Ainda há pouco tempo todos falávamos da profilática medida tomada pelo então primeiro-ministro indigitado José Sócrates a propósito da formação do governo. Penso que foi um momento de elevação a forma como o governo foi formado fora das páginas dos jornais e das emissões dos diversos canais de televisão. O motivo pelo qual eu chamo este episódio à discussão é, infelizmente, o que considero o mau exemplo das candidaturas de esquerda para a Câmara do Porto. Como um dos muitos portuenses que acalenta a serena esperança de ver o actual presidente derrotado nas próximas eleições devo dizer que me choca ver diariamente noticias e artigos de opinião sobre a falta de entendimento entre o PS, BE e CDU – e menos edificante ainda a infantil troca de acusações entre os intervenientes. Choca-me ver vários colunistas a defender a sua dama com argumentos nem sempre elevados, quase sempre com a veleidade de acharem conhecer o sentimento geral da população. Acho que a memória, principalmente do Partido socialista não deve ser curta; é que eu ainda me lembro muito bem campanha de Fernando Gomes e do que aconteceu. O Porto politico deve afirmar-se pelo exemplo positivo que dá e não pela politica baixa feita de argumentos e estratégias baixas – o que os portuenses querem ver discutido é o projecto para a cidade e não os meandros da candidaturas.
Acho que era tempo de reflectir – todos – sobre quem mais ganha no fim. É que eu imagino Rui Rio, tranquilamente sentado na sua cadeira presidencial, com a sua coligação confortavelmente formada, a esboçar um inevitável sorriso de vitória ao ler os jornais.
Eduardo Gradim
sábado, abril 09, 2005
O exemplo de Sócrates
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1 comentário:
Tranquilo tranquilo não deve estar. Mas na cadeira sem duvida.
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