O socialista Manuel Maria Carrilho e o social-democrata Rui Rio são os favoritos a conquistar, respectivamente, a presidência das câmaras municipais de Lisboa e do Porto nas eleições autárquicas de Outubro que vem, de acordo com o Barómetro da Marktest para o DN e TSF.
Já em relação ao duelo entre Fernando Seara e João Soares pela liderança da Câmara Municipal de Sintra, o actual autarca leva claramente a dianteira sobre o socialista. As eleições autárquicas jogam--se em 308 tabuleiros diferentes, de norte a sul do continente e na Madeira e Açores. Cada câmara é uma câmara e uma eleição autónoma, mas a importância simbólica de algumas pode ser decisiva para se poder cantar vitória na noite eleitoral. Em Lisboa, o PS esteve à frente da câmara entre 1989 e 2001, tendo Santana Lopes e o PSD conseguido roubar a autarquia a João Soares (que sucedera a Jorge Sampaio). Foi um dos momentos altos da noite em que António Guterres acabou por se demitir do Governo, e que levaria à saída dos socialistas do poder. Agora, os sociais-democratas, liderados por Luís Marques Mendes, apostam em Carmona Rodrigues, o técnico escolhido para número dois de Santana e que acabou por assumir a presidência do município (que agora está com uma espécie de liderança bicéfala, depois da saída de Santana do Governo). Do lado do PS, depois das hesitações em torno de nomes como Ferro Rodrigues ou Mega Ferreira, o escolhido acabou por ser o ex-ministro da Cultura (e feroz adversário de António Guterres) Manuel Maria Carrilho. Que já está com a campanha em força na rua (como se comprova pelos cartazes espalhados pela cidade). Questionado o painel do Barómetro (todo o painel e não apenas os residentes nos municípios a que se refere cada uma das questões) sobre quem pensa que vai ganhar a eleição, Carrilho leva nesta altura clara vantagem sobre Carmona. Obtém 45 por cento das respostas, contra apenas 26 por cento do social-democrata.Na capital, 26 por cento dos inquiridos disseram não saber quem vai ser o vencedor.Se em Lisboa o challenger aparece como favorito em relação ao actual autarca, no Porto as coisas estão no pé exactamente oposto. Aí, Rui Rio, que lidera a autarquia desde 2001, é considerado o favorito pelos portugueses. Com uma confortável vantagem sobre o socialista Francisco Assis, actual eurodeputado, ex-líder da bancada parlamentar do PS e ainda ex- -autarca em Amarante. Neste caso 45 por cento dos portugueses acha que Rio vai ganhar a disputa, enquanto apenas 31 por cento entende que Assis vai ser o próximo presidente da câmara do Porto.Outro ponto diferente em relação a Lisboa é que no Porto é o candidato (ainda não oficialmente assumido) do PSD quem parece em melhores condições de ganhar a eleição.Na segunda cidade do País, 22 por cento dos inquiridos disseram não saber qual vai ser o vencedor das eleições.A autarquia de Sintra é uma das mais populosas do País. E é mais um dos casos que nas últimas eleições autárquicas mudaram de mãos e cor política, passando a presidência do PS para o PSD (neste caso em coligação com o CDS/PP). Então foi Edite Estrela a derrotada e Fernando Seara (que se apresentou como o "careca do Benfica") o de alguma forma inesperado vencedor.Dos inquiridos pela Marktest, 46 por cento entendem que Fernando Seara vai ser reeleito, caso se recandidate. Pela frente, o social-democrata terá, é já seguro, João Soares, o ex-presidente da câmara de Lisboa e ex-candidato à liderança do PS, no ano passado. Mas o peso político de Soares não parece convencer os portugueses, já que apenas 27 por cento acreditam que vai ser ele a ganhar a eleição naquele município. Nova derrota de João Soares (depois de ter perdido Lisboa e do fraco resultado na luta interna pela liderança do PS) pode revelar-se dramática para o seu futuro político, pelo menos nos tempos próximos.Em Sintra, 25 por cento dos inquiridos disseram não saber quem vai ser o vencedor do anunciado duelo entre João Soares e Fernando Seara.
in DN 3 Maio 2005
2 comentários:
O obvio é amigo do bom! Quem tem Barbara tem tudo.
ó meu caro Fortuna. Isto são barómetos e não tem credibilidade.
Perguntar a todo o PAís quem acham que vai ganhar no Porto não é a mesma coisa que perguntar na cidade quem acham que ganha.
Nem sequer é igual a perguntar por quem querem que ganhe.
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