quinta-feira, outubro 13, 2005

Portugal não sonha!

Sobra desta contenda eleitoral que o Porto cidade ganhou sobre o Porto região. O discurso de liderança do noroeste peninsular está gasto. A capital do norte já se diz que mora mais no distrito de Braga. A demografia inclinada para baixo é vista como uma inevitabilidade.
Que fazer? Os principais partidos demonstram-se fracos! Quem é o líder distrital do PSD? Será o número 2 de Gaia, figura pouco visível neste xadrez político. E que dizer de Assis que espera a decisão de Lisboa para entregar dinasticamente o distrito?
Se as autarquias já não representam a minha luta, se os partidos já não tem coragem para arrastar a sociedade, se a opinião do futebol perdeu importância – então que caminho haverá? A economia abrandou todos os ímpetos, se calhar por isso os regimes musculados sempre estiveram carregados de uma classe média baixa, muito baixinha, que era fácil de controlar.
A resignação abate-se perigosamente, é necessário um movimento social sólido. A geração de Abril já não tem soluções. Já não fazem melhor do que Soares, que se limita a aparecer.
Onde está o Porto de cultura que se avisava antes de 2001, ou a super pujante Lisboa que surgiria com a Expo 98? Estão lideradas por homens de ambições contidas, representantes do pragmatismo.
Na verdade tanto quisemos pertencer à Europa que lhes temos imitado os actos, no caso vendendo o melhor que sempre tivemos – os sonhos. Agora os lideres políticos não precisam da ambição, simplesmente devem acreditar na teimosia, no acerto e na razão das suas atitudes. Dizem-me que são grandes homens, com grandes projectos, de grande respeito. Mas não me fazem sonhar…
Portugal não sonha, nem o Porto sustenta as fantasias, fosse que fosse, à custa das tripas que teria de comer. Como fez aguentando o descampado geral das obras da década de 90. Ou então as engenharias engedradas para pagar a Expo. Ou a diferença de nível de vida de Lisboa para o resto do País.
Como se o TGV e a OTA fossem agora o mais importante, como se Leixões não estivesse a morrer e a capital do trabalho já não fosse também a capital do desemprego.
Como se o centro da cidade do Porto não tivesse 1/3 de edifícios devolutos, como se a Maia não tivesse crescido desordenadamente e Valongo pior (milhares de apartamentos devolutos nas gavetas dos créditos mal-parados dos bancos). Gondomar igual, Matosinhos no limbo. Como se o vale do Ave não se afunda lentamente em agonia. Como se o interior se salvará só com as auto-estradas que se estãoa acabar. Como se os resorts de luxo do Algarve sejam a sua saída para um futuro sólido. Como se o Alentejo tivesse água.
O que precisamos agora é de sonhos! Sede de sonhos!

13 comentários:

AM disse...

O meu sonho é emigrar.... :)

AMNM

Anónimo disse...

O que te admiro é a lucidez. Muito importante essa capacidade de manter a lucidez. Venham lá os sonhos.

Anónimo disse...

Olhem lá vocês todos, isto não é um bocado irritante, esta coisa de escrever um código por cada comentário?

Anónimo disse...

E serve para quê exactamente?

Anónimo disse...

Será que é um teste optico? Tipo só quem conseguir ler sem oculos pode escrever aqui? Se não identificar as letras não pode ir à tropa... isto é, não faz parte da tropa.

Pedro Aroso disse...

Caro Fortuna

Tanto quanto eu sei, o código destina-se a evitar o Spam, porque alguns blogs começaram a ser inundados com essa praga.

Pedro Aroso

Anónimo disse...

So funciona para deslexicos

Teófilo M. disse...

Caro Avelino,

este 'blog' aponta o caminho no seu sub-título.

Se conseguirem debater isso na sede do PS, ou na do PSD, talvez que os muitos adesivos que por lá andam descolem... depois, sim... talvez se encontre lugar para o sonho.

Anónimo disse...

Avelino
Quem não se resigna vira protagonista da Mudança.
Grande texto. Mas não basta diagnosticar,saber e apontar soluções é fundamental.Discordo totalmente do AM, o meu sonho não é emigrar é conseguir com que outros imigrem para trazer novas visões e com eles novas soluções. O caminho passa sempre por renovar pessoas e conceitos e usar novos protagonistas para definir estratégias. Não foi o nosso Primeiro-ministro uma esperança de lufada de ar fresco?
Venham lá as outras!!

Anónimo disse...

Então o TGV e a OTA não são um sonho? O defice não é um sonho?
O choke tecnologico não é um sonho?

Isso são tudo sonhos, o ke é realidade são os cortes nas regalias e nos aumentos de metade dos trabalhadores Portugueses , o IVA a 21% , a situação da educação ke para os mais distraidos tem sido um caos, com a revolta dos professores, a Galp tambem não é um sonho... de resto Portugal o ke mais faz é sonhar e sonha tanto ke já nem dorme

AM disse...

Agora é a Raquel a sonhar...

Então a Raquel sonha em conseguir que outros imigrem para trazer novas visões e novas soluções?

Ainda se o seu sonho fosse que muitos dos que cá estão emigrassem (para o Brasil ou para a Suiça..), MAS DE VEZ...

Não há cá quem tenha outras visões, outras soluções????

Sabe Raquel, EU TENHO !!!!!

E que adianta'
São sempre os mesmos figurões, são sempre as mesmas soluções, são sempre as mesmas visões.

Mudam "as moscas" mas a "matéria" é a mesma, com D ou sem D no fim é sempre o mesmo (e grande) PS.

Por isso, eu cá, com os pés bem assentes na terra, já só sonho mesmo é em, um dia, conseguir emigrar deste pântano fétido com as minhas meninas.

Sem olhar para tráz e sem saudades.

AMNM

Anónimo disse...

Pula pula
g
Como o g da pul a.

(Alexandre O'Neill)

Não tem nada ver mas apeteceu-me!

Anónimo disse...

Infelizmente esta caixa de texto destruiu o poema. Desculpe O´Neil.