O futebol é o divertimento de eleição em Portugal. Em Portugal e não só.
Ontem deleitei-me assistindo a uma emocionante e bem jogada jogatana. Além de divertido teve todos os condimentos de jogo de bola do género que temos a mania de elogiar em Espanha.
Mas não foi essa a razão que me leva a escrever sobre o tema. É que vi o jogo na televisão, para ser mais preciso na TVI. Como não podia navegar até à madeira pus-me em frente da caixa mágica e aumentei o volume.
Foi aqui me surgiram os problemas, é que naquela estação colocaram duas cavalgaduras que estiveram o tempo todo a despejar verbos e substantivos de forma mais ou menos organizada, mas que, filtrando a sua pouca inteligência, resultaram no verdadeiro processo oral de oberar.
Aquilo a que alguns chamam comentadores, transfiguram-se em jumentos e zurraram as mais estapafúrdias obesidades sobre o espectáculo. Foi como ver um excelente filme, num bom cinema, mas com uma irritante musica de fundo do Claiderman. Ou então comer uma excelente refeição num sítio malcheiroso, ou ainda apreciar uma bela pintura na sala aberrante duma tia chique qualquer.
É que os dois especímenes demonstraram ignorância e irritaram o mais calmos dos seres mortais que os ouviam. Apesar de inumanos, o mais curioso era quando em determinadas partes guinchavam uns risos e gargalhofas de que só eles riam. Depois, estes asnos, pareciam gente que nem sequer conseguia disfarçar a sua cor clubista roncando no desgraçado do microfone sempre que uma das equipas demonstrava mais acutilância. Se fossem mesmo racionais dir-se-ia que eram abadalhocadamente tendenciosos – valha-nos a confirmação posterior.
É que para piorar o cenário, os autores destes cagalhotos verbais, demonstravam ainda as deficiências visuais que comprovavam a sua origem animal irracional, que como se sabe acusa os equídeos de profundo daltonismo e de falhas de focagem da retina. Não que a coisa fosse só para um lado, era para os dois, mas sempre seguido de um pestilento comentário que arrojava uma conclusão sobre a qualidade profissional das suas personagens – Magnifico. Digo magnifico pois reduziram a besta aquele macaco que separa o lixo no spot televisivo, e demonstraram como se podem fazer compreender dois bovinos falando de futebol, que às vezes até o faziam em simultâneo, com um a anuir o que o outro ruminava.
Conclui-se que a estação de televisão não deve ter secção de recursos humanos competente, ou então, o responsável do desporto é um homem surdo. Se for esta ultima a situação, devia solicitar uma reprodução legendada (se assim for possível), de forma a que realizem, em consciência, o favor de nos evitarem espectáculos semelhantes.
Não que eu não tivesse tentado ouvir antes os mais competentes homens da rádio. Tipo a TSF ou antena 1, mas os seus mais bem produzidos relatos provoca-nos aquele desprazer de avisar pelos ouvidos o que os olhos vão ver, ainda por cima com sete segundos de intervalo. Ou seja resta-nos a alternativa sugerida por Artur Jorge – baixar o volume e ouvir música clássica. Mas se o fizermos ainda ficamos com a sensação que estamos muito parecidos com o gajo e qualquer dia a falar de “coisas bonitas” e a querer treinar os Mouros por quinze dias. È que ninguém acha bem ver os chutos do Quaresma ao som de Verdi, nem sequer a patroa compreendia a súbita panca da mona que nos estava a dar.
Além do mais, qualquer melodia que fosse impedia-nos de escutar o som ambiente, os bombos irritantes dos Barreiros, o “Pinto da Costa Olé”, e nem sequer os assobios ao árbitro a gente sentia.
Por isso, e porque não resta outro, que não o remédio de ouvir a miséria sonora que nos serve a TVI, só há uma alternativa – reclamar. Eu reclamo mas dou alguma coisa em troca, peço-lhes que respeitem os espectadores, mudem as cavalgaduras falantes, contratem gente com as duas metades do cérebro intactas e se conseguirem, repito se conseguirem, isentos da clubite lisboeta anojentada, que diz que a bola bateu no Baía quando ele defendeu, ou que a defesa do Porto é de papel sempre que um adversário por lá passa, ou, pérola da pérolas, que quando um avançado está para lá da linha de fundo está fora, quando é um defesa não. Se fizerem isso, eu prometo ficar especado a ver os reclamos no intervalo, e quem sabe assistir ao Programa da Júlia durante mais que os 2 segundos habituais (que é o tempo da power box mudar de canal).
Ontem deleitei-me assistindo a uma emocionante e bem jogada jogatana. Além de divertido teve todos os condimentos de jogo de bola do género que temos a mania de elogiar em Espanha.
