Ainda há dias dizia aqui que o PSD iria procurar o caminho dos consensos para uma mais eficaz recuperação da credibilidade perdida e, "voilá", eis que Manuela Ferreira Leite desiste da sua candidatura para não prejudicar o espaço politico de Luis Marques Mendes, alegando que a mesma teria consequencias imprevisiveis (confesso que não esperava que fosse tão depressa).
Não podia deixar de ser e assim será. O tal afundanço inevitável. Cavaco que se cuide.
Mas, e quanto ao PS? Bastará ao PS governar a preceito e esperar sentado enquanto o principal partido da oposição lambe as suas feridas num processo que terá que ser autofágico?
Pois não. Com o crescimento de todas as esquerdas nestas eleições legislativas, não restam dúvidas que o espaço conquistado pelo partido socialista é o do centro. É o do eleitorado flutuante que por definição é pouco fiel e muito critico. Esse espaço foi conquistado à custa do descontentamento com o governo Santana Lopes, mas tambem à custa de uma enorme franja do eleitorado que é sensibilizavel pelos projectos abrangentes e que se consegue envolver e acreditar. Essa franja comporta muitos independentes e muitos socialistas, que esperam "feedback" da nova governação. Esperam, com espirito critico, aquilo que se vai passar nas áreas em que foram intervenientes, por exemplo, no ambito das "Novas Fronteiras".
Dai que é fundamental que o PS não desperdice esse grande capital que foi conquistado, dentro e fora do partido, de discussão e abertura à sociedade, na procura de orientações e soluções politicas para as grandes questões que se põe em Portugal.
Não bastará a este nosso governo governar bem. Necessitará de criar patamares permanentes de articulação com a sociedade através dos quais a mesma se reconheça no processo governativo, seja ele de ambito nacional, regional ou autarquico.
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