Para os estágios terem como objectivo a capacidade de “treinar” pessoas, de atrair pessoas, e de seleccionar pessoas, temos de estabelecer algumas regras quando se “contrata” um estagiário. Só assim é possível fazer de um estágio um processo sério. Parte das regras parecem-me absolutamente tranquilas- Critério 1-empenho absoluto (exclusividade de tarefas), Critério 2- período mínimo de tempo (entre 6 e 12 meses). Estas duas exigências permitem ao jovem ou menos jovem licenciado, nesse período, demonstrar de uma forma clara ter capacidade de aprender, de estudar, de pensar sozinho, de decidir, de interagir, de demonstrar ser leal com os colegas, e adquirir em muitos casos a capacidade de lutar. E no final de tudo escolher o que quer ser ou fazer. Tudo isto me parecia bem. Até achava que implementar os estágios servia para seleccionar melhor, com mais justiça, com mais rigor, e muitas vezes até, para aumentar as possibilidades de emprego.
Mas a propósito de um pedido de estágio pós licenciatura compreendi MAIS UMA VEZ que até neste pequeno-grande passo da nossa vida profissional Portugal desinvestiu na formação. Porque verifiquei em frente ao “Pedro” que para fazer um estágio é necessário mais um critério
É que para fazer estágios bons, com critérios bem estabelecidos e que invistam realmente na formação das pessoas e na selecção das pessoas também é CRUCIAL já pertencer a uma sociedade de privilegiados. É necessário pertencer a um grupo social onde o emprego não é uma prioridade (Critério 3). E o critério 3 é em muitos, muitos casos impossível de ultrapassar, é o de maior peso.
Porque para fazer estes estágios é necessário manter financeiramente essas pessoas por mais tempo, muitas vezes proporcionar-lhes mudar de cidade. Ou seja, pedir mais uma vez a algumas famílias para suportar mais este encargo na formação dos seus filhos. É necessário adiar mais uma vez a sua independência. E o “Pedro”?
O Pedro não completa todos os critérios, o “Pedro” não resistiu ao critério 3, o “Pedro” precisa também de emprego e a “selecção” terminou mais cedo do que devia.
Afinal não vencemos o nosso atraso apenas, recuamos MUITO também.
Passaram os estágios a ser também uma nova forma de exclusão social?
Os estágios são importantes, são fundamentais, mais é ABSOLUTAMENTE necessário verificar, quem sabe modificar, os critérios de acesso às “bolsas” ou tornar os estágios num passo obrigatório da licenciatura. Mas aí façam circular os “miúdos”, possibilitem-lhes conhecer um mundo para além das portas da sua faculdade, da sua licenciatura, da vida que já conhecem.
Mas a propósito de um pedido de estágio pós licenciatura compreendi MAIS UMA VEZ que até neste pequeno-grande passo da nossa vida profissional Portugal desinvestiu na formação. Porque verifiquei em frente ao “Pedro” que para fazer um estágio é necessário mais um critério
É que para fazer estágios bons, com critérios bem estabelecidos e que invistam realmente na formação das pessoas e na selecção das pessoas também é CRUCIAL já pertencer a uma sociedade de privilegiados. É necessário pertencer a um grupo social onde o emprego não é uma prioridade (Critério 3). E o critério 3 é em muitos, muitos casos impossível de ultrapassar, é o de maior peso.
Porque para fazer estes estágios é necessário manter financeiramente essas pessoas por mais tempo, muitas vezes proporcionar-lhes mudar de cidade. Ou seja, pedir mais uma vez a algumas famílias para suportar mais este encargo na formação dos seus filhos. É necessário adiar mais uma vez a sua independência. E o “Pedro”?
O Pedro não completa todos os critérios, o “Pedro” não resistiu ao critério 3, o “Pedro” precisa também de emprego e a “selecção” terminou mais cedo do que devia.
Afinal não vencemos o nosso atraso apenas, recuamos MUITO também.
Passaram os estágios a ser também uma nova forma de exclusão social?
Os estágios são importantes, são fundamentais, mais é ABSOLUTAMENTE necessário verificar, quem sabe modificar, os critérios de acesso às “bolsas” ou tornar os estágios num passo obrigatório da licenciatura. Mas aí façam circular os “miúdos”, possibilitem-lhes conhecer um mundo para além das portas da sua faculdade, da sua licenciatura, da vida que já conhecem.
Raquel Seruca
1 comentário:
O Pedro foi um estagiário que fez lucrar bem o PS. Espero que o Socrates enre no "quadro", mas duvido
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