quarta-feira, maio 04, 2005

Pensar na Queima das Fitas

Hoje soubemos que estiveram 90 mil estudantes nas ruas do Porto. Acho que o assunto mereceria melhor reflexão. Na verdade a celebração do S.João transporta consigo a alma festiva portuense e representa um momento de explosão de muitos e de convívio para alguns.
Se repararmos bem, a queima das fitas, actualmente, incrementa um numero de visitantes e inebriados estudantes de todo o país que, no computo dos 7 dias de festa, ultrapassa largamente o S.João.
Então se assim, porque razão continuamos a tratar com menoridade a queima das fitas? Porque razão esta festa já não é reconhecida como popular/etnográfica nem como cultural, como fazem em Coimbra? Porque razão não lhe damos um rumo e através dela impulsionamos a sua ligação ao turismo, nomeadamente à população estudantil da Europa, com realce para os espanhóis?
Acho, por isso, que somos, às vezes propensos às vistas curtas e não conseguimos ver para lá das toneladas de latas de cerveja, dos estados comatosos provocados pelo álcool e das barulheira pimba feitas em concertos gigantes, com intérpretes fracos a usarem equipamentos “topo de gama” (como diria um camarada nosso).
Mas ainda espero poder observar a juventude fundir a sua festa com a alma portuense. É que a maior parte dos estudantes nem sabe bem o que isso significa. Não conhecem o Centro da cidade, nem a sua história, nem os seus hábitos. Vêm cá de pópó, ouvem as aulinhas e toca a ir de volta para Fafe, Felgueiras, Maia, Gaia, Ovar, Braga, Paredes de Coura, Chaves, etc., etc.


Sem comentários: