Houve um tempo que deu esperança!
Foi uma reunião de esforços e vontades. Por acaso, nalguns casos foi feita com personagens de qualidades inquestionáveis e de forma irrepreensível.
Nem sempre o comando foi o mais estável, aliás foi mais a carroça a puxar os bois, do que o inverso, na sua lógica de usual labor de trabalho animal doméstico.
Hoje, ou ontem, ou daqui a uma semana começa outro ciclo, não sei se melhor ou pior, mas aparentemente igual. E o problema não é de geração ou idades, é muito mais fundo. O problema é muito mais grave, mais difícil de resolver e mais intricado de desensarilhar. Quanto mais nos envolvemos mais ficamos envolvidos e menos temos certezas do certo e do errado.
Porque todos tem as suas razões, as suas boas razões, ainda que às vezes salpicadas com os condimentos da perversão, ou com o sal da dependência. O interior dos partidos é um jogo passional, de insinuações e traições, mas acima de tudo de relações pessoais. È tratado como uma família, onde mesmo que se veja o mal, diaboliza-se quem fizer de delator – a bem de um bem maior, que afinal de contas passa a não existir bem nenhum.
Quem aparentar coragem de dizer umas verdades, fora do circulo pecaminoso, carimba-se com aquela tinta que se estampa nas carnes bovinas, escrita assim: PERIGOSO como o raio que o parta.
E tudo segue concordando, porque ser de um partido é um caminho, às vezes com umas oportunidades que surgem da conveniência mas pouco do pensamento ou da coragem.
São como aquelas partes da vida em que algumas pessoas se cruzam e convenientemente encontram no outro o parceiro que precisavam casualmente para o que tinham em mente. E fazem parelha e desfazem outra uniões, e vão fazer mais umas a seguir.
Os partidos por dentro vivem das amizades mas o seu alimento são as inimizades. E inimizade é só discordar, como se discordar fosse fonte do ódio, do espio radical das nossas convivências.
Depois há os cordeiros cujos intestinos e as outras internas partes são de um lobo, e disfarçadamente sustentam com migalhas os que trabalham e votam neles para eles se manterem no fausto da sua vida de sucesso. E prometem-lhes pequenas ajudas, a eles e aos deles, como nicos misericordiosos que se diluem no caviar das suas perversas jogadas políticas. Como receitas de diagnósticos duvidosos. Como medicamentos que não servem de cura, mas são “placebos” que fazem rir aqueles que os dão.
E dizem todos que são socialistas.
Mas há o lado bom, o lado em que na consciência de muitos se sabe que os filhos dos seus filhos tem que se orgulhar do seu passado, mas cada vintém oferecido compra um bocadinho da sua livre escolha, e acaba com o seu sonho de ajudar a construir uma coisa melhor. E há tantos assim, mesmo os que se deixaram levar neste e naquele momento no canto de sereias que afinal não existiam. E secretamente desejam o fim deste estado, deste estado de coisas. Destas coisas que lhes dá uma vontade enorme por exemplo de apoiar o Alegre só porque os estão a obrigar a gramar com o outro velho. E nem lhe deixam dizer nada. E nem podem discordar. Porque nem reuniões fazem. Porque cortam-lhe a voz. E se reclamam lembram-lhe os favores.
E esperam responder no dia certo, como responderam quando foi do Gomes, na solidão da urna. Porque até gostam dos filhos dos outros, mas gostam mais dos nossos. Os filhos de todos. Os filhos da puta que os chateiam. E se afinal, esses estupores, esses oportunistas tiverem razão? E se forem eles o futuro? E se eles não se derrearem? Seguramente vão ganhar a guerra, pode não ser hoje, mas será num dia qualquer. O problema é se se tornam iguais a eles, e ficam assim, até que venham outros, mais filhos da putas ainda que lhes farão lembrar os seus tempos de juventude.
Foi uma reunião de esforços e vontades. Por acaso, nalguns casos foi feita com personagens de qualidades inquestionáveis e de forma irrepreensível.
Nem sempre o comando foi o mais estável, aliás foi mais a carroça a puxar os bois, do que o inverso, na sua lógica de usual labor de trabalho animal doméstico.
Hoje, ou ontem, ou daqui a uma semana começa outro ciclo, não sei se melhor ou pior, mas aparentemente igual. E o problema não é de geração ou idades, é muito mais fundo. O problema é muito mais grave, mais difícil de resolver e mais intricado de desensarilhar. Quanto mais nos envolvemos mais ficamos envolvidos e menos temos certezas do certo e do errado.
Porque todos tem as suas razões, as suas boas razões, ainda que às vezes salpicadas com os condimentos da perversão, ou com o sal da dependência. O interior dos partidos é um jogo passional, de insinuações e traições, mas acima de tudo de relações pessoais. È tratado como uma família, onde mesmo que se veja o mal, diaboliza-se quem fizer de delator – a bem de um bem maior, que afinal de contas passa a não existir bem nenhum.
