sexta-feira, setembro 16, 2005

Alison

Disabled mother wins battle of Trafalgar Square

"Nelson's Column is the epitome of a phallic male monument and I felt that the square needed some femininity,"

Marc Quinn said.

Ontem foi inaugurada em Trafalgar Square, Londres uma estátua da nudez de Alison. Isto nem seria polémico se Alison não apresentasse deficiências corporais graves, se não estivesse grávida de 8 meses e “orgulhosa” na sua pose. Não é que “Alison” feita por Marc Quinn fosse responsável por me ter feito repensar o que é arte (embora não seja muito conhecedora), mas fez-me novamente crer que arte serve para mexer connosco, bem ou mal, causar-nos indignação, tocar nos nossos mitos, fazer uma nova representação da realidade. Dar uma nova representação do que a maternidade é repleta de felicidade, através da estátua de “Alison”. Já Bacon, Rothko e Paula Rego tiveram o mesmo efeito em mim, neste caso de espanto e surpresa, de medo, de belo, de choque, mas nunca de indiferença.
Alison, a real, a mãe de uma criança que já anda ao contrario de Alison sente-se bem representada e bem colocada ao lado de Nelson em Trafalgar Square. Não tenho dúvida que Trafalgar Square será mais vibrante a partir de ontem e que contará comigo para apreciar Alison e Nelson juntos. Quem sabe será um bom motivo para viajar até Londres!

3 comentários:

Anónimo disse...

Sim Raquel, acho tens razão no que dizes. Cedemos demasiadas vezes à catalogação das coisas, que nos vem por via da teoria. Uma outra forma de olhar as realidades é uma definição bastante.
Agora levas é este blogue por caminhos nunca antes percorridos. Vamos a eles.
Não é exactamente no valor da peça que reside o valor da obra, como seria uma leitura mais classica da escultura e que é o que a nós nos é possivel, a partir da imagem. É mais uma visão contemporanea, de como a colocação de determinado objecto altera determinado contexto e "mexe" com a realidade pré-xistente, suscitando novas interpretações, permitindo outras emoções. Isto é umaopinião claro. Mas acrescento que, ao contrário de rothko, bacon e tantos outros, de cujas obras já "tiras" algumacoisa a partir da sua reprodução, seja nm livro ou na net, neste caso é muito mais importante ver lá.
Em jeito de brincadeira pergunto-me; e se a estátua fosse de um travesti? Quem a quereria à porta?

Anónimo disse...

Sempre atento...mas não maligno!

Anónimo disse...

Caro amigo fortuna,

Uma estatua de um travesti gasta muita materia prima, é uma kestão de contenção de custos, o amigo tem noção de kanto se gastava só em lantejolas??? ... Voces tem uma tendencia para o exagero ...