segunda-feira, junho 13, 2005

Sobre o encontro com o Francisco Assis.

Gostaria de ter escrito logo após o encontro, mas a internet cá em casa pifou e sem "rede" nada se faz. Mas o Francisco Assis no encontro, teve Rede que chegue e que sobre para se sentir em terreno seguro. Estávamos lá todos os que o apoiam, o SEDE em peso. Quanto ao formato de reunião: Foi a reunião que eu mais apreciei até agora na minha curta actividade no PS. Foi aberta, COM perguntas, SEM discursos, COM debate, Com atropelos de gente que queria dar opiniões, COM sugestões e SEM necessidade NEM possibilidades de nenhum de nós ter palco. Foi uma reunião no sentido total da palavra, e apesar de não ter moderador nem mesa, conseguimos arranjar pontos de ordem. Quanto ao conteúdo:

·Começou-se por falar do de sempre, como reabilitar o centro histórico do Porto (por falar nisso a "BAIXA DO PORTO" também lá estava muito bem representada). As opiniões a favor da reabilitação foram várias e as sugestões sobre como fazê-lo sucederam-se: desde promover a habitação a jovens; implementar um local onde estudantes universitários tivessem acesso a estruturas de suporte como locais abertos 24 horas para estudar, internet de acesso livre, etc. As enumeras dificuldades para fazê-lo foram incontáveis: a saída das faculdades do centro, a falta de escolas de ensino básico e secundário, a falta de estacionamento. O Francisco Assis vai ter que enfrentar muitas dificuldades e barreiras para fazer da aposta na recuperação do centro do Porto uma realidade. Para rematar e para nos lembrar que não vale a pena lutar contra a vontade dos cidadãos de viverem na periferia, ouvimos propostas audaciosas de outras cidades que tornaram o seus centros numa utopia do século XXI.

·Como sustentar a dinâmica do Porto de Leixões e do Aeroporto. Quem vive no Porto e utiliza o Aeroporto do Porto, imagina como o aeroporto poderia crescer. Mas para isso talvez valha a pena repensar como o projecto do aeroporto na OTA pode definitivamente tornar o aeroporto do Porto num caríssimo poiso de raros aviões. Será que vale a pena começar a OTA quando o aeroporto do Porto está tão perto? Quanto a Leixões tem que se intervir rapidamente e arranjar as ligações que façam sentido para torná-lo um "bom distribuidor".

·Como internacionalizar o Porto e lutar contra o Desemprego. A Câmara precisa de falar mais com a Universidade do Porto, com os nossos centros científicos e com os centros tecnológicos que giram numa área à volta do Porto. A Câmara precisa de ter um papel mais activo em ouvir e aprender com "Gentes" que já fizeram percursos de Internacionalização com sucesso. A Câmara pode e deve promover a troca de experiências e acarinhar iniciativas de fazer do Porto um local de excelência para debates e reuniões cientificas que trazem um outro Turismo à cidade. Só quem não se lembra do sucesso das várias iniciativas do Porto 2001 é que não acredita em projectos semelhantes. Mas a Câmara também tem de saber promover o gosto pelas ciências e artes nas nossas escolas.

·Como Falar com os nossos bairros sociais. E talvez aí não ambicionar intervir em todos os bairros mas identificar projectos piloto. Discutiu-se as vantagens e desvantagens de tirar as escolas dos Bairros e aí muita faíscas saltaram. Enfim...

Foi uma reunião viva, onde o Francisco Assis ouviu mais do que falou, e quando falou não discursou, debateu. Obrigada ao TAF que insistiu em fazer este encontro e Obrigada ao Francisco Assis que não só apareceu, como apareceu sem pose e com vontade de estar atento. O que aqui escrevi reflecte apenas MUITO SUPERFICIALMENTE aquilo que se passou na sexta feira dia 10 e apenas Alguns dos Imensos pontos discutidos, pois não fui incumbida de fazer nenhuma acta. Quanto ao Programa do Francisco Assis ele o anunciará a seu tempo.

Raquel Seruca

10 comentários:

AM disse...

