domingo, abril 03, 2005

João Paulo II



Com este circo mediatico que "matou" o PAPA antes de a morte ser anunciada, só me ocorre a superficialidade com que se faz a resanha da vida de uma figura pública.
Durante dois anos ouvimos as mais agrestes e variadas críticas a um líder espiritual, que, seguramente incapaz fisicamente de gerir o Vaticano apenas servia de fachada a Ratzingers e companhia (ou lá como se escreve o nome desse cardeal). No entanto na ultima semana vi esse facto indiscutivel transformado em virtude maior. Vi também que para um bom pontificado basta fazer 132 viagens. Para mim não chegou, respeito o homem polaco e todos os fieis que velam o seu corpo e espirito. Respeito um homem com mensagem de Paz, mas, não fico indiferente a uma igreja que no século XXI trata as mulheres como subalternas, sem lhes permitir o magistério; uma Igreja que apesar dos grandes designios e avanços cientificos se mergulha na retrograda visão ecuménica; Uma Igreja que nem na questão do preservativo consegue vêr o caminho dos tempos; Uma Igreja que no Aborto ee na Eutanásia tem uma posição dogmatica e não construtiva e actual ( e atenção que eu não sou um defensor acérrimo da liberalização do aborto); uma Igreja que na contemporaneidade reprime a sexualidade natural do homem; uma Igreja que se guia, genericamente por padrões comportamentais que já não são mais do que ritos e.... ainda não se mostra com paredes de vidro, onde o banco do Vaticano parece ser uma economia paralela.
O concilio realizado durantee este pontificado foi conservador e qualquer um dos preferidos será mais renovador do que o defunto João Paulo.
O empurrão à abertura a Leste e a conciliação com outra religiões, bem como o arrependimento das atrocidades realizadas por Cristãos sobram como boas referências, mas eram populares e bem fáceis de realizar - mas fizeram-se seja-se justo .
Portanto, que me desculpem os profundamente crentes e aqueles que entristecidos pela morte do Papa não achem estes temas terrenos importantes de relembrar agora e a minha incapacidade de elogiar o papado (isto porque facilmente reconheço virtudes ao Papa).
Para acabar fiquei estupefacto por saber que a razão que impedia D.Policarpo de aspirar ao lugar prende-se com o seu excessivo vicio tabagista, mau exemplo portanto! Digo-vos que tenho acompanhado as suas posições e alguns dos seus discursos e alegra-me saber que os tempos do Cerejeira já não são referencia e que as suas palavras reflectem algo de positivo que nem sempre se vê no "lobing" do clero.


1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo com o teu comentário. Acho que após a morte de alguém devemos ser antes de mais coerentes com o que dissemos durante a sua vida.