura, uma tendência a que não consegue fugir nenhum político profissional que se preze, por mais liberal ou renovador que se diga.
De qualquer modo, e contrariamente ao que afirmou sobre os custos do Metro do Porto - em que se não verificam nem derrapagens nem desvios! - o ministro tem razão..........
(Imperdivel)
Só é pena que tenhamos mesmo que levar com as arreliodoras "janelas saltitantes" antes de aceder aos textos. (a não ser que usemos o Mozilla) :-)
Um grande abraço de parabéns e obrigado ao LVF.
António Moreira
* LFV será Luís Filipe Vieira ??
terça-feira, agosto 16, 2005
Isto é que é uma Campanha
No “Comercio do Porto”
(Com a devida vénia)
"Carta à ministra da Cultura
Senhora Ministra da Cultura
Excelência:
Como é do conhecimento de V.Ex.a, a entidade proprietária do jornal "O Comércio do Porto", Prensa Ibérica, de Espanha, cessou a publicação daquele jornal no fim do mês de Julho passado.
Com 150 anos de publicação contínua, este diário portuense arquiva pedaços importantíssimos da História da Cidade do Porto, do Norte e, até, do País.
Tendo conhecimento da possibilidade de o arquivo do jornal poder, na sequência do processo de extinção, vir a ser desviado para Espanha, .......
.......
Com os melhores cumprimentos,
António Sousa Pereira"
(ler o resto aqui)
Vamos lá a ajudar,
TODOS
António Moreira
Ó ver a lista
Afinal vasculhei, vasculhei, e lá descobri onde é que a lista estava escondida….
À cautela, mandei-a logo para os jornais, não fora dar-se o caso de haver ainda alguém que não leia o SEDE.
Nota-se uma grande vontade de mudança, a par com alguns necessários (?) equilíbrios, sendo de salientar a inclusão de uma percentagem significativa de “não militantes” de entre os quais, naturalmente, temos que destacar, com grande orgulho, o nome da “nossa” Raquel, ou “Miguel”, conforme refere o JN, numa alusão clara ao nome usado pela nossa “menina” durante a guerra civil espanhola (Hic)
Mas, já que falamos em Miguel…..
Naquilo que me parece um sinal claro de mudança no sentido da seriedade e competência, devo saudar também a inclusão, no quarto lugar, do, também independente, Miguel von Hafe Pérez, apontado para o pelouro da Cultura, no que será decerto uma surpresa para os que (como eu) achavam que, no PS-Porto, a cultura “já tinha dono”.
Beneficia a cidade, beneficia o PS e, espera-se, virá também a beneficiar o Miguel
“Chapeau” Sr. Assis.
António Moreira
* - Manuel Figueira
sexta-feira, agosto 12, 2005
Então é assim em Agosto?
Foram mesmo todos de ferias?
E eu fico aqui sozinho, a tomar conta da SEDE?
Nem sei onde estão as bebidas…. Será que o frigorífico tem chave?
E as listas? Onde estarão as listas?
Cuidado….
E se vem alguém bater à porta?
Como é que eu sei se é dos “nossos”?
Será que a direita também foi de férias?
E se aparecem por aí os blasfemos (ou a inkoerente e aquele arquitecto meio tótó que agora não me lembro o nome)….?
E se me aparece por aí o JM? Esse nunca pára… (apesar de estar mesmo a precisar de férias….)
Está decidido, vou para a janela…
AMNM
quinta-feira, agosto 11, 2005
Até já!
por isso até já, espero conseguir escrever uma coisa ou outra a partir dos netcenters.
Entretanto se me quiserem encontrar procurem por estas bandas.
quarta-feira, agosto 10, 2005
um estudo
Las comunidades del norte, incluida la gallega, son las que más esfuerzo en inversión dedican, respecto a su participación en el PIB, a la puesta en marcha de iniciativas emprendedoras. Galicia tiene 100 millones de euros comprometidos en 2005.
Galicia es una de las comunidades autónomas más comprometidas con el desarrollo de iniciativas empresariales a través de capital público. La comunidad gallega tenía previsto dedicar durante este ejercicio un total de 99,3 millones de euros al desarrollo y creación de nuevas empresas. Su ratio, que mide la inversión comprometida en capital riesgo respecto a su participación en el Producto Interior Bruto (PIB), se sitúa en el 18,7%. Todos estos datos aparecen en el informe elaborado por la firma Mobius Corporate Venture Capital, una sociedad gestora de capital riesgo.
