quarta-feira, setembro 28, 2005

Sobre um re-candidato

Rui Rio demonstra-se temerário e representante da verdade. Em cada sítio a que vai, existe (segundo ele) sempre um malfeitor qualquer que o insulta, foi assim com os SuperDragões, é assim com as vendedoras do Bolhão, é assim com a malta de etnia Cigana e agora com os militantes do PS. Inventa sempre um inimigo, como se tudo o que fizesse fosse contra “interesses instalados”, mas não é.

Ontem foi no Cerco, antes foi em Aldoar, e será assim em muitos sítios na cidade. Na verdade o Presidente da Câmara até pode voltar a ganhar, mas há uma coisa que nunca conseguirá - reunir todos os portuenses à sua volta, por mais mobilizadora que seja a iniciativa que tenha. Mesmo que fossem os jogos Olímpicos ou a mais megalómana Expo mundial, fica a ideia que Rio Rio não conseguiria congregar todos os portuenses.

Na verdade o actual Presidente nunca conseguiu sequer ser tolerado por todos, ao contrário do que durante muitos anos aconteceu com Fernando Gomes.

Ou seja, uma coisa é ser dado ao populismo barato, outra é o respeito da população por um político, representante de todos, sem exacerbar os sentimentos. Porque afinal que mudanças tão grandes terá feito na cidade para justificar tanta revolta? Que batalhas tão altas travou que permitam aguentar ser insultado por cada canto e ainda por cima estar contente com o trabalho realizado? Urbanismo, bairros, arrumadores, droga? O PS esteve doze anos e combateu, Às vezes melhor, outras vezes pior os mesmos problemas.

Rui Rio costuma dizer que é Presidente da Câmara do Porto e não das câmaras à volta, ou seja relembra a função restrita aos limites da E.N. 9, delimitada como sabem, em Lisboa no final do séc. XIX, para que Porto tivesse 42km2 exactamente metade dos 84 de Lisboa. Aceitando que haja razão nessa afirmação, então diríamos também que o papel de um autarca é de proximidade, de carinho por cada parte da sua cidade. A politica autárquica é de contacto e de percepção de problemas, de acção directa.

É que eu acho que não se pode dizer que o papel é bastante diferente de um membro de um governo e depois vestir-lhe os tiques. Rio Rio comporta-se como um ministro qualquer. Envolto em comitivas vai às Freguesias, dá entrevistas e recusa a maior parte dos debates. Fala de números para responder a ideias e demonstra a arrogância que muitos anos passados nos piores corredores da Assembleia da Republica lhe ensinaram.

E para finalizar, sinceramente, dá a ideia que os insultos que sofre em cada bairro do Porto, com a pronuncia dos bês e do vês tungida na voz, lhe vampiriza o espirito e lhe alimenta o sonho de ser primeiro-ministro, neste caso caminhando sobre a alma do Porto – e isto será o pior sinal da sua ambição.

13 comentários:

PVM disse...

Avelino:

Um aparte que te desmente: eu nunca tolerei o Gomes...
Paulo Vila Maior

Anónimo disse...

Avelino: se não fosse a Circunvalação, o Porto era ainda mais pequeno. Só com a construção deste estrada é que Nevogilde, Aldoar e Ramalde foram anexadas ao concelho do Porto, com prejuízo do concelho de Matosinhos.

José Manuel

Anónimo disse...

Em todo o caso não há nada que justifique a arruaça, o insulto gratuito e a violência. Por muito que não se goste de determinado político é possível protestar e discordar dentro dos limits do civismo.
Quando um partido contemporiza ou incentiva a arruaça (que é diferente da verdadeira manifestação de protesto) trilha um caminho muito perigoso que acaba normalmente por se voltar contra ele próprio.

José Manuel

Anónimo disse...

É típico dos presidentes recusarem debates, para não dar protagonismo ao adversário. Menezes faz o mesmo ou pior em Gaia (ainda ninguém viu nenhum debate sobre Gaia). F. Gomes em 2001 também não aceitou a maior parte dos debates (apenas 1 ou 2).

Alter Ego

PVM disse...

Leio as notícias, pela manhã. Rio esteve quase a apanhar no pêlo. Acusa Assis de "arregimentar arruaceiros" que perturbam as suas acções de campanha. Assis, virgem ofendida, exige provas.
Já percebi tudo: é o ignóbil Rio que contrata andrajosas personagens para se fazerem passar por apoiantes do PS, a soldo do boicote.
Ou será o Assis tão anjinho, tão anjinho, tão incapaz de fazer uma coisa dessas? Desculpa-me, Avelino, talvez seja fruto das antipatias pessoais: mas desde Assis começou a ser estrela da política caseira,com direito a microfone e tudo, sempre o vi como aprendiz de nazi.
Quem sabe se um teu companheiro de blog não repensa agora a colocação de imagens evocativas do passado nazi, com a diferença de as associar a outra personagem...
(Só para relembrar: não votei, não voto, e não votarei em Rui Rio!)
Paulo Vila Maior

Anónimo disse...

Eu não percebo, já sei ke é costume, mas será que as gentes dos bairros precisam que as mandem ser insultuosas?!

Será que as gentes concordam ke lhe tirem o ganha pão?

Então Rui Rio atreve-se a demolir as fabricas de dopantes e ainda espera apoio?

Ainda se mete lá?