Acabei de enviar este comentário para "A Baixa do Porto":

Algumas considerações:
Sobre a troca de impressões entre o candidato à presidência da CMP, Francisco Assis, diversos elementos do Partido Socialista e outros colaboradores do "Blog" "ForumSede" (os Sedentos) com o Tiago A. Fernandes e outros "escribas" d"A Baixa do Porto" que quisessem comparecer:

É, em minha opinião, de realçar a disponibilidade do Dr. Assis (e de todos) para este encontro, que (pelo menos para mim) foi muito útil, como forma de conhecer, em ambiente mais informal, o candidato, a sua "equipa" e algumas das suas propostas ou, se calhar mais importante, a sua forma de abordagem aos problemas.
Espero que esta atitude possa servir de exemplo a outros candidatos quer para estas quer para outras eleições.

Além de útil foi (também para mim) extremamente agradável, este encontro, dada a simpatia, a abertura ao debate e o interesse demonstrado (que me pareceu genuíno), quer do candidato quer da sua "equipa" por "outras" ideias, quanto à cidade e não só, mesmo quando completamente desfasadas daquilo que defende o PS ou até do "senso comum" (como as minhas) :) .

Esperava que não me fossem explicadas as propostas do PS para a cidade ou, muito menos, me fosse feita uma descrição do seu programa eleitoral (que me perdoe a Cristina Santos).
Conforme tive ocasião de referir, entendo que uma equipa que pretende conquistar a confiança dos eleitores para gerir os destinos da cidade deverá propor muito mais do que obras e promoção mobiliária e imobiliária.

Também não esperava que fosse possível explicar ao candidato (ou à sua "equipa") quais eram as propostas d"A Baixa do Porto", para a cidade, dado que, como muito bem explicou o Tiago, elas não existem nem podem existir, dada a natureza d"A Baixa", existem, isso sim, ideias ou propostas das pessoas que, de uma forma aberta se dispõe a escrever nesse espaço, sem qualquer limitação (para além das óbvias) e que, se esperava que estivessem presentes em maior número.

Aceitando o facto de que o dia não seria o mais propício, ainda assim estranhei a falta dos mais assíduos "colaboradores" d"A Baixa", principalmente dos que não estiveram, mas se estivessem…… preconceitos?

Espero que esse facto não tenha contribuído negativamente para o que entendo que seria o único resultado a esperar deste primeiro encontro:
Apenas isso, que fosse apenas um primeiro encontro.

Ou seja, mais do que projectos ou programas, interessam-me atitudes e comportamentos.
Não sendo actor (nem figurante) das estratégias que determinam as promoções imobiliárias ou outras, mas sim, na maioria das vezes, apenas vítima, interessa-me que a auscultação à população quanto aos problemas a resolver, às prioridades, aos caminhos, às ideias, sejam para manter, antes e após eleições e não apenas uma estratégia de campanha.
Que à manifestação da intenção de criação de fóruns /comissões consultivas permanentes (reais, virtuais ou mistas) venha a corresponder efectivamente a sua prática.

Infelizmente ninguém me consegue já convencer com chavões, sejam eles do estilo "a luta contra a burocracia e a corrupção", da "participação efectiva dos cidadãos na tomada de decisões", do "bom senso e respeito pela cidade", ou outros que tais……

Compreendo que esses e outros chavões são essenciais para captar os votos do "povinho" que decide as maiorias, seja nas feiras e mercados, seja nas visitas aos túneis ou aos bairros sociais (e, porque não? até nos "Blogs") e que, por isso, os candidatos que queiram ganhar eleições tenham que, de boa ou má vontade, nos atirar com eles.

Mas é, para mim, muito mais importante verificar a forma como a demagogia e o populismo (ferramentas essenciais ou mesmo únicas para ganhar eleições) são assumidas e utilizadas pelos candidatos.

Rui Rio já demonstrou cabalmente que utiliza essas ferramentas sem qualquer pudor.
Mais grave ainda, parece até ter-se deixado arrastar numa espiral em que a demagogia e o populismo o terão "possuído" ao ponto de não ser já capaz de discernir os limites entre a realidade e a farsa que encena, aproximando-se cada vez mais perigosamente das fronteiras da razão.

Fiquei com a impressão que Francisco Assis não estava tão à vontade no uso desses utensílios, pareceu-me até sentir-lhe algum constrangimento quando os usava, o que, para mim, é bom sinal ….
Mas, se calhar, é por isso que alguns, dentro e fora do PS, lhe tem apontado algumas "insuficiências políticas", o tempo dirá.