La mayoría de las comunidades del Norte de España encabeza la lista de inversiones públicas en nuevas empresas, con una media de 100 millones de euros cada una, fruto de la colaboración entre la gestión de los fondos de capital riesgo y el capital que aportan las Administraciones públicas.
Navarra, Asturias, Aragón, País Vasco y Galicia son, por este orden, los territorios que más esfuerzo económico dedican a las iniciativas emprendedoras respecto a su volumen de riqueza. Y Madrid, La Rioja y las dos Castillas figuran a la cola.
Según un estudio elaborado por Mobius Corporate Venture Capital, Madrid es la autonomía española que menos capital riesgo público invierte, en proporción a su capacidad. Esto se mide a través del ratio que mide el compromiso de inversión pública en capital riesgo de la comunidad autónoma respecto a su contribución al PIB nacional.
Regionalização já
as mediáticas:
as abortadas:
e mais algumas:
Soares fará regenerar o PS?
Assim provavelmente Carrilho disse o que já ouvi a muitos dirigentes do PS. Na verdade não acho o Soares assim tão velho, nem a sua idade assim tão relevante. Pelo contrário acho deplorável o que o facto político pode provocar - uma indómita vontade de toda a 3ª idade querer voltar/continuar nos cargos políticos e consequentemente na “poule” de lançamento dos lugares de estado.
As listas de deputados tem sido feitas na perspectiva da continuidade, os lugares nas comissões igual e por aí adiante. O peso da idade de militância vale muito, não valendo nada quando depois se recorre inapelavelmente aos de fora para fazer o trabalho politico que devia ter sido feito dentro.
Mas explico melhor, onde está o resultado dos gabinetes de estudo dos partidos? Dos grupos de trabalho? Dos documentos estratégicos?
Do PCP ao PS, continuando pela direita usa-se o mesmo estratagema, dirigentes de longa data, pouca reflexão e depois juntam-se uns figurões e faz-se de conta que é a ligação à sociedade civil.
É uma escabrosa mentira! Ninguém liga a independentes nos períodos que intermedeiam as eleições. Nesses debatem-se lugares internos, depois aplicam-se as estratégias.
Neste sentido é necessário nova política, uma revolução silenciosa, o transformar os partidos em escolas de dignidade, de ética, de debate, e de produção de ideias.
Assim não sendo todos contribuem para o mau estado do País, independentemente de Soares, Alegres ou Cavacos. Na verdade Soares tem escrito mais e discutido mais do que toda a sua geração que lhe seguiu. Mesmo Alegre nunca se propôs a fazer mais do que o que lhe dava jeito. As autarquias são para muitos um espaço menor, eles que fizeram carreira nos corredores de Lisboa.
Em suma, se a campanha de Soares servir para discutir isto, ou seja, a necessidade do PS de renovar e muito, já será bom. É que a cedência ao velho candidato poderá ser o pretexto para o ponto final neste caquéctico estado de coisas.
Este assunto há-de continuar....
terça-feira, agosto 09, 2005
Eles ainda não sabem.....nem sonham!
O indicador mais evidente é a idade. A elevada média etária é indisfarçável. Mas não é apenas a idade que é relevante. É toda uma cultura de actuação, que tem a ver com o ciclo longo do tempo, que tem a ver com o esgotamento. São as redes de conhecimentos que perderam já a elasticidade (ou como diz o Avelino, atingiram o momento plástico…), é o tipo de procedimentos e preocupações; são as coisas que se disseram, e que depois se contradisseram, e já não se podem voltar a dizer; são as amarras, os compromissos; são os amores, os ódios, os dissabores (sapos, há quem lhes chame sapos). São as sucessões, os protagonismos, sempre as mesmas negociações.
Eles ainda não sabem, porque só se vêem uns aos outros, pelos jornais, pelas televisões e até pelas elevadas opiniões, que sempre os vamos vendo dar.
