Observar, pensar, experimentar, fascinar e contribuir para abrir um “milhão de perguntas à nossa volta!
Parabéns Warren and Marshall pelos artigos publicados na Lancet em 1983, e para o Nobel da Medicina em 2005.
Tudo parecia demasiado simples quando Warren and Marshall estabeleceram uma ligação de causa-efeito entre a presença de uma bactéria no estômago e o aparecimento de doença gástrica (gastrites e ulceras), baseando esta relação apenas na observação. Era tão simples que foi difícil de acreditar. Foi necessário comprovar experimentalmente, e um dos cientistas resolveu mesmo infectar-se, bebendo um soluto com bactérias chamadas Helicobacter pylori para demonstrar que era verdade, fazendo auto-experimentação.
Mas mais do que estabelecer a relação de causa (infecção pelo Helicobacter pylori ) e efeito (inflamação do estômago - gastrite), foi também possível demonstrar que ao tratar a infecção com antibióticos, a doença desaparecia. Este foi o primeiro facto que fez substituir o tratamento cirúrgico das úlceras do estômago pelo tratamento (da infecção por Helicobacter pylori) com antibióticos.
Mas também foram estes, os primeiros passos, para abrir um fascinante mundo da investigação, pesquisando mais sobre a bactéria (que são muitas e diferentes) mas também mais sobre o hospedeiro (doente), na tentativa da compreensão do papel desta bactéria como agente iniciador de doença do estômago, inclusivamente em alguns casos, de cancro do estômago.
Perceber como uma bactéria desencadeia uma série de modificações nas células do hospedeiro que infecta, e de que modo as torna visivelmente e funcionalmente diferentes, permanece um grande enigma. É fascinante perceber quando e que meios usa esta bactéria para modificar o programa e comportamento das nossas células normais do estômago, tornando-as doentes. Porque se percebermos, quando e como, será possível arranjar ferramentas terapêuticas para controlar a doença.
Parabéns de novo ao Warren e Mashall , mas parabéns a todos que investigam mais e mais sobre este assunto, à Céu, ao Zé Carlos, à Maria, à Fátima, e a todos que contribuem para observar melhor, pensar mais, experimentar sempre, e contribuir para perguntar de novo, conhecendo melhor como tudo se processa. E que este prémio Nobel sirva também como um estímulo adicional para os nossos estudantes, Paulo, Gonçalo e Ana(s), que começam agora a investigar à volta deste tema.
Foi um grande dia para Warren e Marshall mas também para nós que nos entusiasmamos e fascinamos todos os dias, no meu grupo e noutros grupos do IPATIMUP, pela investigação científica.
Parabéns Warren and Marshall pelos artigos publicados na Lancet em 1983, e para o Nobel da Medicina em 2005.
Tudo parecia demasiado simples quando Warren and Marshall estabeleceram uma ligação de causa-efeito entre a presença de uma bactéria no estômago e o aparecimento de doença gástrica (gastrites e ulceras), baseando esta relação apenas na observação. Era tão simples que foi difícil de acreditar. Foi necessário comprovar experimentalmente, e um dos cientistas resolveu mesmo infectar-se, bebendo um soluto com bactérias chamadas Helicobacter pylori para demonstrar que era verdade, fazendo auto-experimentação.
Mas mais do que estabelecer a relação de causa (infecção pelo Helicobacter pylori ) e efeito (inflamação do estômago - gastrite), foi também possível demonstrar que ao tratar a infecção com antibióticos, a doença desaparecia. Este foi o primeiro facto que fez substituir o tratamento cirúrgico das úlceras do estômago pelo tratamento (da infecção por Helicobacter pylori) com antibióticos.
Mas também foram estes, os primeiros passos, para abrir um fascinante mundo da investigação, pesquisando mais sobre a bactéria (que são muitas e diferentes) mas também mais sobre o hospedeiro (doente), na tentativa da compreensão do papel desta bactéria como agente iniciador de doença do estômago, inclusivamente em alguns casos, de cancro do estômago.
Perceber como uma bactéria desencadeia uma série de modificações nas células do hospedeiro que infecta, e de que modo as torna visivelmente e funcionalmente diferentes, permanece um grande enigma. É fascinante perceber quando e que meios usa esta bactéria para modificar o programa e comportamento das nossas células normais do estômago, tornando-as doentes. Porque se percebermos, quando e como, será possível arranjar ferramentas terapêuticas para controlar a doença.
Parabéns de novo ao Warren e Mashall , mas parabéns a todos que investigam mais e mais sobre este assunto, à Céu, ao Zé Carlos, à Maria, à Fátima, e a todos que contribuem para observar melhor, pensar mais, experimentar sempre, e contribuir para perguntar de novo, conhecendo melhor como tudo se processa. E que este prémio Nobel sirva também como um estímulo adicional para os nossos estudantes, Paulo, Gonçalo e Ana(s), que começam agora a investigar à volta deste tema.
Foi um grande dia para Warren e Marshall mas também para nós que nos entusiasmamos e fascinamos todos os dias, no meu grupo e noutros grupos do IPATIMUP, pela investigação científica.
Raquel Seruca
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