quinta-feira, junho 16, 2005

Caro TAF

A classificação “direita” e “esquerda” só será polémica numa óptica confusa (propositadamente?) das questões ideológicas.
Uma perspectiva “Liberal” (que não significa obrigatoriamente “de direita”) tenderá a defender a cidade como um organismo “vivo”, que evolui como um somatório de vontades dos seus cidadãos e numa óptica de mercado. Os principais intervenientes são os cidadãos seguindo principalmente as regras do mercado. Eles (Liberais) contrapõe isso à cidade que dizem paralisada pelos poderes públicos sempre castradores das liberdades individuais e de mercado.
O que eu defendi foi precisamente uma ideia de esquerda, apoiada na intervenção dos poderes públicos, em contraposição a uma ideia conservadora (independentemente de ter sido praticada pela esquerda ou pela direita), igualmente apoiada nos poderes públicos.
Uma ideia “liberal” de cidade é algo de muito distinto. Venham lá os blasfemos dizer o contrário.

22 comentários:

TAF disse...

Caro DFC

Se há uma "óptica propositadamente confusa" (com ou sem interrogação) não é de certeza "propositadamente" pela minha parte, sem prejuízo de poder ser "confusa". ;-)
Já coloquei o apontador também para aqui no texto publicado n'A Baixa do Porto.

AVELINO OLIVEIRA disse...

AConcordo com o Taf. Tem toda a lógica a questão. Tu é que politizaste a coisa daniel.

Gabriel Silva disse...

"O que eu defendi foi precisamente uma ideia de esquerda, apoiada na intervenção dos poderes públicos, em contraposição a uma ideia conservadora (independentemente de ter sido praticada pela esquerda ou pela direita), igualmente apoiada nos poderes públicos."

Esse tem sido o triste fado de Portugal: o eterno desejo de intervenção dos poderes públicos.

O texto estava a ir bem, mas aqui misturaste conceitos incompatíveis. Ou se fala de ideologias, e aí temos liberal/ conservador. Ou esquerda/direita (seja isso o que for). Agora misturar, pode dar jeito, mas não é correcto.

Gabriel Silva disse...

É que das a ideia que são todos conservadores (adeptos da intervenção pública) mas são de "clubes" diferentes.....

Anónimo disse...

Caro Gabriel,

Era capaz de se justificar essa discussão sobre a influência das ideologias na cidades! Na verdade ninguém tem coragem de o fazer. Não me lembro do Blasfémia tocar no assunto, mas gostava. Era provavelmente um excelente debate.
Aliás eu identifico-me claramente numa posição liberal na estratégia de desenvolvimento das cidades. Simplesmente porque as cidades são fruto do que elas fazem como unidade colectiva e não como resultado de um desenho ou destino preciso.

AM disse...

Ó Avelino

Era capaz era de se justificar a discussão sobre a influência das ideologias não só nas cidades mas, já agora no país.
Ou se calhar devia ser sobre a influência das ideologias na politica, AGORA !!!!
Ou discutir, quando falamos do esquerda/direita, afinal do que estamos a falar.

Já agora: Estou a achar fantástico este espírito de harmonia SEDE/Blasfémias.

AMNM

Boas

Anónimo disse...

Ele acaba antónio, ele acaba!

Gabriel Silva disse...

Caro Avelino:

"Aliás eu identifico-me claramente numa posição liberal na estratégia de desenvolvimento das cidades. Simplesmente porque as cidades são fruto do que elas fazem como unidade colectiva e não como resultado de um desenho ou destino preciso."

Certíssimo!

Gabriel Silva disse...

ANMP,

Discutir o que seja esquerda/direita, é no meu entender, totalmente irrelevante, uma vez que nunca há um ponto de partida, uma base comum do que sejam tais "conceitos". Nem sequer são conceitos, são "sentimentos".
Dependendo do ponto de partida, sempre cada pessoa poderá dizer que numas coisas é de esquerda noutras de direita e vice-vrsa

Debater as ideologias é certamente mais interessante, pois que estas são delimitadas teórica, intelectual e politicamente.
E tem, por vezes, mesmo uma base de senso comum mais identificável (por exemplo liberalismo versus intervencionismo público);

Gabriel Silva disse...

Não tem nada a ver, mas reparo agora que 13 candidatos a presidentes de juntas de freguesia do Porto, (apresentados na coluna da direita deste blog) são homens, um é desconhecido ("3º sexo"?) e apenas há uma senhora.
Então as quotas, a paridade, é para esquecer? Ou são formalmente cumpridas através dos suplentes?

Anónimo disse...

Caro Gabriel,
Calculo que andaste a lêr o elogio do Viegas ao Rititi.Nem vou sequer ripostar dizendo que o blasfémias só tem uma fêmea no meio de onze galhardos ganapos. Nem sequer dizer que só está lá para fazer quota porque não escreve.
No entanto é verdadinha a falta de gajame nas candidaturas. A unica coisa que te posso garantir é que na maior parte dos casos o 3º será mulher.

