Rui Rio ganhou as eleições para a CMP com maioria absoluta.
Confirmando assim as suas piores expectativas, Rui Rio vai ter que esperar mais quatro anos até poder, finalmente livrar-se da província e instalar-se na capital, a que tem tanto ou mais direito que o Mendes (que já lá está) o Menezes (que não tarda) ou o Borges (que queria muito, mas mesmo muito).
Mas Rio agora não pode e, por isso, vai andar (ainda mais) mal disposto outros quatro anos.
Ainda por cima, os 27% de eleitores portuenses que (além dos tais 6 milhões do resto do país) ainda acreditavam na sua imagem de seriedade, rigor e competência, vão ter, agora, a oportunidade de o comprovar, pois…
Rui Rio não vai mais precisar de tapar os buracos herdados da vereação anterior, nem vai ter que satisfazer os compromissos assumidos pelo anterior presidente.
Rui Rio não vai mais poder desculpar-se com o facto de não ter maioria absoluta nem com a falta de solidariedade dos governos do seu partido (sempre lhe sobra a hipótese de, agora, se desculpar com o governo do PS).
Mais, Rui Rio não vai (não deve) continuar a beneficiar da complacência do governo do PS, verificada até agora, e apenas justificada pelo medo do seu aproveitamento populista, por Rui Rio, ainda tirar mais votos ao PS.
E que nos leva aos grandes desafios que temos pela frente e à posição privilegiada em que se encontra Francisco Assis para os assumir.
E, muito mais que um novo referendo sobre a IVG, que, para o PS não tem mais valor que uma promessa incómoda mas que há que cumprir, ou o aborrecimento de uma campanha presidencial entre (respeitáveis) gerontes, o futuro, do país, mas que poderá muito bem ser o de Assis, está na REGIONALIZAÇÃO.
Cabe a Assis encabeçar, dentro do PS, este desafio.
Cabe a Assis demonstrar a todos, na NOSSA região que a regionalização é útil, é positiva e é possível.
Cabe a Assis encontrar a forma de evitar que seja a vontade (naturalmente centralista) da capital a derrotar este objectivo, no qual, estou certo, se joga o futuro dos nossos filhos.
Assis, com apenas 40 anos, tem já uma carreira política que lhe permite capitalizar tudo o que já ganhou com esta derrota (é extraordinária a desilusão revelada pelos votantes de Rio e que se espalha pelos blogs de referência).
Os primeiros dias e as primeiras medidas como líder da oposição a uma maioria na qual, antes até de iniciar funções, nem os seus apoiantes acreditam, são fundamentais para afirmar um estilo próprio e motivar a acção.
Contribuo aqui com duas sugestões que espero os meus companheiros de “Blog” façam chegar a Assis:
Uma primeira, simbólica do real respeito pela cidade e pelos cidadãos:
Instruir as estruturas locais do PS para, num máximo de 30 dias, limpar de todas as paredes, jardins e outros locais públicos todos os cartazes, “outdoors” ou quaisquer outros vestígios da campanha do PS.
Uma segunda, também importantíssima, e em cumprimento da promessa de maior abertura às opiniões de todos.
Providenciar (junto com Rui Moreira (?)) o renascimento das “Tertúlias do Comercial” extintas na sequência da “suspensão” do “Comércio do Porto”.
Francisco Assis não precisa que lhe lembre, mas a batalha mais importante é sempre a que se segue.
António Moreira
1 comentário:
Love your chess-set! Your pictures look really cool.
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