um texto interessante de João Pedro Freire a propósito da campanha da constituição europeia em França.
Com a ajuda dos grandes dos media nacionais e europeus, os apoiantes do discurso único que quer impor uma Europa liberal e monetarista, têm vindo a criar um ambiente de pressão e de chantagem sobre os europeus, ao afirmarem que o chumbo ao actual "Tratado Constitucional Europeu" (TCE - também conhecido por "Constituição" europeia) equivaleria ao fum do "projecto europeu", ao fim da Europa enquanto espaço comum. Falso e falso!! O "sim" a esta Europa e a esta "Constituição" europeia é o "sim" a um modelo europeu que tem estado à margem da participação democrática dos europeus. Cada eleição para o Parlamento europeu tem sido um alerta sobre isso mesmo, mas, perante o qual, os actuais governos europeus e os partidos do "sim" fazem de avestruzes. A Europa como espaço de Paz, como espaço democrático, como espaço de direitos sociais, como espaço de tolerância pelas minorias, como espaço de diversidade cultural e multirracial não é compatível com o modelo liberal de Europa espelhado numa dita "Constituição" que até quanto à sua redacção esteve à margem da opinião e da participação dos cidadãos europeus.O "não" a esta Constituição europeia tem de ser um gesto cidadão de afirmação de uma Europa Democrática e Social.A Europa como espaço democrático e social precisa da afirmação de uma cidadania plena e de uma Constituição que resulte do esforço de uma Constituinte universal e democráticamente eleita.Como socialistas queremos uma Europa construida pelos europeus, pelos cidadãos, pelos jovens e pelos trabalhadores. Não queremos uma Europa congeminada pelos governos, pelos Chefes de Estado e no segredo de comissões não eleitas por ninguém. Como socialistas queremos uma Constituição que permita revisões ao seu texto e não uma que impõe um modelo único por 50 anos (segundo o próprio Giscard D'Estaing).Como socialistas queremos uma Europa Federal e Socialista, única forma de assegurar um espaço sem nacionalismos mas com nações reconhecidas, convergentes e colaborantes, um espaço onde a democracia seja o motor de profundas transformações económicas e políticas. O "Não" de esquerda e socialista a esta Europa liberal que este TCE quer impor, precisa de um movimento de opinião e de afirmação. A blogosfera poder o contraponto para a pressão feita pelos grandes grupos de media nacionais e internacionais. Um contraponto que tem de ser parte de um movimento popular e cidadão por uma Europa Democrática, Social, unida nas suas diversidades nacionais, culturais, étnicas e religiosas.
2 comentários:
O interesse do texto fica-se mesmo só pela discussão, pois não se vislumbra mais na cassete trotsquista, nova versão do POUS, da virtual "tribuna" que aparece nos e-mails de quando em vez.
Em torno do não confluem os egoismos corporativos disfarçados de reivindicacionismos sindicalizantes ditos de esquerda com os nacionalismos de extrema direita, sendo que os primeiros, assumem as iconografias do segundo, quando dá jeito.
Se a Constituição for chumbada é um revés à construção europeia que até poderá ser mortal.
E não tenham dúvidas, se acabar a União, acabará todo este período de 6o anos, sendo bom não esquecermos que ela foi iniciada no fim da Guerra para que esta não mais voltasse à Europa.
Melhor que a União Europeia, só mais União. Esta Constituição é um passo em frente, não atrás. Para os portugueses então nem percebo como pode haver dúvidas... PB
Concordo em absoluto Pedro.
O interesse deste texto é que os argumentos são importados do debate framcês e vêm pela esquerda.
Com todo o respeito pelo João Freire parece-nos o Bloco a falar.
No entatno julgo ser um bom assunto de discussão
Enviar um comentário