Uma nota final:
Apenas duas mulheres estavam presentes, pelo que, considerando apenas a quantidade, não estavam cumpridas as cotas aprovadas :)

Olhando à qualidade das suas intervenções, o caso muda completamente de figura e, conforme referi em comentário no "Sede" leva-me a questionar se, afinal, o que haverá a mudar na política não será, tão só, o sexo.

Cumprimentos
António Moreira

Anónimo disse...

Obrigado Raquel fiquei esclarecida.

Para que conste quando falo em programas eleitorais, refiro-me a esboços de soluções e propostas.

Não tenho nada contra o Ps ou Francisco Assis, queria entender melhor as soluções e os ideias que movem esta candidatura, é só isso, pretendo saber mais com o intuito de escolher melhor.

Alias tinha e até ainda tenho alguma esperança, que o PS viesse a ser uma boa opção para a Cidade.

Vamos a ver...
o que é certo é que sem programa não há nada de novo na Cidade

Anónimo disse...

Quanto a si A. Moreira já percebi, obrigado pelo seu relato, os socialistas são muito simpaticos.

olhe ke bom já viu?

Sabe essa do pouco uso da imagem politica, do não usar demagogia para as massas, não sei, mas cheira-me a plagio, acho ke ouvi isso durante uns anos , foi cá no Porto de certeza, lembro-me vagamente de uma personagem qualquer, passar a vida a dizer - não estou aki pos votos - para agradar às massas - não faço demagogia politica -

de qualquer forma deve ser uma coisa muito dificil - ser politico , sem parecer politico -

acho ke o ultimo ke disse isso desitiu da ideia uns meses antes do fim do mandato.... lembra-se A. Moreira??

AM disse...

O Cristina, tenha paciência e leia outra vez o que eu escrevi pois eu agora estou com pouco tempo para explicar (talvez amanhã OK ?).

Só uma achega por agora (porque tem que ser):
Eu não disse que o Assis disse isto ou aquilo, eu disse "tenho a impressão que..."
Quanto ao que o Rio possa ter dito ou não dito, feito ou não feito, por favor poupe-me.
Se acreditou nele e agora está arrependida, pense melhor na proxima vez, tente olhar para os olhos, OK?
Sabe Cristina, dizem que quem vê caras não vê corações, vou-lhe contar um segredo, É MENTIRA.

Até amanhã
AMNM

João Pedro Freire disse...

Olá Raquel,

Só tenho um comentário a fazer: continua que estás no bom caminho no PS!!!!.....

Anónimo disse...

Olá João e Olá Cristina
Tive imensa pena de não te conhecer Cristina. Temos mesmo de arranjar outras oportunidades de debater e martelar novos assuntos sobre o Porto, e sobre nós Portugueses para crescer em sabedoria. Quanto a ti João o que nos une são amizades, quem sabe um dia voltarmo-nos a conhecer num outro numa cenário, agora politico. Será que conseguiamos mudar de carril?

João Pedro Freire disse...

Raquel,

Pelo carril onde encarrislas-te (!) vai ser muito dificil convergirmos num cenário político! Nesse carril estão aqueles que estão excessivamente habituados aos jogos politiqueiros e ao fazer política com as ... "elites"! ... Continua e ... não te esbarres!!!

Anónimo disse...

Não conheço o João Freire, mas,

Chamar a um blog "tribuna socialista" proveniente de outro chamado "militante socialista", sendo de uma esquerda bem mais ortodoxa, significa, quanto a mim um trilho bem mais turtuoso do que o a Raquel.

Anónimo disse...

Quando falam em "trilho", "carris", etc. não estão a referir-se ao metrodo Porto, não?

João Pedro Freire disse...

Caro Avelino (que tb não conheço),

Sou militante do PS desde Fevereiro de 1975. Aderi a um programa do PS claramente socialista e anti-capitalista ... não mudei para aderir a causas velhas, como é a chamada "economia de mercado" ou outras ideias liberais do género.
O meu diálogo era com a Raquel de quem sou amigo. Apesar das diferenças políticas. Mas a amizade também é isto!