Nem a Policia lá vai, o homem deve achar que tem sete vidas-.

Não sei como não levou com um taco de basebol, ou dakeles cães ke eles costumam ter, Rui Rio vai muito bem, vai com uma sorte......

AM disse...

"Quem sabe se um teu companheiro de blog não repensa agora a colocação de imagens evocativas do passado nazi....
Paulo Vila Maior "

Caro Paulo Vila Maior

Para que conste:
Está no seu pleno direito de não gostar do F. Assis.
Eu pela minha parte também não gosto do R. Rio.
Quanto ás imagens evocativas de um passado nazi (como lhes chama), ou outras que entenda publicar, são da minha escolha e destinam-se a provocar reações (de preferãncia inteligentes) de acordo com a forma como sejam lidas por este ou aquele.

Esteja assim á vontade para associá-las ao Assis ao Sá ou ao Lopes se disso tirar alguma satisfação.

Pessoalmente quando vejo ou oiço o Rui Rio, sabe-se lá porquê, lembro-me logo do que sabemos sobre esses tempos e até das formas de fazer propaganda que foram então utilizadas.

Parece que afinal muitos (como o PVM e a kerida Kristina) ainda são sensíveis ás mesmas técnicas.

Pasmo

AMNM

PVM disse...

Eu cá só lamento não ter acesso a um singelo quinhão da inteligência deslumbrante do AMNM...
Paulo Vila Maior

Anónimo disse...

Ó meu caro Paulo,
Devo diszer-te com sinceridade uma coisa, e sei que confias em mim qd digo isto, os partidos tem muitos defeitos, mas este de arrigentar a arruaça não é assim tão simples. Os militantes dos partidos estão geralemtne ligados às associações locais e todos se conhecem. Nunca seria bem aceite organizar coisas destas, e toda a gente saberia. Mais ainda porque, ao contrário do que se julga entre uns e outros existe respeito e a malta sabe os limites da luta política.
Poderias responder-me com exemplos de MAtosinhos ou Felgueiras, mas aí forma lutas internas e no concelho Porto as coisas são ligeiramente diferentes, cada Freguesia tem vários militantes com alguma notabilidade e são extensos os contactos com vários sectores da sociedade.
Por isso digo que conhecendo o partido por dentro - e bem - a acusação do Rio é falsa. Agora que quem carregava aqueles tachos e sapatos diga que é do PS, isso deve ser verdade, como é verdade que devem ter dito que eram do PSd ou de outro qq noutra altura.
Existem sitios onde às vezes poderia existir arregimentação para apupos ou assim. Casos do Viso, Sé, mas não é o caso de Aldoar, nem de Campanhã, muito mais conhecendo-se as pessoas do PS de lá.
Os políticos já estão com o nome na lama, as pessoas de bom senso que não ajudem à festa e usem de forma descricionária um discurso populista para ainda denegrir mais a classe politica. Senão ainda se piora em vez de ajudar.

Ps- Eu não acho o Rio nazi, nem nada semelhante, mas que é tentado a um populismo fácil e estratégico, isso é.

AM disse...

Avelino:

"Ps- Eu não acho o Rio nazi, nem nada semelhante, mas que é tentado a um populismo fácil e estratégico, isso é."

Eu nunca disse que achava o Rio nazi, fascista ou qualquer coisa semelhante (apesar de tantas parvoices que tem aparecido por aí nestas caixas de comentários).

O que disse e repito é que "É, para mim, mais do óbvio que o respeito que Rui Rio já demonstrou pelos valores que para mim são fundamentais (além de muitos outros) define claramente o tipo de personalidade do HOMEM, mais do que do político.
Em meu entender todos já deveriam ter compreendido o que este tipo de personalidades é capaz (sempre com a melhor das boas fés e com o apoio das maiorias) quando o tempo e as circunstâncias são propícias."

Desde que começou a campanha Rui Rio mais não faz do que reforçar esta minha ideia.

Mais, entendo que catalogar as pessoas (as outras ou a si próprio) metendo-as dentro de um saquinho que é então identificado com uma palavra (ou, no máximo 3) é redutor, simplista, incorrecto e, sobretudo, falacioso.
Quem diga de alguém (ou de si próprio) pretendendo nessa(s) palavra(s) encerrar todo o ser, que é nazi ou socialista, democrata, cristão, fascista, liberal, social-cristão, social-democrata, anarco-sindicalista, grunho, gay ou anarquista, só pode ser assim definido:

É Parvo

AMNM

AMNM

AM disse...

"Eu cá só lamento não ter acesso a um singelo quinhão da inteligência deslumbrante do AMNM...
Paulo Vila Maior"

E lamenta muito bem....

AMNM

PVM disse...

Avelino:

Percebi a explicação. Não conheço por dentro o PS como tu (nem quero...). E não me leves a mal pelo cepticismo: pelo que se vê por aí, parece-me que para certos actores da política vale tudo - mesmo tudo - em campanha eleitoral.

Paulo

A Norte nada de novo disse...

pareces-me um bocado papagaio neste assunto.podes verificar com os teus próprios olhos no meu blog,um excerto da visíta de Rio a Aldoar,e poderás concluir daí que foi mais uma peça teatral!!!acho que tens de crescer um pouco em termos políticos....mas quem sabe a coça que o Assis levou em Felgueiras tb foi encenação!!!!Não leves a mal!