Ainda por cima esta história das quotas é uma coisa dos nossos estatutos, não é obrigatória por lei. Portsanto porra! Mais vale crriticar os outros, nós ainda vamos fazendo um esforço com o mulherio. No PSD e no PP aquilo é uma desgraça, mesmo quando são gajas apresentam o ar de Ferreiras Leites.

Gabriel Silva disse...

Caro Fortuna,

"Uma perspectiva “Liberal” (que não significa obrigatoriamente “de direita”) tenderá a defender a cidade como um organismo “vivo”, que evolui como um somatório de vontades dos seus cidadãos e numa óptica de mercado. Os principais intervenientes são os cidadãos seguindo principalmente as regras do mercado. Eles (Liberais) contrapõe isso à cidade que dizem paralisada pelos poderes públicos sempre castradores das liberdades individuais e de mercado."

É mesmo isso.
É sempre interessante observar que o liberalismo sempre se opôs aos privilégios de pequenos grupos, das elites, fossem estas formadas com base no nascimento, no poder político, económico ou iluminado (intelectuais, v.g.), enquanto que essas mesmas elites se foram organizando e justificando o seu "poder" com diferentes argumentações, desde "saberem melhor o que é melhor para os outros", "estarem melhor preparados", um desejo de uniformização, de "progresso" rumo a um mundo novo, idealizado.

Gabriel Silva disse...

ó Avelino,
nós somos um blog, não somos um partido, nós nunca defendemos quotas. Eu só acho que quem as defende deve ser coerente e agir em conformidade. Limitei-me a constatar a sua ausência.

não é obrigatória, por lei, apenas está nos estatutos. Certo. Mas os estatutos são lei interna. Em segundo lugar, ao definir tal disposição nos estatutos assumem um compromisso perante as suas militantes e perante o eleitorado em geral. Que não é cumprido. Essa falha pode e deve ser apontada e avaliada politicamente.

"No PSD e no PP aquilo é uma desgraça, mesmo quando são gajas apresentam o ar de Ferreiras Leites."

É verdade, é verdade. Mas eu acho bonita a Maria José Nogueira Pinto.

aliás seria interessante analisar-se porque é que em Portugal e no mundo em geral (com excepção dos países nórdicos) as mulheres que assumem cargos políticos relevantes (sem serem ministras da cultura, do ambiente ou da educação...), são na esmagadoa maioria de "direita" ou de cariz conservador.

Anónimo disse...

No meu caso acrescentaria a minha bastonária, a quem, além de conservadora, reservava outros encómios.

Gabriel Silva disse...

quem é? Tens foto?

Anónimo disse...

http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/helena_roseta1.jpg

Gabriel Silva disse...

Gostos...

Anónimo disse...

ó meus amigos, eu gosto de nova yorque e de paris. ele há cidades magnificas com genese e pulsar liberal como tambem as há traçadas a regua e esquadro pelos poderes publicos.
Mas insisto, o Porto precisa de um projecto urbanistico "de esquerda" progressista apoiado nos poderes publicos, e não de um projecto conservador (ou de um conjunto de medidas conservadoras, como tem vindo a fazer o Rio), nem da aplicação de uma ideia liberal de cidade.
Não quer isto dizer que noutras alturas, noutras cidades, não seja válida uma ideia liberal de cidade.
Só quer dizer que não é isso que o Porto precisa.
E relativamente às ideologias, não vejo como mante-las fora disto.

Anónimo disse...

Daniel,
Queres voltar aos traçados reguladores?
Sabes tb ou melor que eu que esse tempo de desenhar a cidade, herança dos militares e por sua vez herança dos tratadistas já não volta!
A cidade no máximo pode ser conduzida, endereçada, alinhada. E depois dizer que um projecto urbanistico de esquerda não é conservador, essa então! Quanto mais te aproximares dos extremos, mais perderás a liberdade, mais verás modelos e não tipos.
Uma cidade feita com base em modelos era retroceder 500 anos, para trás do Palladio, indo ao Alberti no Re-aedificatori.

AM disse...

Amigos Sedentos

É esta a discussão que vai ser feita logo na Alfandega?

E, já agora, as iniciativas da candidatura do PS são informadas por um (apoiante do Rio ???) "colaborador" d"A Baixa do Porto" ??????

Parece que não foi essa a promessa feita por alguns sedentos muito recentemente.......

GAJAS, GAJAME.... ?????

Que linguagem é esta?
Já parece o Blasfémias ou o Barnabé :-D

AMNM

AM disse...

Gabriel

"Discutir o que seja esquerda/direita, é no meu entender, totalmente irrelevante, ..........
Debater as ideologias é certamente mais interessante"

Isto só mesmo de um Blasfemo.....
AMNM

Gabriel Silva disse...

Caro Fortuna,

"o Porto precisa de um projecto urbanistico "de esquerda" progressista apoiado nos poderes publicos, e não de um projecto conservador"

Pensei eu que estavas de acordo que quer a dita "esquerda" quer os conservadores, ambos defendem a forte intervenção dos poderes públicos.
Assim, a mer ver, na tua declaração, a única diferença entre esquerda/conservador( ???) será o termo "progressista".

Cabe então peguntar.
-o que é isso?
- o que pretende?
- que valores, que ideologia lhe está na génese?
- como distingo/identifico um projecto político "progressista"?