segunda-feira, outubro 31, 2005

a coerência

extracto da grande entrevista de Domingo no JN (por incrivel que pareça o ponderado negiociador que fala é Rui Rio):
(...)
Se conhecesse a factura pesada que a Câmara pode pagar pela revogação das frentes urbanas no Parque da Cidade, voltaria a tomar essa decisão?
Tinha de revogar. Quanto mais não fosse por uma questão de seriedade. Havia uma unanimidade entre os candidatos contra as construções no Parque da Cidade naquelas circunstâncias.
Onde é que a Câmara vai buscar dinheiro para pagar as indemnizações? As avaliações, feitas por peritos judiciais, apontam para um custo de 23 milhões só pela expropriação de dois terrenos...
Naturalmente que é um custo muito pesado para a Câmara do Porto. Mas não posso eliminar as acções. Estou sujeito ao valor que o tribunal vier a estipular.
Admite negociar uma solução intermédia com as empresas?
Houve já alguns contactos ao longo deste tempo no sentido de encontrarmos uma solução. E espero que haja mais.
Fora dos tribunais?
Sim, sim.
Mas continua a dar a garantia de que não vai haver construções no Parque da Cidade?
É uma garantia que tem de ser entendida de uma forma equilibrada e com bom-senso. Quando digo que não há construções, estou a referir-me à especulação imobiliária. Não estou a imaginar, mas pode haver um qualquer pormenor, um remate… Neste mandato tenho condições para tentar uma solução.





Acha que é altura de lançar o debate que nunca foi feito?
Vou dar uma resposta arriscada: admita que aparecem outros pressupostos que me levem a equacionar outro raciocínio. É evidente que para chegarmos a outra solução, tinha sempre de passar pelo maior debate que alguma vez foi feito no Porto.
(...)

1 comentário:

Anónimo disse...

Ele sabe do que está a falar... As respostas dadas no terreno das meras hipóteses são apenas uma figura de estilo. O homem é um negociador nato. E aquela coisa do amplo debate... Uma delícia! Então os debates não se fizeram para retardar decisões?