Diz hoje o JN:
"Governo opta por construir hospital pediátrico de raiz
Executivo abandona projecto do Centro Materno-Infantil do Norte e faz depender criação de uma nova unidade do estudo de Daniel Bessa sobre as parcerias público-privadas
O ministro da Saúde, Correia de Campos, deverá optar pela construção, de raiz, de um hospital pediátrico, no Grande Porto, provavelmente inserido numa lógica de parceria público-privada."
Confesso que não entendo...
6 comentários:
Concordo que não será muito socialista, mas é seguramente a melhor solução. O número de nascimentos no distrito, e em particular no concelho do Porto, tem vindo a diminuir de uma forma drástica, por isso, investir num centro materno-infantil, faz tanto sentido como construir novas escolas.
O ministro Correia de Campos, que é médico e conhece bem esta realidade, parece não estar disposto a satisfazer a clientela partidária, antes optando pelo interesse público.
Pedro Aroso
O ministro Correia de Campos não é médico, não quer por isso dizer que não perceba muitissimo de Saude.
António Fernando Correia de Campos
Nascido em 14 de Dezembro de 1942, natural de Torredeita, Viseu
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra
Administrador Hospitalar pela École de Rennes, França
Mestre em Saúde Pública pela Universidade de Johns Hopkins, EUA
Professor Auxiliar, Associado e Catedrático pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa
Professor Catedrático da Escola Nacional de Saúde, Pública (ENSP)
Presidente do Conselho Científico da ENSP (desde Junho 2002)
Presidente do Instituto Nacional de Administração (Janeiro 1997 a Junho 2001)
Presidente do Conselho Científico do Instituto Europeu de Administração Pública, de Maastricht (2000 a 2001)
Presidente da Comissão do Livro Branco da Segurança Social (1996-1998)
Especialista Senior do Banco Mundial sobre Administração de Saúde (1992 a 1995)
Director de Programas da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1986 a 1989)
Dirigente da Administração Pública (entre 1970 e 1980)
Deputado à AR (em 1991 e 1992)
Especialista em economia da saúde, cuidados de saúde a idosos, política de saúde e equidade, segurança social e administração pública, sendo, nestas áreas único autor de 5 livros e editor de outros três e autor de cerca de cem artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras
Funções governamentais exercidas
Desde 2005-03-12
Ministro da Saúde do XVII Governo Constitucional
De 2001-07-03 Até 2002-04-06
Ministro da Saúde do XIV Governo Constitucional
De 1979-08-23 Até 1979-12-27
Secretário de Estado da Saúde do V Governo Constitucional
De 1975-08-20 Até 1975-09-12
Secretário de Estado do Abastecimento do V Governo Provisório
Continuamos a ter falta de visão.
O CMIN iria permitir para além da valência pediátrica, o acompanhamento das grávidas e intervenções intra-uterinas de elevada tecnicidade e delicadeza que não são efectuadas na maternidade por falta de espaço, equipamento e médicos.
Por outro lado, quando se avança com o decrescimento da natalidade, está a aceitar-se paulatinamente que não será nunca mais possível inverter a situação, que mudaria se os níveis de vida evoluíssem num sentido positivo e pela fixação de população na região.
Creio que o silêncio do candidato Assis é sintomático da delicadeza do assunto, no entanto é curioso verificar que se pedem reforços nos serviços de obsteterícia do Hospital de S. João e de Santo António, que poderiam ser muito melhor administrados se colocados num local único.
Será o 'lobby' do PSD a funcionar?
Caro Teófilo
Tanto quanto sei, Rui Rio é a favor do Centro Materno-Infantil! Neste caso, julgo que é o lobby do Bom Senso a funcionar. Sabia que no concelho do Porto o número de nascimentos na última década baixou de 8000 para 2000 (por ano)?
E já agora, sabia que o actual governo está a encarar (e bem) o encerramento de uma dezena de maternidades no nosso país, devido aos custos astronómicos que implica a sua manutenção, quando o número de partos lá praticado se conta pelos dedos de uma mão?
Pedro Aroso
PS: Estava convencido que Correia de Campos era médico, por isso agradeço a RS o esclarecimento.
E Lamego, ninguem diz nada?
Caro Pedro Aroso,
o Rui Rio foi a favor do CMIN junto do S.João, que é uma coisa totalmente diferente do que seria o CMIN junto da Maternidade, pois manteria a obstetrícia no S. João e tenderia a secar a Maternidade e Santo António.
Com que intenções, só o próprio as poderá explicar o que até agora nunca fez.
Graças ao Rui Rio e ao 'lobby' que o apoiou e apoia, é que o CMIN não está em construcção.
Mas adiante... no concelho do Porto é perfeitamente lógico que os nascimentos tenham baixado, pois a cidade desertificou como muito bem sabe, fruto de políticas sem nexo que, para além de criarem artificialmente concelhos a toda a volta da cidade, impedindo o seu crescimento natural, empurraram para a periferia muitos dos habitantes do Porto-cidade, o que se reflecte lógicamente num abaixamento brutal da natalidade do concelho.
Como saberá, o maior número de nascimentos dá-se na Região Norte, que é maioritariamente servida pela Maternidade Júlio Dinis, e subsidiariamente pelos serviços dos hospitais e clínicas privadas, ora pegar apenas nos nascimentos do concelho do Porto, para justificar a necessidade de um Centro Materno-Infantil para o Norte, não me parece avisado.
O CMIN destina-se a servir o Norte e não o Porto, coisa que muita gente parece que ainda não entendeu, ou então não quer entender.
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