Viva
A malta em casa conclui. Ora bem, Em Felgueiras a malta do PS achava que mesmo depois de tudo, era capaz de ganhar com este gajo que ninguém conhece, assim o melhor é fazer qualquer coisa para perder. Além do mais estamos a pôr Felgueiras no Mapa. Não pelo vinho, nem pela beleza do concelho, nem pela actividade cultural, ou mesmo pela industria, que ainda vai resistindo segura à crise do País, vamos mas é ao telejornal, e o Inácio faz aquela carantonha e pau!!
Sim, sim era o que faltava o Parada ficar com o protagonismo todo.
Viva Felgueiras, viva o PS!
Rosa do Aleixo
segunda-feira, agosto 08, 2005
Com a devida vénia
(sempre podem discordar à vontade, aqui) :-)
António Moreira
O TGV é um luxo
Tal como as auto-estradas, há duas ou três décadas
Tal como os telemóveis, ou a banda larga
Tal como a televisão a cores (ou mesmo a outra)
Tal como os frigoríficos, ou o ar-condicionado.
Ou até, os vidros eléctricos, ou o fecho central.
E a Internet e a água canalizada, os esgotos ou a TV-Cabo
Assim é o TGV, um luxo.
Tal como é um luxo também, insistir na melhor educação possível, para a minha filha.
Sabendo que um dia, talvez, o dinheiro não me vai chegar para o básico e para os luxos.
Para a saúde, a alimentação, a habitação, o vestuário, os transportes, etc. e, ainda por cima, para garantir à minha filha, SEMPRE:
A melhor educação possível, porque é um luxo.
Mas nunca lhe vai faltar esse luxo, A MELHOR EDUCAÇÂO POSSÍVEL
(e se tiver que pôr mais água na sopa, Fortuna, ponho na minha e não na dela :-) )
E assim é o TGV, um luxo.
António Moreira
O Aeroporto de Lisboa
- Alguém acha que Lisboa (cidade e Região) deve ser servida por um aeroporto?
- A ser assim esse aeroporto deve situar-se na Portela (onde já está) por alguma razão ou conjunto de razões ponderosas ou apenas porque já está lá?
- Caso não existisse o aeroporto da Portela e fosse necessário um aeroporto para servir Lisboa (cidade e Região) alguém acha que o mesmo devia ser construída na Portela ou talvez um pouco mais longe da cidade?
- Quanto valeriam os terrenos actualmente ocupados pelo aeroporto da Portela, caso pudessem ser urbanizados segundo um plano que merecesse um consenso maioritário?
- Será que esse valor seria suficiente para construir, de raiz, um aeroporto equivalente (se não melhor) numa localização mais adequada, ou seja mais afastada da cidade?
- Caso se optasse por construir um aeroporto numa localização mais adequada, ou seja mais afastada da cidade, qual seria a área de influência do aeroporto, em termos de valorização de terrenos, medida, por exemplo, em quilómetros quadrados?
- Qual seria então a valorização total que essa área de terrenos iria sofrer com a construção do aeroporto?
- Será que esse valor seria suficiente para construir, de raiz, um aeroporto equivalente (se não melhor) nessa localização mais adequada, ou seja mais afastada da cidade?
Estas seriam algumas, com certeza as primeiras, perguntas que eu gostaria de ver respondidas nos tais estudos que, ao ritmo do batuque do Pacheco Pereira, tem vindo a ser reclamados insistentemente em tantos “blogs”.
Talvez então se tornasse claro se estamos a esgrimir “partidarices” ou a falar, seriamente, de investimento público.
Eu não tenho respostas para estas (e muitas outras), perguntas.
A única certeza que tenho é que a esmagadora maioria dos que tem montado e alimentado esta campanha anti a “OTA e o TGV” e o “TGV e a OTA” (fazendo lembrar o Mário Soares dos bons tempos com a Vidigueira e o Alvito, o Alvito e a Vidigueira) sabem tanto, ou menos, do que eu (apesar da pompa com que esgrimem números e gráficos).
E, no entanto, é vê-los ufanos e alegres, cheios das suas certezas.
(otários….)
António Moreira
Feitorias
Se calhar…., ou o cheiro das bolachas
Alguém se lembra?
