"O Metro do Porto é um transporte de superfície, que circula em canal próprio mas que não se esconde da cidade, nem tampouco esconde a cidade. Pelo contrário, a partir do coração da cidade, desenvolve o seu percurso numa lógica de penetração nas sucessivas zonas, utilizando para isso antigas linhas existentes, ruas subaproveitadas, túneis pontuais, espaços públicos de utilização colectiva, usando a cidade como cenário, que se mantêm sempre presente, da qual temporariamente se aproxima, para deixar ou receber passageiros.
Como que se flutuasse sobre a cidade, sobre a amalgama densa de edifícios, ruas, pessoas e espaços verdes, e, de quando em quando se aproximasse para trocar de passageiros, iniciando nova corrida, nova viagem.
É também para os utilizadores como um carrossel turístico, de onde podem dizer adeus aos conhecidos e usufruir do espaço público de uma forma diferente, percorrendo-o, sem dele se poderem alhear.
Obriga a cidade a entrar-nos pelos olhos. Não a cidade que se quer mostrar, dos monumentos e das praças, mas a cidade como ela é, complexa e variada no seu pulsar quotidiano do qual podemos ver quase tudo, desde a briga entre duas crianças à roupa a secar à janela num qualquer bairro da periferia.
Por outro lado, o conforto sonolento e ritmado das carruagens modernas, cria aquela barreira que nos impede de fazer parte da cidade, que nos coloca na posição de espectador silencioso e ausente de um teatro real.
A grande diferença deste percurso obrigatório, é que, como em qualquer metropolitano de qualquer cidade, somos transportados em massa, de forma indiscriminada pela cidade, mas no Metro do Porto podemos contempla-la."
Como que se flutuasse sobre a cidade, sobre a amalgama densa de edifícios, ruas, pessoas e espaços verdes, e, de quando em quando se aproximasse para trocar de passageiros, iniciando nova corrida, nova viagem.
É também para os utilizadores como um carrossel turístico, de onde podem dizer adeus aos conhecidos e usufruir do espaço público de uma forma diferente, percorrendo-o, sem dele se poderem alhear.
Obriga a cidade a entrar-nos pelos olhos. Não a cidade que se quer mostrar, dos monumentos e das praças, mas a cidade como ela é, complexa e variada no seu pulsar quotidiano do qual podemos ver quase tudo, desde a briga entre duas crianças à roupa a secar à janela num qualquer bairro da periferia.
Por outro lado, o conforto sonolento e ritmado das carruagens modernas, cria aquela barreira que nos impede de fazer parte da cidade, que nos coloca na posição de espectador silencioso e ausente de um teatro real.
A grande diferença deste percurso obrigatório, é que, como em qualquer metropolitano de qualquer cidade, somos transportados em massa, de forma indiscriminada pela cidade, mas no Metro do Porto podemos contempla-la."
Hoje, continua a ser assim que penso o Metro no Porto, seja a linha da boavista ou a do S. João ou mesmo a do aeroporto. O grande encanto do Metro do Porto é a forma como percorre a cidade, ora à superficie ora enterrado, conforme a cidade permite. É tambem à luz desta experiencia (andar de metro) e pelos olhos de quem efectivamente anda ou passará a andar de metro que devia ser discutido tudo o que tiver a ver com o metro.
4 comentários:
sem parecer lamechas o nosso metro é muito lindo .
ou antes a cidade é fabulosa e o percurso que o metro faz é fabuloso, um amigo meu italiano de visita aquando do euro dizia que mais que os estadios, o que o fascinou foi o metro especialmente aquele pedaço antes do pedro hispano e depois a estação do campo 24 agosto .
mas para a malta lá debaixo vai ser sempre um descalabro financeiro etc... tal como a casa da musica que só se vai falar que custou 6 vezes mais ( o que é falso) e que o museu nacional de fotografia devia ir la para baixo etc....
ate a governadora civil é de lisboa .......arre
Injustiça sobre a Oneto que apesar de Lisboeta tem defendido a nossa honra. E já agora devemos estimar os portuenses convertidos porque a balança tem um deficit muito grande de gajos aqui mais alfacinhas que a verdinha
Caro Avelino,
infelizmente,na maior parte das zonas da nossa cidade, não dá para termos um metro à superfície.
Não concordo com metro à superficie na Av. da Boavista (não sendo eu um entendido na matéria, parece-me mais importante o metro subterrâneo em Campo alegre, que sirva as zonas residenciais dessa zona e universidades) e confesso que não entendo se a linha amarela faz praticamente todo o percurso subterrâneo por que é que tem de subir para a superfície perto do hospital s. joão...
Concordo pleanamente na solução Campo Alegre. Custa dinheiro, mas era de longe a melhor solução. Subscrevo a opinião
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