O imbróglio criado com a saída da Rua de Ceuta tem um único responsável: Rui Rio. Por três razões simples: Primeiro, porque se pretendia fazer alterações ao previsto, fazendo desembocar o túnel, no Soares dos Reis, deveria ter pedido previamente parecer ao IPPAR que sabia, ou deveria saber, ser legalmente obrigatório. Segundo, porque só fez alterações para dizer que o que estava previsto estava mal e que com ele, génio do urbanismo, do trânsito e das escavacações, é que passava a estar bem, ou seja, por motivos político-partidários. Terceiro, porque em lugar de procurar soluções para o problema, uma vez dado o parecer negativo do IPPAR, optou pela via da arruaça, em vez da via legal, instigando umas poucas pessoas contra a lei e as instituições legais. Ora ele, Rui Rio, é o único culpado. E os portuenses, tanto os moradores e comerciantes como todos os que pagam os impostos, são os únicos prejudicados pela incapacidade de Rio para liderar uma câmara e tomar decisões responsáveis. Dirigir uma câmara não é organizar um piquenique com os sobrinhos, nem tomar um café com uns amigos. As decisões têm de ser bem pensadas e estribadas legal e financeiramente, não é atirar para a frente as ideias sem ouvir nem querer ouvir ninguém, que é o acontece com o Dr. Rui Rio. Mais. Rui Rio continua na via insurrecional, sem acatar a lei, fazendo a obra prosseguir de acordo com as suas teimas, tornando a situação cada vez mais difícil. Ao mesmo tempo procura virar o bico ao prego, dizendo que o IPPAR age por motivações político-partidárias e provoca a situação, quando quem agiu por motivos político-partidários provocando toda esta trapalhada foi Rui Rio e mais ninguém. Se não mexesse no projecto inicial e tivesse terminado as obras como estava previsto, o túnel já estaria pronto há muito com o jardim do Carregal a encostar-se ao hospital e com os moradores e os comerciantes a fazerem a sua vida normal. Parece, aliás, a solução para o problema criado: voltar à primeira forma e acabar de imediato a obra. Nem é uma dúzia ou duas de pessoas enganadas e instigadas pelo Dr. Rui Rio para fazerem ameaças de bloqueio à cidade que vão atropelar as leis e instituições da República. O Porto não é a Madeira do seu correligionário Alberto João Jardim, Dr. Rui Rio! De resto, é o que Rio faz por toda a parte. No frenesim da campanha eleitoral que já iniciou, depois de três anos e meio sem fazer nada, quer fazer tudo, em seis meses, o que é muito pior que fazer nada. Porque em tudo é o carro à frente dos bois. O radicalismo, a cegueira, o autismo, as ideias sem consistência, o disparate. Ver-se a ideia do Metro na Boavista, como cortina de fumo para o que considera a grande arma da campanha eleitoral: o "remake" das corridas do antanho. Como à frente do Metro pratica a mesma incúria que à frente da Câmara, primeiro a decisão, depois os estudos alternativos e de impacte ambiental. Mais um imbróglio! Mas à frente de tudo, de qualquer autorização ou projecto concreto, a asfaltação do troço Castelo do Queijo- António Aroso. O Metro ali vai rolar sobre o asfalto? empurrado pelo Dr. Rui Rio! E tudo para a Metro pagar um dia, diz. Como é que a Metro vai pagar? Se não vai haver Linha da Boavista nenhuma, porque há quem tenha juízo neste país e os do Metro não vão querer ir de cana por gestão danosa e conivência com ilícitos! Só virar o bico ao prego! Como com Valentim a queixar-se do seu governo e da sua Metro. Se o metro ainda não está em Gondomar, como já devia estar e há muito, a culpa é de quem senão do Dr. Rio, do Sr. Valentim, da sua empresa de Metro e do seu Governo? Que nunca contaram para nada no seu governo? Pois não, quem só se abaixa ao poder central, só mostra as fragilidades? Vem agora o Dr. Rio, o yes man mais mansinho e subserviente que o Governo do amigo Lopes teve, armar-se em contestatário revolucionário! Na Praça, vamos pelo mesmo caminho. Um dos arquitectos contratados pelo Dr. Rio já avisou que no Porto, põe-se uma pedra e tudo protesta, portanto o que é preciso é ninguém protestar, a lei da rolha, para poderem disparatar à vontade. Diríamos antes que o problema é que Suas Excelências, no Porto, gostam de fazer primeiro e estudar e discutir depois, por isso é que surgem as situações de protesto, porque ninguém está disposto ao "come e cala". Há protesto porque não há democracia, não há discussão prévia, as coisas são mantidas no segredo dos deuses e feitas de assalto nas costas das pessoas. E ainda por cima coisas que parecem disparates, como gastar uma fortuna com a remodelação da Praça e dos Aliados para ficarem à mesma seis pistas de rodagem, três de cada lado. Alguém vai usar a placa central estreitada para "cruzar a perna" rodeado por duas "auto-estradas"? E claro que os comerciantes que falam da dita "calçada portuguesa" têm toda a razão. Lajes de granito, uma fonte e uma assinatura dum arquitecto famoso? É a receita única de toda e qualquer parvónia, neste momento, pelo país fora, a imitar o "espanhol". Uma tristeza provinciana do pensamento piroso e único. Para isso mais vale estar como está, ou simplesmente alargar os passeios, aumentando as guias de pedra, aí sim com lajes. E mantendo o que resta dos lindíssimos jardins e da "Menina Nua". São ex-libris conhecidos em todo o mundo para durar mais duzentos anos. Por que é que nada disto é discutido com a população antes de aprovarem os projectos? Suas Excelências não estão para isso? Então não se queixem dos protestos, não virem o bico ao prego. E que está lá a fazer o Presidente da Câmara eleito pelos munícipes?
Pedro Baptista
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