Hoje, por força do Metro, já não se faz, por essa rua estreita, o trânsito a caminho da outra margem, mas também o tal cheiro a bolachas, permanece apenas na memória dos mais antigos, pois a fábrica de bolachas que lá existiu por tantos anos, há muito que mudou de poiso ….
Não me consigo lembrar do nome da fábrica, ou da marca das bolachas (decerto alguns com melhor memória a identifiquem de imediato), por isso não posso afirmar com certeza que o que segue é realidade ou, apenas, um faz de conta.
Mas, mesmo assim, apetece-me fazer o exercício de tentar adivinhar o que se terá passado:
Então, se calhar….
Se calhar um dia, os proprietários da tal fábrica de bolachas, olharam à sua volta, olharam para os livros, atenderam aos lamentos de clientes e fornecedores, fartaram-se das pressões, vistorias e multas e entenderam, finalmente, que para fabricar bolachas não era necessário, nem sequer acrescentava valor, estar localizado no centro do Porto.
Se calhar, os proprietários da tal fábrica de bolachas, entenderam enfim que as vantagens que decorriam do facto de a fábrica se situar no centro da cidade tinham, há muito, sido suplantadas pelas desvantagens decorrentes dessa mesma localização.
Se calhar, os proprietários da tal fábrica de bolachas, ouviram a geração mais nova e verificaram que o valor da localização tão central na cidade, da sua fábrica de bolachas, era, afinal, muito superior ao valor necessário para adquirir um terreno adequado, numa localização mais adequada e devidamente infra-estruturada para a actividade industrial e aí montar uma nova fábrica de bolachas equipada com os mais modernos equipamentos e dotada de facilidades logísticas que iriam tornar a vida mais fácil e mais rentável quer a eles quer aos seus fornecedores.
Se calhar então, os proprietários da tal fábrica de bolachas, tomaram a decisão mais adequada do ponto de vista económico.
Se calhar, após muitos estudos e analisadas as diversas opções possíveis, adquiriram, por um preço adequado, um excelente terreno, numa zona suburbana com as características e as infra-estruturas mais adequadas ao seu tipo de actividade, e onde, ainda por cima, verificaram poder tirar partido de atraentes incentivos a este tipo de investimentos.
Se calhar então, construíram uma nova fábrica de bolachas com as características e os equipamentos optimizados para as realidades actuais e para o que se previa seriam as tendências futuras deste sector de actividade.
Se calhar de seguida transferiram a actividade das anteriores para as actuais instalações.
Se calhar, finalmente, venderam as antigas instalações a um promotor imobiliário, ou promoveram, eles próprios o seu aproveitamento imobiliário (de acordo com o que um qualquer PDM em vigor na altura, estabelecia para a localização da antiga fábrica).
Se calhar toda esta operação foi planeada e executada com um eficaz enquadramento financeiro e económico de forma a que, no final, a riqueza dos proprietários da tal fábrica de bolachas era muito superior à anterior.
Se calhar a qualidade das bolachas é agora muito superior, dada a melhoria das instalações e equipamentos destinados ao seu fabrico.
Se calhar agora a rendibilidade do negócio das bolachas é muito superior dada a melhoria na qualidade do produto, mas também nos meios logísticos e outros fundamentais ao desenvolvimento do negócio.
Se calhar agora a vida na zona da cidade onde se situava a antiga fábrica é muito mais agradável para todos dado, em vez de uma unidade industrial, ali se verificar agora o tipo de ocupação que os urbanistas entenderam que era mais adequado e que, fruto desta “deslocalização” foi possível implementar.
domingo, agosto 07, 2005
A evolução americana!
“Bush Remarks Roil Debate on Teaching of Evolution
President Bush on Monday appeared to endorse the push by many conservatives to give intelligent design equal treatment with the theory of evolution in public schools.”
Na opinião do super inteligente George W. Bush, seria bom ensinar a teoria do criacionismo nas escolas, ao lado da teoria da evolução, ao se falar para os estudantes sobre a origem da vida. Durante uma mesa redonda na segunda-feira com repórteres de cinco jornais texanos, Bush negou-se a expor em detalhes suas opiniões sobre a origem da vida, mas indicou que ambas as teorias devem ser ensinadas."Se me perguntarem se devemos expor as pessoas a diferentes ideias, a resposta então é que sim", disse Bush. A teoria do criacionismo considera que a vida na Terra é demasiado complexa para ter se desenvolvido sem a intervenção de uma inteligência superior.