Quem aparentar coragem de dizer umas verdades, fora do circulo pecaminoso, carimba-se com aquela tinta que se estampa nas carnes bovinas, escrita assim: PERIGOSO como o raio que o parta.
E tudo segue concordando, porque ser de um partido é um caminho, às vezes com umas oportunidades que surgem da conveniência mas pouco do pensamento ou da coragem.
São como aquelas partes da vida em que algumas pessoas se cruzam e convenientemente encontram no outro o parceiro que precisavam casualmente para o que tinham em mente. E fazem parelha e desfazem outra uniões, e vão fazer mais umas a seguir.
Os partidos por dentro vivem das amizades mas o seu alimento são as inimizades. E inimizade é só discordar, como se discordar fosse fonte do ódio, do espio radical das nossas convivências.
Depois há os cordeiros cujos intestinos e as outras internas partes são de um lobo, e disfarçadamente sustentam com migalhas os que trabalham e votam neles para eles se manterem no fausto da sua vida de sucesso. E prometem-lhes pequenas ajudas, a eles e aos deles, como nicos misericordiosos que se diluem no caviar das suas perversas jogadas políticas. Como receitas de diagnósticos duvidosos. Como medicamentos que não servem de cura, mas são “placebos” que fazem rir aqueles que os dão.
E dizem todos que são socialistas.
Mas há o lado bom, o lado em que na consciência de muitos se sabe que os filhos dos seus filhos tem que se orgulhar do seu passado, mas cada vintém oferecido compra um bocadinho da sua livre escolha, e acaba com o seu sonho de ajudar a construir uma coisa melhor. E há tantos assim, mesmo os que se deixaram levar neste e naquele momento no canto de sereias que afinal não existiam. E secretamente desejam o fim deste estado, deste estado de coisas. Destas coisas que lhes dá uma vontade enorme por exemplo de apoiar o Alegre só porque os estão a obrigar a gramar com o outro velho. E nem lhe deixam dizer nada. E nem podem discordar. Porque nem reuniões fazem. Porque cortam-lhe a voz. E se reclamam lembram-lhe os favores.
E esperam responder no dia certo, como responderam quando foi do Gomes, na solidão da urna. Porque até gostam dos filhos dos outros, mas gostam mais dos nossos. Os filhos de todos. Os filhos da puta que os chateiam. E se afinal, esses estupores, esses oportunistas tiverem razão? E se forem eles o futuro? E se eles não se derrearem? Seguramente vão ganhar a guerra, pode não ser hoje, mas será num dia qualquer. O problema é se se tornam iguais a eles, e ficam assim, até que venham outros, mais filhos da putas ainda que lhes farão lembrar os seus tempos de juventude.
6 comentários:
Ufa....
AMNM
Então não há salvação? e akela ideia de criar algo ke pode começar pela tertulia independente, com varios e de varios partidos, num local onde ainda não haja interesses ke não sejam os ideiais?
os nucleos e os sub-nucleos ke o Avelino refere existem tbm nos outros partidos e nos outros partidos tbm há membros ke pensam como o Avelino
há kem se demita em epoca de vitoria, há vitorias ke fazem vincar os interesses dos nucleos , não é so na derrota ke há interesse, ainda há mais em caso de victoria.
não podemos pensar isso nem ke seja por um bocadinho? começar tudo de novo?
Nos a nova geração temos ke desculpar, os ke existentes porke eles são meio-democratas - meio fascistas é normal tem apenas 30 anos de democracia,
é kase como akela historia da mulher sereia metade mulher metade baleia
ok eskeçam
O que é que a Inko sugere, exactamente?
AMNM
Oh Moreira a minha tese acaba por chocar nos problemas apresentados.
é ke para se inciar um novo movimento , ou sei lá um novo partido , continuavamos a criar um grupo
depois esse grupo tinha ke de alguma forma ser representado por pessoas influentes e voltamos a mesma historia
isto é dificil, não sei, a melhor opção talvez passe por uma eleição personalizada , seleccionada , acho ate ke isso ja existiu .
mas lá esta entravamos outra vez na historia de kem será o chefe e kem será oposição... as vezes as pessoas entram nos partidos com as melhores intenções, mas é dificil porke há um sem numero de situações
olhe sabe ke mais desisto, não sei explicar
Até senti um arrepio na pele. Sem dúvida um dos teus melhores textos, sustentado numa das melhores análises. Venham eles.
Duas citações para te felicitar:de Kundera, trair é sair da fila, diz ele, ele que também sofreu o anátema de não querer fazer parte do rebanho e de dizer sempre o amén que o coração não sente e a razão não recomenda.
de uma rainha francesa, que não foi a Antonieta (não invocaria aqui uma cabeça rolando, não seria de bom tom), mas que nãoconsigo identificar: trair é anteciparmo-nos à história.
Como o Saramago,de quem me separam muitas coisas, há que reconhecer que é sensato ser pessimista. É o que faz andarmos rodeados dos tais fdp.
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