Mas não foi essa a razão que me leva a escrever sobre o tema. É que vi o jogo na televisão, para ser mais preciso na TVI. Como não podia navegar até à madeira pus-me em frente da caixa mágica e aumentei o volume.
Foi aqui me surgiram os problemas, é que naquela estação colocaram duas cavalgaduras que estiveram o tempo todo a despejar verbos e substantivos de forma mais ou menos organizada, mas que, filtrando a sua pouca inteligência, resultaram no verdadeiro processo oral de oberar.
Aquilo a que alguns chamam comentadores, transfiguram-se em jumentos e zurraram as mais estapafúrdias obesidades sobre o espectáculo. Foi como ver um excelente filme, num bom cinema, mas com uma irritante musica de fundo do Claiderman. Ou então comer uma excelente refeição num sítio malcheiroso, ou ainda apreciar uma bela pintura na sala aberrante duma tia chique qualquer.
É que os dois especímenes demonstraram ignorância e irritaram o mais calmos dos seres mortais que os ouviam. Apesar de inumanos, o mais curioso era quando em determinadas partes guinchavam uns risos e gargalhofas de que só eles riam. Depois, estes asnos, pareciam gente que nem sequer conseguia disfarçar a sua cor clubista roncando no desgraçado do microfone sempre que uma das equipas demonstrava mais acutilância. Se fossem mesmo racionais dir-se-ia que eram abadalhocadamente tendenciosos – valha-nos a confirmação posterior.
É que para piorar o cenário, os autores destes cagalhotos verbais, demonstravam ainda as deficiências visuais que comprovavam a sua origem animal irracional, que como se sabe acusa os equídeos de profundo daltonismo e de falhas de focagem da retina. Não que a coisa fosse só para um lado, era para os dois, mas sempre seguido de um pestilento comentário que arrojava uma conclusão sobre a qualidade profissional das suas personagens – Magnifico. Digo magnifico pois reduziram a besta aquele macaco que separa o lixo no spot televisivo, e demonstraram como se podem fazer compreender dois bovinos falando de futebol, que às vezes até o faziam em simultâneo, com um a anuir o que o outro ruminava.
Conclui-se que a estação de televisão não deve ter secção de recursos humanos competente, ou então, o responsável do desporto é um homem surdo. Se for esta ultima a situação, devia solicitar uma reprodução legendada (se assim for possível), de forma a que realizem, em consciência, o favor de nos evitarem espectáculos semelhantes.
Não que eu não tivesse tentado ouvir antes os mais competentes homens da rádio. Tipo a TSF ou antena 1, mas os seus mais bem produzidos relatos provoca-nos aquele desprazer de avisar pelos ouvidos o que os olhos vão ver, ainda por cima com sete segundos de intervalo. Ou seja resta-nos a alternativa sugerida por Artur Jorge – baixar o volume e ouvir música clássica. Mas se o fizermos ainda ficamos com a sensação que estamos muito parecidos com o gajo e qualquer dia a falar de “coisas bonitas” e a querer treinar os Mouros por quinze dias. È que ninguém acha bem ver os chutos do Quaresma ao som de Verdi, nem sequer a patroa compreendia a súbita panca da mona que nos estava a dar.
Além do mais, qualquer melodia que fosse impedia-nos de escutar o som ambiente, os bombos irritantes dos Barreiros, o “Pinto da Costa Olé”, e nem sequer os assobios ao árbitro a gente sentia.
Por isso, e porque não resta outro, que não o remédio de ouvir a miséria sonora que nos serve a TVI, só há uma alternativa – reclamar. Eu reclamo mas dou alguma coisa em troca, peço-lhes que respeitem os espectadores, mudem as cavalgaduras falantes, contratem gente com as duas metades do cérebro intactas e se conseguirem, repito se conseguirem, isentos da clubite lisboeta anojentada, que diz que a bola bateu no Baía quando ele defendeu, ou que a defesa do Porto é de papel sempre que um adversário por lá passa, ou, pérola da pérolas, que quando um avançado está para lá da linha de fundo está fora, quando é um defesa não. Se fizerem isso, eu prometo ficar especado a ver os reclamos no intervalo, e quem sabe assistir ao Programa da Júlia durante mais que os 2 segundos habituais (que é o tempo da power box mudar de canal).
2 comentários:
Calma!
Ó Avelino ainda lhe chamam bairrista ou coisa pior se continua a escrever dessa maneira.
Dou-lhe um conselho, em vez de os levar a sério (à séria, como se diz lá oara baixo), imagine que são os bacanos do gato fedorento que estão a fazer os comentários.
Caro Teófilo,
Podem chamar-me o que quiserem, tanto mais que isso do bairrista é uma forma de menorizar a questão.
No entanto, e porque na política há que não exacerbar nas opiniões, o futebol é necessário para distilar o nosso veneno.
Enviar um comentário