George W. Bush promoveu mais uma vez a introdução do criacionismo inteligente (intelligent design), nos programas de biologia das escolas públicas americanas, com apoio dos conservadores cristãos.
Segundo o http://renaseveados.weblog.com.pt/, cujo texto transcrevo pela ironia e acerto:
O criacionismo propõe que a origem da vida na Terra se deve ao trabalho árduo (e provavelmente não remunerado) de uma inteligência superior, que criou todos os animaizinhos e plantinhas. Todos! Sem excepção. Mas a divindade trabalhadeira não se ficou por aí: @ pobre coitad@ ainda hoje por aí anda, num verdadeiro frenesim, introduzindo mutações “aleatórias” (qual slot machine) nos genes dos mesmos animaizinhos e plantinhas, para que as espécies possa assim evoluir. Enfim, uma canseira descomunal e... uma grande treta! Este intelligent design, história da carochinha, ou evolução para dummies (como queiram), não é mais do que um disfarce rebuscado do fundamentalismo bíblico, e serve o propósito de introduzir descaradamente a religião no ensino público da biologia.
“No meu tempo” (alto lá, nada de tirar conclusões precipitadas sobre a minha idade) o criacionismo fazia parte do programa de biologia, e imagino que ainda faça. Era referido numa perspectiva histórica, assim como a hipótese da geração espontânea e o Lamarckismo. Nesse contexto, ensinar o criacionismo nas escolas não me choca. É assim como estudar a astronomia de Ptolomeu nas aulas de História. Pronto, confesso que até tinha a sua piada. Porém, Bush defende que igual importância deve ser dada a esta hipótese anedótica do creacionismo inteligente e à teoria da evolução das espécies (Darwinismo ou neo-Darwinismo), com o argumento de que os alunos devem ser expostos as diferentes escolas ideológicas: uma baseada em dados científicos reais; outra fruto da imaginação e sem qualquer fundamento científico. Lá está, seria o mesmo nos dizerem que a hipótese geocêntrica de Ptolomeu é tão verdadeira como a hipótese heliocêntrica de Copérnico.Esta igualdade entre factos e pura ficção sim, é grave.
Para quando o estudo dos efeitos do atrito no trenó do Pai Natal nas aulas de Física?
José Pedro Machado
Para quem necessita de estudar o valor das palavras conhece bem este grande cultor da Língua Portuguesa.
Também não interessa nada se está ou não connosco, pois os seus dicionários acompanhar-nos-ão por muito mais tempo. No entanto devemos-lhe um tributo merecido, pelo Grande Dicionário da Lingua Portuguesa de António Morais e o incontornavel (e quase unico) nosso Dicionário Etimológico.
sábado, agosto 06, 2005
Isto ainda vai dar bronca!
Isto ele há cada uma...
sexta-feira, agosto 05, 2005
Recebi esta informação da Ordem dos Arquitectos
Temos plano para salvar Portugal
Aliás...
Não foi Mario Soares que disse em tempos que não deixava cair os amigos? Então...
Ah! Finalmente!
O Poder conquista-se, talvez hoje com pouco sangue, mas com muito suor e lagrimas!
Sobre a OTA...
Sabem como se come um elefante?
Também funciona com dois, mesmo se brancos…
Vamos então navegar em contra corrente, pegando num assunto que já foi aqui aflorado, mas agora para o analisar segundo uma perspectiva que vai ao arrepio de algumas posições já aqui expressas e que, nesta altura, são quase universalmente consensuais na “blogosfera”.
Trata-se então da OTA e do TGV, por tantos já tratados como se fossem as grandes obras do regime ou como se o caixão que alguns já quase encomendaram para este desgraçado país estivesse apenas à espera que lhe fossem pregados estes dois últimos pregos.
É claro que não surpreende ver todos os opositores ao actual governo a bater na mesma tecla, afinal nesta santa terrinha, entende-se que fazer oposição é só isso, estar contra tudo o que faça o poder, nem que se tenha que, alternadamente, defender tudo e o seu contrário.
