segunda-feira, maio 16, 2005

APAGAR A MEMÓRIA

Rui Moreira (in Público Local-Porto -edição impressa- 15-05-05)

«(...) É lamentável que ainda hoje, continuemos a apagar a nossa memória colectiva pela lei do camartelo. Quando aplaudimos os esforços do SRU, devíamos lembrar-nos que ancorar o que restadessa memória faz parte integrante da criatividade sem a qual nunca haverá a tão desjada reabilitação. Poderemos fazer até uma nova cidade, mas não conseguiremos rafazer a nossa cidade escaqueirando o que temos. (...)
Nenhuma obra, das muitas e más que foram sendo feiras, terá a dimensão trágica dos molhes do Douro.
(...)
Entretidos por promessas espúrias e publicidades enganosas de fantasiosas brochuras municipais, transformamo-nos numa sociedade qcrítica. Preferimos que as "obras que "têm que ser feitas avancem rápidop e nos cuasem o menor transtorno. Destruíram a paisagem com os molhes? Lá terá que ser, por causa da exportação do granito. As areias que iam reforçar o Cabedelo estão afinal a ser vendidas em Valbom? Deve ser para fomentar a construção civil... Aterraram a porta dos Carrancas? Deixem lá fazer a saída do túnel ou nunca mais acabam as obras! Vão fazer uma pavorosa marina mediterrânica na Alfàndega, em pleno centro histórico? Não faz mal, vaio atrair turistas ricos! Vão mexer nos Aliados? Não se aflijam, o projecto é do Siza. Esventraram a Boavista? Tinha que ser para a s corridas "míticas" do Rio. Arrancaram as árvores? Ora, há verde que chegue no Parque.
(...) O pior sintoma de depressão e dacadência da cidade é esta letargia, esta insensibilidade, este estado de prostação, perante a banalização do vandalismo.»

2 comentários:

Anónimo disse...

Só para confirmar a suspeita de que a maioria deles nem sequer sabe do está falar, vamos experimentar queixarmo-nos de algo que não exista ???

Anónimo disse...

Minha Cara Cristina, começo a apreciar seriamente a sua participação neste forum. Força.