quarta-feira, outubro 12, 2005

Já que querem coscuvilhar

O PS entrou na sua rota de habitual guerrilha interna. Agora medem-se as quantidades de votos que cada parte tem para umas guerras se esperam desprovidas de qualquer sentido político.
Ontem Assis no Público diz que deixa a Federação Distrital (coisa que não sabemos se resulta da sua vontade, ou da conjugação de impossibilidades de se manter).
È evidente que quem aceitou Barbosa Ribeiro em Gaia, Catarino na Maia, um desconhecido Martins em Gondomar, Maria José como 15ª escolha em Valongo, um pouco conhecido quadro do PS contra um ex-governador no Marco e por aí fora não pode esperar que lhe façam um rescaldo positivo do mandato.
Nas suas palavras vê-se o arrastar de Sócrates no discurso, como se esta imolação no distrito, fossem as tripas que temos que comer pela carne enviada a Lisboa. Não é! E não foi!
Além disso ontem no público, Assis, inúmera os potenciais sucessores ao seu lugar distrital: Bexiga (advogado e líder do PS Gondomar) Seabra (advogado e líder em Matosinhos), Guilherme (actual Presidente da Câmara de Matosinhos), Pizarro (médico, deputado, número 2 de Assis, número 2 de Cardoso) e Renato Sampaio (deputado e dos mais destacados e trabalhadores, homem próximo do Secretário-geral – foi o coordenador da campanha de Sócrates no distrito – mas também conhecido no PS pelo parentesco a Orlando Gaspar). Esqueceu Narciso, ainda por cima sendo este o que mais apoios tem (de longe).
Renato aceitou dizer qualquer coisa e disse mais ou menos o seguinte: “Não é um projecto pessoal meu, só se for um projecto também do Secretário-geral!”
Ou seja, o Porto já não é o que era, e por estas bandas já mandam desde lá de baixo. Não está correcto e não ficou bem.

Bom, só realizei esta pequena explicação porque fui desafiado para tal. Na verdade muito mais se poderia dizer, mas seria falar sobre coisas desinteressantes e se calhar pouco credíveis. Estes momentos são realmente o pior dos partidos, mas também os mais decisivos. Fazem-se coisas que não percebemos no imediato, com justificações que estamos mesmo a ver que não são mais que balelas - é o caso da demissão de Francisco Ramos no PSD.

Por todas estas coisas apresenta-se difícil construir projectos ou processos sólidos nos partidos, difícil não é no entanto, impossível.

2 comentários:

Teófilo M. disse...

O PS - Porto, como muito bem se sabe, só tem servido de trampolim para certos figurões irem aterrar em Lisboa, ou noutros destinos dourados.

A vassoura não funciona, pois o Porto não tem autonomia suficiente, e os que podem fazer a diferença já têm chamusco que chegue.

Vai daí, ou aparecem novos nomes e projectos que sejam sustentados pelas bases (todas muito arredadas dos combates políticos), ou então continuará a ser a sucursal de Lisboa, aliás como acontece um pouco com todos os outros.

AM disse...

"Por todas estas coisas apresenta-se difícil construir projectos ou processos sólidos nos partidos, difícil não é no entanto, impossível."

Com essa gente Avelino?
Eu podia tornar a dissertar, dissertar todas as minhas teorias sobre os partidos, a bondade da abstenção, etc. etc., mas sempre com uma réstea de optimismo, com uma réstea de esperança que possa haver gente melhor.
Mas, porra

Há alturas que chateia ter razão :-(

AMNM