Nem me surpreende ver esta unanimidade na “blogosfera”, enxameada de opinadores da direita ressabiada (embora alguns gostem de se auto classificar como “liberais”), a qual encontrou nos jornalistas com o “rabo mais pesado” uma conveniente caixa de precursão, numa relação promíscua que tão bem serve as duas partes.
Agora o que me surpreende é ver pessoas cuja opinião eu tanto estimo, aqui e noutros espaços, alinhar pelo mesmo coro de críticas, quando me parece que a análise não será tão directa.
Primeiro que tudo, penso que a análise a estes projectos não deve ser reduzida a uma simples querela partidária nem, muito menos, a uma batalha da, eterna, “guerra” Norte-Sul.
Seguidamente, devemos reconhecer que, quer os tais pretensos “liberais” queiram, quer não, a nossa economia é um pesado comboio que só se move quando puxada pela mesma locomotiva de sempre, o INVESTIMENTO PUBLICO.
Infelizmente, tirando poucas excepções, não existem, em Portugal, empresários dignos desse nome, pelo que, independentemente de quem governa num dado momento ser mais ou menos de direita, mais ou menos “liberal” a receita para, ao menos, manter os portugueses entretidos e haver uma ilusão de que algo a nossa sociedade produz tem sido e vai continuar a ser o INVESTIMENTO PUBLICO.
Ora são as Auto-Estradas, ora são as Capitais Europeias da Cultura, ora são as Expo98, ora são os Euro2004, ora é o Metro do Porto, o que é um facto é que, desde a nossa entrada na então CEE, essas tem sido as locomotivas da nossa economia.
É evidente que sempre se foi conseguindo atrair algum bom investimento externo, como o caso da Auto-Europa (e prometo não falar, por enquanto, daquela famosa plantação de morangos com que íamos invadir a Europa….) mas tal nunca foi suficiente, pelo que o fundamental foi sempre a execução de GRANDES OBRAS PÙBLICAS.
É evidente que podemos e devemos discutir prioridades.
Devemos discutir porque se fazem estas e não aquelas, porque não se constroem então Hospitais, Escolas, sei lá, tanto do que ainda nos falta para sairmos deste vergonhoso estádio de sub-desenvolvimento.
Mas então, agora deu-lhes para a OTA e o TGV, pelo que devemos então tentar fazer uma análise a estes dois investimentos começando já por evitar um primeiro erro:
Enfiar os dois no mesmo saco.
Depois, então, deve-se evitar um segundo erro:
Comparar a valia desses investimentos com outros anteriores.
(nomeadamente se estivermos tentados a pensar no tal “investimento” feito em 10 Estádios de Futebol.)
Os erros anteriores tem que deixar de ser a eterna justificação, para a sua repetição, pelos mesmos ou por outros responsáveis.
Continua…
AMNM
Ai que giro...
Fogo
Fogo
quinta-feira, agosto 04, 2005
Sobre a discussão pública
Quando me refiro à discussão pública, faço-o relativamente aos grandes projectos – à chamada obra pública.
Na verdade a maioria das vezes, os planos, os PDMs, os loteamentos não tem participação nenhuma, ou se as tem não são propriamente contributos, mas antes usos legais de quem já realiza embates judiciais.
Propostas e intervenção real existe pouca. Por outro lado as assembleias e as vereações vêem a intervenção pública com desdém, até porque, quem conhece esses órgãos apercebe-se facilmente que as relações intra-partidárias são de longe mais fortes que a inter-partidárias.
Lembro-me a propósito, de uma conferência em que Nuno Portas convidou o Galiano (ilustre teórico e director da AV de Madrid), para “descascar na “Casa da Musica” de Koolhaas e mostrar que o projecto era copiado de uma casita. Hoje alguns dos que estavam bem contentes com a iniciativa, são os maiores defensores da Obra, inclusive os seus promotores.
No entanto, ela não teve discussão publica. Os Polis não tem discussão pública e na verdade não há discussão publica nenhuma de jeito.
Talvez fosse tempo dos deputados realizarem uma iniciativa parlamentar.
60 Mil Contos ou 120 mil contos?
Melhores cumprimentos
António Moreira