quinta-feira, março 31, 2005

Bases Genéticas

Já toda a gente opina sobre Bases de Dados Genéticos!

Qual o objectivo e como controlar o acesso às bases de dados genéticos propostas pelo ministro Alberto Costa? Estes parecem-nos os pontos fulcrais da discussão.
É necessário elucidar vários pontos.
Quem são os alvos? Todos? Compulsivo? (voluntário não fará grande sentido)
Em que momento deve ser feito? Recém-nascidos? Maiores de idade?
Como fazer? Qual a metodologia? Que tipo de marcadores genéticos?
Que instituições vão ser responsáveis pela execução das análises? Que tipo de controlo de qualidade?
Que fazer com o material biológico após a análise? Parece-nos obrigatório que seja destruído! Espera-se que seja um arquivo de identificação genética e não um banco de material biológico!
Quem controla a informação?
Como punir abusos de informação?
Quanto vai custar?
É uma proposta atrevida, polémica e que vai gerar muita discussão. Ainda bem! Vamos assistir na opinião publica ás mais diversas opiniões, que mais uma vez espero que sejam centradas no conhecimento cientifico bem fundamentado e rigoroso.

Raquel Seruca

4 comentários:

Anónimo disse...

Ontem o João Soares no comentário da SIC noticias devia saber que bases genéticas de identificação não se confundem com dados genéticos ligados a risco de doença. Se formos por aí vamos gerar muita confusão devido a ignorância.
A Maria de Belém se tinha dúvidas neste ponto porque aprovou o Programa do Governo? estava lá tudo claramente escrito. Era melhor ler com mais cuidado o programa do SEU PARTIDO, o qual APROVOU!!!!!Ou faltava lá o seu braço?

Anónimo disse...

ó raquel isto cheira demais ao Huxley e parece haver poua preocupação com um tema que usado nas mão erradas pode ser um manifesto atentado à carta dos direitos liberdade e garantias do Homem que o PS celebrou aqui há dois ou três anos.
Quer dizer quando o Flopes trouxes os temas fracturantes da homossexualidade e assim o PS dizia que tinha mais em que pensar e já o aborto enfim, lá iria.
Agora tratar isto de um processamento genéctico à escala nacional como se fosse um decreto lei vulgar, parece mesmo que há alguém interessado em ganhar um concurso para fazer o programa de dados. Aquela dos professores ainda está fresca. Oxalá esteja a ser injusto, oxalá!

Anónimo disse...

Em poucas palavras o que quer dizer identificação genética.
No DNA temos essencialmente 3 grandes regiões. "Zona 1"- codificante que transporta a informação principal para se produzirem as proteínas celulares; "Zona 2"- Zona reguladoras da expressão de genes; "Zona 3"- Zonas silenciosas de DNA. São as sequencias de DNA da "Zona 3" que são usadas para identificação individual. Várias perguntas se podem levantar sobre estas sequencias da “ zona 3”. Tal como qual a sua função: qual o papel deste DNA na regulação genética, na estrutura do próprio?
Agora são apenas conhecidas como zonas silenciosas e por serem altamente distintas entre indivíduos são um excelente marcador de identidade, como a nossa fotografia ou a impressão digital.
A vantagem do "bilhete de identidade genético" é que permite comparações metodológicas rápidas e rigorosas entre indivíduos.

Anónimo disse...

Não percebo a polémica da base de dados genética. Se, como diz a Raquel Seruca já existe a nossa impressão digital no BI e a nossa fotografia, qual o problema em existir uma base de dados muito mais rigorosa?
Claro que podem existir abusos (como em tudo) mas o princípio parece-me bastante positivo. Pode ajudar significativamente o combate à criminalidade. As questões levantadas pela Raquel Seruca tais como quem controla a informação, quanto custará, etc. até podem ser pertinentes mas parecem-me acessórias... (e o IPATIMUP muito provavelmente terá acesso à base de dados:-) O essencial é o princípio. Passa-se o mesmo com a legalização do aborto. Também terá custos, responsáveis, controlo, etc. mas o princípio é que é importante.
Penso que devemos olhar para a floresta e ver toda a paisagem com as árvores todas e não concentrarmo-nos apenas numa árvore problemática...
Manuel Carneiro