Em qualquer outro dia desta ou de muitas outras semanas, teria lido e comentado o texto do Avelino cerca de uma hora antes. Hoje, precisamente pelo teor e horror das notícias dos jornais, tal não foi possível. Foi preciso um bocado de ar fresco num passeio matinal e uns longos minutos na mesa do primeiro café da manhã.
Primeiro, também eu meti a cabeça na areia. Depois, confrontado com o meu próprio momento de fraqueza resolvi rever o processo ao contrário e finalmente, também eu acabei a procurar respostas nas questões da adopção e das realidades sociais difíceis. Também eu revi as minhas teias de relacionamentos sociais, também eu encarei os meus filhos. Perguntei-me durante um instante como seria possível a um Juiz viver com isto e lembrei-me de uma frase batida, “…eles, de vez em quando precisam de apanhar”.
Finalmente meti a cabeça na areia. Só depois é que li o texto do Avelino.
Primeiro, também eu meti a cabeça na areia. Depois, confrontado com o meu próprio momento de fraqueza resolvi rever o processo ao contrário e finalmente, também eu acabei a procurar respostas nas questões da adopção e das realidades sociais difíceis. Também eu revi as minhas teias de relacionamentos sociais, também eu encarei os meus filhos. Perguntei-me durante um instante como seria possível a um Juiz viver com isto e lembrei-me de uma frase batida, “…eles, de vez em quando precisam de apanhar”.
Finalmente meti a cabeça na areia. Só depois é que li o texto do Avelino.
9 comentários:
O Juiz dirá que se limitou a aplicar a lei. possivelmente o pai tinha os seus direitos.
Como é que a segurança social pode viver com isto?
Como é que os vizinhos, técnicos de acompanhamento, etc. poderão viver com isto?
Como é que NÒS continuamos a poder viver com isto?
Será que não é por aqui que passam os problemas fundamentais desta sociedade, que urge resolver?
Será que a VERDADEIRA fronteira esquerda/direita não passa, principalmente, por aqui?
Como é que militantes de partidos de "esquerda" poderão viver com isto?
AMNM
Pois A.M., a resposta é o titulo do texto, metendo a cabeça na areia, que é aquilo a que infelizmente vamos sendo obrigados e que é aquilo que me mantem incomodamente inquieto. Mas não me parece que exista aqui nenhuma fronteira bem delineada.
Acrescento que na unica vez que me defrontei com uma situação destas próxima fiz aquilo que tinha que fazer e que de lá para cá fui verificando que muita gente não se acomoda tambem e vai, e denuncia, e está atenta, e organiza-se, etc.
Claro que isto não é resposta politica.
Mas o incremento da resposta politica não parece surtir grandes efeitos, esta familia vivia do RMG e era acompanhada pela S. Social. Redes de proximidade???
Caro Fortuna
Mais do que a forma de actuação/prevenção para cada caso isolado, estava-me a referir, fundamentalmente, ao "caldo" que gera e potencia o desenvolver de tantas situações como esta (e são tantas as não noticiadas...).
Esta sociedade que criamos e em que cada vez é mais fundo o tal fosso entre os poucos muito ricos e os cada vez mais, cada vez mais pobres.
A outra cidade (sociedade) que existe na "nossa" cidade (sociedade), mas que preferimos ignorar, é, cada vez maior.
Vamos continuando a ignorar a sua existência e o seu desenvolvimento, até que um dia...
Não sei.
Confesso que, antes de, recentemente, ser pai, o que se iria passar dentro de 30 ou 50 anos, apenas representava, para mim,algo de expeculação filosófica.
Agora é algo que me inqueta profundamente.
Não tenho respostas
Só perguntas :(
Um abraço
AMNM
corrijo:
especulação
inquieta
:)
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